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Teorias Psicogenéticas: Piaget, Vygotsky e Wallon - Abordagens e Implicações Educacionais, Trabalhos de Pedagogia

As teorias psicogenéticas de piaget, vygotsky e wallon, destacando suas contribuições para a compreensão do desenvolvimento da mente humana e a construção do conceito de infância. Aborda as aproximações e divergências entre as teorias, enfatizando a importância da interação entre o indivíduo e o meio para o desenvolvimento e aprendizagem. O texto também discute o impacto dessas teorias na educação, especialmente no papel do professor como mediador do aprendizado.

Tipologia: Trabalhos

2020

Compartilhado em 27/01/2025

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karine-maia-13 🇧🇷

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Professora Brígida Bezerra
Curso FIC Jogos e Brincadeiras na
Educação Infantil
IFPB Pedras de Fogo
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Baixe Teorias Psicogenéticas: Piaget, Vygotsky e Wallon - Abordagens e Implicações Educacionais e outras Trabalhos em PDF para Pedagogia, somente na Docsity!

Professora Brígida Bezerra

Curso FIC Jogos e Brincadeiras na

Educação Infantil

IFPB – Pedras de Fogo

Olá, estudante. Tudo bem? Dando continuidade aos estudos sobre o brincar e o desenvolvimento infantil, foco do terceiro módulo do curso Jogos e Brincadeiras na Educação Infantil, iremos tratar neste material sobre as teorias psicogenéticas e implicações para pensarmos a infância e a educação infantil. As teorias psicogenéticas são abordagens psicológicas que buscam compreender o desenvolvimento da mente humana e que muito impactaram o pensar sobre a infância em nossa sociedade e a educação. Ao final, você encontrará links para compreender melhor as teorias aqui apresentadas. Bons estudos, Brígida Bezerra

Outro aspecto importante sobre as Teorias Interacionistas aqui apresentadas é o impacto sobre a concepção de infância na nossa sociedade, uma vez que a construção do sentimento de infância começa a ser construído socialmente na cultura ocidental a partir do século XVIII, quando a criança passa a ser considerada em sua particularidade e com “pensamento e inteligência diferente do adulto” (LEPRE, 2008), ideia que ganha força com o advento das teorias psicogenéticas: A partir de Piaget, Vygotsky e Wallon o olhar para a criança não foi mais o mesmo. Essa passou a ser vista como qualitativamente diferente do adulto, com características próprias nos campos da cognição, afetividade e moralidade. Enfim, um ser integral, ativo e interativo (IBID, 2008)

As teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon

Um pouco mais Inatismo e Empirismo “ A noção de desenvolvimento não é a mesma nas várias teorias psicológicas que tratam desta questão. Em certas teorias, denominadas aprioristas, maturacionistas, ou inatistas, considera-se o desenvolvimento como manifestação progressiva de potencialidades, um desdobramento do processo de crescimento orgânico, que depende da maturação do sistema nervoso. A essas teorias se opõem as empiristas ou ambientalistas, que vêem o desenvolvimento como acúmulo quantitativo de comportamentos aprendidos em função da experiência” (CHAUKUR,2005) Para aprofundar Observe a imagem ao lado e tente entender a ideia de criança vinculado a ela. Observe as roupas e os traços. Você consegue identificar particularidades infantis ou as características apresentadas são do mundo adulto? Segundo Áries (1981) observe-se nas pinturas da Idade Média que as crianças eram retratadas como pequenos adultos, reflexo social da percepção da infância do período. Para estudar o processo de construção histórica e social sobre a infância, o livro A história social de infância e da família” do antropólogo Philips Áries é um importante ponto de partida. Obra de Nicolas de Largillière: Prince James Francis Edward Stuart and Princess Louisa Maria Theresa Stuart(http://fashionatto.literatortura.com

Considerações sobre Piaget, Vygotsky e Wallon O texto abaixo foi retirado integralmente de LEPRE, R.M. Contribuição das teorias psicogenéticas à construção do conceito de infância: implicações pedagógicas. Rev. Teoria e Prática da Educação, v.11, n.3, p.309-318, set./dez. 2008. Disponível em: https://www.aedi.ufpa.br/parfor/letras/images/documentos/ativ1_2014/abaetetuba/ tomeacu2011/contribuies%20das%20teorias%20psicogenticas.pdf Acesso em: maio de

A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA DE JEAN PIAGET Jean Piaget (1896-1980), epistemólogo suíço, descobre por meio de suas investigações que a criança tem uma lógica própria, diferente da do adulto, e que há um caminho psicogenético a ser seguido na sua evolução. É Piaget, ainda, que inicialmente divulga o chamado princípio da atividade, concebendo a criança como um ser ativo, construtora do seu próprio saber, onde a ação é regida pela necessidade e pelo interesse. Como ressalta Vasconcelos (1996), Piaget difundiu a ideia de que o processo que leva a criança a conhecer o mundo é um processo de criação ativa, em que toda a aprendizagem se dá a partir da ação do sujeito sobre os objetos. Um sujeito intelectualmente ativo, que constrói seu conhecimento sobre a ação, não é um sujeito que tem apenas uma atividade observável, mas um sujeito que compara, exclui, categoriza, coopera, formula hipóteses e as reorganiza, também em ação interiorizada (VASCONCELOS, 1996, p. 21). A teoria de Piaget é a matriz do Construtivismo [...]No entanto, é importante ressaltarmos que Piaget não teve uma preocupação eminentemente pedagógica e sim epistemológica, ou seja, esse autor teve como centro de suas investigações o sujeito epistêmico. Dessa forma, não propôs um método de ensino ou elaborou materiais pedagógicos, mas ofereceu à Educação esclarecimentos sobre o modo peculiar de raciocinar que as crianças apresentam em diferentes estádios da vida. “Normalmente, Piaget pouco falava em “construtivismo”, preferindo a expressão “autoregulação” que, segundo ele, é o fenômeno que explica a novidade (construção de novas estruturas e de novos esquemas).” (LIMA, 1997, p. 104). No entanto, embora o termo construtivismo não seja freqüente nos textos piagetianos, esse autor chega a declarar-se como adepto desse tipo de explicação epistemológica que ultrapassa o apriorismo e o empirismo. Segundo esse autor alguns fatores são fundamentais para o desenvolvimento das estruturas cognitivas, são eles: a maturação do Sistema Nervoso Central; a interação com objetos físicos (abstração empírica e abstração reflexiva); a interação social e a

A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA DE VYGOTSKY O russo Lev Semenovich Vygotsky (1896- 1934) teve sua formação inicial em Direito. No entanto, aprofundou seus estudos em história, filosofia e psicologia e seu interesse em compreender os problemas neurológicos como meios para desvendar o funcionamento do aparelho psíquico, o levou a formar-se, ainda, em Medicina. Vygotsky, em pareceria com Luria e Leontiev, foi o fundador da Psicologia Sócio-histórica, que foi o fundador da Psicologia Sócio-histórica, que questionou os pressupostos da psicologia enquanto ciência natural (positivista) que entendia o fenômeno psicológico como a-histórico. Para esse autor o fenômeno psicológico não pertence à natureza humana e nem é pré-existente ao homem. “O fenômeno psicológico deve ser entendido como construção no nível individual do mundo simbólico que é social.” (BOCK, 2002, p. 22). Dessa forma, o fenômeno psicológico reflete a condição social, econômica e cultural em que vivem os homens. Os pilares básicos do pensamento Vygotskyano4 são os seguintes: - as funções psicológicas têm um suporte biológico, pois são produtos da atividade cerebral; - o funcionamento psicológico fundamenta-se nas relações sociais entre os indivíduos e o mundo exterior, que se desenvolvem num processo histórico e cultural, - a relação homem-mundo não é uma relação direta, mas mediada por sistemas simbólicos, sendo a linguagem o mais importante. Segundo Oliveira (1992), Falar da perspectiva de Vygotsky é falar da dimensão social do desenvolvimento humano. Interessado fundamentalmente no que chamamos de funções psicológicas superiores, e tendo produzido seus trabalhos dentro das concepções materialistas predominantes na União Soviética pós-revolução de 1917, Vygotsky tem como um de seus pressupostos básicos a idéia de que o ser humano constitui- se enquanto tal na sua relação com o outro social (p. 24). O conceito de mediação é central no pensamento vygotskyano. A linguagem humana é considerada o sistema simbólico (formada por signos) fundamental na mediação entre o sujeito e o objeto de conhecimento. Outro grupo de mediadores, citado por Vygotsky, são os instrumentos, que são elementos externos ao sujeito e visam mudanças na natureza. A relação entre pensamento e linguagem também ocupa lugar de destaque nos estudos desse autor. Para Vygotsky existe uma fase pré-linguística do pensamento (inteligência prática) e uma fase préintelectual da linguagem (linguagem ainda não tem a função de signo) antes do pensamento e da linguagem se associarem. Por volta dos dois anos de idade, o percurso do pensamento encontra-se com o da linguagem construindo-se, por meio das interações sociais, o pensamento verbal e a linguagem racional. Nesse momento, Vygotsky afirma que ocorre a transformação do ser biológico no ser sócio-histórico.

No que diz respeito às relações entre aprendizado e desenvolvimento, podemos afirmar que o pensamento vygotskyano é o que oferece mais dados e possibilidades para uma intervenção pedagógica. O conceito de zona de desenvolvimento proximal oferece à pedagogia subsídios para pensar o papel do professor e de colegas mais experientes como mediadores no desenvolvimento das crianças. A zona de desenvolvimento proximal (ZDP) é formada pela distância entre o nível de desenvolvimento real, definido por aquilo que o sujeito já consegue fazer sem a ajuda de ninguém, e o nível de desenvolvimento potencial, definido pela capacidade de desempenhar tarefas com a ajuda de um membro mais experiente da cultura. Ao intervir na ZDP, o professor auxilia o aluno, por meio de novas aprendizagens, a trazer aquilo que estava no nível potencial para o nível real. A implicação dessa concepção de Vygotsky para o ensino escolar é imediata. Se o aprendizado impulsiona o desenvolvimento, então a escola tem um papel essencial na construção do ser psicológico adulto dos indivíduos que vivem em sociedades escolarizadas (OLIVEIRA, 1993, p. 61). Dessa forma, o desenvolvimento na perspectiva sócio-histórica é entendido como algo que se torna possível porque “o homem está imerso em uma sociedade na qual atividades instrumentais e relações sociais direcionam o desenvolvimento humano” (BOCK, 2002, p. 30). A cultura torna-se parte da natureza humana e o homem se desenvolve à sua própria imagem e semelhança. No que se refere à conceituação de infância, Vygotsky afirma que é um período culturalmente construído e que a construção de conceitos científicos pela criança, depende de um trabalho intencional do professor e/ou de outros membros mais maduros da cultura na Zona de Desenvolvimento Proximal. A PSICOGENÉTICA DE HENRI WALLON O francês Henri Wallon (1879-1962) tem a sua psicogenética marcada pela filosofia e pela medicina, daí os grandes questionamentos filosóficos acerca da psicologia na corrente do pensamento ocidental e a preocupação constante em reafirmar a base orgânica das funções psíquicas. Esse autor buscou elaborar uma teoria do desenvolvimento cognitivo que estivesse centrada na psicogênese da pessoa completa. Ao definir a inteligência, Wallon a concebe como genética e organicamente social, ou seja, o ser humano tem a sua estrutura orgânica intimamente ligada aos fatores sociais e culturais para se atualizar. Nas crianças, no entanto, o pensamento está inicialmente submetido às questões fisiológicas. “Os limites da criança são de origem fisiológica, enquanto que, em cada época, os do adulto dependem das condições históricas e culturais” (WALLON, 1989, p. XI).

meio da aquisição da marcha, a criança ganha maior autonomia para explorar objetos físicos e espaços. Também nesse estágio ocorre o desenvolvimento da linguagem, possibilitado pela construção da função simbólica que, inicialmente, projeta-se em atos, por isso a denominação de projetiva. Predominância funcional cognitiva. Conflito de natureza exógena.

  • O personalismo (dos 3 aos 6 anos), que se refere à formação da personalidade. Neste estágio desenvolve-se a consciência de si mesmo, mediante as interações sociais com os outros. Exploração de si mesmo. Início do emprego do pronome Eu. Predominância afetiva. Conflito de natureza endógena.
  • O categorial (dos 6 aos 11 anos), no qual a diferenciação da personalidade, conquistada no estágio anterior, possibilita grandes progressos intelectuais. Cresce o interesse pelo conhecimento. Construção das capacidades de seriação, classificação e categorização. Predominância das relações cognitivas. Os sentimentos são elaborados no plano mental. Conflito de natureza exógena. **Para saber mais
  1. Acesse aos vídeos abaixo para conhecer mais sobre as teorias psicogenéticas: https://www.youtube.com/watch?v=mFUUTMryM https://www.youtube.com/watch?v=KeI5bb21brY https://www.youtube.com/watch?v=C3R9zf6BRVk&list=PLOpI8pQq8hAIZUnt8di2ld vDA0Crn1SO&index= https://www.youtube.com/watch?v=ZfXIkidkFQI
  2. Acesse ao material didático do curso de Pedagogia da Faculdade UNICENTRO: http://repositorio.unicentro.br:8080/jspui/bitstream/123456789/864/5/Psicologia% 0da%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20II%20Piaget%2C%20Vygotsky%2C%20Winnicott% 20e%20Wallon.pdf**

Principais pontos abordados neste texto:

**1. Apresentamos as aproximações das teorias psicogenéticas com foco em dois aspectos: tratar-se de teorias interacionista e que solidificaram a ideia de infância da sociedade ocidental;

  1. Apresentamos uma síntese com base no texto de autoria de LEPRE que aponta alguns aspectos das três teorias psicogenéticas aqui tratadas;
  2. Sugerimos material para aprofundamento dos estudos. REFERÊNCIAS** ARIÉS, P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Guanabara, 1981. CHAKUR , C.R. de S. L. Contribuições da Pesquisa Psicogenética para a Educação Escolar. Psic.: Teor. e Pesq ., Brasília, Set-Dez 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ptp/a/rGNLFwRjPx8nQr3jZ8BG5My/?format=pdf&lang=pt Acesso em maio de 2021. LEPRE, R.M. Contribuição das teorias psicogenéticas à construção do conceito de infância: implicações pedagógicas. Rev. Teoria e Prática da Educação , v.11, n.3, p.309- 318, set./dez. 2008. Disponível em: https://www.aedi.ufpa.br/parfor/letras/images/documentos/ativ1_2014/abaetetuba/ tomeacu2011/contribuies%20das%20teorias%20psicogenticas.pdf Acesso em: maio de