Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Estenose Aórtica e Insuficiência Mitral: Diagnóstico, Tratamento e Cuidados de Enfermagem, Resumos de Clínica médica

As condições cardíacas de estenose aórtica e insuficiência mitral, descrevendo seus sintomas, diagnóstico, tratamento e cuidados de enfermagem. Apresenta informações detalhadas sobre a fisiopatologia, a progressão da doença, os exames utilizados para o diagnóstico e as intervenções de enfermagem adequadas para o manejo do paciente. O documento destaca a importância da monitorização contínua dos sinais vitais, da prevenção de complicações e da assistência humanizada ao paciente.

Tipologia: Resumos

2021

Compartilhado em 30/12/2024

gabriela-souza-ua4
gabriela-souza-ua4 🇧🇷

1 documento

1 / 18

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
1
CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS AFYA
COORDENAÇÃO DE ENFERMAGEM
EMILLY HADASSA RIBEIRO MELO
GABRIELA CARVALHO DE SOUZA
LAURA RAIANE CLAUDINO LOIOLA
STEFANI NUNES DA ROCHA
ESTUDO DE CASO APROFUNDADO: MANEJO DAS CONDIÇÕES
CARDIOVASCULARES
Estudo de caso apresentado à disciplina de
Estação de Aprendizado IV do Centro
Universitário São Lucas como requisito
parcial para obtenção de nota na avaliação
N2.
Orientador (a): Stéfane Christie Ferreira
de Lima
PORTO VELHO - RO
2024
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Estenose Aórtica e Insuficiência Mitral: Diagnóstico, Tratamento e Cuidados de Enfermagem e outras Resumos em PDF para Clínica médica, somente na Docsity!

CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS – AFYA

COORDENAÇÃO DE ENFERMAGEM

EMILLY HADASSA RIBEIRO MELO

GABRIELA CARVALHO DE SOUZA

LAURA RAIANE CLAUDINO LOIOLA

STEFANI NUNES DA ROCHA

ESTUDO DE CASO APROFUNDADO: MANEJO DAS CONDIÇÕES

CARDIOVASCULARES

Estudo de caso apresentado à disciplina de Estação de Aprendizado IV do Centro Universitário São Lucas como requisito parcial para obtenção de nota na avaliação N2. Orientador (a): Stéfane Christie Ferreira de Lima PORTO VELHO - RO 2024

EMILLY HADASSA RIBEIRO MELO

GABRIELA CARVALHO DE SOUZA

LAURA RAIANE CLAUDINO LOIOLA

STEFANI NUNES DA ROCHA

ESTUDO DE CASO APROFUNDADO: MANEJO DAS CONDIÇÕES

CARDIOVASCULARES

Estudo de caso apresentado à disciplina de Estação de Aprendizado IV do Centro Universitário São Lucas como requisito parcial para obtenção de nota na avaliação N2. Orientador (a): Stéfane Christie Ferreira de Lima PORTO VELHO - RO 2024

1. INTRODUÇÃO

As doenças cardiovasculares (DCV) têm apresentado expressiva prevalência nos quadros de morbi-mortalidade na maioria dos países do Ocidente, inclusive em países da América do Sul, como o Brasil. Dentre as DCV, destacam-se as doenças valvares cardíacas: Estenose Aórtica Grave e Insuficiência Mitral Importante, que representam um desafio clínico significativo devido à interação hemodinâmica das duas lesões valvares. A estenose aórtica (EAo) é uma doença progressiva que começa sem sintomas, mas pode evoluir para dispneia, síncope e angina. Após o início dos sintomas, a sobrevida média é de 2 a 5 anos, dependendo do sintoma, com risco de morte súbita de 3% a 5% em assintomáticos e até 34% em sintomáticos. Afeta 2% a 9% da população geral, sendo mais comum em idosos (48% em pessoas acima de 85 anos). Devido à gravidade, o paciente com EAo requer cuidados integrais, acompanhamento médico regular e tratamento conforme a gravidade da condição. Por outro lado, a insuficiência mitral (IM) é considerada uma doença cardíaca comum, grave e de difícil controle, podendo o doente permanecer assintomático durante vários anos. A maioria dos pacientes portadores de insuficiência mitral que procura auxílio médico apresenta como queixas principais dispneia e cansaço, sendo que 66,3% encontram-se na classe funcional I e II da NYHA. A incidência desta doença é maior no sexo feminino (71,7%), acometendo prioritariamente ambas as cúspides, seguidas da anterior e, finalmente, da posterior. A interação entre EAo e IM é complexa e desafiadora. A EAo aumenta a pressão sistólica do ventrículo esquerdo, agravando o refluxo sanguíneo para o átrio esquerdo, enquanto a IM intensifica a sobrecarga hemodinâmica do ventrículo esquerdo, acelerando sua disfunção. Juntas, essas condições resultam em disfunção ventricular esquerda, aumento das pressões pulmonares e comprometimento hemodinâmico sistêmico. Mais comuns em idosos, devido ao envelhecimento e calcificações, também podem estar associadas a doenças reumáticas, insuficiência cardíaca, hipertensão e doenças coronarianas. O prognóstico depende da gravidade das lesões, da função ventricular, do tempo e adequação do tratamento, bem como da possibilidade de correção valvar. O presente estudo tem como objetivo analisar detalhadamente o quadro clínico da paciente G.N.G., 59 anos, com ênfase nas principais complicações associadas à estenose aórtica importante e à insuficiência valvar mitral importante. Serão discutidas as implicações dessas condições para a saúde da paciente, com destaque para as intervenções de enfermagem eficazes na promoção da qualidade de vida. Este estudo busca ampliar o entendimento sobre o manejo das complicações cardiovasculares, além de contribuir para o aprimoramento das práticas

assistenciais, com embasamento científico.

2. DESENVOLVIMENTO 2.1 IDENTIFICAÇÃO (AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM) Paciente G.N.G., 59 anos, sexo masculino, nasceu em 03 de dezembro de 1964, sendo natural de Paranavaí, residente na zona rural de Buritis/RO. É casado, exerce a profissão de caminhoneiro e possui escolaridade correspondente a ensino médio completo. Reside em um domicílio de alvenaria de propriedade própria, onde moram 3 pessoas, contando com infraestrutura pouco adequada, com fornecimento de água encanada, porém sem rede de esgoto, caracterizando infraestrutura limitada. O paciente possui 2 filhos e pratica a religião do catolicismo ocasionalmente. Em relação aos hábitos de vida, o paciente apresenta dificuldade para se alimentar devido a problemas na dentição, o que compromete a mastigação e a ingestão de alimentos sólidos. Apesar disso, relata realizar cerca de cinco refeições diárias, com apetite reduzido e preferência por alimentos mais macios ou líquidos, como sopas, purês e mingaus. Consome pouca variedade de frutas e vegetais e mantém uma ingestão hídrica preservada. Para lazer e recreação, relata a preferência em assistir televisão e jogos de azar. Paciente nega a inclusão de atividade física no seu cotidiano. Tabagista há 39 anos, fumando cerca de 7 cigarros/dia e etilista relatando o consumo de pinga diariamente e cerveja aos finais de semana. Em relação ao sono e repouso, apresenta queixa de insônia, relatando vários despertares durante a noite. Seu histórico médico inclui doenças crônicas como hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM). Paciente com histórico de cardiopatia, com diagnóstico de valvopatia grave, incluindo estenose aórtica e insuficiência mitral, confirmado há 8 anos. Além disso, é portador de doença renal crônica, identificada há 2 anos. Também apresenta episódios de epilepsia, caracterizada por crises convulsivas recorrentes, estando em tratamento contínuo com ácido valproico. Deu entrada na clínica cardiovascular em 30/10/2024 às 16h54, apresentando queixa principal de precordialgia intensa associada à dispneia. com amnésia anterógrada, e dispneia progressiva nos últimos dois anos. Foi identificado com estenose aórtica severa durante avaliação após acidente de moto ocorrido em outubro de 2024, que levou à suspensão de cirurgia de clavícula. Evoluiu com agravamento dos sintomas cardiovasculares e nova crise convulsiva recente. O paciente encontra-se em regular estado geral, anictérico, cianótico, afebril, normocorado, hidratado e comunicativo. Cabeça: Crânio simétrico, sem deformidades ou lesões. O couro cabeludo está íntegro, com boa higiene, sem sinais de descamação ou infecção.

SSVV: SatO² 97%, FC 75 bpm, PA 124 x 70 mmHg, Tax 35,2°C, e glicemia capilar de 81 mg/dL. Peso da admissão: 63,4 kg, peso atual: 62,1 kg e altura de 1,65 metros, apresentando índice de massa corporal (IMC) dentro dos limites normais. 2.2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA) 2.2.1. DEFINIÇÃO Estenose aórtica (EA) é o estreitamento da valva aórtica, obstruindo o fluxo sanguíneo do ventrículo esquerdo para a aorta ascendente durante a sístole. As causas compreendem valva bicúspide congênita, esclerose degenerativa idiopática com calcificação e febre reumática. A estenose aórtica não tratada progride e torna-se sintomática com um ou mais sintomas da tríade clássica de síncope, angina e dispneia de esforço; ela pode provocar insuficiência cardíaca e arritmias. O sopro de ejeção crescendo-decrescendo é característico. A insuficiência mitral (IM) é caracterizada pela regurgitação sanguínea para o átrio esquerdo durante a sístole ventricular. Pode ser decorrente de anormalidades em diferentes locais do aparato valvar, tais como folhetos, ânulos, cordas tendíneas e músculos papilares. Desenvolve-se por dois principais mecanismos: problemas da própria válvula mitral (insuficiência mitral primária): podem surgir por defeitos da válvula de nascença, infeções que destroem a válvula, ou até mesmo traumatismos de grande impacto que possam provocar uma rotura da válvula. Podem surgir de forma súbita ou ir agravando progressivamente ao longo do tempo e problemas do ventrículo que afetam o funcionamento da válvula mitral (insuficiência mitral secundária): surgem normalmente após vários anos de evolução de outras doenças cardíacas, como a insuficiência cardíaca, arritmias ou fibrilhação auricular 2.2.2. ETIOLOGIA E/OU INCIDÊNCIA Em pacientes idosos, o precursor mais comum da estenose aórtica é a Esclerose aórtica, mediada por um processo inflamatório que é semelhante, mas distinto, da aterosclerose. Fatores de risco genéticos, anatômicos, dinâmicos hídricos e ambientais são hipertensão, tabagismo, hipercolesterolemia e presença de valva bicúspide. Deposição de lipídios e inflamação levam ao espessamento das estruturas da valva aórtica por fibrose e calcificação inicialmente sem causar obstrução significativa. Após alguns anos, a esclerose aórtica progride para estenose em até 15% dos pacientes.A lipoproteína (a) está implicada na patogênese tanto da estenose aórtica como da aterosclerose. Níveis elevados de lipoproteína (a) também predizem uma progressão hemodinâmica mais rápida da EA. Pacientes com psoríase têm maior risco de aterosclerose e, recentemente, a psoríase foi associada a risco aumentado de estenose aórtica. Em pacientes <

70 anos, a causa mais comum de estenose aórtica é a Valva aórtica bicúspide congênita. A estenose aórtica congênita ocorre em 3 a 5/1000 nascidos vivos e afeta mais homens; ela está associada a coarctação e dilatação progressiva da aorta ascendente provocando dissecção da aorta. Nos países com atendimento de saúde precário, a causa mais comum de estenose aórtica em todas as faixas etárias é a Febre reumática A estenose aórtica supravalvar causada por membrana congênita discreta ou constrição hipoplástica um pouco acima dos seios de Valsalva é incomum. Uma forma esporádica da estenose aórtica supravalvar com aparência facial característica (fronte alta e ampla, hipertelorismo, estrabismo, nariz arrebitado, filtro longo, boca larga, anormalidades dentárias, bochechas salientes, micrognatia e orelhas com implantação baixa). Quando associada à hipercalcemia idiopática da infância, essa forma é conhecida como síndrome de Williams. A estenose aórtica subvalvar, provocada por membrana congênita ou anel fibroso, logo abaixo da valva aórtica, é incomum. No entanto, a insuficiência mitral pode ser dividida em causas primárias e secundárias. As causas primárias incluem prolapso da válvula mitral, degeneração mixomatosa, defeitos congênitos, endocardite infecciosa e trauma cardíaco. Já as causas secundárias estão relacionadas a doenças que afetam o ventrículo esquerdo, como a disfunção sistólica, dilatação e remodelação ventricular. Além disso, a insuficiência mitral pode ser causada por outras condições, tais como a doença coronariana, aneurisma do ventrículo esquerdo e miocardiopatias restritivas. É fundamental identificar a etiologia específica em cada paciente, a fim de direcionar o tratamento adequado e melhorar o prognóstico. 2.2.3. FISIOPATOLOGIA A definição clássica de EAo é a obstrução à passagem de fluxo sanguíneo na via de saída do ventrículo esquerdo. Para o perfeito entendimento dos fenômenos físicos envolvidos nesse conceito e, portanto, para que sejam explicados os achados de exame físico e ecocardiográfico, primeiro, é necessário definir o que causa o fluxo de fluídos. Segundo a lei de Poiseuille, o fluxo sempre segue no sentido de uma zona de alta pressão em direção à zona de baixa pressão, mas sofre efeitos de resistência que serão discutidos em seguida. Em resumo, entende-se fluxo como a Equação 1, onde "Q" representa o fluxo, "Pl" e "P2" a pressão entre as duas zonas e "R" a resistência ao fluxo encontrada no sistema (TRIGUI, 2021). A resistência, portanto, é um determinante do fluxo e pode, também, ser definida na forma da Equação de Poiseuille, representada na Equação 2, onde "n"' é a viscosidade, "I" o comprimento do sistema, e "'" o raio do tubo. Em uma análise de caso de EAo, pode-se concluir que a viscosidade do sangue e o comprimento do sistema são mantidos, variando-se, apenas, o raio da via de saída

2 .2. 5. QUADRO CLÍNICO

A estenose aórtica é uma condição caracterizada pelo estreitamento da válvula aórtica, o que dificulta o fluxo sanguíneo do ventrículo esquerdo para a aorta e o restante do corpo. Esse problema se desenvolve de forma lenta e, em seus estágios iniciais, pode passar despercebido. À medida que a estenose se agrava, surgem sintomas mais evidentes. Entre os principais estão a dispneia, especialmente durante atividades físicas, devido à dificuldade do coração em bombear o sangue contra uma resistência maior, levando à congestão pulmonar. A dor no peito ou angina também é comum, causada pela sobrecarga do ventrículo esquerdo, que precisa de mais oxigênio e enfrenta uma pressão maior. Outros sintomas incluem síncope (desmaios repentinos), fadiga e intolerância ao exercício, resultantes do baixo débito cardíaco. Nos estágios avançados, podem surgir sinais de insuficiência cardíaca, como edema nas pernas, ganho de peso e aumento da pressão nas veias do pescoço. No caso do paciente, a estenose aórtica é grave, com gradiente médio de 53 mmHg e gradiente máximo de 85 mmHg, além de uma área valvar reduzida a 0,69 cm² e velocidade de pico de 4,5 m/s. Esses achados refletem um estreitamento significativo, que causa dispneia aos esforços, dor torácica e episódios de síncope, demonstrando o impacto hemodinâmico da condição. A insuficiência mitral, por sua vez, ocorre quando a válvula mitral do coração não se fecha completamente, permitindo o refluxo de sangue para o átrio esquerdo durante a contração do ventrículo esquerdo. Esse refluxo aumenta o volume de sangue no átrio esquerdo e sobrecarrega o ventrículo esquerdo ao longo do tempo, gerando sintomas variáveis. O sintoma mais comum é a dispneia, que tende a piorar durante atividades físicas ou quando o paciente está deitado, devido ao aumento da pressão no átrio esquerdo, que leva à congestão pulmonar. Outros sintomas incluem fadiga, devido à diminuição do débito cardíaco, palpitações, causadas pela dilatação do átrio esquerdo e predisposição a arritmias como a fibrilação atrial, e edema nas pernas (ou até no abdômen) em casos graves de insuficiência cardíaca direita. Em casos mais avançados de congestão pulmonar, pode haver tosse com expectoração rosada devido ao extravasamento de sangue nos alvéolos pulmonares. No paciente avaliado, a insuficiência mitral é de grau importante, com gradiente médio de 6 mmHg, gradiente máximo de 23 mmHg, área valvar mitral de 2,44 cm² e índice biventricular de 3,06 cm². Essa condição contribui para a dispneia progressiva, além de fadiga intensa e dilatação das câmaras cardíacas, exacerbando os sinais de insuficiência cardíaca e reforçando a gravidade do quadro clínico.

2 .2. 6. DIAGNÓSTICO MÉDICO

O diagnóstico da estenose aórtica e da insuficiência mitral é baseado em uma combinação de exame clínico, exames de imagem e avaliações complementares que permitem identificar a gravidade e o impacto dessas condições no funcionamento do coração. Inicialmente, o médico realiza uma avaliação detalhada dos sintomas, como dificuldade para respirar, dor no peito, palpitações e sinais de insuficiência cardíaca, além de examinar o paciente fisicamente, onde podem ser identificados sopros cardíacos característicos de cada condição. Para confirmar o diagnóstico e avaliar o grau de comprometimento, o ecocardiograma é o exame mais utilizado, pois ele fornece imagens precisas da estrutura e função das válvulas e das câmaras cardíacas. No caso da estenose aórtica, o paciente apresenta uma condição grave, com gradiente médio de 53 mmHg, gradiente máximo de 85 mmHg, área valvar aórtica (AVA) reduzida a 0,69 cm² e velocidade de pico de 4,5 m/s. Esses achados demonstram um estreitamento significativo da válvula aórtica e um impacto importante no fluxo sanguíneo. Já na insuficiência mitral de grau importante, os achados do ecocardiograma revelaram gradiente médio de 6 mmHg, gradiente máximo de 23 mmHg, área valvar mitral (AVM) de 2,44 cm² e índice biventricular (BI) de 3,06 cm². Esses resultados indicam um refluxo significativo de sangue e dilatação das câmaras cardíacas, reforçando o comprometimento funcional associado à insuficiência mitral. Em alguns casos, o médico também pode solicitar um eletrocardiograma (ECG) para identificar sinais de sobrecarga cardíaca ou arritmias e uma radiografia de tórax para verificar o tamanho do coração e sinais de congestão pulmonar. Outros exames, como o teste de esforço, podem ser realizados para avaliar a capacidade do coração durante atividades físicas e verificar a presença de sintomas como falta de ar ou tontura. Em casos de estenose aórtica grave, o cateterismo cardíaco também pode ser indicado para obter medições mais detalhadas das pressões dentro do coração e para planejar intervenções cirúrgicas. O diagnóstico e o acompanhamento cuidadoso dessas doenças são essenciais para definir o melhor momento para o tratamento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

2 .2.9. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

A assistência de enfermagem para pacientes com estenose aórtica e insuficiência mitral, deve ser conduzida de forma acolhedora e humanizada, colocando o bem-estar do paciente no centro do cuidado. É essencial monitorar sinais vitais, como pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória e saturação de oxigênio, observando atentamente qualquer alteração que possa indicar piora, como quedas na pressão, aumento da frequência cardíaca ou dificuldade para respirar. Além disso, prestar atenção a sinais de tontura ou desmaios, é importante para identificar precocemente situações de risco. Para aliviar os sintomas de dispneia, fadiga e dor torácica, posiciona-se o paciente em posição semi-Fowler para facilitar a respiração e melhorar o conforto. O nível de oxigenação deve ser monitorado, com administração de oxigênio suplementar conforme prescrição médica. O repouso é essencial, e as atividades físicas devem ser limitadas de acordo com a capacidade funcional do paciente. A dor torácica deve ser avaliada regularmente, utilizando escalas de intensidade, e tratada com medicamentos analgésicos ou antianginosos, quando prescritos. Os cuidados respiratórios incluem a ausculta regular dos pulmões para identificar sinais de congestão pulmonar, como estertores, e a promoção de respirações profundas para melhorar a ventilação. Também é necessário observar sinais de edema pulmonar, como dispneia grave ou expectoração rosada. A prevenção de complicações exige atenção aos sinais de insuficiência cardíaca, como edema em extremidades inferiores, estertores pulmonares e aumento da pressão venosa jugular. Também é importante observar sinais de hipotensão postural durante mudanças de posição e garantir períodos adequados de repouso para evitar sobrecarga cardíaca. O suporte nutricional consiste em oferecer uma dieta com baixo teor de sódio para prevenir retenção de líquidos e melhorar o estado geral do paciente. As refeições podem ser fracionadas para facilitar a digestão e evitar desconforto. Além disso, o suporte psicológico e a educação do paciente e de seus familiares são cruciais. É importante proporcionar um ambiente tranquilo e confortável, explicar a condição e os sinais de alerta, reforçar a importância do acompanhamento médico regular e orientar sobre limitações físicas. Em casos de exames diagnósticos ou procedimentos, como o ecocardiograma ou cateterismo, e possíveis cirurgias, como a troca valvar, a enfermagem deve preparar o paciente física e emocionalmente, oferecendo informações claras e suporte durante todo o processo. A assistência deve ser individualizada, focada na estabilidade clínica e na melhora da qualidade de vida do paciente.

2.3. RESUMO DOS PROBLEMAS OU ALTERAÇÕES IDENTIFICADOS.

O paciente apresenta estenose aórtica grave, caracterizada por estreitamento significativo da válvula aórtica, com gradiente médio de 53 mmHg, gradiente máximo de 85 mmHg, área valvar reduzida a 0,69 cm² e velocidade de pico de 4,5 m/s. Essa condição provoca redução no fluxo sanguíneo do ventrículo esquerdo para a aorta, resultando em sintomas como dispneia, dor torácica, síncope e aumento do risco de insuficiência cardíaca. Além disso, há insuficiência mitral importante, evidenciada pelo refluxo de sangue para o átrio esquerdo devido ao não fechamento completo da válvula mitral, com gradientes médio de 6 mmHg e máximo de 23 mmHg, levando à sobrecarga do ventrículo esquerdo, congestão pulmonar, fadiga, dispneia, palpitações e risco de fibrilação atrial e insuficiência cardíaca. Os exames também indicam a presença de sopros cardíacos, com sopro sistólico ejetivo no foco aórtico (4+/4+) irradiando para a região supraesternal e carótidas, além de sopro no foco mitral (3+/4+) irradiando para a linha axilar anterior. Esses achados sugerem sobrecarga hemodinâmica, reforçando o diagnóstico de estenose aórtica e insuficiência mitral. O paciente relata dispneia aos esforços e fadiga intensa, resultado da congestão pulmonar e baixa perfusão, o que reduz a capacidade funcional e a tolerância ao exercício. Os episódios de síncope e tontura, provavelmente relacionados à queda do débito cardíaco, aumentam o risco de quedas e complicações associadas à perda de consciência. Além disso, observa-se cianose nas extremidades, indicando hipoxemia e má perfusão periférica, sugerindo comprometimento circulatório e insuficiência cardíaca congestiva. Há também lesões nos membros inferiores e superiores decorrentes de um acidente, incluindo dor no calcanhar direito e tempo de enchimento capilar (TEC) anormal, com risco de infecção, dor intensa e trombose devido à mobilidade reduzida. No abdômen, o paciente apresenta sinais de livedo, com manchas roxas ou acastanhadas, que podem ser indicativos de insuficiência cardíaca congestiva ou alterações circulatórias, embora os ruídos hidroaéreos estejam normais. O estado geral do paciente revela hidratação adequada, mas com sinais de cianose e comprometimento respiratório, sugerindo a necessidade de manejo rigoroso da oxigenação e monitoramento contínuo de sinais vitais. Há também uma diminuição da amplitude de movimento no ombro esquerdo devido a uma fratura no osso longo que liga o ombro ao esterno, causando limitação funcional significativa e dor, o que pode dificultar as atividades diárias. 2.3.1 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM:

  1. Perfusão Tissular Periférica Ineficaz relacionado ao comprometimento do fluxo

aumento da tolerância ao exercício e às atividades diárias, melhora na perfusão dos órgãos e tecidos (evidenciada por boa cor da pele e mucosas normocoradas), e monitoramento de exames complementares (como ecocardiograma) com estabilização dos parâmetros cardíacos. 2.5. PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM Baseando-se na condição clínica do paciente e nas necessidades prioritárias, as intervenções de enfermagem adequadas para tal, visando a melhor assistência, a Monitorização Contínua, sendo uma monitorização rigorosa dos sinais vitais (FC, PA, FR, T e STo) a cada 4 horas, registrar o nível de consciência utilizando a escala de Glasgow e comunicar à equipe médica. Tendo também o manejo da Cianose e Oxigenoterapia, avaliando e monitorando a presença de cianose em extremidades e mucosas, sinais de hipoperfusão, como piora da cianose periférica ou alterações de perfusão tecidual, relatando piora do quadro. Referente ao controle hídrico e dietético, observar o balanço hídrico de forma rigorosa, registrando ingestão e eliminação hídrica para avaliar resposta ao diurético (Furosemida) e orientar dieta hipossódica e pobre em gorduras, considerando o estado nutricional e as condições cardiovasculares. E não menos importante a assistência de apoio Emocional e Orientação ao paciente e à família, esclarecendo dúvidas sobre a condição clínica e incentivando o paciente a expressar emoções e ansiedades, mantendo comunicação empática.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS O caso do paciente G.N.G. aponta a complexidade e a necessidade de um manejo rigoroso frente a condições cardiovasculares clínicas graves, como a estenose aórtica importante e a insuficiência valvar mitral significativa. Esses diagnósticos, acompanhados de sintomas como síncope, angina, dispneia aos esforços e fadiga, destacam a relevância de uma assistência de enfermagem fundamentada em intervenções planejadas e no monitoramento contínuo. Essa abordagem é essencial para garantir a estabilidade clínica, minimizar riscos e promover a qualidade de vida do paciente, enquanto se aguarda o tratamento cirúrgico definitivo. A enfermagem é uma ciência e uma arte, segundo o conceito consagrado por Horta e, o processo de enfermagem fornece estrutura para a tomada de decisão durante a assistência de enfermagem, tornando a mais científica e menos intuitiva. O Intuito imposto nas fases de estágio aplicada na vida acadêmica, é uma parte importante para correlacionar a teoria e prática, tendo em vista estimular os sentidos de raciocínio clínico do acadêmico de enfermagem para as

diversas patologias que irão encontrar, quais serão as tomadas de decisões que serão feitas a partir dessa identificação, tendo intervenções precisas e contínuas diante o quadro do paciente, desde o momento da anamnese ao final de tratamento focando também em promoção de orientações nutricionais, suporte emocional e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade de vida da paciente. Por tanto, o acompanhamento da evolução do quadro clínico de G.N.G reforça a necessidade de identificar os sinais e sintomas, complicações relacionadas a tal patologia, tornando o diagnóstico e tratamento precosse, adequando as metas de acordo com a necessida do paciente. Portanto, a continuidade dessa assistência deve priorizar a prevenção de complicações, a promoção da qualidade de vida e o suporte diante das doenças cardiovasculares associadas. Em conclusão, uma assistência pautada na humanização e na qualificação técnica proporciona à paciente um cuidado integral, abarcando tanto a estabilização do quadro clínico quanto o atendimento às suas necessidades físicas e emocionais. Essa abordagem favorece a criação de um ambiente terapêutico seguro e oferece suporte essencial para a preservação do bem-estar e da dignidade da paciente.