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Doenças transmitidas por animais - conduta
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Ricardo Bordin
Florianópolis, abril 2007
Aluno do Curso Clínica Médica dos Felinos Domésticos
Trabalho monográfico de conclusão do curso de Pós Graduação em Clínica Médica dos Felinos requisito parcial para obtenção da pós-graduaçãoDomésticos (TCC), apresentado a UCB como lato sensu, sob orientação do Prof. Luiz Fernando Kehl.
Florianópolis, abril 2007
Dedico este trabalho aos meus filhos e esposaem especial ao filho mais novo que resolveu seguir minha profissão, que sirva como incentivo.
A minha família, amigos e clientes por todo apoio que recebi neste ano do curso. Ao Dr. Luiz Fernando Kehl, por sua ajuda na realização desta monografia.
Bibliografia....................................................................................................................... 19
O objetivo desta revisão bibliográfica é discutir a importância desta enfermidade e suas manifestações clínicas. Apesar de ser uma infecção autolimitada e benigna pode, em alguns casos, evoluir para infecção sistêmica severa. A complicação mais grave da DAG é o envolvimento do sistema nervoso central, principalmente na forma deencefalopatia ou encefalite. Esta manifestação atípica da doença ocorre em cerca de 2 a 4% dos casos das DAG, enquanto o acometimento ocular com gânglio satélite afeta 6% dos pacientes. No total, os quadros clínicos atípicos constituem 11% das DAG. Nos EUA estima-se que ocorram anualmente 22.000 casos de DAG com 2. hospitalizações,(YOSHIORA et al, 2005). A incidência da doença não tem estimativa no Brasil, mas a afetando principalmente crianças e jovens entre 02 e 14anos crescente presença domiciliar dos felinos indica índices crescentes. O agente etiológico principal é a bactéria Bartonella henselae. Gatos jovens (menos de um ano) são os mais contaminantes, pela freqüência com que apresentam bacteremia assintomática. Esta bacteremia ocorre por meses, e constitui um reservatório dos bacilos. Os felinos sãoportadores assintomáticos da bactéria. Já foram isolados bacilos semelhantes da DAG no linfonodo submandibular de um gato. Especula-se que tais bacilos façam parte da flora oral do felino e sejam transmitidas para as garras pela lambida. A presença de Bartonella henselaedoença de gato para gato, e não para seres humanos (ZANUTTO & MAMIZUKA & foi isolada em pulgas, e esta demonstrada que a pulga transmite a RAIZ-JUNIOR, 2001). Cerca de 95% das pessoas que apresentam DAG têm história de uma arranhadura de gato, 4% uma arranhadura ou mordedura de cão e 1% nenhum histórico de contato com animal (YOSHIORA et al, 2005).
Bartonella henselae é uma bactéria de localização intra-eritrocitária, gram- negativa. Forma de bacilo curvado. Os gatos são os reservatórios para Bartonella, o qual pode ser transmitido por vetores artrópodes (pulgas) entre gatos. A transmissão não pode ocorrer na ausência de artrópodes entre gatos. O isolamento bacteriano por meio da hemocultura constitui-se no método mais eficiente para identificação dos felinos infectados bacterêmicos. Este resultado também evidencia a possibilidade do papel das pulgas na transmissão de B. henselae em gatos (ZANUTTO & MAMIZUKA & RAIZ- JUNIOR, 2001). Não há conhecimento atual se a pulga serve como um vetor biológico/mecânico do B. henselae para humanos. Exposição de humanos ao B. henselae ocorre por meio de arranhaduras ou mordidas. B. henselae também é um problema de saúde para o cão, onde pode causar efusão peritoneal sero-sanguinolento em função da lesão hepática. DAG é considerada uma doença emergente e de notificação devido ao aumento de casos da doença em humanos. É uma preocupação crescente em pacientes com AIDS (BARRA et al, 2001). Em gatos B. henselae causa uma enfermidade febril transitória debilitante por 48-72 horas, frequentemente acompanhada por anorexia e linfadenopatia. A infecção é frequentemente sub-clínica, mas a bacteremia persiste por meses. Sinais clínicos podem aparecer como infecção crônica quando o animal está estressado ou com outra doença simultânea. Numerosas espécies de Bartonella causam bacteremia branda ou assintomática em vários
mamíferos, sendo algumas patogênicas para seres humanos e outras espécies animais (GOMES & SAKANO & MELO, 1991).
Os agentes etiológicos envolvidos, Bartonella henselae e Batonella quintana, pertencem ao gênero e a ordem Rickettsiales. São bacilos gram negativos encurvados e dotados de motilidade. Bartonella baciliformes e Bartonella elizabethae também podem causar doenças em seres humanos (BARRA et al, 2001). Os testes intradermicos utilizados para diagnostico da DAG contem principalmente determinantes antigenicos pertencentes a o gênero Bartonella (OLIVEIRA et al, 2004).
ocorre facilmente. Ainda não se sabe a importância da própria pulga como vetor para os humanos. A doença também pode ser transmitida depois de mordidas de cães, ferimentos com madeira ou ossos e picadas de insetos (ZANUTTO & MAMIZUKA & RAIZ-JUNIOR, 2001). Uma ou duas semanas após a arranhadura do gato, no local da inoculação, geralmente em área descoberta, desenvolve-se uma pápula eritematosa com rápida evolução para lesão vesicopustulosa. A lesão primária regride sem formação de cicatriz. Outras formas de apresentação da lesão primária incluem lesões incisas inflamadas ou marcas purpúricas dos dentes do felino. A adenomegalia regional desenvolve-se cerca de duas semanas após a inoculação, sem linfangite evidente. É geralmente única (43% dos casos), com linfonodos aumentados de volume, móveis, dolorosos e sinais inflamatórios na pele suprajacente. Apresenta-se com intensa flogose local em 80% dos doentes, sendo comum a supuração (13% dos casos). Os gânglios axilares e submandibulares são os mais afetados, seguidos do pré-auricular e do epitroclear. Sinais sistêmicos, como anorexia, náuseas, calafrios, adinamia e febre moderada, ocorrem em 60% dos casos. Os episódios febris duram de três dias a cinco semanas e guardam relação direta com a supuração ganglionar (AZEVEDO et al, 2000). Manifestações atípicas da DAG incluem a síndrome oculocutânea de Parinaud, encefalites, púrpura trombocitopênica, osteomielite e pneumonia primária atípica. A conjuntivite granulomatosa de Parinaud ocorre em 6% dos casos, com granuloma polipóide conjuntival, localizado no sítio de inoculação. O acometimento neurológico em 3% dos casos, com convulsões generalizadas e coma. Lesões dermatológicas
atípicas ocorrem em 4% dos pacientes e incluem eritema nodoso, eritema polimorfo e erupções maculopapulosas e morbiliformes (HUARCAVA et al, 2001). A complicação mais grave da doença da arranhadura de gato é o envolvimento do sistema nervoso central, principalmente na forma de encefalopatia e/ou encefalite. A Fisiopatologia do envolvimento neurológico da DAG não esta bem estabelecida: alguns propõem que a encefalopatia ocorra por invasão direta do cérebro pelo bacilo, enquanto outros discordam, sugerindo a ação dos produtos da bactéria. A ausência habitual de meningite e a recuperação independente do uso de antimicrobianos sugerem que não haja infecção local (YOSHIORA et al, 2005). A neurorretinite, isolada ou associada à síndrome oculoglandular de Parinaud pode ocorrer com perda visual unilateral transitório ou definitiva (ORÉFICE, 2004).
O paciente da doença de arranhadura de gato tem menos de 20 anos (80%), com discreta predileção pelo sexo masculino. Após o contato com gato há um período de incubação de 3 a 30 dias ao final do qual aparecem uma ou mais papulas eritematosas com 2 a 5 mm de diâmetro no sítio de inoculação cutânea. O comprometimento do estado geral do paciente não ocorre na maioria das vezes, febre há 30% dos casos. A adenite ocorre 1 a 4 semanas da presença da(s) pápula (s), em gânglio satélite ao sítio de inoculação, e permanece por longo período. Os linfonodos mais acometidos são em
focal, maculopatia exsudativa, descolamento da retina, vitreite e oclusão venosa.. As alterações sistêmicas mais comuns são mal estar (67%), febres (54%); cefaléia (33%) lifodenopatia (29%). Em 83% dos casos há lesão de coriorretinite branca focal, em 46% registrado edema de disco com estrela macular, em 20% foi encontrado descolamento seroso de retina, em 11% oclusão de ramo da artéria central da retina, e em 3% obstrução da veia central da retina.
Caso clínico – paciente F.S.B. residente em Salvador 14/07/2001 com temperatura corporal 39 a 40 graus com aumento gânglio retro auricular, baixa acuidade visual do olho direito com atrofia no disco óptico. A casa da família abrigava vários gatos com cerca de 50 dias de vida. O diagnostico foi através sorologia para Bartonella henselea com IgG positiva. O tratamento com ciprofloxacina teve êxito em 14 dias (ORÉFICE, 2004).
5..2. Crise Convulsiva
O status epilepticus é definido como uma crise prolongada ou crises repetidas, parciais ou generalizadas, sem que haja retorno do nível de consciência e duração maior que 30 minutos. A mortalidade é cerca de 10 % e o risco do dano neurológico situa-se ao redor de 50%. Em crianças sem antecedentes as causas mais freqüentes são: meningoencefalite, distúrbios metabólicos, trauma, intoxicações, infecções, tumores e doenças vasculares com hemorragia e/ou infarto cerebral. Os mecanismos fisiopatogênicos envolvem a inflamação, edema, isquemia, compressão e necrose do tecido nervoso. Em uma serie de complicações neurológicas por DAG, 15 de 61 casos tinham comprimento transitório de nervos cranianos ou periféricos; foram descritos quadros de hemiparesia e mielopatias. A fisiopatologia do envolvimento neurológico na DAG não está bem estabelecida; alguns propõem que a encefalopatia ocorra por invasão direta do cérebro pelo bacilo, enquanto outros discordam, sugerindo a ação de produtos da bactéria. A ausência habitual de meningite e a recuperação independente do uso de antimicrobianos sugerem que não haja infecção local (YOSHIORA et al, 2005).
Caso clínico: Menina de 4,5 anos de Sorocaba apresentou varias convulsões em 17/03/2003. Havia tumoracão inguinal com papulas eritematosas num sítio de inoculação cutânea próximo a este linfonodo femoral. A informação era de que a menina morava com vários gatos adultos e filhotes. Na sorologia por imunofluorescência indireta para Bartonella quintana e B. henselae mostrou títulos de
Caso clínico de paciente do sexo feminino, brasileira, 23 anos, residente na Alemanha, que cursou com quadro de conjuntivite granulomatosa bilateral crônica, sem acometimento ganglionar, não responsiva a tratamento tópico. A pesquisa laboratorial confirmou diagnóstico de conjuntivite por Bartonella henselae. O caso demonstra que a ausência de acometimento ganglionar não exclui o diagnóstico de doença da arranhadura do gato. Este relato pode questionar essa afirmação. Apesar da paciente não apresentar gânglios palpáveis, a primeira hipótese diagnóstica foi DAG, devido a exuberante conjuntivite granulomatosa e a história de exposição a gatos. Foi realizada uma investigação laboratorial completa para excluir as causas mais comuns de conjuntivite granulomatosa. A Bartonella henselae é muito difícil de ser isolada em raspados conjuntivais e não cresce em meios de cultura convencionais. Desta forma, a ausência de cultura positiva não permite diagnóstico confiável. Uma imunofluorescência indireta positiva, com título de IgG superior a 64 e com um quadro clínico compatível, confirma o diagnóstico (OLIVEIRA et al, 2004).
5..4. Adenomegalia submandibular.
A DAG é caracterizada por uma linfadenite regional benigna, com metade dos pacientes apresentando-se clinicamente com tumorações cervicais. A adenopatia regride, na maioria dos casos, em dois a três meses, sem complicações ou seqüelas. Na maioria dos casos, evidencia-se uma relação direta entre a doença da arranhadura do gato e o local da inoculação. Sintomas gerais como febre, mal-estar, indisposição, cefaléia e anorexia estão associadas, podendo persistir por três semanas. O tamanho da lesão, que ultrapassa cerca de 3 a 4 cm assim como o eritema da pele relacionada ao gânglio comprometido. Está descrito que, a hiperemia resolve na medida em que o gânglio diminui de tamanho, e a celulite parece ser um evento raro Os gânglios com eritema tendem a regredir mais lentamente e a serem supurativos. Cerca de15% dos gânglios supuram. A maioria dos linfonodos evolui para um processo variável de