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Drogas colinérgicas e farmacologia envolvida
Tipologia: Esquemas
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São os caracterizados pelos efeitos que produzem de modo semelhante aos da acetilcolina, e, agindo ao nível da sinapse colinérgica (do sistema nervoso autônomo parassimpático). Os fármacos agonistas colinérgicos são também denominados de parassimpaticomiméticos ou colinomiméticos. Geralmente, a acetilcolina não tem importância terapêutica, devido a sua multiplicidade de ações, e, sua rápida inativação pela acetilcolinesterase. Em situação ocasional, como agente local em Oftalmologia (principalmente para produzir miose em cirurgia oftálmica), alguns autores sugerem como única possibilidade do uso terapêutico da acetilcolina.
A injeção venosa de acetilcolina produz vasodilatação, e, queda da pressão arterial, além de um breve decréscimo da frequência cardíaca e do volume sistólico, seguido de disparo do nó sinoatrial, pois, a atividade vagal regula o coração através da liberação de acetilcolina ao nível do nó sinoatrial. A hipotensão arterial pode ocorrer porque existem receptores colinérgicos nos vasos sanguíneos que, em resposta, causam a vasodilatação. Os fármacos agonistas colinérgicos ou parassimpaticomiméticos ou colinomiméticos são distribuídos em dois grupos: 1 – Agonistas colinérgicos de ação direta: também denominados de colinérgicos diretos ou colinomiméticos diretos ou parassimpaticomiméticos diretos – que agem nos receptores colinérgicos como agonistas, ativando esses receptores e desencadeando respostas semelhantes às provocadas pela estimulação do parassimpático. 2 – Agonistas colinérgicos de ação indireta: também denominados de colinérgicos indiretos ou colinomiméticos indiretos ou parassimpaticomiméticos indiretos – que embora não tenham ação direta sobre os receptores colinérgicos, são drogas que proporcionam maior tempo da ação da acetilcolina, inibindo a enzima que tem o poder
central, e, produzir sudorese e salivação profusas. A via de administração da pilocarpina é unicamente ocular.
As drogas agonistas colinérgicos de ação indireta ou anticolinesterásicos inibem a enzima acetilcolinesterase, prolongando a ação da acetilcolina. Portanto, provocam a potencialização da transmissão colinérgica nas sinapses autônomas colinérgicas e na junção neuromuscular. Estes anticolinesterásicos podem ser reversíveis, se a ação não for prolongada, e, irreversíveis, se esta ação for prolongada.
A fisiostigmina (Antilirium®) (Enterotonus®) bloqueia de modo reversível a acetilcolinesterase, potencializando a atividade colinérgica em todo o organismo, possuindo grande número de atividades, inclusive atingindo o SNC. A duração de ação da fisostigmina é 2 a 4 horas. Embora seja menos eficiente do que a pilocarpina, também é utilizada por via ocular no tratamento do glaucoma porque produz miose, e, contração do músculo ciliar permitindo a drenagem dos canais de Schlemm, o que diminui a pressão intraocular. Entretanto, a fisostigmina é mais utilizada no tratamento da superdosagem de fármacos com atividade anticolinérgica (por exemplo, a atropina, fenotiazínicos, e antidepressivos tricíclicos, pois, estes fármacos penetram no SNC), e, também é utilizada na atonia do intestino e da bexiga, aumentando a motilidade destes órgãos. Para tratamento sistêmico, a fisostigmina pode ser administrada IM e IV sendo muito bem absorvida em todos os locais de aplicação, entretanto, distribuem-se para o SNC, e, podem provocar efeitos tóxicos, inclusive convulsões. A neostigmina (Prostigmine®), derivado do trimetilbenzenamínio, também inibe reversivelmente a enzima acetilcolinesterase, entretanto é mais polar do que a fisostigmina e não penetra no SNC, tendo atividade sobre a musculatura esquelética mais intensa do que a fisostigmina. A duração de ação da neostigmina é de 2 a 4 horas. A neostigmina possui as seguintes indicações: Atonia do intestino e bexiga; miastenia grave (prolongando a duração da acetilcolina na placa motora terminal, consequentemente, aumentando a forca muscular); como antídoto a agentes bloqueadores neuromusculares (por exemplo, a tubocurarina).
A neostigmina é mais útil no tratamento da miastenia grave do que a fisostigmina, pois, a fisostigmina tem menor potencia na junção neuromuscular do que a neostigmina. Entretanto, a fisostigmina é mais útil do que a neostigmina em condições de etiologia central, como por exemplo, em caso de superdosagem de atropina (pois, a atropina penetra no SNC, e, a neostigmina não atinge o SNC). Os efeitos adversos da neostigmina consistem em estimulação colinérgica generalizada, salivação, rubor cutâneo, queda da pressão arterial, náusea, dor abdominal, diarréia e broncoespasmo. A forma parenteral da neostigmina pode ser administrada por via subcutânea, intramuscular e intravenosa. A piridostigmina (Mestinon®), derivado do metilpiridínio, consiste em outro inibidor da acetilcolinesterase com duração de ação 3 a 6 horas, portanto, maior do que a neostigmina, e, a fisostigmina, também é utilizada no tratamento da miastenia grave e como antídoto de agentes bloqueadores neuromusculares. A piridostigmina, e, a neostigmina pertencem ao grupo dos carbamatos (ésteres do ácido carbâmico), e, apresentam atividade agonista direta nos receptores nicotínicos existentes no músculo esquelético. Os efeitos adversos são semelhantes aos da neostigmina, entretanto, com menor incidência de bradicardia, salivação e estimulação gastrintestinal. A via de administração é de acordo com a forma farmacêutica. O edrofônio (Tensilon®), que consiste em uma amina quaternária, tem ações farmacológicas semelhantes às da neostigmina, entretanto, o edrofônio possui ação de curta duração, entre 10 a 20 minutos, sendo utilizada em administração venosa, geralmente para fins de diagnóstico da miastenia grave, provocando rápido aumento da força muscular, entretanto, o
Os antagonistas colinérgicos são drogas que agem nos receptores colinérgicos, bloqueando seletivamente a atividade parassimpática (reduzindo ou bloqueando a ação da acetilcolina), sendo estes antagonistas também chamados parassimpaticolíticos ou fármacos anticolinérgicos ou anticolinérgicos assim, diminuem, inibem ou bloqueiam a resposta colinérgica. Portanto, reduzem ou anulam o efeito de estimulação do sistema nervoso parassimpático (impede que a acetilcolina estimule os receptores colinérgicos), e, em determinadas situações (indiretamente) tem o efeito estimulante do sistema nervoso simpático. Os antagonistas colinérgicos são agentes também chamados espasmolíticos ou antiespasmódicos porque reduzem os espasmos principalmente no trato gastrintestinal. De acordo o local da ação e efeitos, os antagonistas colinérgicos são classificados em: Bloqueadores ou agentes antimuscarínicos – Bloqueadores ganglionares – Bloqueadores neuromusculares – Anticolinérgicos centrais. Bloqueadores ou agentes antimuscarínicos: Os bloqueadores ou agentes antimuscarínicos são seletivos para o sistema parassimpático, agindo unicamente nos receptores muscarínicos, bloqueando ou inibindo as ações da acetilcolina nestes receptores. Existem vários agentes antimuscarínicos, entretanto, são mais utilizados: atropina – escopolamina ou hioscina – ipratrópio – propantelina – dicicloverina – diciclomina – glicopirrolato – ciclopentolato – tropicamida. Atropina (Sulfato de atropina). A atropina é um alcalóide extraído, principalmente da planta Atropa belladona, usado na forma de sulfato, consiste em um bloqueador muscarínico potente com ação tanto central quanto periférica, com duração de quatro horas, exceto quando administrado no epitélio ocular que pode durar alguns dias os seus efeitos. Todos os receptores muscarínicos são bloqueados pela atropina. Embora seja um fármaco relativamente seguro, em doses elevadas bloqueia as funções do sistema nervoso parassimpático. Efeitos – indicações – vias de administração: Os efeitos da atropina consistem em: Antiespasmódico (no trato gastrintestinal), broncodilatador, midriático, anti-secretório do trato respiratório superior e inferior, antiarrítmico. O efeito antiespasmódico é utilizado no tratamento de distúrbios gastrintestinais espásticos funcionais ou neurogênicos (hipermotilidade gastrintestinal), utilizado por via oral ou subcutânea. Na asma, como broncodilatador é utilizado em crises asmáticas via inalação, diluído em 3 a 5 ml de solução salina, através de nebulizador. Como adjuvante da anestesia reduzindo as secreções, e, provocando a broncodilatação, pode ser administrada por via oral ou intramuscular.
Utilizado no exame oftalmológico como midriático, pelo epitélio ocular, para investigar melhor a retina (as ações midriáticas da atropina podem persistir por uma semana após a aplicação ocular, assim, tem sido preferidas, atualmente, outras drogas como ciclopentolato, e, a tropicamida, pois, a recuperação completa da acomodação visual ocorre, respectivamente, entre 6 a 24 horas, e, 2 a 6 horas). Na intoxicação por anticolinesterásicos, a atropina é utilizada também como antídoto aos efeitos dos inibidores da acetilcolinesterase, praguicidas organofosforados e muscarina, podendo ser administrada por via venosa (1 a 2 mg). É utilizada na bradicardia, e, como antiarrítmico pode ser administrado por via venosa. As contraindicações da atropina consistem: glaucoma, pois, pode precipitar crise de glaucoma em indivíduos predispostos; uropatia obstrutiva; doença obstrutiva do trato gastrintestinal; íleo paralítico; atonia intestinal de pacientes debilitados ou idosos; colite ulcerativa grave, especialmente se complicada por megacolo tóxico; estado cardiovascular instável em hemorragia aguda; miastenia grave; hiperplasia da próstata. Entre os efeitos adversos da atropina destacam-se: Secura da boca, cicloplegia, sede exagerada, dificuldade em urinar e rubor facial. No SNC, pode provocar confusão, inquietação, alucinações e delírio. Tem sido relatado casos de rubor, principalmente, na área maxilar devido à vasodilatação. Em doses elevadas a atropina pode provocar a taquicardia, e, isquemia cardíaca. Em crianças tem sido relatado casos de rubor (“vermelhidão intensa”) da face, e, do tronco após 15 a 20 minutos da injeção IM de atropina sendo denominado de “rubor atropínico”. Escopolamina (Buscopam®). A escopolamina ou hioscina também é um alcalóide da belladona. Apresenta efeitos semelhantes aos da atropina, porém, a escopolamina tem ações e efeitos mais pronunciados no SNC, com a duração mais prolongada do que a atropina. Apresenta também o efeito de bloquear a memória recente. Também é utilizado na hipermotilidade gastrointestinal, e, tem sido indicada para a prevenção da cinetose, evitando náuseas e vômitos de origem labiríntica e contra vômitos causados por estímulos locais no estômago, embora seja menos útil após instalada a náusea. Em Obstetrícia, a escopolamina é utilizada associada à morfina, para produzir amnésia e sedação. As vias de administração da hioscina são: Oral, parenteral e transdérmica (na prevenção da cinetose, sendo o fármaco aplicado numa unidade adesiva do tipo bandagem atrás da orelha).
Os efeitos adversos são: Erupção da pele, edema local, alterações da sensibilidade, febre, artralgia, cefaléia, fraqueza geral, depressão, parestesia, diplopia, lacrimejamento, ptose palpebral. Nicotina (Niquitin®). A nicotina estimula os receptores neuronais (Nn) em baixas doses, e, posteriormente, bloqueia predominantemente estes receptores em altas doses. Os estímulos dos gânglios vagais cardíacos (que provoca a bradicardia) é menor que a estimulação simpática do coração (levando a taquicardia), assim como a ação simpática sobre os vasos sangüíneos provocando a vasoconstrição. Na medula adrenal, provoca estimulo da liberação das catecolaminas que levam a taquicardia e vasoconstrição, e, consequentemente ao aumento da pressão arterial temporária. Embora em baixas doses aumente a respiração, em doses elevadas pode provocar paralisia medular e bloqueios dos músculos esqueléticos da respiração causando a falência respiratória. A cardiopatia isquêmica, a bronquite crônica, e 90% dos casos de câncer do pulmão têm como principal causa o uso do fumo, além de muitas outras doenças. A única utilidade terapêutica da nicotina tem sido no tratamento da interrupção do uso do fumo sob a forma de goma de mascar ou emplastros transdérmicos (que freqüentemente tem provocado irritação e prurido locais). Bloqueadores neuromusculares: Consistem em bloqueadores da transmissão colinérgica no sistema somático na placa motora neuromuscular da musculatura esquelética. Assim, combina-se com os receptores nicotínicos bloqueando a ação da acetilcolina. Tem sido utilizado principalmente na anestesia para produzir relaxamento muscular, sem a necessidade de doses anestésicas mais elevadas. Estes bloqueadores não penetram nas células com facilidade, sendo a maioria excretada pela urina de forma inalterada. Bloqueadores neuromusculares: Tubocurarina (alcurônio) – atracúrio – mivacúrio – rocurônio – vecurônio – pancurônio – succinilcolina. Estes bloqueadores são considerados de ação local. Existem também os bloqueadores neuromusculares de ação central, como o diazepam, o dantrolene, e, o baclofeno, que serão estudados posteriormente. Tubocurarina – Atualmente substituída pelo Alcurônio (Alloferine®): Consiste em um alcalóide vegetal, pouco utilizado na atualidade devido provocar broncoconstrição e a hipotensão, relacionados a liberação de histamina. Tem sido substituído pelo derivado semissintético alcurônio que provoca menos efeitos colaterais. Anteriormente, foi
utilizada a Galamina (Flaxedil®), outro derivado semissintético da tubocurarina, entretanto, apresenta taquicardia sendo também pouco utilizado. Atracúrio (Tracrium®) (Tracur®): Apresenta inicio de ação rápida, sendo útil durante a ventilação mecânica, em pacientes que se encontrem comprometidos, principalmente pela degradação espontânea no plasma, podendo ser utilizada em pacientes com insuficiência renal. O efeito colateral mais importante é a hipotensão transitória. Mivacúrio (Mivacron®): Tem a velocidade do inicio de ação rápida, e, tempo de recuperação mais rápida do que o atracúrio. Pancurônio (Pancuron ® ): É considerado vagolítico (aumenta a freqüência cardíaca). Rocurônio (Esmeron®): Consiste no bloqueador neuromuscular de inicio de ação mais rápida (um minuto), útil na intubação da traquéia com estômago que não esteja vazio. Vecurônio (Norcuron®): Útil em cirurgia de curta duração, e, apresenta inicio de ação rápida, sendo amplamente utilizado. Succinilcolina (Anectine®): Este é o único bloqueador neuromuscular despolarizante, ou seja, provoca a contração muscular, ligando-se ao receptor nicotínico e agindo como a acetilcolina, provocando contrações transitórias (chamadas fasciculações). Entretanto, a succinilcolina não é destruída pela enzima acetilcolinesterase, permanecendo ligada ao receptor por longo tempo, assim, posteriormente, a membrana repolariza-se (relaxamento), e, impede a ação da acetilcolina no receptor. A succinilcolina é degradada pelas colinesterases plasmáticas, e, tem sido utilizada quando é necessária a intubação endotraqueal rápida, evitando a aspiração do conteúdo gástrico durante a intubação. Como efeitos colaterais, pode ocorrer a hipertermiamaligna, dores musculares pós-operatória, hipercalemia e aumento da pressão ocular. Anticolinesterásicos centrais: Utilizados largamente para diminuir os efeitos adversos dos antipsicóticos centrais. Os principais anticolinérgicos centrais comercializados no Brasil são: Biperideno (Akineton ® ), e o Triexifendil (Artane ® ). Os efeitos adversos dos anticolinérgicos centrais são: Agitação, confusão mental, euforia, secura da boca, midríase, retenção urinária, e, constipação.