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Esse é uma parte essencial do aprendimento
Tipologia: Resumos
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Pergunta simples, já muitas vezes formulada. Entretanto quando nos deparamos com períodos de crise ou de transição, p e r í o d o s q u e s e caracterizam por serem difíceis de entender e de percorrer, períodos onde perdemos a clareza e a certeza do sentido de nossa tarefa, de nosso trabalho,
-Pois, é assim que percebo a necessidade de retomar a questão:
S e r e v i s a r m o s a bibliografia encontraremos inúmeras tentativas de responder á questão. P o d e m o s r e f e r i r p o r exemplo, no contexto francês, a iniciativa de situá-la na perspectiva de uma ciência do movimento humano ou psicocinética sugerida por JEAN LE BOULCH e uma ciência da a ç ã o m o t r i z o u
Praxiologia por PIERRE BARLEBÁS.
Na Espanha JOSÉ MARIA GAGIGAL referiu-se a uma ciência da educação f í s i c a s e n d o q u e M I G U E L V I G E N T E P E D R A Z , M O R E N O e LÓPEZ argumentam nesta mesma direção..
No espaço de língua inglesa, salientamos as proposições, da educação f í s i c a c o m o d i s c i p l i n a a c a d ê m i c a. G E O R G E BROOKS, por exemplo, editou um livro onde autores c o m o H E N R Y, F. M. ; RARIGK, G.L; PARK, RJ., entre outros, discorrem sobre os aspectos episte- mológicos e metodológicos de uma possível área de c o n h e c i m e n t o s relativamente autônoma. Todavia, enquanto para a l g u n s e s t a d i s c i p l i n a a c a d ê m i c a d e v e r i a permanecer como educação física, para outros como NEWELL, K.M. deveria d e n o m i n a r - s e d e c i n e s i o l o g i a ; cineantropologia para REN- S O N , R. ; c i ê n c i a d o movimento, para HIGGINS, J.R,, BROOKE, J.D. e WHITING, H.T.A.; ciência do exercício, segundo KATCH, F. I. ; e c i ê n -
cia do desporto para DO- NALD SABBO. SAGE, G.H., GLASSEFORD, R.G. e F E L T Z , D. L
N a A l e m a n h a a perspectiva da ciência do desporto é amplamente abordada por HAAG, H., GRUPE, O., KIRSCH, A. e WILLIMCZIK, K.
Na mesma linha de investigação, todavia com referências na antropologia filosófica, tem destaque a obra de MEINBERG, E. cuja preocupação configura-se em delimitar o espaço da pedagogia do desporto como disciplina da ciência do desporto.
Originária da ex-RDA uma obra coletiva da Escola de Leipzig coordenada por BAUERSFELD, K.H. "Fors- chungsmethoden in den sport methodichen wissens- chaftsdisziplinen" trata com d e t a l h e s a s q u e s t õ e s metodológicas da ciência do. desporto sobre o enfoque p r e d o m i n a n t e d e u m a ciência do treino esportivo.
Na mesma perspecti-
"(...)é necessário voltar às c o i s a s s i m p l e s , à capacidade de formular p e r g u n t a s s i m p l e s , p e r g u n t a s q u e , c o m o Einstein costumava dizer, só uma criança pode fazer mas que, depois de feitas, são capazes de trazer uma l u z n o v a a n o s s a perplexidade."
Mas afinal, o que é educação física?
Prof. Adroaldo Gaya
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va de uma ciência do treino encontramos o livro editado por ADAM, Y. (editado em língua portuguesa) sob o título "Desporto e desenvolvimento humano", onde os autores de inspiração marxista discorrem sobre a organização da ciência do desporto.
Outro importante estudo abrangendo uma perspectiva histórica mas, referindo-se a conformação de um paradigma da cultura corporal, tendo como base empírica de observação a Dinamarca, é apresentado por HENNING EICHBERG:
No espaço de língua portuguesa, em Portugal, da mesma forma, a identidade da educação física tem sido periodicamente posta em causa. Aí também, é possível detectar posições diversas que, m u i t a s v e z e s , a s s u m e m posições de radicalidade e que se expressam na própria negação, e na necessidade de e x c l u s ã o - d a e x p r e s s ã o educação física, estou a l e m b r a r d a s p o s i ç õ e s a s s u m i d a s p o r M A N U E L SÉRGIO em sua tese sobre a ciência da motricidade humana. Outros autores portugueses assumem posições diversas, F R A N C I S C O S O B R A L e JORGE PRENÇA configuram- se em defensores da Educação Física. JORGE BENTO, JOSÉ MANUEL CONSTANTINO e A N T Ô N I O M A R Q U E S , convictos defensores do desporto, sugerem um projeto que supõe uma clara definição conceituai sobre educação física como disciplina cur-
ricular e o desporto enquanto fenômeno cultural, embora Jorge Bento e Antônio Marques privilegiem o desporto como conteúdo da educação física.
N o B r a s i l , V Í T O R MARINHO DE OLIVEIRA publicou em 1983 um ensaio como o título longo de seu livro nos diversos capítulos o autor questiona: Será Desporto? Será ginástica? Será política? Será educação? Será saúde?
No mesmo ano de 1983, outro autor brasileiro JOÃO PAULO MEDINA publica obra, do mesmo modo provocadora e p o l ê m i c a , e n t i t u l a d a
onde impõe uma reflexão sobre a prática da educação física na sociedade brasileira."
Ta l v e z p o s s a m o s afirmar que estas duas obras marcaram no Brasil, a linha
de partida sobre uma série de r e f l e x õ e s e x p r e s s a s e m diversos artigos, ensaios e livros sobre o papel da educação física.
Por exemplo: LAMAR- TINE PEREIRA DA COSTA questiona:
p r o p õ e s u a reconstrução sobre a ótica do lazer e da recreação.
S I L V I N O S A N T I N refere-se à educação física como uma filosofia de corpo- reidade..
ALFREDO FARIA JR. afirma que, embora em seu d i s c u r s o c o t i d i a n o o s profissionais da educação f í s i c a a f i r m e m e s t r e i t a s relações coma saúde, quando analisamos sua produção científica constatamos apenas uma "entre am- bas.
E m o u t r o a r t i g o , evidenciei que a educação física ao pretender tornar-se uma disciplina das ciências da educação e/ou a saúde se descaracteriza e perde sua identidade.
Em recente ensaio, LUÍS AUGUSTO TEIXEIRA, retoma a questão propondo o estudo da motricidade humana como fonte de ordem para um tema científico, uma, profissão e um componente do currículo escolar, e sugere a adoção da cinesiologia como nome da área de estudo em substituição à educação física.
"O que é Educação Física?"No
"Educação Física cuida do corpo e.... 'mente'",
"Afinal o que faremos com a educação f í s i c a?
"tênue relação
Permitam-me detalhar um pouco mais esta asser- ção.
Inicialmente, o que s i g n i f i c a p e r c e b e r a educação física como uma p e d a g o g i a ( p r á x i s formativa)? Em nosso entendimento, significa configurá-la como um c o n j u n t o d e c o n h e c i m e n t o s (disciplina), que enuncia de forma concreta (através de nossas aulas, enfim de nossa ação ou prática pedagógica) um conjunto de fórmulas abstratas (preceitos éticos, morais, políticos e estéticos) que indicam como algo deve ser, em toda a situação em que se admite juízos.
Este entendimento supõe, portanto, que a e d u c a ç ã o f í s i c a é concretamente ação. A e d u c a ç ã o f í s i c a s e operacionaliza na prática pedagógica. Torna-se normativa, de valores quando julga, por exemplo entre o certo e o errado, o,bem e o mal, o bonito e o feio, o disciplinado e o indisciplinado, etc.; torna- s e n o r m a t i v a d e conhecimentos quando seleciona o que deve ser ensinado ou aprendido como relevante na cultura física, os hábitos de vida, o desporto e a promoção da saúde, por exemplo; e torna-se normativa de atitudes, habilidades e condutas quando define esteriótipos corporais, modelos de movimento e atitudes posturais.
T o d a v i a , n ã o podemos olvidar que, entendida como disciplina normativa, fica implícito q u e a e d u c a -
ção física fundamenta-se, a princípio, num conjunto d e v a l o r e s. O s c o n h e c i m e n t o s a s atitudes, as habilidades e as condutas configuram- se tendo com referência uma axiologia, um sistema d e v a l o r e s , e n f i m , pressupostos de origem f i l o s ó f i c a o u d a antropologia filosófica.
Portanto, o dar aulas d e e d u c a ç ã o f í s i c a pressupõe inicialmente uma i n t e n c i o n a l i d a d e , u m a determinada visão de m u n d o , e n f i m , u m a concepção filosófica.
Não obstante, se é um fato que a prática da educação física exige pressupostos filosóficos, isto não significa que se possa reduzi-la a um subproduto da filosofia. Mesmo que se pretenda u m a f i l o s o f i a d a corporeidade ou da cultura corporal. Isto por-que, antes de mais nada, a educação f í s i c a
é u m a p r á t i c a d e intervenção no mundo concreto, enquanto a filosofia não assume esta prerrogativa. A educação física intervém num mundo real, no mundo tal como ele é, e não apenas permanece na abstração do como deveria ser.
Por outro lado, da mesma forma é evidente que a prática da educação física efetua-se segundo princípios advindos do conhecimento científico. Os fundamentos biológicos, psicológicos, sociológicos, etc., são determinantes de sua práxis. Não obstante enquanto expressão do conhecimento científico definida a partir de objetos e metodologias específicas a educação física torna-se um d o m í n i o o n d e m a i s flagrantemente ocorrem as f r a t u r a s e m e r g e n t e s o r i u n d a s d a c o b i ç a incessante dos múltiplos projetos científicos, os quais desenvolveram, antes de mais nada, suas estratégias de hegemonia.
P o r t a n t o , n e s s e quadro onde convergem conteúdos e interesses diversos (da biologia, da antropologia, da sociologia, d a p s i c o l o g i a , e t c. ) configura-se um espaço multidisciplinar onde se percebe uma profunda ausência de objetivos e objetos comuns, ficando desta forma, destituídas de u m a d e f i n i ç ã o e p i s t e m o l ó g i c a e metodológica capaz de responder às necessidades inerentes aos intervenientes da educação física.
D e s t e m o d o , enquanto no âmbito do conhecimento científico se discute as definições de seus objetos teóricos, ou s e j a , e n q u a n t o
"A prática da educação física efetua-se segundo princípios advindos do conhecimento científico. Os fundamentos biológicos, psicológicos, sociológicos, etc., são determinantes de sua práxis".
os discursos científicos procuram responder aos critérios inerentes aos juízos epistemológicos, a prática da educação física enfrenta o desafio que, entretanto, se coloca ao homem concreto.
Portanto, reduzir a educação física a seus pressupostos filosóficos, ou a u m c o n j u n t o d e conhecimentos oriundos de suas diversas disciplinas científicas, descaracteriza seu efetivo papel social e n q u a n t o u m p r o j e t o pedagógico. A educação física, devemos reconhecer, é educação. É parte da educação geral, isto se e n t e n d e r m o s c o m o e d u c a ç ã o o d e s e n v o l v i m e n t o d a p e r s o n a l i d a d e , e o desenvolvimento da per- s o n a l i d a d e c o m o o d e s e n v o l v i m e n t o d a s c a p a c i d a d e s f í s i c a s , m o t o r a s , i n t e l e c t u a i s , afetivas e morais dos seres humanos visando sua atuação na sociedade.
S e n d o a s s i m portanto, ela configura-se num percurso entre a filosofia e a ciência mas em que a primeira não constitui um princípio nem a segunda um fim. Entre uma e outra acaba por não haver oposição, confronto ou distância sequer. Há antes c o r r e l a ç ã o , d i á l o g o e integração.
A educação física e n q u a n t o l i m i t a d a à filosofia, permanece na abstração de um discurso e s p e c u l a t i v o d e
cunho axiológico.
A educação física e n q u a n t o l i m i t a d a à ciência, permanece na proposição e validação de técnicas e estratégias de atuação.
Todavia a educação física enquanto um projeto pedagógico faz interagir o conhecimento filosófico e o científico na ação de ensinar, na ação de conduzir (que é o próprio significado etimológico da pedagogia).
A educação física e n q u a n t o p r o j e t o p e d a g ó g i c o e x i g e d a filosofia seus fundamentos axiológicos; exige da c i ê n c i a a s e l e ç ã o e validação de conteúdos e conhecimentos capazes de estruturarem técnicas de e f e t i v a i n t e r v e n ç ã o. Todavia não se encerra n e s t a s f o r m a s d e c o n h e c i m e n t o. É necessário concretizá-los, o que só é possível através d a a ç ã o p e d a g ó g i c a , através de nossas aulas e de nosso compromisso c o m a f o r m a ç ã o d a p e r s o n a l i d a d e d e indivíduos humanos.
Enfim, elevemos perceber a educação física como uma pedagogia no âmbito d e u m p r o j e t o antropológico. Devemos ter claro que a educação física é uma intervenção no real concreto a partir de o b j e t i v o s p r á t i c o s. Em conclusão, gosta-
ria de afirmar minha crença i n a b a l á v e l n a indispensável relevância da educação física como disciplina curricular à medida que ao configurar- se numa ação formativa de v a l o r e s / a t i t u d e s , habilidades e condutas humanas, que se expressa no ato pedagógico de um agente pedagógico (o professor de educação física), que a partir dos elementos da cultura física (o desporto, o jogo, a dança, a ginástica) impõe u ma i n te n ci o n a l i d a d e (sistema de valores - estando ou não consciente disto o agente pedagógico) q u e s e t o r n a imprescindível (devido p r i n c i p a l m e n t e a e s p e c i f i c i d a d e d a e d u c a ç ã o f í s i c a ) n a formação de crianças e jovens. Pensemos a educação física como um projeto pedagógico e, assim, e s t a r e m o s reestabelecendo nossa identidade profissional. O professor de educação física, um educador, um pedagogo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Forschungsmethoden d e n
Desporto m a t é r i a d e e n s i n o.
Educação Física e aprendizagem social.
Human Movement. A field of study.
Perspectives on the academic d i s c i p l i n e o f
BAUERSFELD, K.H. (coord.). (1989): in s p o r t - m e t h o d i c h e n wissenchatsdisziplinen. Leipzig, Deutsche Hochschule Für Kõperkultur Leipzig. BENTO, J.O: (1987). L i s b o a , Caminho. BRACHT, V. (1992): Porto Alegre, Magister. BROOKE, J.D. et WHITING, H.T.A. (1973): London, Henry Kimpton. BROOKS, G..A. (ed.).' (1981):
Especial.
Temas Polêmicos
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