




























































































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Na esfera civil, o repúdio do ordenamento jurídico à danosidade ambiental já era uma realidade mesmo antes da entrada em vigor da Carta de 1988, porquanto a ...
Tipologia: Provas
1 / 380
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Doutor em Direito das Relações Sociais sob a orientação da Profa. Dra. Consuelo Yatsuda Moromizato Yoshida.
Agradecimentos
(Campanha da Fraternidade Ecumênica da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil- CNBB/2016)
1
Parece fora de dúvida já termos ingressado num período da história do planeta Terra marcado de incertezas. Assusta-nos a desagregação que se verifica no conjunto dos seres vivos e não vivos que compõem a sua estrutura. A Terra torna-se progressivamente insustentável, o que não é mera força de expressão ou forma literária de mau gosto. Ao cabo de dois séculos de civilização industrial – duzentos anos de expectativas crescentes em face de desenvolvimento tecnológico assombroso – , parece-nos, paradoxalmente, ter-se chegado ao prólogo de um apocalipse inevitável. O globo em sua estrutura geológica, as águas, os recursos naturais vivos e inorgânicos entram em colapsos frequentes. Esse mesmo mundo natural que recebemos de gerações milenares, com a incumbência implícita de passá-lo saudável às gerações do futuro, de um momento para outro tornou-se insustentável. Estamos usando as dádivas da natureza como se houvesse mais que uma Terra à nossa disposição.^1 Em sintonia com essa realidade, não só de nosso país, mas de toda a humanidade, é que foi desenvolvida a presente Tese, que busca, numa palavra, discutir e oferecer contribuições para o delineamento de um microssistema de enfrentamento do processo de destruição provocado pelo homem. Daí a nossa preocupação inicial (Título I), visando a contextualização da matéria, em discorrer sobre a sustentabilidade – que consideramos o “eixo da
(^1) Tal situação restou mais evidente na última versão do Relatório Planeta Vivo 2014, produzido pela Rede WWF, o qual mostrou – com base no índice da pressão ecológica que cada habitante exerce sobre o planeta – que a humanidade está fazendo um saque a descoberto sobre os recursos naturais da Terra, consumindo cerca de 50% além da capacidade de suporte e reposição (Disponível em: http://wwf.panda.org/about_our_earth/all_publications/living_planet_report/. Acesso em: 24 de setembro de 2015).
2
Questão Ambiental” –, para, só então, ferir o tema da contrassustentabilidade , segundo a conformação que nosso ordenamento jurídico lhe dá.
Segundo nosso entendimento, sustentável traduz a necessidade permanente de ter, na sua base, um suporte que possa garantir o processo em andamento, sem colapsos nem hiatos comprometedores. Esse suporte constitui-se de vários fatores conjugados: recursos físicos (natureza), financeiros (capital) e humanos (tecnologia), suprimentos, energia, benefício palpável, mesmo que não seja quantificável. O que pesa é a sustentabilidade ecológica, econômica, social e política. É esse conjunto de requisitos que forma a sustentabilidade ambiental, tão desejada, e tão comprometida e sabotada.
Essa a razão da advertência para o risco de banalização da expressão “sustentabilidade” (= desenvolvimento sustentável) – que veio até nós embalada pelo clima da ECO 92 ou RIO 92, a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – , certo que, como sempre, surgem ou profetas de desgraças ou tipos messiânicos pleiteando a patente intelectual para suas fórmulas de salvação da humanidade. E, indo mais a fundo, questionamos: Onde, ou em que elementos, se encontra a noção de sustentabilidade? Como uma característica acessória do processo de desenvolvimento? Em outros termos, estaria a sustentabilidade ligada apenas aos processos econômicos de produção e consumo, ou seria inerente aos próprios recursos naturais?
Passo seguinte (Título II), dá-se tratamento ao que se convencionou chamar de contrassustentabilidade ou danosidade ambiental , avançando numa conceituação mais moderna, na identificação de características, nas peculiaridades de suas revelações e nas formas de reparação da lesividade ambiental. Neste ponto, buscou-se, de forma inovadora, distinguir dano ambiental e impacto negativo no meio ambiente , abordagem ainda não devidamente enfrentada pela nossa legislação, mostrando serem distintas as reações jurídicas que se apresentam quando da ocorrência de cada qual. Não se olvidou, na oportunidade, de ferir a intrigante questão relacionada à temporalidade do dano, segundo a sua ancestralidade , coetaneidade e posteridade. O espaço maior ficou para o dano ambiental provável , também chamado pela doutrina dano ambiental futuro – evento possível mas imperceptível ao senso comum – , o qual, diante de sua incerteza, indeterminação, invisibilidade, além de sua probabilidade e magnitude