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portar uma ou mais doenças osteoarticulares – osteoartrite, osteoporose e artrite ... preensão palmar, do sistema muscular, da capacidade funcional e do ...
Tipologia: Provas
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Julia Pancotte
Passo Fundo
Julia Pancotte
Doenças Osteoarticulares: prevalência e tratamento fisioterapêutico
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Envelhecimento Humano da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia da Universidade de Passo Fundo, como requisito parcial para obtenção de título de Mestre em Envelhecimento Humano.
Orientadora:
Coorientadora:
Passo Fundo
Dedico àqueles que mais amo, que mais me apoiaram, aos responsáveis pelo que sou e pela minha chegada até aqui: MINHA FAMÍLIA.
Aos participantes, pela contribuição para com a ciência e a pesquisa.
Aos amigos, que, por muitas vezes, tiveram que entender meu afastamento e que torceram por mim em cada fase concluída desse projeto.
Aos amigos que fiz durante esses anos, grandes colegas que tive prazer imenso em conhecê-los. Em especial, a Lauana D’Avila Eidelwein e a Fhaira Petter da Silva.
Ao Programa de Pós Graduação em Envelhecimento Humano, pela estrutura e pelos conhecimentos adquiridos no decorrer do curso.
As professoras Ms. Daniela Bertol Graeff e Dra^ Ana Luísa Sant’Anna Alves, pela acolhida em seus projetos de extensão, pela possibilidade em adquirir experiência em pesquisa, por tanto conhecimento e oportunidades de desenvolver trabalhos. Muito obrigada!
Pancotte, Julia. Doenças osteoarticulares: prevalência e tratamento fisioterapêutico.
Introdução: O processo de envelhecimento vem ocorrendo, em nível populacional, de forma crescente nas últimas décadas e encontra-se associado ao aumento das doenças crônico-degenerativas. Entre essas doenças, estão as osteoarticulares; sendo as mais frequentes nos idosos a osteoporose, osteoartrite e artrite reumatoide. São consideradas causas de alta prevalência de dor crônica e de comprometimento da funcionalidade, da força muscular, do equilíbrio, da coordenação motora e das atividades de vida diária, causando dor, rigidez e repercutindo na qualidade de vida dos portadores. Objetivo: Investigar a prevalência da osteoartrite e a presença de fatores de risco em frequentadores de um grupo de convivência e avaliar a intervenção fisioterapêutica sobre a capacidade funcional, força de preensão palmar, equilíbrio, flexibilidade e massa muscular dos portadores de osteoartrite, osteoporose e artrite reumatoide. Métodos: Esta dissertação é composta por dois estudos com amostragem por conveniência. Participaram do primeiro estudo, 391 indivíduos frequentadores de um centro de convivência de ambos os sexos, com 50 anos de idade ou mais. As variáveis consideradas foram presença de osteoartrite, sexo, cor/raça, idade, início da menopausa, estado nutricional, histórico de quedas e de fraturas decorrentes de quedas, uso de medicamentos, percepção de saúde e diagnóstico de doenças relatado pelos participantes. Participaram do segundo estudo, 38 indivíduos provindos de um centro de convivência e de uma clínica escola de Fisioterapia, de ambos os sexos, que relataram portar uma ou mais doenças osteoarticulares – osteoartrite, osteoporose e artrite reumatoide. Consideraram-se as variáveis: presença dor articular e outras morbidades, mão dominante, articulações acometidas e uso de prótese. Foram avaliados pré e pós- intervenção fisioterapêutica as variáveis de perimetria de membros superiores, flexibilidade de ísquiotibiais, capacidade funcional, equilíbrio e força de preensão palmar. As intervenções fisioterapêuticas ocorreram duas vezes por semana, por dois meses, 60 minutos de duração cada, totalizando de 10 a 16 sessões. Os exercícios compreenderam em alongamento, fortalecimento, treino de marcha, de equilíbrio, de propriocepção, de sensibilidade e de coordenação motora, mobilidade articular e liberação miofascial. A análise estatística realizada foi descritiva e inferencial. Resultados: No primeiro estudo (amostra exclusivamente do centro de convivência), dos 391 indivíduos participantes, 32 (7,7%) relataram osteoartrite, 377 (96,4%) eram do sexo feminino, 187 (47,9%) de idade entre 60 a 69 anos, 326 (84,1%) cor/raça branca, 191 (48,8%) apresentavam estado nutricional eutrófico, 328 (83,9%) relataram não ter caído no último ano, 361 (92,3%) faziam uso de medicamentos, 282 (72,2%) consideravam sua saúde como muito boa ou boa, e dentre as mulheres, 306 (78,3%)
Pancotte, Julia. Osteoarticular diseases: prevalence and physiotherapy treatment. 2016. 71 f. Dissertation (Masters in Human Aging) – University of Passo Fundo, Passo Fundo (RS), 2016.
Introduction: The aging process is taking place at the population level, increasingly in recent decades and is associated with increased chronic diseases. Among these diseases are osteoarticular; the most frequent in the elderly osteoporosis, osteoarthritis and rheumatoid arthritis. They are considered causes of high prevalence of chronic pain and functionality impairment, muscle strength, balance, coordination and activities of daily life, causing pain, stiffness and reflecting on the quality of life of patients. Objective : To investigate the prevalence of osteoarthritis and the presence of risk factors in patrons of a community center and assess the physical therapy intervention on functional capacity, grip strength, balance, muscle flexibility and mass of osteoarthritis patients, osteoporosis and arthritis rheumatoid. Methods: This dissertation consists of two studies with convenience sampling. Participated in the first study, 391 individuals who regularly attended a center of coexistence of both sexes, 50 years of age or older. The variables considered were the presence of osteoarthritis, gender, color / race, age, onset of menopause, nutritional status, history of falls and fractures from falls, medication use, health perception and diagnosis of diseases reported by the participants. Participated in the second study, 38 individuals stemmed from a community center and a school clinic of physiotherapy, of both sexes, who reported carry one or more bone- joint diseases - osteoarthritis, osteoporosis and rheumatoid arthritis. The variables were considered: presence joint pain and other morbidities, dominant hand, affected joints and use of prosthesis. They were assessed before and after physical therapy intervention variables perimetry of the upper limbs, hamstrings flexibility, functional capacity, balance and grip strength. The physical therapy interventions occurred twice weekly for two months lasting 60 minutes each, totaling from 10 to 16 sessions. The exercises understood in stretching, strengthening, gait training, balance, proprioception, sensitivity and coordination, joint mobility and myofascial release. The statistical analysis was descriptive and inferential. Results: In the first study (sample only the community center) of the 391 individuals participants, 32 (7.7%) reported osteoarthritis, 377 (96.4%) were female, 187 (47.9%) age between 60 to 69 years, 326 (84.1%) color / white race, 191 (48.8%) were eutrophic nutritional status, 328 (83.9%) reported having not fallen in the last year, 361 (92.3 %) were using drugs, 282 (72.2%) considered their health as very good or good, and among the women, 306 (78.3%) reached menopause after 55 years old. Hypertension was reported by 223 (53.9%) individuals. Compared presence of osteoarthritis with the other variables, were associated health perception (p = 0.033) and history of falls (p = 0.020). In the second study of 32 subjects, 30 (93.8%) were female, 17 (53%) were from 60 to 69 years, 18 (60%) used four or more drugs, 29
(90.6%) not using prosthetic joint and 20 (62.5%) had hypertension associated osteoarticular diseases. Of the three investigated diseases, osteoarthritis was more frequent (60.9%); already the most affected joints are the knee (32%), hip (16%), metacarpophalangeal (16%) and spine (16%). All reported his right hand as dominant. For variable functional capacity, 14 (43.7%) individuals were in the top category after the physical therapy intervention. The perimeter of the right upper limb showed no significant difference compared pre- and post-physical therapy intervention; instead, the grip strength of right and left hand, perimetry left upper limb, balance and flexibility were significant (p<0.05). Conclusions: In the first study, it can be seen that, osteoarthritis, considered a highly prevalent disease among the community showed little prevalent in the sample, possibly because they were frequenting a community center and their physical condition active. The profile described in this study agrees mostly with the description of the literature regarding female risk factors, age and menopause over 55 and overweight. Based on the second study results, therapeutic exercise was effective in maintaining or improving balance, grip strength, functional capacity, hamstrings flexibility and perimetry upper limbs of patients with osteoarthritis, osteoporosis and rheumatoid arthritis.
Key words: 1. Osteoarthritis. 2. Osteoporosis. 3. Arthritis, Rheumatoid. 4. Physical Therapy Modalities.
AR – Artrite Reumatoide cm – centímetros DCNT – Doenças Crônicas Não-Transmissíveis DM – Diabetes Mellitus DOAs – Doenças Osteoarticulares FPP – Força de Preensão Palmar HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica IMC – Índice de Massa Corporal MIF – Medida de Independência Funcional MSD 10 – membro superior direito 10 centímetros acima do olecrano MSD 15 – membro superior direito 15 centímetros acima do olecrano MSE 10 – membro superior esquerdo 10 centímetros acima do olecrano MSE 15 – membro superior esquerdo 15 centímetros acima do olecrano OA – Osteoartrite
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como seus acometimentos e tratamentos fisioterapêuticos e a adequação da força de preensão palmar, do sistema muscular, da capacidade funcional e do equilíbrio com o envelhecimento. O terceiro capítulo apresenta a primeira produção cientifíca realizada para investigar a prevalência de osteoartrite e a presença de seus fatores de risco e o quarto capítulo apresenta um ensaio clínico realizado com portadores de doenças osteoarticulares. As considerações finais deste trabalho apresentam-se no quinto e último capítulo. Logo, esse trabalho objetiva investigar a prevalência das doenças osteoarticulares mais frequentes e avaliar a intervenção fisioterapêutica sobre a capacidade funcional, força de preensão palmar, equilíbrio, flexibilidade e massa muscular dos portadores.
2. 1. Envelhecimento e Doenças Osteoarticulares
O processo de envelhecimento ocasiona alterações morfofisiológicas no organismo, o que aumenta a suscetibilidade e vulnerabilidade a doenças. Estas, quando apresentam longa duração e, geralmente, lenta progressão, conceituam-se doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e podem comprometer a funcionalidade e a qualidade de vida dos idosos (VIVAN; ARGIMOM, 2009; GOTTLIEB et al., 2011; LEITE et al., 2012; WHO, 2015). O aparecimento dessas doenças é frequente e com alta prevalência estão a osteoartrite, a artrite reumatoide e a osteoporose (SEBASTIÃO et al., 2008). Devido ao acometimento osteoarticular, essas doenças somadas às alterações fisiológicas próprias do envelhecimento, deixam o indivíduo em condição ainda mais frágil (FINATO et al., 2014). A osteoartrite (OA) é uma doença degenerativa e progressiva, de característica reumática, prevalente entre indivíduos com mais de 65 anos de idade (SOUZA; LAAT,
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A osteoporose classifica-se como pós-menopausa, atinge mulheres após a menopausa; senil, acomete pessoas com mais de 70 anos de idade, e; secundária, atinge pessoas com doença renal hepática, endócrina, hematológica ou sob uso de alguns medicamentos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA, 2011b). Os fatores de risco para osteoporose incluem: menopausa, envelhecimento, hereditariedade, dieta pobre em cálcio, excesso de fumo e álcool, imobilização prolongada e medicamentos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA, 2011b). O risco de desenvolver osteoporose depende da massa óssea obtida na idade adulta jovem e do índice de perda dessa massa nos anos posteriores. O estilo de vida também pode determinar a probabilidade de desenvolver essa doença (HALLBERG et al., 1992). Para diagnosticar a osteoporose é realizada densitometria óssea, exame indolor que permite medir a massa óssea da coluna e do fêmur. Usado para avaliar o estágio da doença e acompanhar o tratamento (SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA, 2011b).
2. 2. Força de Preensão Palmar, Capacidade Funcional e Equilíbrio versus Envelhecimento
A força de preensão palmar, a capacidade funcional e o equilíbrio apresentam relação direta com a qualidade de vida e a dependência funcional dos indivíduos (TAEKEMA et al., 2010; RANTANEN et al., 2003; LING et al., 2010; NORMAN et al., 2011). O sistema muscular, como um todo, preserva-se pela quantidade de atividade física praticada e responde ao treinamento de força. A capacidade funcional do sistema musculoesquelético é determinada pelos tipos de movimentos executados nas atividades de vida diária durante toda a vida (SPIRDUSO, 2005). A preensão palmar é considerada como a flexão dos dedos sobre a região palmar (DIAS et al., 2010). Esse movimento permite realizar, com qualidade, a oposição e a
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adaptação da mão na forma do objeto (SANGOLE; LEVIN, 2008). Comporta-se inversamente proporcional à idade, isto é, quanto maior a idade, menor será a força de preensão palmar (GALE et al., 2007); por volta dos oitenta anos, os idosos apresentam cerca de 40 a 50% de perda da força muscular (KAUFFMAN, 2001). Por utilizar instrumentos de pequeno porte e exigir pouco esforço, estudos vêm utilizando, cada vez mais, a mensuração da força de preensão palmar (FPP) para avaliar a força muscular geral (FARIAS et al., 2012; NEWMAN et al., 2006). A manutenção de valores altos da força de preensão palmar por indivíduos na meia idade faz com que sejam menores as chances de incapacidades por apresentar maior reserva de força, isso os previne de condições crônicas de incapacidade funcional (RANTANEN et al., 1999). O movimento da preensão palmar depende da ação dos músculos intrínsecos e extrínsecos da mão. Os primeiros, originados e inseridos na mão, são os lumbricais interósseos palmares, interósseos dorsais, tênares e hipotênares; os segundos, originados no antebraço ou no úmero e inseridos na mão, compreendem os extensores dos dedos, extensor próprio do indicador, extensor do dedo mínimo, extensor longo do polegar, extensor curto do polegar, abdutor longo do polegar, flexor superficial e profundo dos dedos e flexor longo e curto do polegar. A ação desses músculos possibilita a abertura da mão, fechamento dos dedos e polegar para segurar um objeto e adaptar-se a sua forma, exercer uma força e a liberação do objeto. Esses movimentos caracterizam as fases da preensão palmar (SANTOS, 2009). Geralmente, os idosos que apresentam a força de preensão palmar reduzida são os sedentários, com déficits de massa corporal, com problemas de saúde e limitações funcionais (GERALDES et al., 2008). Para Spirduso (2005), idosos ativos têm níveis de força superiores aos de pessoas sedentárias e, inclusive apresentam um ganho maior do que as pessoas jovens, pois, geralmente, iniciam um programa de exercícios em condições mais debilitadas. Independente da idade, o movimento de preensão palmar está incluso em grande quantidade nas atividades de vida diária, ao segurar objetos, apoiar-se em corrimão ou em ônibus, nos afazeres domésticos, na higiene pessoal, na alimentação e muitas outras.