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cedimentos estéticos que ocasionaram processos inflamatórios severos (DRAELOS, 2012). Os tratamentos para as discromias devem ser.
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Discromias
Lipodistrofia e Hidrolipodistrofia ginoide Envelhecimento
Calosidades, Verrugas Estria e Flacidez e Hiperidrose
Me. Silvana Gozzi Pereira Lima Esp. Valéria Fátima do Couto
108 Disfunções da Pele
Olá! Neste tópico, vamos falar um pouco das dis- cromias. Você já ouviu falar nesse nome? Prova- velmente não desta forma. Sabe aquelas manchas escuras ou sem cor, pintas, sardas (efélides) que surgem quando tomamos muito sol?! Então, es- tamos falando em discromias. Há vários tipos e diferentes causas, vamos então conhecer e enten- der um pouco sobre elas. Para entender sobre as discromias, Ross e Pa- wlina (2012) comentam que é necessário lembrar- mos que a cor da pele depende da pigmentação que é adquirida por meio da atividade melano- gênica dentro dos melanócitos, da quantidade de melanina produzida, da natureza química desta proteína (melanina), bem como dos melanosso- mas (organelas), estruturas intracitoplasmáticas específicas, onde fica armazenada a melanina. As discromias surgem quando ocorrem mo- dificações na pigmentação da pele, em virtude do aumento ou diminuição da produção ou da distribuição da melanina, pigmento marrom-ene- grecido ou avermelhado que fornece a cor da pele e funciona também como fotoprotetor (KEDE; SABATOVICH, 2015).
110 Disfunções da Pele
Existem vários fatores que podem causar as man- chas no tecido cutâneo, como a radiação solar, o envelhecimento, a gravidez devido aos hormô- nios, fatores endócrinos, tratamentos com hormô- nios sexuais, problemas vasculares e hemáticos,
As discromias podem ser classificadas devido às diferentes etiologias, ou seja, o agente causa- dor da alteração da coloração da cútis, ressalva Borges (2010), como no caso das Melanodermias ou hipermelanose, que são caracterizadas como manchas hipertônicas devido ao excesso de mela- nina, por um excesso de produção de melanócito. Por sua vez, as alterações denominadas como leucodermia ou acromia ocorrem devido à dimi- nuição ou ausência de melanina no tecido, cau- sando manchas esbranquiçadas, mais claras que a tonalidade da pele do indivíduo, sendo comum em áreas expostas (causadas pelo dano cumulati- vo dos raios ultravioleta ao longo da vida), como antebraços e pernas, sendo frequente na popula- ção (AZULAY; AZULAY; AZULAY-ABULAFIA, 2017).
Figura 3 - Imagem de uma mulher que apresenta albinismo
Segundo Kede e Sabatovich (2015), a falta de pig- mentação (hipopigmentação) na pele também pode ser hereditária, congênita ou adquirida; no caso do albinismo, este é de caráter hereditário recessivo e acomete a pele, cabelos e olhos (al- binismo oculocutâneo), onde temos células me- lanocíticas que produzem a melanina. Quando ocorre ausência desta proteína no paciente, este apresenta também deficiência visual. Outra hipopigmentação da pele encontrada na literatura é o nevo acrômico. Este é descrito por Kessel (2001) como hipomelanose de Ito (HI) ou incontinência pigmentar acromiante. Esta dis- função geralmente está presente desde o nasci- mento, sendo mais frequente no sexo feminino, com herança autossômica dominante. Em alguns casos, pode acontecer de repigmentar o local com o passar dos anos. Encontramos também a hipercromia, que, pelo próprio nome, já demonstra que a cor na região acometida é mais forte. Esta disfunção não tem envolvimento de melanina, as manchas são decor- rentes de alterações vasculares, deixando assim a sua coloração arroxeada (EVELINE, 2006). Por outro lado, a Melanodermia ou hiperme- lanose, segundo Brasileiro Filho (2013), é decor- rente da hiperpigmentação melanótica, devido à infiltração de melanina na camada profunda da derme de melanina. Podem ser encontradas de sete formas diferentes:
- Congênitas ou hereditárias: manchas de tom castanho claro a escuro, de 2 a 3 mm de diâmetro, de forma arredondada e delimitada, atingem as áreas com maior exposição solar. Ex.: efélides (sardas). - Nevo melanocítico: mancha congêni- ta cuja cor é de café com leite, forma e tamanho variado, surge em qualquer região. Pode se apresentar em relevo ou plana, podem ser associadas à presença de tumor.
UNIDADE 4 111
- Mancha mongólica: mancha azul acinzen- tada, castanha, presença de melanócito na derme, hereditária, comum em pele escura, presente ao nascimento e geralmente desa- parece até o terceiro ou quinto ano de vida. É de difícil tratamento. - Melasma ou cloasma: é uma melano- dermia espontânea, de contorno irregular, com limites nítidos, de cor castanha clara ou escura. É mais comum em mulheres após os 25 anos. Além do sol que é o princi - pal fator desencadeante, existem os fatores etiológicos, a saber: predisposição genética, contraceptivos orais, gravidez, cosméticos, drogas, disfunções hepáticas e endócrinas, pós-menopausa (MIOT et al., 2006).
Figura 4 - Melasma
- Lentigos: manchas senis, de cor castanha escura-negra, causadas pelo acúmulo de danos provocados pelos raios solares ao longo da vida. - Melanodermias: possui diversas causas, tais como atrito constante com a pele, me- dicamentos, queimadura com o sumo do limão, figo e exposição ao sol. - Hiperpigmentação pós-inflamatória: mancha causada após um procedimento estético, como peeling químico, microa- gulhamento, casos de acne inflamatória e dermatites cutâneas.
As manchas infecciosas podem aparecer junto a cicatrizes, sobretudo em pacientes que passaram por intervenção cirúrgica, queimaduras ou mes- mo feridas traumáticas. Por outro lado, as man- chas pós-inflamatórias podem aparecer após pro- cedimentos estéticos que ocasionaram processos inflamatórios severos (DRAELOS, 2012). Os tratamentos para as discromias devem ser seguidos de uso de despigmentantes e fotoprote- tores. Lembrando sempre que, para ter eficácia, o tratamento precisa ter um longo período de tem- po. Os primeiros resultados começam a aparecer após cinco ou seis semanas de usos. Em alguns casos, pode levar anos para o resultado, sendo constantemente necessária a prevenção. Os ativos despigmentantes são:
- Hidroquinona 2%: utilizado no período noturno, boa penetração. Inibe a tirosinase. Temos que ter cuidado com o tempo de uso para não causar o efeito rebote. - Monometil éter de hidroquinona: inibe tirosinase. - Arbutin 10%: inibe a tirosinase, menor eficácia e maior segurança. - Ácido elágico: encontrado na romã. Inibe a tirosinase. - Ácido kójico: não causa irritação, inibe a tirosinase, oxida facilmente. - Ácido ascórbico (vitamina C): reverte as reações de oxidação que convertem a dopa em melanina. - Ácido fítico: inibe a tirosinase, não é ir- ritante, pode ser utilizado durante o dia. - Ácido azelaico 15 a 20%: inibe a tirosi- nase. - AHA’S (alfa hidroxiácidos): promove esfoliação, removendo a melanina da epi- derme. - Extrato de farelo de arroz, extrato de uva: esfoliação leve, removendo a mela - nina da epiderme.
UNIDADE 4 113
Caro(a) aluno(a), vamos falar de uma doença que acomete a população mundial: a obesidade. Ela está relacionada ao estilo de vida contemporâneo, ou seja, as mudanças dos hábitos alimentares, as pressões vivenciadas no dia a dia e a falta de exer- cícios físicos nos trouxeram esse quadro. Quem não conhece ou convive com pessoas acima do peso? Pois é, isso está gerando uma grande preo- cupação mundial devido ao volume de doenças associadas, e, consequentemente, o aumento de gasto público com a saúde. O Brasil não fica fora da epidemia de obesida- de. Segundo dados do Ministério da Saúde, mais da metade da população está obesa, ou seja, um a cada cinco brasileiros está acima do peso (BRA- SIL, 2018). Estima-se um aumento significante para 2025. Uma das melhores formas para alterar esses dados é com a promoção da saúde implantada no Sistema Único de Saúde (SUS). É preciso cons- cientizar a população a ter hábitos saudáveis, pois o ganho de peso interfere em toda a estrutura cor- pórea, sobrecarregando muitos órgãos e regiões, como joelhos e os pés.
114 Disfunções da Pele
Embora o índice de obesidade venha aumen- tando a cada ano, ainda há aquelas pessoas que possuem apenas a lipodistrofia localizada. Neste caso, existem, no mercado, inúmeros tratamen- tos seguros e que exigem um curto período de repouso.
Tecido Adiposo
Existem vários estudos que comprovam que a obesidade está ligada tanto a fatores genéticos quanto a fatores ambientais. A distribuição da gordura corporal é classificada em dois tipos: androide e ginoide. Androide é conhecida como maçã, na qual a gordura fica acumulada na região abdominal, mais comum nos homens. A gordura ginoide ou pera é aquela em que a gordura fica acumulada nos quadris e coxas, mais comum nas mulheres. Um recente estudo demonstrou que as pessoas com acúmulo de gordura androide têm uma maior probabilidade de mortalidade por doenças cardio- vasculares. Essa gordura está associada à resistência à insulina, hipertrigliceridemia, dislipidemia e infla- mação (FU; HOFKER; WIJMENGA, 2015).
Figura 5 -Lipodistrofia localizada
O tecido adiposo é formado por células denomi-
nadas células adiposas, encontradas de forma iso- ladas ou em pequenos grupos ou, ainda, em grande número por todo o corpo (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004). É diferenciado pela sua estrutura, função e localização: tecido adiposo branco (comum ou unilocular), tecido adiposo marrom (multilocular ou pardo) e tecido adiposo bege (TASSINARY; SI- NIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2018). O tecido adiposo branco tem a função de armazenar energia na forma de ácidos graxos e liberá-la durante os períodos de jejum ou maior demanda energética. Apresenta uma única gota de lipídio e varia de tamanho de acordo com a quantidade de triacilglicerol (TAG) armazenada. A maior parte dos adipócitos dos adultos é do tipo branco. Além de armazenar energia, este teci- do protege o organismo contra traumas, funciona como isolante térmico, controla o metabolismo por meio da produção e secreção de hormônios e citocinas. O tecido branco também atua na regu- lação do apetite, balanço energético, sensibilidade à insulina, angiogênese e metabolismo de lipídios, por meio da secreção de proteínas sinalizadoras, chamadas de adipocinas (leptina, adiponectina e resistina) (TRAYHURN, 2013; TASSINARY; SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2018). O tecido multilocular ou marrom é diferen- te do branco. Este apresenta inúmeras gotículas lipídicas no citoplasma. Neste tecido, a energia produzida se dissipa sob forma de calor, portanto não fica armazenada sob forma de ATP (adeno- sina trifosfato). Nos seres humanos, esse tecido está presente durante o período fetal, porém sua quantidade diminui após o nascimento, enquanto nos adultos este tecido fica presente apenas ao redor dos rins, da aorta e nas regiões do pescoço e mediastino (KESSEL, 2001). Estudos demonstraram que o tecido adiposo bege apresenta tanto as características do tecido branco quanto do marrom. Os adipócitos bege multiloculares apresentam capacidade térmica
116 Disfunções da Pele
a) Cafeína : pertencente ao grupo das xan- tinas, que têm por função a lipólise. A ca- feína inibe a enzima fosfodiesterase, com isso aumentam os números de AMPc nos adipócitos que estimulam a lipólise, sendo assim, ocorre a quebra da célula de gor- dura.
A enzima fosfodiesterase transforma AMPc (ade- nosina monofosfato cíclico) em AMP (adenosina monofosfato), em consequência dessa transfor- mação, os níveis de AMPc diminuem, portanto inibe a lipólise, ou seja, reduz a quebra da célula de gordura. Fonte: adaptado de Ribeiro (2010).
b) Cafeisilane C: ativo de origem biotec- nológica que associa a cafeína pura com ácido algínico à molécula de silanol. Esse ativo reduz a formação e estocagem de triglicerídios nos adipócitos e reativa o metabolismo celular. c) Xantagosil: ativo acefilina com silício orgânico. Este inibe a lipogênese e esti- mula a lipólise, além de inibir a fosfo- diesterase. d) Bioex antilipemico: composto de ex- trato de algas fucus, arnica, castanha da índia, centelha asiática, hera, erva-mate. Ativa a microcirculação, o metabolismo e a lipólise. e) L-Carnitina: tem a função de manu- tenção do metabolismo energético, an- tioxidante natural, rico em flavonoide que inibe o estresse oxidativo. Faz o transporte de ácido graxo livre para a mitocôndria.
f) Paullinia cupana K.: é o guaraná, aumenta o metabolismo do tecido adiposo, possui alta concentração de po- lifenóis com ação antioxidante. g) Nicotinato de Metila: methyl nicotinate, é um éster do álcool metílico e do ácido nico- tínico. Causa hiperemia no local da aplicação em virtude do efeito vasodilatador. h) Lombina: extrato de Chrysanthelium indicam (lanachrys), inibe os receptores α adrenérgico.
Além dos princípios ativos tópicos, temos no mer- cado os nutricosméticos, que são a ingestão de alimentos para melhorar os aspectos estéticos. É conhecido como “a beleza de dentro para fora”. Conhecemos, agora, alguns deles para o trata- mento da liposdistrofia, como: extrato seco de alcachofra, extrato seco de centelha asiática, ca- feína, quitosana, pycnogenol, agarcil, faseolamina, extrato de manga africana, azeite de oliva, gengi- bre e óleo de chia. Na fitoterapia, trabalha-se com chá de casca de laranja amarga, chá verde, chá de gengibre, chá de melissa, chá de dente-de-leão, entre outros (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 1998). Além dos ativos, é possível realizar procedi- mentos médicos, biomédicos estetas, farmacêu- ticos estetas e estéticos para o tratamento de li- podistrofia. Explicando cada um deles: a) Médicos: cirurgia bariátrica, abdomino- plastia, lipoaspiração, todos os tratamentos invasivos. b) Biomédicos estetas, farmacêuticas estetas: tratamentos invasivos, como intradermoterapia com medicamentos, hormônios e enzimas. c) Estéticos: eletrolipoforese, carboxiterapia, intradermopressurizada, radiofrequência, ultrassom, lipocavitação, criolipólise, plata- forma vibratória, massagens modeladoras, terapia combinada, entre outros.
UNIDADE 4 117
Figura 7 - Edema de cacifo em uma paciente com alteração na pressão arterial e retorno linfático devido à obesidade
Vários profissionais da saúde estão envolvidos nos tratamentos, na prevenção e na promoção da saúde de pacientes com sobrepeso; por exem- plo, no caso da Figura 7, o paciente apresenta sinal de Godet. Esta característica é um sinal clí- nico avaliado por meio da pressão digital sobre a pele, por pelo menos 5 segundos: se a depressão formada não se desfizer imediatamente após a descompressão, está confirmado o edema de cacifo (inchaço) (BRASILEIRO FILHO, 2013). Nestes casos, o paciente deve cortar as unhas com profissional da Podologia, pois pode lesar e infec- cionar, realizar drenagem linfática e outras séries de acompanhamentos por um Esteticista e Cosmetó- logo e tratamento com um Terapeuta Integrativo e Complementar para melhorar a ansiedade e o estres- se, porque, muitas vezes, as causas da obesidade são fatores emocionais, sendo necessário agir no agente etiológico da descompensação. Fazendo uma breve recapitulação, neste tópico, estudamos o que é gordura localizada, sua função em nosso organismo, os tipos de células, o processo de lipogênese e lipólise, as consequências geradas pelo acúmulo de gordura e as formas de tratamentos. Assim, agora você já é capaz de identificar como é formada uma célula de gordura e quais ativos são usados para obter sucesso em protocolos de trata- mentos.
Hidrolipodistrofia Ginoide
Durante a evolução da humanidade, o padrão de beleza sofreu várias mutações. A massifica- ção das comunicações promoveu um padrão estético, na qual a adiposidade e a irregularida- de da pele se tornaram pouco aceitas (SOUZA PINTO et al., 1999). Quem é mulher ou convive com uma sabe que muitas se incomodam com aqueles furinhos indesejáveis que aparecem na pele. Verdade ou mentira? Segundo Guirro, E. e Guirro, R. (2004), trata- -se de uma desorganização localizada que aco- mete o tecido dérmico e subcutâneo, compreen- dendo alterações vasculares e lipodistróficos. Isso resulta em um tecido inestético e edematoso. Em outras palavras, é uma infiltração edematosa, de um tecido subnutrido, desorganizado, sem elasticidade, não inflamatória, seguida da poli- merização da substância fundamental amorfa, resultante de um mau funcionamento do sistema circulatório e das consecutivas transformações no tecido conjuntivo (BORGES, 2010).
Figura 8 - Hidrolipodistrofia ginoide
É um fenômeno de origem fisiológica, característica do gênero feminino, tem causas multifatoriais, como fatores hormonais, predispo- sição genética, inatividade física, dietas inadequa- das, obesidade, distúrbios posturais e tabagismo.
UNIDADE 4 119
Quanto ao grau, Guirro, E e Guirro, R. (2004) classificam a HLDG em:
- Grau I ou brando: não é possível a visualização a olho nu, somente pela compressão do tecido entre os dedos ou contração voluntária; não há alteração de sensibilidade à dor, sendo sempre curável. - Grau II: nesse grau já é possível a visualização a olho nu, mesmo sem a compressão dos tecidos, com a luz incidindo lateralmente, as margens são facilmente delimitadas. Possui alteração de sensibilidade e é curável. - Grau III ou grave: nesse estágio, é percebido o acometimento do tecido em qualquer posição que a pessoa esteja, ortostática ou em decúbito. A pele fica enrugada e flácida. O tecido apresen- ta-se cheio de relevos, com a aparência de um “saco de nozes” ou “casca de laranja”. A sensibilidade à dor está aumentada e as fibras do conjuntivo estão quase totalmente danificadas. Este estágio grave é considerado como incurável ainda que passível de melhora. - Grau IV ou muito grave: o tecido apresenta-se com as mesmas características do HLDG grau III, a diferença é que, neste estágio, a pessoa sente dor à palpação e há presença de nódulos ou depressões claramente visíveis a olho nu. PELE NORMAL PELE COM CELULITE
Derme
Epiderme
Músculos
Células adiposas Capilares Células adiposas aumentadas Capilares comprimidos
Figura 10 - Tecido normal e tecido com HLDG
Princípios ativos para o tratamento do Hidrolipodistrofia ginoide
Os ativos precisam diminuir a lipogênese, estimular a lipólise, a fim de reestabelecer a circulação san- guínea e atuar na diminuição de edema. Caro(a) aluno(a), como podemos identificar, os ativos são os mesmos do tratamento da lipodistrofia localizada, porém na HLDG, teremos o aumento dos ativos para diminuição de edema.
120 Disfunções da Pele
A fosfodiasterase é a enzima já vista no tópico anterior, que reduz a lipólise nas células adiposas, ou seja, reduz a quebra de gordura. Um inibidor da fosfodiasterase é a cafeína. As metilxatinas, que possui efeito lipolítico, inibem a fosfodiaterase, estimulam receptores β adrenérgicos. Ex.: cafeína 8%, teofilina, aminofili- na até 4%, extratos vegetais ricos em cafeínas, ama- rashape cafeisilane, theophillisilane C, Xantagosil C, extrato de Centella Asiática, extrato de castanha da Índia, extrato de Ginkgo Biloba, Nicotinato de Metila e lipostabil. Os nutricosméticos para o tratamento da HLDG são: extrato seco de alcachofra, castanha da Índia, extrato seco de centelha asiática, camel- lia snensis, chá branco, chá vermelho, hibiscus, quitosana, cavalinha, entre outros (TASSINARY; SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2018). Os fitoterápi- cos são chá de cavalinha, suco detox com pepino, couve e gengibre, suco de uva Niágara e aplicação do pó da centelha asiática sobre a pele (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 1998). Atualmente, existem no mercado inúmeros tratamentos para HLDG, lembrando que todos os tratamentos citados no tópico anterior também sejam para HLDG, podemos acrescentar aqui a endermologia, drenagem linfática, laser de baixa intensidade realizado por esteticistas e a subcisão realizada por médicos.
Figura 11 - Tratamento para HLDG
Finalizamos o tópico de lipodistrofia e hidrolipo- distrofia ginoide (HLDG), falamos da semelhança dos princípios, ativos e tratamentos. Por que será que ocorre essa semelhança? A lipodistrofia lo- calizada é o acúmulo de gordura na qual se com- promete o tecido com êxtase venosa, tornando-o desnutrido, sem elasticidade. Consequentemente esse quadro resulta em HLDG. Portanto, para a eficácia do tratamento, em primeiro lugar trata- mos a gordura localizada juntamente com o en- trelaçamento das fibras elásticas, para que o tecido volte ao aspecto liso e uniforme. Ah, mas e aquelas pessoas que são magras e possuem HLDG? Sim, aí se trata de acúmulo de líquido intersticial que deve ser tratado com procedimentos e ativos que retirem esse líquido. Compreendeu, agora, como é realizado o tratamento e por quê? Espero que sim! Vamos em frente, que ainda temos muito a estudar.
122 Disfunções da Pele
doenças hormonais, doenças crônicas hepáticas, uso de cor- ticoides, próteses mamárias, e predisposição genética (TAS- SINARY; SINIGAGLIA; SINI- GAGLIA, 2018). Os fatores desencadeantes que facilitam o surgimen- to das estrias estão ligados à diminuição do número e do volume dos elementos da pele e ao rompimento de fi- bras elásticas. Observa-se que a epiderme é delgada, e com a diminuição da espessura da derme, as fibras colágenas es- tão separadas entre si e as fi- bras elásticas aparecem agru- padas na periferia da estria. As fibras colágenas normais são redes densas e bem ordena- das (paralelas entre si), para dar resistência à pele, e as fibras elás- ticas são mais finas e em menor número, permitem que a pele possa ser esticada sem se romper, retornando depois ao seu estado normal. Em um tecido atrófico, ou seja, com estrias, as fibras co- lágenas se tornam finas e escassas e a fibras de elásticas tornam-se mais espessas e formam um aglo- merado desordenado (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004). Essas atrofias da pele se orga- nizam paralelamente e bilateral- mente umas às outras, surgin- do tanto em poucos números como em muitos, evidenciando um desequilíbrio elástico que caracteriza uma lesão na pele.
Figura 12 - Estrias
Figura 13 - Tecido normal e tecido com estrias
De acordo com Kede e Sabotovich (2015), as estrias se classifi- cam de duas formas:
As estrias aparecem com uma maior incidência em regiões de glúteos, seios, abdômen, coxas e região lombossacra, nas mu- lheres. Por outro lado, no sexo masculino, estas lesões, devido à distensão da pele, ocorrem mais nos ombros, glúteos, abdômen e até nas costas, devido, muitas vezes, ao crescimento ( GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).
UNIDADE 4 123
Figura 14 - Estrias rubras
Nas estrias rubras, a coloração pode ser avermelhada ou rosa-púrpura, enquanto as estrias albas esbranquiçadas são finas e altas. As estrias albas nacaradas são as bran- co-acinzentadas e mais grossas, podendo chegar a medir de 2 a 4 mm de espessura.
Atualmente, existem no mercado vários ativos tópicos para o tratamento das estrias, porém, para se obter uma maior eficácia, é sempre utilizado
juntamente com o uso de equipamentos elétri- cos. A partir de Tassinary, Sinigaglia e Sinigaglia (2018), citamos:
- Fatores de crescimento: são moléculas de proteínas ativas que regulam o ciclo celular, possuem ação direta no núcleo da célula, possuem função de regulação de respostas inflamatórias e cicatrizantes, assim como a manutenção e sobrevivência das células, função de migração e diferenciação celular. - Hidroxiprolisilane CN: é um composto formado, principalmente, por silício, atua na formação do colágeno. - Regestril ™ (extrato de feijão verde): possui características antioxidante e favo- rece a homeostasia do local. - Opala: tem poder ativo derivado de uma pedra de lava vulcânica, com função de aumentar a síntese de fibroblasto. - Óleo de macadâmia (nozes de macadâ- mia): é um poderoso hidratante e forne- cedor de lipídios. - Ácido glicólico: derivado da cana-de- -açúcar é um ativo queratolítico e diminui a espessura do estrato córneo. - Ácido retinóico (vitamina A): ação queratolítica e esfoliante celular, estimula a proliferação dos fibroblastos. - Ácido ascórbico (vitamina C): antioxi- dante que atua no processo de síntese de colágeno.
UNIDADE 4 125
Figura 15 - Abdome com flacidez tissular
Segundo Guirro, E. e Guirro, R. (2004), flacidez é a diminuição da firmeza (elasticidade) da pele, deixando-a com aspecto frouxo, mole e lânguido, promovendo os sinais do envelhecimento, que são consequências da diminuição de funciona- mento do tecido conjuntivo, onde o colágeno fica mais rígido, as fibras de elasticidade perdem sua força, diminuindo, assim, a elasticidade. Com a diminuição das glicosominoglicanas e também a redução da água, o desenvolvimento celular acaba diminuindo também. Várias são as causas que geram flacidez, dentre elas: sedentarismo, envelhecimento, efeito sanfo- na (oscilações de peso), alimentação inadequada, predisposição genética, estresse, disfunções hor- monais e pós-gestacional (WALLMAN, 2016). A flacidez muscular ocorre quando os mús- culos estão pouco tonificados. A musculatura precisa estar sempre com uma tensão para que nosso corpo fique firme. A flacidez tissular é ge- rada quando a formação de colágeno e elastina começam a diminuir, a pele fica solta (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004).
A elastina é uma proteína que está diretamen- te ligada com os movimentos do nosso corpo, fornecendo a elasticidade. O colágeno também é uma proteína que confere a sustentação.
Dentre os tratamentos estéticos disponíveis para flacidez, estão o microagulhamento, a radiofre- quência, a carboxiterapia, a intradermoterapia, as cirurgias plásticas, a microcorrente, a gessoterapia, a corrente russa e os exercícios físicos. Dentre os cosméticos utilizados para o tra - tamento de flacidez, estão as argilas minerais, em especial a verde, que possui ação firmadora, hidratante e estimulante do dimetilamitoetanol (DMAE); palmitato de ascorbila (éster de vitami- na C), que induz o armazenamento e a produção de colágeno; raffermine (extrato hidrolisado de soja), que reorganiza as fibras de colágeno e de elastina; retinoides tópicos estimulam a produção de fibroblasto; isoflavonas auxiliam nos fatores de crescimento, entre outros (NUNES, 2015; TASSI- NARY; SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2018). No mercado, existem vários nutricosméticos para o tratamento de flacidez, a função desses ativos são de ativar a produção de fibroblastos, favorecendo a produção de colágeno. Devido a esse fator, devemos utilizar os mesmos princípios ativos do tratamento das estrias. Entre eles, te- mos o zinco, ferro, cobre, manganês, vitamina C, colágeno hidrolisado, exsynutriment, vitamina A e glycoxil (TASSINARY; SINIGAGLIA; SINI- GAGLIA, 2018).
126 Disfunções da Pele
O processo de envelhecimento é constante e ine- vitável. Ao passarmos pelas etapas da vida, vamos utilizando nosso organismo, gastando e repondo energia, mas, assim como toda “máquina”, com o excesso de uso, ela começa a apresentar alguns sinais e sua funcionalidade fica alterada, muitas vezes necessitando de manutenção.