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Este documento discute as economias de escala e economias de escopo, desmistificando equívocos encontrados na literatura sobre a transição entre eles. O texto explica que a transição é resultado da dificuldade de organizar empresas na forma tradicional de fordismo, com a exploração de economias de escala por meio de equipamentos rígidos que produzem bens padronizados em grandes lotes. Agora, as empresas procuram produzir bens com variedade crescente por meio de equipamentos flexíveis, explorando economias de escopo, possibilitado pela tecnologia microeletrônica. O documento também aborda as definições e determinantes de economias de escala e economias de escopo.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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Doutorando do DEI/PUC-Rio
Professor Associado, PhD Departamento de Engenharia Industrial, PUC-Rio. Rua Marquês de S. Vicente, 225, Gávea, Rio de Janeiro, RI. E-mail prtd@rdc.puc-rio.br
Palavras-chave: economias de escala, economias de escopo, mudança técnica. Keywords: eco no mies of scale, economies of scope, technical change.
Nas duas últimas décadas, o mundo industrial assistiu a urna crescente fragmentação e segmentação dos seus mercados, especialmente para o setor de bens de consumo ·duráveis. O resultado consiste na crescente dificuldade para a exploração das economias de escala 'tradicionais' por meio de equipamento altamente especializado e a produção de bens padronizados. Daí a recente ênfase no conceito de economias de escopo. Entretanto, várias conclusões imprecisas são encontradas na literatura referentes à transição de economias de escala para economias de escopo. O propósito deste artigo é identificar algumas dessas conclusões e introduzir argumentos no sentido e organizar a discussão sobre o assunto.
ABSTRACT In lhe lasl two decades, lhe induslrial world witnessed an inlensifYingfragmenlalion and segmenlalion ofits markels, especial/y for lhe consumer durable goods. The upshol is lhe ever-increasing difficulty for lhe exploralion of 'Iradilional' economies ofscale by means ofhighly specialised equipmenl and produclion of slandardised goods. Thus, lhe recenl vogue of lhe concepl of economies of scope. Neverlheless, various inaccurale conclusions in relalion lo lhe Iransilionfrom economies ofscale lo economies ofscope are found in lhe lileralure. The aim oflhis paper is lo pinpoinl some oflhese conclusions and Iry lo inlroduce some argumenls in order lo organise lhe discussion on lhe subjecl.
Belo Horizonte, Vo17, N° 2, p.1l7-129 (^) Nov.
Nos últimos tempos, verifica-se uma crescente tendência à segmentação dos mercados consumidores, afastando-se cada vez mais dos tradicionais mercados de produtos padronizados, inerentes ao paradigma industrial baseado na produção em massa. O resultado mais importante do fenômeno consiste na crescente dificuldade de as firmas se organizarem nos moldes do Fordismo, com a exploração de economias de escala por meio de equipamentos rígidos que produzem bens estandardizados em grandes lotes para diluir, no custo unitário dos produtos, o alto investimento realizado nesses equipamentos.
Assim, toma-se patente a necessidade de mudanças fundamentais na organização da produção. Apesar de ser possível, até mesmo através de simples observação empírica, apontar várias novas características nos sistemas produtivos hoje, vale lembrar que a atual fase pela qual passam esses sistemas ainda caracteriza-se como uma transição de paradigmas e, por isso, a identificação das características como sendo realmente e de fato integrantes do novo paradigma consiste em ato de mera especulação, desprovido de cientificidade.
Apesar disso, existe um fio sólido que costura toda a presente fase de grandes mudanças na organização industrial: a transição das economias de escala para as economias de escopo. Em outras
palavras, as firmas que outrora produziam bens estandardizados por meio de equipamentos rígidos e dedicados, auferindo economias de escala, hoje procuram produzir bens com variedade crescente por meio de equipamentos flexíveis, explorando economias de escopo, transição esta possibilitada pelo advento das novas tecnologias de base microeletrônica.
No entanto, a literatura freqüentemente apresenta essa transição de uma forma confusa que conduz a conclusões errôneas. Talvez a principal conclusão equivocada seja a de que a possibilidade de produzir em lotes menores, aberta pela exploração de economias de escopo, implica na possibilidade de exploração dessas economias por pequenas firmas, acabando assim com as vantagens que as grandes firmas possuíam na era das economias de escala. Ou seja, escala seria um assunto para as grandes firmas e escopo, para as pequenas firmas.
Um dos objetivos deste artigo é mostrar que esta conclusão é falsa: tanto economias de escala quanto economias de escopo se referem a grandes firmas, isto é, firmas com uma escala mínima de produção que possibilite a exploração dessas economias. Para tal, será realizada uma breve exposição dos conceitos de economias de escala e economias de escopo e, em seguida, serão tecidos alguns comentários relevantes para a melhor compreensão do fenômeno da transição.
PRODUÇÃO
oportunidades para a redução de custos e obtenção de beneficios através do aumento da velocidade do efeito da "curva de experiência", políticas de estoque mais adequadas, racionalização dos processos e melhoria de projetos de trabalho, simplificação de fluxos, etc.
Sem pretender aprofundar essa discussão, é interessante observar o que é considerado dentro das chamadas Economias de Especialização. A divisão do trabalho e a conseqüente especialização constitui talvez o alicerce mais importante das economias de escala na produção em massa e, mais ainda, segundo muitos economistas políticos e sociólogos, uma das mais importantes caracteristicas da produção industrial no modo de produção capitalista.
SCHERER (1980) faz uma interessante observação a respeito das economias de especialização, identificando o conceito com o processo de aprendizagem do learning hy doing. Neste processo, os trabalhadores adquirem mais proficiência nas suas tarefas com o acúmulo de experiência; verifica-se oaumento da produtividade por trabalhador, a diminuição do número de erros cometidos e um declínio dos custos unitários ao longo da chamada curva de aprendizado. O autor exemplifica o conceito com a indústria de aviação militar norte americana durante a segunda Guerra Mundial, onde se observou uma redução de 20 por cento nos custos unitários de mão-de-obra cada vez que dobrava a produção acumulada.
Tipo de economia de escala Fatores determinantes Economias externas Economias de concentração
Economias internas
Economias de informação Economias de desintegração
Indivisibilidades Especialização Economias de grandes dimensões Economias de recursos em grandes quantidades
Economias financeiras Economias de processos interligados Economias de menor exposição aos riscos
Figura 1: Tipos de economias de escala e fatores detenninantes.
Obviamente que, pela própria forma da curva de aprendizado, sua importância é maior nos estágios iniciais do cicIo de vida do produto. A medida que o produto entra na sua fase de maturidade e o número acumulado de unidades produzidas se toma grande, os retornos do efeito do aprendizado diminuem.
A especialização também pode se dar a nível de equipamentos, uma vez que a análise do processo de trabalho permite a invenção de equipamentos adequados para cada tarefa. Os equipamentos de uso mais geral são substituidos por equipamentos especializados projetados para executar operações específicas, com conseqüente aumento na produtividade. Vale lembrar que isso só é possível com o aumento de escala.
As grandes firmas normalmente são menos expostas ao risco devido à sua capacidade de agrupá-los: "Quanto maior o número de instâncias, menor o risco de erro no julgamento. Em um grande negócio, logo, onde a mesma operação é mais freqüentemente repetida do que em um pequeno negócio, a incerteza pode ser reduzida". (CAIRNCROSS, 1973, p. 114)
o agrupamento de riscos é extremamente importante em instituições financeiras. Um grande banco ou companhia de seguros tende a ser mais estável do que os seus equivalentes de porte menor, uma vez que é menos suscetível a qualquer instabilidade local. O agrupamento de riscos de natureza semelhante permite a aplicação da 'lei das
médias', reduzindo-se assim as incertezas. Este processo pode ocorrer através de quatro formas básicas:
Diversificação de mercados: para uma firma que fabrica determinado produto, o risco de flutuações na demanda pode ser reduzido através da comercialização do mesmo em diversos mercados, por exemplo de um mercado local para o nível nacional ou global.
Diversificação de fontes de suprimento: as grandes plantas normalmente têm mais condições de manter a produção quando uma determinada fonte de suprimentos é cortada por um motivo qualquer. Por exemplo, duas fontes de energia podem ser utilizadas (e.g.. vapor e eletricidade), ou os suprimentos de matérias-primas podem ser adquiridos de uma área geográfica mais ampla, reduzindo-se a possibilidade de um corte total de determinado suprimento.
Diversificação de processos de manufatura: analogamente à diversificação de fontes de suprimentos, uma grande firma tem maiores possibilidades de continuar a manter o processo produtivo em operação quando um determinado processo de manufatura toma-se não-econômico ou até mesmo impossível.
Diversificação da produção: se existe uma probabilidade razoável de uma firma ser afetada por um declínio na demanda para o seu produto, a mesma
quarto do século XIX, observa que os processos diferiam dos predecessores "no seu potencial para explorar as vantagens sem precedentes das economias de escala e escopo." (p. 21). Por exemplo, ainda no século XIX algumas fábricas alemãs de pigmentos já estavam realizando grandes investimentos para explorar plenamente as economias de escopo. As plantas expandidas produziam centenas de pigmentos e alguns fármacos a partir de um mesmo conjunto de matérias- primas e o mesmo grupo de componentes intermediários.
Verifica-se assim que o conceito de economias de escopo não é novo. Qual é, então, a grande diferença entre a operacionalização do conceito naqueles tempos e nos dias de hoje? A resposta está na natureza das inovações tecnológicas. O novo fator-chave baseado na microeletrônica permite a exploração de economias de escopo em setores onde isso antes era impensável, com destaque para os bens de consumo duráveis - liderados pela indústria automobilística. Outrossim, toma-se mais fácil e barato o controle de qualidade com a crescente automação, assim como a coordenação do fl uxo de produção. Nesses setores a necessidade de padronização, devido aos altos custos de 'set-up' e 'changeover', impossibilitava a produção com variedade e uma renovação mais rápida da linha de produtos.
Cabe salientar aqui, entretanto, que a redução dos tempos de 'set-up' e 'changeover' não se dá apenas pela
introdução de novos equipamentos mais flexíveis, mas também através de técnicas de Troca Rápida de Ferramentas (TRF). De fato, mudanças para flexibilizar o sistema produtivo no sentido da produção de lotes menores já vinham sendo perseguidas desde a década de 50 por Shigeo Shingo com seus sistemas TRF e OTED (One-Touch Exchange ofDie), os quais acabaram compondo um dos aspectos essenciais do Sistema Toyota de Produção (SHINGO, 1996).
Sem aprofundar a análise, sabe-se que longos tempos de set-up sempre foram um obstáculo à flexibilidade e, portanto, reduzi-los é de fundamental importância. Durante vários anos de aplicação prática, oito técnicas ou princípios básicos de troca de ferramenta e matrizes foram desenvolvidos. Destes, os seguintes, de acordo com o próprio autor, são os mais efetivos:
Distinguir claramente set-up interno (só pode ser realizado com a máquina parada) de set-up externo (pode ser conduzido com a máquina funcionando) Converter set-up interno em externo Desenvolver grampos funcionais (fixadores sem rosca) Eliminar ajustes.
Desta forma, cria-se no chão-de- fábrica uma mentalidade de melhoria contínua e uma cultura de apoio a atividades de racionalização, fundamentais para a gerência dos sistemas produtivos.
PRODUÇÃO
Mas é a produção flexível, através do corte radical nos custos de set-up e changeover com novas tecnologias, que permite produzir com mais variedade e flexibilidade, sem deixar, porém, de explorar as economias de escala; isto é, permite a exploração de economias de escopo.
Além disso, as economias de escopo podem advir da possibilidade de compartilhamento de uma série de inputs. Em outras palavras, as economias de escopo aparecem quando a restrição da especialização no uso de bens de capital é removida. Conclui-se que variedade e eficiência não são mais conceitos antagônicos. Os custos de produção conjunta compartilhando-se os inputs são mais baixos do que a soma dos custos de produção específicos: economias de escala com produções específicas são menores do que economias de escopo.
Com isto, tem-se a viablilidade econômica dos sistemas intensivos em informação. As economias de escala continuam existindo com a produção agregada. Entretanto, se a capacidade plena não é obtida para um determinado mix de produtos e um dado conjunto de equipamentos, a lacuna pode ser preenchida por meio da adição de um novo produto ao mixo Desta forma, se as economias de escopo resultantes forem significativas, compensarão, pelo menos até certo ponto, os custos adicionais de atividades relacionadas com, por exemplo, a coleta de informação.
4. Observações Sobre a Transição
Cabe agora detalhar mais alguns aspectos sobre a transição das economias de escala para as de escopo para esclarecer melhor alguns conceitos e desmistificar outros, que muitas vezes são apresentados na literatura conduzindo à conclusões errôneas.
Quando analisa-se o impacto dos equipamentos de produção flexível na organização da produção, observa-se a redução dos tempos e custos de 'set-up' e 'changeover' - e a conseqüente possibilidade de produção em lotes menores - resultando na exploração de economias de escopo. ALCORTA (1994) apresenta o resultado de uma série de estudos realizados em empresas atuando nos setores de vestuário, impressão gráfica, válvulas e equipamentos industriais, equipamentos para encadernação, válvulas hidráulicas e caixas de câmbio, bicicletas e indústria automobilística, comprovando os cortes nos tempos e custos citados e a redução da escala de produção de cada produto. As taxas de utilização dos equipamentos crescem devido à redução dos tempos de 'set-up', possibilidade de funcionamento durante um certo tempo sem operadores e menor número de panes.
No entanto, o autor adverte que é comum um exagero nas idéias a respeito da flexibilidade dos novos equipamentos. Por exemplo, na Ford entre 1914 e 1973
baseados em semi condutores como computadores, não em equipamentos de produção. Além do mais, as economias de escala continuam importantes, uma vez que os custos dos equipamentos aumentam em proporção menor do que a sua capacidade. Por fim, computadores e ferramentas podem ser compartilhados entre vários equipamentos, possibilitando à planta com maior número de equipamentos um custo unitário menor (ibid).
Logicamente, as novas tecnologias propiciam cortes diversos nos custos. Os custos com a mão-de-obra diminuem substancialmente devido à própria natureza racionalizadora da tecnologia com base microeletrônica. Entretanto, esta redução nos custos, em termos percentuais, é menor do que a redução do número de postos de trabalho, uma vez que a mão-de-obra que pemmnece deve ser Olais qualificada e portanto, bem paga.
Os custos com matérias-primas também diminuem, devido à maior eficiência no processo de produção. O desperdício é minimizado, o material é utilizado mais racionalmente e menos produtos são rejeitados devido à má qualidade. Os custos com estoques também são cortados.
O problema é que, apesar da maior taxa de utilização do maquinário flexível, os custos totais de capital são tão altos que prevalecem sobre as outras reduções de custos (para um mesmo nível de ou!pu! da produção com as 'velhas' tecnologias)
(ibid). Uma máquina-ferramenta CNC custa de 50 a 100% a mais, em média, do que a máquina convencional que a mesma substitui. O custo de um FMS substituindo linhas trânsfer e produzindo com o mesmo ou!pu! anterior foi 25% maior numa fábrica de freios, 200% Olaior numa planta de velocímetros e 4 a 5 vezes mais alto em fábricas de compressores e ar- condicionados.
ALCORTA (1994) apresenta alguns dados de escala de produção para mostrar que realmente ocorre um 'scale-up' em diversos setores onde as novas tecnologias possuem maior penetração. Se na década de 1970 a produção ótima na indústria automobilística era de aproximadamente 250.000 unidades, as novas plantas atuais também produzem de 250.000 a 300. carros, apesar da tendência apontar sempre para a diluição da produção total em maior número de modelos. O fenômeno de 'scaling-up' também é verificado na indústria de bicicletas e nas firmas relativamente pequenas de eletrônica, Olaquinários e instrumentação industrial, além das indústrias de processos, como siderúrgica e papel e celulose. No entanto, o autor lembra o potencial estratégico destas novas tecnologias, uma vez que permitem às grandes firmas competir em nichos de mercados antes exclusivos das pequenas, com produtos diferenciados e preços atraentes.
Em suma, as novas tecnologias são mais rápidas, eficientes e confiáveis e podem operar por mais longas horas,
resultando na expansão da capacidade. Por meio da redução dos tempos de 'set- up' e aumento da variedade, essas novas tecnologias conferem uma expansão ainda maior da capacidade: assim, as economias de escopo reforçam as economias de escala a nível de planta.
Se for tomado como objeto de análise a firma como um todo, também verifica- se um aumento nos custos fixos, o que obriga um aumento de escala para a sua amortização.
Em termos de P & D, apesar de ser dificil fazer uma correlação entre aumento nos custos e novas tecnologias, alguns fatores podem proporcionar uma subida nos custos. Em primeiro lugar, essas tecnologias requerem uma certa quantidade de conhecimento acumulado em várias disciplinas e a sua integração. Além disso, os novos produtos, em particular os que se situam na 'fronteira tecnológica', são fortemente baseados na ciência e resultam de um longo processo de experimentação, e seu desenvolvimento implica em numerosas novas tarefas e um tempo extenso. Outrossim, sendo os produtos mais complexos tecnicamente, o seu desenvolvimento torna-se ainda mais dificil. A adaptação da tecnologia de produto aos novos equipamentos também requer um esforço adicional de P & D. Identifica-se também a redução do ciclo de vida dos produtos - resultante, entre outros fatores, do aumento da velocidade de manufatura e maior flexibilidade - com o aumento dos custos de desenvolvimento destes, devido à
necessidade de desenvolver mais produtos para evitar a sub-utilização da capacidade e manter a firma competitiva. Por fim, as novas tecnologias criaram demanda para novas tecnologias de processo: os FMS, por exemplo, implicam em pesquisas em organização da produção e pré-instalação. ALCORTA (1994) apresenta dados que mostram um aumento de gastos em P & D em vários países e setores, como automobilístico, eletrônica e máquinas- ferramentas.
Em termos de marketing, os custos aumentam devido à maior variedade de produtos e à intensividade de informação nas vendas.
Esses aspectos citados conferem uma outra visão a determinadas conclusões encontradas na literatura. É comum, por exemplo, deparar-se com determinados modelos de pequenas firmas empregando as novas tecnologias flexíveis, produzindo em pequena escala e explorando pequenos mercados como sendo uma alternativa para os países em desenvolvimento (pEREZ, 1985). Como foi visto, isso está muito distante da realidade, pelas próprias características e implicações destas tecnologias. Como observa ALCORTA (1994), as plantas ainda precisam produzir 250.000 carros ou 500. televisores para serem eficientes. Os países em desenvolvimento que não tiverem condições de propiciar este nível agregado de demanda não poderão produzir com eficiência. O autor conclui que a barreira imposta pela necessidade de obtenção de economias de escala para entrar no mercado continua existindo.
HAYES, R.H e WHEELWRIGHT,
Competing through Manufacturing. New York, Wiley, 1984.
KRAJEWSKI, L.J. e RITZMAN, L.P. Operations Management: Strategy and Analysis. 4" ed. EUA, Addison- Wesley, 1996.
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PINDYCK, RUBINFELD,
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SZWARCFITER, Cláudio. Crise do Fordismo e Seus Desdobramentos na Organização da Produção: Um Estudo Exploratório. Dissertação de mestrado. PUC-Rio, 1995.