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Valor e Estratégias de Opções de Ações: Delta, Vega e Theta, Transcrições de Finanças Empresariais

Saiba como as opções de ações funcionam e como utilizar os conceitos de delta, vega e theta para maximizar seus retornos. Este documento explica o funcionamento básico de opções de compra (call) e fornece exemplos práticos de estratégias de investimento.

O que você vai aprender

  • Qual é a importância do Theta na estratégia de investimento em opções de ações?
  • Quais são as estratégias comuns utilizadas em operações com opções de compra (call)?
  • Quais são as principais variáveis que afetam o valor de uma opção de ação?
  • Como o Delta de uma opção nos informa sobre sua variação em relação à mudança do preço da ação?
  • Qual é a função de um gestor de fundo de gestão passiva em relação às ações ou títulos que ele administra?

Tipologia: Transcrições

2022

Compartilhado em 18/11/2022

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vinicius-coimbra-coimbra 🇧🇷

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E-BOOK COMPLETO
OPERAÇÕES DE HEDGE
A ESTRATÉGIA DOS
GRANDES BANCOS
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Baixe Valor e Estratégias de Opções de Ações: Delta, Vega e Theta e outras Transcrições em PDF para Finanças Empresariais, somente na Docsity!

E-BOOK COMPLETO

OPERAÇÕES DE HEDGE

A ESTRATÉGIA DOS

GRANDES BANCOS

Página 2 nelson@everhedge.com.br

Gostaria de lhe contar a minha história:

O início de minha trajetória no mercado de renda variável e investimentos em ações e o momento da virada onde decidi largar tudo para me dedicar ao meu sonho que é viver de mercado financeiro. Iniciei minha trajetória na área de projetos em 1997 e em 2010 com uma boa experiência na área de engenharia, já trabalhava como projetista em uma empresa de grande porte. Naquela época meu salário era excelente, porém havia um problema que acontecia com muitas pessoas à medida que sua renda começava a aumentar, meus gastos eram extremamente altos. As dívidas que eu fazia ao longo dos anos foram consumindo meu salário de uma forma que ele era creditado em minha conta bancária, imediatamente o banco debitava as contas e logo eu chegava ao limite. Eu não conseguia ficar mais que três dias com saldo positivo em conta e o pior, eu havia me habituado a isso. O limite do cheque especial havia virado uma rotina que ia se perpetuando. Eu não fazia contas pra comprar um carro e tão pouco olhava a taxa de juros aplicada no período para saber quanto pagaria naquele bem no final do financiamento. Meu pensamento era “cabe no meu orçamento atual? Sim!”. Então fazia mais um parcelamento. O problema de viver desta forma é que eu pagava altíssimas taxas para os bancos e pior, não guardava dinheiro. Ha muitos anos eu mantinha uma planilha de gastos mensais, porém o problema não eram os gastos que já estavam programados, estes eu já sabia o custo, mas sim os que eu não controlava, uma cervejinha no futebol, restaurante com a família no final de semana, encontro com os amigos no meio da semana, mais um restaurante para compensar a ausência na família, fim de semana na praia, imprevistos, etc. Nesta época, com 30 anos, eu comecei a me preocupar pois sabia que teria que fazer algo pois, em teoria, restariam mais 25 anos de trabalho na melhor das hipóteses caso o mercado de trabalho e a concorrência permitissem que eu prestasse serviço até os 55 anos e para uma aposentadoria que suprisse minhas necessidades, teria que ganhar próximo dos meus rendimentos atuais ou até mais. Sabia que teria que fazer algo para mudar minha vida e mesmo antes de dar uma guinada na parte financeira e guardar dinheiro comecei a estudar alternativas para o futuro. A busca por rendimentos Previdência Privada No ano de 2007 Comecei os estudos do básico, após uma pesquisa nos sites de busca e verificar a rentabilidade oferecida pela tão comentada previdência privada, ao longo de anos, na maioria dos casos, ela perdia para a poupança. Claro que a conversa com o gerente de qualquer instituição bancária que tente vender a você este “pacote” ou “produto”, a última coisa que ele iria comentar é sobre a rentabilidade uma vez que após estudar todas as outras

Página 4 nelson@everhedge.com.br Tesouro Direto Imaginei que não seria fácil a trajetória de aprendizado, porém como já estava nela e sabia que meu futuro dependia disso, comecei a me interessar pelo tema. Na internet você tem muito conteúdo e a cada ano isso aumenta muito, em 2010 o material para investimentos em alguns mercados não era tão abundante como hoje, então comecei a procurar livros a respeito do assunto, detalhe que eu não gostava de ler, mas acabei desenvolvendo essa rotina passando a ler livros sobre os assuntos que me interessavam. Após pesquisas relacionadas ao assunto conheci o livro do autor Marcos Silvestre – “Investimentos a prova de Crise”, livro excelente para quem pretende se aprofundar neste tipo de investimento. O Tesouro direto basicamente trabalha com dois modelos de remuneração. Pré-fixado, onde você já sabe a taxa que receberá no vencimento do título e os indexados, onde há uma pequena taxa fixa mais a variação de algum indicador como IPCA, Selic (depende do título escolhido). Quais os riscos? São baixos, pois uma vez que você empresta dinheiro ao governo, não há motivo para que ele não devolva uma vez que a “máquina do dinheiro” está em suas mãos. Claro que a avaliação a ser feita para realizar este tipo de investimento é que para que você consiga a taxa máxima e pague a menor tributação de imposto de renda, você deverá permanecer com o título até o vencimento, caso contrário, você pagará um imposto mais alto, caso seja uma emergência, você poderá vender o título, dependendo da cotação você poderá ter lucro ou prejuízo mas a ideia não é especular neste tipo de título e sim vender apenas no vencimento para capturar a taxa máxima. Buscando sempre mais – Renda Variável Seria inevitável dizer que para sair da rentabilidade fixa e risco calculável, se é que podemos assim chamar, teríamos que buscar outras fontes de investimento e teríamos que abrir mão deste “risco calculável”. Teríamos que nos expor mais caso quiséssemos o céu como limite, contudo, por se tratar de renda variável, assim como o céu, o inferno também pode ser alcançado. Justamente por não conhecer nada sobre mercado financeiro, minha maior preocupação no começo era não saber administrar e perder todo o meu dinheiro. Fundo de Investimento em Renda Variável No mercado financeiro há vários fundos de investimentos em renda variável. Caso você queira entrar em um destes fundos, basta comprar uma cota e será cobrada uma pequena taxa de administração anual pelo fundo. É uma forma de você não ter dor de cabeça uma vez que a responsabilidade da carteira de investimentos, análises, balanceamentos de carteira, ficam a cargo dos gestores e você não tem que tomar nenhum tipo de decisão. Apenas entrar e sair do fundo de investimento quando lhe for conveniente.

Página 5 nelson@everhedge.com.br No ano de 2009, recuperação da crise do subprime americana, vários fundos de investimentos performaram bem, trazendo altas rentabilidades para seus clientes. Em anos de recuperação de crise, geralmente a performance é excelente em função da alta nas ações. O grande problema é antes destas crises. Voltando um pouco no tempo, em 2008, tomei conhecimento de uma grande gestora, que vinha performando bem nos anos de 2004 a 2007 e resolvi abrir uma conta e colocar um capital para ver o comportamento desta gestora. Naquela época eu não tinha o menor conhecimento de como funcionava uma gestora e seus fundos, o que era exposição, fundo de gestão passiva ou ativa, etc. Após adquirir uma cota de um dos fundos desta empresa (abril de 2008), vi o capital despencar praticamente 20% em dois meses, resolvi vender minha cota e tirar o dinheiro deste fundo pois o cenário no curto prazo não era animador e mesmo seguindo a contraindicação do gestor do fundo, acabei tirando meu dinheiro. Para quem permaneceu neste fundo, ele despencou mais 30% além dos 20% que eu havia perdido em função do agravamento da crise de 2008. No ano seguinte ele voltou a recuperar está perda. Ai vem a pergunta, se crise é um momento atípico, por qual motivo então não deixamos nosso dinheiro em fundos como esses. Se você deixar seu dinheiro em um fundo de gestão passiva, é a mesma coisa que você comprar ações por um banco ou corretora uma vez que a função do gestor de um fundo de gestão passiva é replicar a rentabilidade da ação ou título, se a ação ou o título sobe, a rentabilidade do fundo deve permanecer próximo da ação, assim como se a ação cair, o fundo irá replicar esta queda uma vez que o papel do fundo é este, replicar o índice de referência. Por qual motivo então não escolhemos um fundo de gestão ativa? Alguns fundos de hedge por exemplo, são referência e fazem a gestão ativa protegendo a exposição da carteira caso o gestor acredite que uma ação possa cair muito ou aumentar a exposição comprando ativos caso ele acredite que a ação possa subir no longo prazo. Então esse é o melhor? Não necessariamente, pois vários fatores farão com que a decisão no meio do caminho mude. Em função de um cenário macroeconômico, o gestor pode diminuir a exposição e vender os ativos mesmo acreditando em uma alta, a carteira pode mudar, o gestor pode mudar de empresa, há muitos motivos para que um ativo entre ou saia da carteira, além disso, um fundo Multimilionário ou até Bilionário, terá problemas em diminuir sua exposição em um curto espaço de tempo. Parece estranho pensarmos que quanto mais dinheiro, pior é para diminuir ou aumentar a exposição. Um ponto importante sobre os fundos de gestão ativa é que no mês, a média de queda das ações foi de 25% e o fundo perdeu 20%, o gestor fez o papel dele, ou seja, ele diminuiu a exposição e a perda comparada às ações de referência. Não entenda que só por ser um fundo de gestão ativa, o fundo não irá perder nada ou irá ganhar sempre.

Página 7 nelson@everhedge.com.br Qual o seu maior medo para investir em ações? Imagino que a resposta de 100% das pessoas que não investem em ações é justamente o medo de perder dinheiro. E se tivéssemos uma forma da minimizar esta perda, mas participar dos ganhos? Algo que você não precisasse ficar 3 ou 4 anos para extrair uma rentabilidade e caso a ação caia, você conseguisse minimizar esta perda. Seria interessante? Você ficaria mais confortável desta forma? Se nós mostrássemos como você pode montar uma operação e após 3 ou 4 dias sair dela atingindo rentabilidade próxima do CDI do mês, deixaria você mais confortável? Seria interessante? Vamos descrever agora o porquê comecei a gostar tanto destas operações e como a planilha que desenvolvemos com FOCO EM RENTABILIDADE E PROTEÇÃO pode nos deixar mais confortáveis neste tipo de investimento. Acompanhe

Página 8 nelson@everhedge.com.br Objetivo: Proporcionar uma boa rentabilidade no mercado financeiro com risco controlado. Operações de Taxa e Hedge Consistem na compra de determinada AÇÃO e a venda de OPÇÃO OTM (“out the Money”, em português “fora do dinheiro”). Lançamento Coberto com Trava de Baixa Cobertura: Proteção. Possuir a mesma quantidade em ações das opções lançadas (vendidas) e a diferença travarmos com a compra de outra opção bem fora do dinheiro. Opção de Compra: Uma opção de compra (Call) vendida para abrir uma posição vendida, quando o vendedor possui a mesma quantidade de ações das opções que foram vendidas. Ações Títulos emitidos por empresas que ao serem comprados transformam o comprador em sócio da mesma, a fim de investir ou especular, até o momento da venda da mesma. Prêmio É o preço de um contrato de opção, ou seja, o valor pago pelo comprador (titular) do contrato ao vendedor (lançador) no momento da aquisição da opção. Prêmio da Opção = Valor Intrínseco + Valor Extrínseco Histórias de Opções Há registros na Bíblia onde Jacob tivera que trabalhar por sete anos para Laban, pai de Raquel para ter o direito de se casar com ela. Fazendo uma analogia, Jacob comprou o direito de se casar e pagou como prêmio sete anos de trabalho para seu pai, Laban. Outra história foi de Thales, antigo filósofo grego da cidade de Miletus, com seus estudos adquiridos sobre as estrelas ele conseguiu prever com nove meses de antecedência que a próxima colheita de azeitonas seria excelente, assim sendo ele comprou o direito de alugar todas as prensas da região utilizadas para prensar azeitonas e transforma-las em azeite. Como sua previsão estava certa ele exerceu seu direito de alugar estas prensas e por consequência alugou a produtores de azeite por um valor bem mais caro. No século XVII, as Tulipas eram objetos de cobiça e status na aristocracia Holandesa, algumas Tulipas eram muito raras, nesta época os mercadores começaram a trabalhar com contratos futuros com medo que nos meses que antecedesse a colheita, o preço disparasse em função de desastre climático por exemplo.

Página 10 nelson@everhedge.com.br terá que nos pagar conforme preestabelecido. Para a seguradora, que é a vendedora de put, pois ela vendendo o seguro, a opção garante o compromisso de, caso nós queiramos exercer o seguro, pagar o valor do veículo. Tipos de Opções Americanas – As opções Americanas tem a característica de permitir o exercício em qualquer momento e não apenas no vencimento. Europeias – As opções Europeias tem como característica o exercício apenas em seu vencimento, ou seja, não pode ser exercida antes desta data. Estratégias Nas operações que iremos abordar mais a frente, trabalhamos apenas com opções de compra (call) em função da baixa liquidez no mercado de opções de venda (put) no Brasil. Futuramente iremos abordar uma outra estratégia com put onde a baixa liquidez não afetará tanto as nossas operações. Vencimentos das Opções As opções têm como data de vencimento sempre a terceira segunda feira de cada mês. Caso nesse dia não haja pregão, o vencimento ficará para o próximo dia útil. A nomenclatura da opção é formada pela letra do ativo-objeto, no caso a ação, além da letra que se refere ao mês e também, em alguns casos, ao pelo preço de exercício. Exemplo: PETRA6 – PETR - Opção de Petrobras A - Vencimento em Janeiro 6 - Strike de R$6,00 *

  • Vale lembrar que nem sempre o número no final da nomenclatura corresponde ao valor de strike, há casos onde o strike é diferenciado desse número. Para consultar ou tirar qualquer dúvida com relação ao preço do strike e séries autorizadas pela CBLC, consulte o link abaixo. http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/servicos/market-data/consultas/mercado- a-vista/opcoes/

Página 11 nelson@everhedge.com.br Meses de vencimentos Mês Call Put JANEIRO A M FEVEREIRO B N MARÇO C O ABRIL D P MAIO E Q JUNHO F R JULHO G S AGOSTO H T SETEMBRO I U OUTUBRO J V NOVEMBRO K W DEZEMBRO L X Classificação das Opções ITM = In the Money (dentro do dinheiro) ATM = At the Money (no dinheiro) OTM = Out the Money (Fora do Dinheiro) Exemplo: Ação da Petrobras a R$6, Opção com Strike de R$5,50 (Dentro do Dinheiro) Opção com strike de R$6,25 (Opção no Dinheiro) Opção com strike de R$8,00 (Fora do Dinheiro) Valor Intrínseco (VI) Valor Intrínseco (interno, inerente) é o valor embutido na opção. Esse valor é obtido através do prêmio da opção comparado com o preço da ação. Exemplo: VALE5 – R$10, VALEC10 – Preço do Prêmio = R$1,57 / Valor de Strike = R$9, VI = Valor da Ação – Valor do Strike, logo VI = R$10,96 – R$9,62 = R$1,34. Sendo assim o valor Intrínseco é a diferença entre o valor da ação e o valor de strike da opção.

Página 13 nelson@everhedge.com.br Vega O Vega mede o comportamento do preço da opção em função das mudanças da Volatilidade. Quanto maior a volatilidade de uma opção, ou seja, maior a frequência de alta e baixa de uma ação em um período de tempo, maior será o valor de Vega e por consequência maior será o valor do prêmio. Rho O Rho está relacionado a Taxa de Juros e como nossas operações tem uma liquidez de dois ou três meses para vencimento futuro e as reuniões para elevação ou queda da taxa de juros não acontece constantemente, não há tanta interferência direta em nossas operações, de qualquer forma poderemos simular esta variável em nossa planilha de controle. Apenas para conhecimento, no mercado americano, como há liquidez em Opção para um ano ou até mais dependendo do papel, a relação da taxa de juros chega a influenciar diretamente na operação. Aviso: Não sou pessoa vinculada a qualquer corretora ou qualquer instituição financeira, as operações realizadas são de responsabilidade do leitor e os exemplos citados tão pouco representam indicações de compra e venda de ações.

Operando na Prática

Este e-book tem como principal objetivo a operação de Lançamento Coberto e trava de baixa com foco específico na taxa de retorno, não iremos abordar operações direcionais como trava de alta, borboleta, Mesa, etc. Lançamento Coberto Operação muito realizada como remuneração de carteira com objetivo de capturar a taxa do período. Como a operação é realizada? Ao comprar uma determinada quantidade de ações (Petrobrás, Vale do Rio Doce, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, etc.), vende-se automaticamente a mesma quantidade de opções. Exemplo: Compra de 1.000 ações da Vale do Rio doce (VALE5) a R$10,96. Total da Operação R$10,96 x 1.000 ações = R$10.960, Venda da Opção VALED10 a R$1,50 - Valor de strike da D10 é R$10, Total da Operação R$1,50 x 1.000 = R$1.500,00.

Página 14 nelson@everhedge.com.br

Simulação de cenários

Para os cenários abaixo utilizamos a seguinte hipótese: Operação realizada faltando 32 dias para o vencimento da Opção série D, com vencimento na terceira segunda feira de Abril. Cenário de Alta Você comprou 1000 ações a R$10,96. Como “lançou” ou vendeu a mesma quantidade de opção, imagine que a ação VALE5 suba R$5,00, e faltando 2 dias para o vencimento, a ação esteja valendo R$15,96. Como você vendeu o direito de ser exercido a R$10,12, você receberá R$10.120,00 (valor de exercício) + R$1.500,00 (prêmio da opção), ou seja, R$11.620,00 sobre o capital inicial de R$10.960,00, uma taxa de 6,02%. Aí vem uma pergunta, se o valor de R$1,50 multiplicado por 1.000 ações é de R$1.500,00, por qual motivo eu não tive uma taxa de 13,68% (R$ 1.500,00 / R$10.960,00)? Vamos lembrar sobre VI e VE. O VI é a diferença entre o valor da ação e o valor de strike da opção, certo? Pois bem, pagamos pela ação o preço de R$10,96 e não o valor de strike de R$10,12, sendo assim a diferença entre os R$10,12 e os R$10,96 (R$0,84) não é considerado prêmio líquido, esse valor é o VI, que irá nos proteger 7,66% juntamente com os 6,02% do VE totalizando o prêmio total. Vale lembrar que conforme informado, uma alta de R$5,00 na ação fará com que a opção aumente o Delta, quando o Delta chegar próximo de 100% significa que para cada R$1,00 que a ação subir, a opção subirá próximo de R$1,00 também. Isso fará o preço da opção subir absurdamente, mas nossa maior preocupação é se vai dar exercício ou não, não estamos fazendo uma carteira de investimentos, nem preocupados com o valor de dividendos, estamos preocupados com a nossa taxa de retorno. Se você não suporta entregar a ação ao preço de R$10,12 que é o strike e ver o valor da ação muito maior do que você pagou, esta operação não é pra você. Cenário de Lado Imagine o seguinte cenário. A ação sofre uma queda de 7,75% e você não fez a operação de lançamento coberto. Você pensaria em estopar a operação, vender mais baixo e perder dinheiro, rezar para subir ou comprar mais para tentar fazer preço médio (o que não funciona). Você fez a mesma operação acima, mas o papel (ação) próximo do vencimento (faltando um dia para vencimento da opção) está com valor de R$10,11, neste caso você estaria perdendo R$0,85 (R$10,96 – R$10,11) por ação ou R$ 850,00, mas como vendeu 1.000 opções ao preço de R$1,50, colocou no Bolso R$1.500,00. Analisando nossa operação temos o seguinte. Não há motivo para o comprador da opção te exercer pois o preço da ação no mercado está R$10,11 e o strike para te exercer além do que

Página 16 nelson@everhedge.com.br Pulo do Gato Já mencionamos acima que uma opção com 50% de Delta, à medida que a ação sobe R$1,00, a opção sobe R$0,50 e caso a ação caia R$1,00, a opção sofrerá uma queda de R$0,50. É de compreensão do leitor que uma ação tem um delta de 100%? Porque 100%? Justamente pelo fato que se a ação sofrer uma alta de R$1,00 custará R$1,00 mais caro e se cair R$1,00 terá este valor diminuído ao seu. Correto!? Vamos pensar na seguinte operação abaixo. Compra - 1000 - VALE5 - Delta 100% Venda - 2000 – VALED10 - Delta 50% x 2 (estamos vendendo duas vezes a quantidade da ação). Quando realizamos esta operação, no momento que montamos, estamos zerados em Delta. Sim pois como temos uma ação com 100% de Delta e vendemos duas opções com delta de 50%, em teoria estamos zerados, ou seja, em uma alta de R$1,00 na ação, a soma das opções também subirá R$1,00 e para uma queda de R$1,00 na ação, a soma das opções perderá R$1,00. Aí vem a primeira pergunta: Por qual motivo então devo montar esta operação sendo que qualquer distorção no mercado, a soma tanto na alta quanto na baixa será ZERO? Simples. Em função de Theta. Como vimos acima o theta é o valor que diminui a opção com o passar do tempo, ou seja, para cada dia que a ação não oscilar muito, teremos uma diminuição no valor da opção, como estamos vendidos na opção, podemos nos beneficiar com esta distorção. A Segunda pergunta que o leitor deve estar fazendo é “Como posso vender uma quantidade maior de opção sendo que tenho apenas metade ou um terço em ações? Isso não é perigoso?” Sim. Muito! Justamente por este motivo, iremos comprar uma opção mais fora do dinheiro em mesma quantidade do saldo restante do lançamento coberto para “travarmos nosso risco”. No caso compra de 1000 opções da VALED12 (strike R$12,00) por exemplo. Não recomendamos que você tenha uma operação descoberta de opções. Posteriormente mostramos como proteger esta operação para diminuir a exposição caso o mercado tenha uma alta muito elevada. Quando executamos esta compra temos a seguinte operação. Lançamento Coberto Compra - 1000 – VALE Venda – 1000 – VALED Trava de Baixa Venda – 1000 – VALED Compra – 1000 – VALED

Página 17 nelson@everhedge.com.br Vantagens e Desvantagens Cenário de Baixa Caso o mercado caia, como você está vendido em uma quantidade maior em opções, sua perda é minimizada pelo dobro da proteção (VI + VE de cada opção). Cenário de Lado Caso o mercado não se altere, você irá capturar o dobro do theta calculado, e a medida que o seu target seja atingido, você poderá desmontar a operação diminuindo sua exposição. Cenário de Alta Caso o mercado suba, você terá que lembrar que está vendido em uma quantidade maior de opção. Tendo esta trava de baixa junto com o lançamento coberto, no dia do vencimento caso a cotação da ação estiver acima do strike + a taxa recebida, você entraria em uma zona de prejuízo uma vez que será exercido a um valor maior (strike + taxa) e terá que comprar uma quantidade de papel para entregar ao tomador da ação. Deixe-me explicar melhor. Vamos supor que a ação no dia do vencimento da opção ou até antes, esteja com o valor de R$15,00. Neste caso será interessante para o tomador da opção lhe exercer, sim, porque uma vez que ele lhe pagará o valor de strike (10,12 como o exemplo acima) acrescido do prêmio (1,57), tendo a soma dos dois resultando R$11,69, acima desta soma você começará a entrar na zona de prejuízo da trava de baixa uma vez que terá que comprar a ação pelo valor de mercado pela cotação de R$15,00 e entregar ao preço do strike + Taxa. Lembramos que este prejuízo acontecerá no dia do vencimento ou caso o mercado suba muito de um dia para o outro ao ponto de ser extremamente vantajoso pra o tomador lhe exercer. Vale lembrar que por você possuir uma compra na VALED12, ela irá se valorizar com esta alta repentina e irá lhe proteger de um prejuízo alto. É justamente por esse motivo que não carregamos as operações abaixo de 7 dias para vencimento pois o gama começa a aumentar muito e qualquer distorção no preço da ação, pode aumentar ou diminuir muito rápido o valor da opção. Por qual motivo então realizamos a operação se podemos perder dinheiro caso a ação suba muito? Não é melhor comprar só a ação então!? Primeiro que não podemos prever quando uma ação sobe ou cai, um outro fator que nos beneficia com esta operação é que quando o mercado cai em um dia, a volatilidade sobe e quando o mercado sobe, a volatilidade cai, com a queda da volatilidade isso acaba nos beneficiando no curto prazo pois mesmo com delta de 100% travado, a opção irá se valorizar um pouco menos do que a alta da ação. Nosso objetivo é difundir algumas operações que lhe proporcionam uma rentabilidade com boa proteção, claro que uma pessoa mais conservadora, pode realizar uma operação de lançamento coberto simples, compra uma vende duas, outra pessoa que possui um perfil um pouco mais arrojado e entenda bem dos cálculos de delta e a exposição, pode optar em realizar a compra de uma ação e vender duas opções (comprando mais uma opção fora do dinheiro para zerar o risco direcional) para zerar o delta por exemplo. De qualquer forma a vantagem é que independente da operação escolhida, você poderá entrar e sair do mercado em um curto período de tempo ao invés de comprar uma ação e caso ela caia, você ficar “casado” com ela esperando ela subir.

Página 19 nelson@everhedge.com.br outras o serviço é gratuito. Como exemplo, estou utilizando o link RTD da Tryd. Vale lembrar que não sou agente autônomo e tão pouco estou indicando plataformas ou corretoras. Vamos à Ferramenta Vemos acima que há duas áreas em nossa planilha, uma indicada como Operação Real ou conta real (lado esquerdo) e uma de operações simuladas ou simulado (lado direito) para realizarmos nossas simulações e cálculos de stress na ação. Conta Real Veremos a seguir que os campos destacados em amarelo deverão ser preenchidos manualmente. 1 – Código da ação (PETR4, VALE5, BBAS3, ITUB4)

A C B D E F G H

Página 20 nelson@everhedge.com.br 2 – Data de entrada na operação. Importante preenchermos para termos uma ideia de quanto tempo estamos posicionados na operação. 3 – Valor da cotação da ação no momento que estamos montando a operação. 4 – Quantidade de compra da ação 5 – Código da opção escolhida. Importante preencher corretamente o código pois será em função dela que será extraída a letra de referência para detectar quantos dias estão faltando para o vencimento. No exemplo acima é o código PETRH78. Letra H corresponde ao vencimento no dia 15/08/2016. 6 – Data de Venda da opção. Similar ao item 2. 7 – Valor da cotação da opção no momento que estamos montando a operação. 8 – Quantidade da Opção vendida. Repare que neste ponto, estamos vendendo uma quantidade maior de opção. Isto tem um motivo. Você se lembra de que falamos que se zerarmos o delta da operação, teremos uma operação em teoria “travada”? Sim, em teoria, pois o mercado teria que estático para que estas variáveis se mantivessem por algum tempo. Veja que o cálculo para verificarmos a quantidade a ser vendida de opção é simples. Capturamos o valor de delta da ação que sempre será 100% e dividimos pelo delta de uma opção (em nosso exemplo 42,29%). Chegaremos ao resultado de 2,36 que é mostrado no Fator de Multiplicação, item A. No item B já é informado a quantidade correta de venda de opção para que o delta da operação fique 100%. Como opção não trabalha com lotes fracionados, teremos que vender 4700 ou 4800 opções. Caso o mercado venha de altas consecutivas ou esteja em uma importante região de resistência, você poderá deixar o delta da operação mais positivo. Caso o mercado venha de quedas consecutivas e você queira diminuir a exposição em opções deixando o delta da operação um pouco negativo não há problema. Lembrando que em uma alta, a volatilidade costuma cair e mesmo que esteja mais exposto, poderá até sair com um lucro em uma alta moderada da ação. Veja que em nossa planilha não colocamos a quantidade de opções fora do dinheiro, pois iremos explicar mais abaixo como trabalharemos com estas opções. 9 – Valor de strike da Ação escolhida. Importante que o valor esteja correto, pois é em função deste valor, valor da opção, valor da ação e dos dias de vencimento que serão calculadas a volatilidade e posteriormente as gregas relacionadas à opção. Para verificar o valor correto consulte: http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/servicos/market-data/consultas/mercado-a- vista/opcoes/ C – Informa o Delta da Opção. D – Informa o Gama da Opção. E – Informa o Theta, ou seja, a cada dia que a ação não subir e nem cair, é o valor que iremos ganhar, é os juros pela venda da opção. F – Informa a Volatilidade da Opção.