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Evolução da Biodiversidade: Teorias, Fatores e Estratégias de Conservação, Notas de estudo de Biologia Animal

A evolução da biodiversidade, desde as teorias de lamarck e darwin até a teoria sintética da evolução. Explica os fatores que influenciam a biodiversidade, como a seleção natural, a especiação e a coevolução. Também discute as estratégias de conservação da biodiversidade, incluindo unidades de conservação e a importância da conservação fora do local.

Tipologia: Notas de estudo

2025

À venda por 24/03/2025

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Diversidade biológica e evolução
Progredir significa avançar para algo melhor. Evoluir significa mudar “revolver” e “remexer”,
ou seja, quando se diz que os seres vivos estão em um processo evolutivo contínuo, o que
deve vir à mente, é que mudanças ocorrem através do tempo de geração em geração.
Para se referir a um indivíduos mais “evoluído” do que o outro, diz-se que ele possui
características mais alteradas pelo tempo, e não evoluído no sentido de progresso e algo
superior. Características podem permanecer inalteradas por longos períodos caso sejam
positivas para a sobrevivência, como as estruturas do DNA e RNA.
Se certa variedade é mais apta para sobreviver em certas condições, essa característica
genética determinada terá uma maior chance de ser repassada para um maior número de
descendentes, tornando-se cada vez mais comum nas populações. Se a variedade for
negativa, provavelmente desaparecerá, e se for neutra, pode permanecer de forma
silenciosa através das gerações.
Antes do evolucionismo, a atividade naturalista biológica era restrita, concentrava-se
na busca por novas espécies, coleta, descrição, nomenclatura e conservação em museus
ou coleções particulares. Após o seu surgimento, demarcado pelo livro “Filosofia
Zoológica” de Jean Baptiste, em 1809, passou a fazer perguntas sobre a natureza. O pai
da taxonomia, Carl Lineu, percebeu a variedade de plantas e a adaptação dos seres vivos
aos padrões ambientais, iniciou um estudo a respeito (1753).
O fixismo parte do conceito histórico bíblico, de que todos os animais derivam de
uma criação divina em um único momento específico (criacionismo), ou ainda do grupo de
animais sobreviventes de uma total destruição do planeta (dilúvio), ou seja, o fixismo não
aceita a mudança dos seres vivos ao longo do tempo, por um preceito religioso. Portanto, o
fixismo deriva do criacionismo.
O termo inglês “Intelligent Design” (design inteligente), procura por uma via quase
científica, descrever os fenômenos da natureza guiados por Deus. O design inteligente é
considerado uma pseudociência. Foi um movimento cristão dos EUA, pois antigamente
havia uma disputa criacionismo X evolucionismo, o que garantiu influência política no
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Baixe Evolução da Biodiversidade: Teorias, Fatores e Estratégias de Conservação e outras Notas de estudo em PDF para Biologia Animal, somente na Docsity!

Diversidade biológica e evolução

Progredir significa avançar para algo melhor. Evoluir significa mudar “revolver” e “remexer”, ou seja, quando se diz que os seres vivos estão em um processo evolutivo contínuo, o que deve vir à mente, é que mudanças ocorrem através do tempo de geração em geração. Para se referir a um indivíduos mais “evoluído” do que o outro, diz-se que ele possui características mais alteradas pelo tempo, e não evoluído no sentido de progresso e algo superior. Características podem permanecer inalteradas por longos períodos caso sejam positivas para a sobrevivência, como as estruturas do DNA e RNA.

Se certa variedade é mais apta para sobreviver em certas condições, essa característica genética determinada terá uma maior chance de ser repassada para um maior número de descendentes, tornando-se cada vez mais comum nas populações. Se a variedade for negativa, provavelmente desaparecerá, e se for neutra, pode permanecer de forma silenciosa através das gerações.

Antes do evolucionismo, a atividade naturalista biológica era restrita, concentrava-se na busca por novas espécies, coleta, descrição, nomenclatura e conservação em museus ou coleções particulares. Após o seu surgimento, demarcado pelo livro “Filosofia Zoológica” de Jean Baptiste, em 1809, passou a fazer perguntas sobre a natureza. O pai da taxonomia, Carl Lineu, percebeu a variedade de plantas e a adaptação dos seres vivos aos padrões ambientais, iniciou um estudo a respeito (1753). O fixismo parte do conceito histórico bíblico, de que todos os animais derivam de uma criação divina em um único momento específico (criacionismo), ou ainda do grupo de animais sobreviventes de uma total destruição do planeta (dilúvio), ou seja, o fixismo não aceita a mudança dos seres vivos ao longo do tempo, por um preceito religioso. Portanto, o fixismo deriva do criacionismo. O termo inglês “Intelligent Design” (design inteligente), procura por uma via quase científica, descrever os fenômenos da natureza guiados por Deus. O design inteligente é considerado uma pseudociência. Foi um movimento cristão dos EUA, pois antigamente havia uma disputa criacionismo X evolucionismo, o que garantiu influência política no

currículo escolar, tentativas de proibir o ensino de evolução biológica ou de tornar o ensino criacionista obrigatório em ciências. Segundo estudos teológicos feitos a partir da genealogia de jesus, até Adão, o arcebispo James Ussher, publicou em 1620, “Sacred Chronology” (Cronologia Sagrada) que definia o ano de 4004 a.C. a data da criação do mundo. Para os naturalistas foi ficando evidente que essa não podia ser a data, devido às descobertas dos seres vivos muito diferentes dos atuais.

Observando a estratigrafia e os fósseis percebe-se que ocorreu um grande período em que só eram registrados fósseis de peixes, seguida por um grande período em que ocorria apenas peixes e anfíbios, seguindo-se um período com peixes, anfíbios e répteis no

A arqueologia estuda os restos humanos, particularmente sob a ótica cultural e social , em um tempo mais recente, geralmente na ordem de séculos e milênios. A paleoantropologia estuda os mais antigos ancestrais do Homo sapiens.

Lamarckismo ● Chevalier de Lamarck (conhecido por Jean Baptiste Lamarck), primeiro naturalista a perceber a evolução biológica. ● observou a natureza, baseando-se no registro fossilífero e estratigrafia, associados com a modificação dos organismos que ocorrem no cotidiano. Dessa forma, quando um animal faz atividade física há um crescimento e desenvolvimento dos músculos, e quando não são utilizados acabam por perder massa e se atrofiam, por ex.: Se um peixe que mora em uma caverna é cego ou possui olhos atrofiados, obviamente ele é assim, pois no escuro não há necessidade de se ter olhos. Então os olhos se atrofiam, e os filhos desse peixe também serão cegos. Naquele momento histórico, Lamarck estava sob forte influência dos estudos de Lineu (criacionista), baseando suas explicações evolutivas em processos de geração espontânea da vida a partir de matéria inanimada, sendo direcionada por uma força imperceptível que guiaria a natureza para “níveis mais evoluídos”. Ele supunha que as dificuldades do ambiente eram capazes de direcionar fluídos e energias para que ocorressem mudanças no corpo dos animais, permitindo a sua melhor adaptação aos novos desafios. Além disso, tais mudanças eram repassadas para seus descendentes. Segundo ele, a evolução era baseada em 3 princípios: ● seres vivos mudam em direção a estados superiores, de forma progressiva, movidos por uma força vital desconhecida; ● b) as modificações dos organismos ocorrem de forma direcionada, pelas necessidades do ambiente, conhecida popularmente como “ lei do uso e desuso”; ● c) as estruturas alteradas pela lei do uso e desuso são transmitidas para as próximas gerações, popularmente conhecida como “herança dos caracteres adquiridos”.

Entretanto, hoje em dia sabe-se que os olhos são determinadas por um conjunto de genes, localizados no interior dos núcleos das células e a presença ou não da luz não interfere no surgimento ou eliminação dos genes específicos para a formação dos olhos. Evolução lamarquista , Lamarck ficou conhecido como o autor da “teoria do pescoço da girafa”. Como os ancestrais das girafas apresentavam o pescoço curto e elas tinham de alcançar as árvores para se alimentarem, faziam força para esticar os seus pescoços, o que tornou-os maiores (“lei do uso e desuso”), e seus filhos já nasciam com essa característica adquirida (“herança dos caracteres adquiridos”.

Evolução por seleção natural Charles Darwin: ao embarcar em uma viagem como naturalista, visitou a Ilha Galápagos, na qual observou a fauna desse arquipélago e observou a variedade de tartarugas existente, tal fenômeno ocorria devido às diferentes ilhas existentes, pois havia ilhas com floresta e sem, ilhas secas, úmidas, altas e baixas, o que diferenciava na disponibilidades de alimentos oferecidos aos animais. A partir desse “insight” visitou outras ilhas e constatou que não só as tartarugas, mas um grande n° de animais aparentados entre si apresentavam espécies únicas em cada ilha, como as aves tentilhões (finches), que possuem corpos semelhantes, mas com bicos diferentes devido as modificações para se alimentarem. Esse processo ficou conhecido como irradiação adaptativa/evolutiva. As variedades surgem por um processo de sobrevivência seletiva, sendo que os organismos capazes de sobreviver produzem descendentes com as características adquiridas com o desafio. Enquanto, as variantes incapazes de sobreviver desaparecem junto com suas características. Portanto, a seleção natural é baseada na sobrevivência de indivíduos mais aptos, não mais fortes. Por ex.: no caso da ilha na Oceania, foram encontrados fósseis de animais e humanos em um tamanho reduzido, isto é, em uma ilha pequena e com recursos escassos, não sobrevivem os mais fortes, mas os menores, que necessitam de menos água e comida. De acordo com a teoria de Darwin, na natureza existem girafas mais altas e mais baixas. Supondo mudanças climáticas que tenham reduzido os pastos (secas), as folhas das árvores passam a ser a fonte de alimento disponível. Se uma girafa for 1cm mais alta que a outra, ela terá uma disponibilidade de comida maior, sendo inacessível as mais baixas. Com o passar dos anos, restarão apenas as populações dos indivíduos mais altos, pois estes aumentam suas chances de sobrevivência. Uma mutação genética aparentemente negativa causadora de doenças genéticas como as anemias hereditárias (falciforme, talassemia) podem proteger seus portadores contra a malária, diminuindo a chance de sobrevivência de poucos indivíduos quando na versão homozigota recessiva, mas aumentando a chance de sobrevivência da maioria, quando em heterozigose (Cunha, 2012). Os ancestrais dos peixes de caverna possuíam olhos funcionais. Mas os olhos são estruturas que captam a luz com neurônios sensoriais que sempre gastam energia, na presença ou ausência de luz. No escuro um olho também consome energia. As mutações genéticas que “estragam” os olhos acabam por poupar energia, sendo vantajoso principalmente em ambientes cavernícolas, com pouquíssimo alimento disponível. Os cegos gastam menos energia e sobrevivem em situações de fome, podendo direcionar o excedente para a reprodução. Seleção artificial: são modificações das espécies domesticadas pelo homem. Em seu livro “Origem das espécies", Darwin estudou os pombos domésticos. Os criadores selecionavam variedades e faziam cruzamentos seletivos, produzindo pombos de diferentes tamanhos, cores, plumagem e comportamentos, como os pombos correio. Em muitos casos

fêmeas, que escolherão induzindo a seleção de cores berrantes, cantos específicos ou comportamentos como a “dança do acasalamento”. Tal diferenciação visual entre os sexos, denomina-se dimorfismo sexual. Nos pássaros, os padrões sonoros definem a comunicação dentro da mesma espécie (intraespecífica), definindo e isolando diferentes espécies sendo na realidade em sua maioria, uma manifestação de machos competindo entre si por fêmeas, ou seja, o canto pode ser tanto uma forma de atrair o sexo oposto como de “agressão” contra competidores, em defesa e demarcação de território. Os anfíbios, cigarras, grilos, gafanhotos e outros insetos possuem o mesmo comportamento que os pássaros, cantar para as fêmeas.

Convergência e irradiação adaptativa: a convergência adaptativa (analogia) consiste no processo evolutivo pelo qual determinados organismos não aparentados desenvolvem estratégias adaptativas semelhantes por estarem inseridos no mesmo tipo de habitat. Ex.: os porcos espinhos do hemisfério norte, os ouriços caixeiros das florestas e a equidna australiana, não possuem parentesco próximo, mas as três espécies passaram por um processo de aglutinação de seus pêlos, formando espinhos, que os protegem de seus predadores. Da mesma forma, plantas sem parentesco têm sementes parecidas, dependendo da forma como são dispersas, apresentando membranas e asa quando são dispersas pelo vento, ou flores brancas com perfume noturno. Estruturas/órgãos que desempenham diferentes funções, mas apresentam a mesma origem embrionária, caracteriza-se por irradiação adaptativa (homologia). Os genes que determinam os membros anteriores e a mão de cinco dedos típica dos vertebrados deram origem às asas das aves, as nadadeiras de baleias e as tartarugas marinhas, bem como o braço e a mão.

Especiação: é o processo de formação de novas espécies, a qual tem por definição o conjunto de seres vivos semelhantes que se entrecruzam e produzem descendentes férteis. Especiação parapátrica: quando duas populações de uma mesma espécie são separadas por uma barreira geográfica, gerando novas espécies, devido às variedades de características adaptadas aos novos meios para a sobrevivência. Essa barreira geográfica, que pode ser uma montanha, um rio ou floresta. Especiação simpátrica: quando uma barreira biológica impede o cruzamento entre os indivíduos que estão em uma mesma região, como em plantas, a partir de uma mutação cromossômica. Se uma espécie diploide (2n) apresentar uma mutação embrionária que a torne tetraploide (4n), o n° de

cromossomos dos gametas será 2n, enquanto nos indivíduos diploide será haploide (n). Se os gametas das duas populações se encontrarem, produzirão um embrião 3n, que não conseguirá realizar a divisão meiótica de forma adequada. Há dois grupos que podem impedir a reprodução entre as populações: mecanismos pré-zigóticos: antes da fecundação, podendo ser o n° cromossômico, diferenças estruturais e químicas entre os gametas, diferentes padrões comportamentais, etc. Mecanismos pós zigóticos: após a fecundação, como a inviabilidade dos zigotos, dos embriões (sementes inviáveis, abortamento), dos indivíduos ou da incapacidade reprodutiva dos descendentes. Além de isolar as espécies, tais mecanismos são úteis para impedir a formação de híbridos estéreis, o que na natureza significa desperdício de matéria e energia. Os seres humanos induziram artificialmente a formação de muitos híbridos, como as mulas e burro, que são resultado do cruzamento entre éguas e jumentos. Em vegetais, o cruzamento entre limão siciliano + limão galego = limão Taiti (linhagem estéril, sem sementes).

Evolução em nível molecular: origem da vida O avanço da ciência foi a quebra da teoria da abiogênese , que supunha que seres vivos poderiam surgir a partir de algo não vivo. O conceito de biogênese surgiu dos experimentos de Francesco Redi, em 1668, demonstrando que as larvas que surgem em carne decomposta são derivadas de moscas e não do produto da putrefação. Redi colocou dois pedaços de carne em dois frascos, um tapado e outro exposto; a carne do frasco tampado não produziu larvas. A percepção de que fazemos parte de um sistema solar teve seu início apenas em 1923, com a descoberta da galáxia Andrômeda (nuvem de Magalhães) por Edwin Hubble. Nosso sistema solar surgiu a partir da explosão de uma supernova. Partículas de matéria e gases muito quentes foram atraídas por gravidade iniciando a atividade do sol, e em torno deste, formou-se um gigantesco anel de acreção (semelhante aos aneis de Saturno), porém capaz de formar planetas, planetoides e asteroides. No início, a atividade era intensa, com colisões gigantescas, como a que retirou um pedaço da Terra e originou a Lua. Acredita se que enormes cometas de gelo, permitiram o início do acúmulo de água e do ciclo hidrológico. Teoria da sopa primitiva: a hipótese de que a vida teria surgido de forma espontânea foi levantada por Aleksandr Oparin e John B. S. Haldane, mas foi colocada em prática em 1953 por Stanley Miller e Harold Urey. Recriaram em ambiente fechado, a terra primitiva e a síntese espontânea de moléculas encontradas apenas em seres vivos. Nessa terra primitiva em resfriamento, o calor deveria ser elevado, com forte incidência de relâmpagos e radiação ultravioleta, pois ainda não existia O2 e, portanto, não havia a proteção da camada de ozônio (O3). No experimento original, foram colocados água, amônia, hidrogênio e metano em um sistema circular em que essa atmosfera primitiva era aquecida e sofria descargas elétricas que o mundo simulava relâmpagos. Com o passar do tempo, o vapor condensado mudou de cor e após coletado e analisado, foram encontrados compostos dos ácidos nucleicos. Posteriormente, foram sintetizados de forma abiótica, polipeptídios (pequenas proteínas), e bases do DNA/RNA adenina, uracila; o açúcar ribose (furanose) e ATP, molécula básica molécula para a atividade metabólica. Compostos proteicos complexos aglutinados, com reações químicas concentradas, são denominados genericamente de coacervados e podem ter iniciado o protótipo do que chamamos de células.

Se E representa os seres humanos Homo sapiens , a espécie mais próxima seriam os chimpanzés (D), seguido por gorilas (C), orangotangos (B) e gibões (A), todos chamados de macacos e antropoides (não possuem cauda). O ancestral comum entre humanos e chimpanzés (H) e entre todos os macacos e humanos (G), a espécie F pertence ao gênero Gorilla (já extinta). Existem características apomorfias (ancestrais) e plesiomorfias (derivadas). Nossos membros locomotores apresentam cinco dedos; porém a presença de cinco dedos pode ser observada em outros mamíferos como baleias, ratos ou tatus. Cinco dedos também estão presentes nos répteis como jacarés e tartarugas, bem como nos anfíbios, sendo que a característica foi fixada geneticamente (apomórfica). Em contraste, a ausência de pelos em primatas só ocorre em humanos, sendo uma característica recente ou derivada (plesiomórfica). Quando os seres analisados fazem parte de um grupo aparentado, com um ancestral comum, denomina-se como grupo monofilético ; se o organismo ou grupo for comparado com outros, com o parentesco muito distante, denomina-se grupo parafilético. Se comparar grupos de seres vivos que não possuem os mesmos ancestrais, denomina-se polifiléticos.

O homem não descende do macaco (moderno), mas homens e macacos possuem ancestrais comuns. Além disso, nunca existiu a “escala evolutiva” em linha reta, progressiva, pode ser usada para fins didáticos, mas não corresponde à realidade.

Utilizando relógios moleculares, estima-se que a linhagem humana se separou da linhagem dos outros grandes primatas entre 5 e 7 milhões de anos atrás. O que nos diferencia dos grandes primatas é o bipedalismo, a redução na quantidade de pêlos corpóreos, uma infância longa devido aos nervos desmielinizados que nos impedem de ter coordenação motora fina até os 7 anos e um cérebro grandes, capaz de desenvolver conceitos simbólicos, abstratos e métricos.

Biodiversidade pode-se subdividir a biodiversidade em três níveis: biodiversidade genética (variabilidade genética dos indivíduos de uma população), biodiversidade orgânica (dentro de populações de uma espécie) e biodiversidade ecológica (produto da interação entre diversas populações).

que por sua vez vão destruir as plântulas jovens que fariam a reposição das árvores que vão morrer naturalmente, produzindo um colapso do ecossistema em longo prazo.

Efeito fundador ou endocruzamento: populações com características muito semelhantes, e restritas a certa região, supomos que está ocorrendo o efeito fundador. Em humanos, descobriu-se análises genéticas e que o transtorno bipolar que ocorre especificamente em um grupo de imigrantes protestantes norte-americanos (Amish), é derivado de genes específicos para essa doença que vieram com uma família alemã imigrante, transmitidos através dos séculos. Nesse grupo, também ocorre em endocruzamento (consanguíneo), por motivações religiosas. A jararaca Ilhoa tornou-se a única espécie de jararaca arborícola, adaptando-se para se alimentar de aves, é endêmica e apresenta baixa variabilidade genética.

Fragmentação de áreas naturais: ao dividir em agricultura, pecuária ou loteamento, é obrigatória a manutenção da área. Porém, acabam sendo ignoradas, onde o endocruzamento produz uma forte depressão genética, determinando o desaparecimento das espécies gradualmente através do tempo.

Coleta seletiva de espécies silvestres: o homem ao entrar nos ambientes naturais retira seletivamente as espécies associadas a sua sobrevivência direta ou fonte de recursos, com valor econômico. Assim, o maior risco de extinção destina-se aos peixes e frutos do mar.

Introdução de espécies exóticas invasoras: ex.: coelhos e sapos na Austrália, a mosca da bicheira na África, e no Brasil o caramujo gigante africano Achatina fulica, o mexilhão dourado Limnoperna fortunei, e o eucalipto, representam impactos incalculáveis sobre biodiversidade local.

Fatores que ampliam a biodiversidade Coevolução e fecundação cruzada: Se uma planta apresentar autofecundação, ou cruzamento com parentes próximos, ocorre um fenômeno de estabilidade genética ou até mesmo de depressão genética, em que genes deletérios podem inviabilizar o desenvolvimento dos embriões, das plântulas ou adultos, de forma semelhante ao “casamento consanguíneo” em animais. O grão de pólen contém o gameta masculino, e este é primitivamente disperso pelo vento (anemofilia) em gimnospermas e angiospermas, mas para isso é necessário investir em grande quantidade de energia e matéria para produzir o pólen e ser dispersado. A fecundação cruzada permite uma amplificação de variabilidade genética. Algumas plantas começaram a ter seu grão de pólen levado por insetos, que provavelmente se alimentavam do pólen, mas com as visitas em várias flores acabavam por aumentar a variabilidade genética. Surgem então flores modernas capazes de atrair especificamente os insetos que melhor dispersaram seu pólen, surgindo os nectários florais, moléculas odoríferas, cores e formatos específicos. Processo denominado coevolução, ou seja, a evolução conjunta e concomitante de dois ou mais seres vivos. As orquídeas se adaptam para atrair abelhas e outros insetos, como as moscas. Não apenas as orquídeas, mas nesse caso, os perfumes não são agradáveis, lembram carne em decomposição, fermentação e outros atratores de moscas, conjuntamente com cores e pelos que lembram cadáveres. Essas características atrativas denominam-se síndromes de polinização/florais.

Biodiversidade biológica na história do planeta: a primeira grande extinção em massa ocorreu quando o oxigênio produzido por cianobactérias ultrapassou um ponto de reação com minerais e passou a “sobrar” na atmosfera; para nós, seres aeróbicos, o oxigênio é fundamental para a vida, mas para os organismos anaeróbicos, o oxigênio pode ser tóxico e assim, esse novo componente da atmosfera eliminou o produto de biodiversidade anaeróbica, mas permitindo o florescimento de um novo padrão de vida. As emas no Brasil, os avestruzes africanos, os emus e casuares da Oceania, possuem ancestrais comuns que viviam na Gondwana e que com a separação dos continentes, evoluíram dentro dos padrões ecológicos locais, mas mantendo características apomórficas. Os seres vivos que apresentam essa condição são denominados gondwânicos, enquanto ao norte são denominados laurasianos. Em cada glaciação, a água do planeta fica presa na forma de gelo, abaixando o nível dos oceanos, quando surgem pontes naturais ligando ilhas e continentes. A movimentação das placas tectônicas permite o surgimento de montanhas e o afundamento do continente abaixo do nível do mar. O surgimento da América Central permitiu o fluxo migratório de fauna.

A primeira sistematização de espécies foi feita por Aristóteles em 380 a.C., listando todas as espécies de animais da Grécia Antiga, criando também o conceito de Reinos (animal, vegetal e mineral). No mundo ocidental, a classificação foi impulsionada pelas grandes navegações, devido à diversidade descoberta. No início do séc. XX, Alfred Russel Wallace (co-autor da teoria da evolução), observou que animais da Austrália, Oceania e Nova Zelândia possuem um parentesco, mas a partir das ilhas da polinésia eram diferentes. Portanto, notou que havia uma linha divisória (“ linha de Wallace ”) separando os grupos de animais, separando o planeta em zonas zoogeográficas. As linhas de Wallace definiram 5 zonas: a fauna australiana, a africana/tropical, a neotropical, a oriental (asiática), a paleártica e a neártica. A fauna africana comporta animais de grande porte como leões, hienas, zebras, elefantes, gnus, entre outros, e nas florestas gorilas e chimpanzés. A fauna neotropical, típica da AMérica Central e do Sul, apresenta a ordem Xenarthra, de mamíferos com origem genética local, como tatus, preguiças e tamanduás;

número de outras espécies e seu desaparecimento produzirá efeitos muito negativos no ecossistema, sendo denominadas como espécies-chave.

Estratégias de conservação realizadas no ecossistema de interesse - “in loco”: unidades de conservação em áreas específicas, tal conceito surgiu em 1872 nos EUA, criado para preservar áreas de relevante interesse paisagístico e geológico. No Brasil a primeira unidade foi criada em

No império, a natureza era vista como um recursos natural, o conceito de “madeira de lei” consiste em uma reserva de interesse naval, por parte do império português. O ciclo do café (séc.XIX) gerou riqueza e as matas dos morros do RJ foram derrubadas para o plantio. Porém, como consequência, o ciclo hidrológico foi quebrado, e sem as matas, foi interrompida a absorção de água pelo solo e as nascentes secaram. Em 1862, a mando de B. Pedro II foi iniciado o primeiro viveiro de mudas para reflorestamento, dando origem ao Parque Nacional da Floresta da Tijuca. No final do regime militar (1985) foi criado o Ministério do Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente, que a partir de 1999 passou a ser chamado como Ministério do Meio Ambiente. sistema nacional de unidade de conservação (SNUC) , o SNUC definiu dois tipos básicos de unidades de conservação: uso indireto: os recursos podem ser utilizados apenas de forma indireta. Não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais. Estão separadas em cinco tipos: ● Estação Ecológica (EE): preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. ● Reserva Biológica (RESBIO): preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais. ● Parque Nacional (PARNA): preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. ● Monumento Natural (MONA): preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. ● Refúgio de Vida Silvestre (RVS): proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória

E o segundo tipo é unidades de desenvolvimento sustentável: uso de recursos na forma de uso direto. Envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais. Há 7 categorias: Área de Proteção Ambiental (APA): terras públicas e privadas, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos bióticos, abióticos, estéticos ou culturais para a qualidade de vida. Proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso de recursos naturais. Área de Relevante Interesse Ecológico (RDS): pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, abriga exemplares raros da biota regional. Mantém o

ecossistema de importância regional ou local e regula o uso dessas áreas, conservando a natureza. Floresta Nacional (FLONA): cobertura florestal com espécies nativas, com objetivo do uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica. Reserva Extrativista (RESEX): áreas utilizadas por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo, na agricultura e na criação de animais. Protege os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegura o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. Reserva de Fauna (REFAU): áreas naturais com espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudo técnico-científico sobre manejo ecológico sustentável de recursos faunísticos. Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS): áreas naturais que abrigam populações tradicionais, cuja existência mapeia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais. Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN): área privada que conserva a diversidade biológica. Segundo o SNUC, todas as unidades de conservação devem ter um plano de manejo , documento constando os objetivos e as normas que devem presidir o uso das áreas e o manejo dos recursos naturais. Embora as unidades sejam importantes, é possível ampliar suas potencialidades com estratégias.

Corredores ecológicos: liga os fragmentos florestais e assim reduzir as pressões sobre as cadeias alimentares e sobre a genética das populações, visto que, a fragmentação de um ecossistema afeta o desenvolvimento de animais de grande porte e a reprodução de animais e plantas, podendo ocorrer a endogamia/cruzamento consanguíneo, gerando a depressão genética.

Zonas de amortecimento: devido às unidades de conservação ficarem isoladas pela agricultura, pecuária ou zonas urbanas, é importante a manutenção de zonas tampão/amortecimento que impeçam o contato direto entre os limites das unidades de conservação e ser entorno sem monoculturas ou barreiras físicas com cercas e muros.

Terras indígenas: mantêm a biodiversidade, conservando ecossistemas de forma sustentável.

Conservação fora do local: visa a conservação de indivíduos e a reprodução, garantindo a manutenção de bancos genéticos. Realizada por zoológicos, jardins botânicos, aquários, institutos ou fundações que trabalham com a reprodução em cativeiro e reintrodução na natureza, o congelamento de embriões e tecidos, bancos de sementes (germoplasma), etc. O mico leão dourado ( Leontopithecus rosalia ) passou por retirada da natureza para tráfico e redução de habitat. Os poucos indivíduos que sobraram eram parentes. Nos zoológicos brasileiros, os indivíduos também eram aparentados e a reprodução em cativeiro produziu indivíduos com problemas renais hereditários, por endogamia. A partir do zoológico de NY, foram localizados animais por todo o mundo, sendo possível a identificação de famílias que podiam ser cruzadas entre si para gerar discentes viáveis, sendo então reintroduzidos na natureza.