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Análise de respostas em sessões de discriminação simples e treino em esquemas mistos, Esquemas de Psicologia

Dados sobre o número e porcentagem de respostas emitidas por dois sujeitos (v1 e v3) em diferentes condições de sessões de discriminação simples e treino em esquemas mistos. Fornece informações sobre a relação entre os estímulos e as respostas, além de descrever a contingência de três termos relacionados aos eventos de estímulo, resposta e reforçador. Inclui análises de tendências e percentuais de respostas ao longo das sessões.

O que você vai aprender

  • Como as respostas dos sujeitos variam em diferentes condições de ITI e FR?
  • O que é uma contingência de três termos em relação aos eventos de estímulo, resposta e reforçador?
  • Quais são as tendências observadas nos dados de respostas ao longo das sessões?
  • Como as porcentagens de respostas ao longo das sessões se comparam entre os sujeitos?

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC-SP
Victoria Boni Albertazzi
UM PROCEDIMENTO PARA O ESTABELECIMENTO DE DISCRIMINAÇÕES
CONDICIONAIS COM O RESPONDER DO SUJEITO COMO ESTÍMULO
MODELO
MESTRADO EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO
São Paulo
2013
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Baixe Análise de respostas em sessões de discriminação simples e treino em esquemas mistos e outras Esquemas em PDF para Psicologia, somente na Docsity!

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Victoria Boni Albertazzi

UM PROCEDIMENTO PARA O ESTABELECIMENTO DE DISCRIMINAÇÕES

CONDICIONAIS COM O RESPONDER DO SUJEITO COMO ESTÍMULO

MODELO

MESTRADO EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO

COMPORTAMENTO

São Paulo 2013

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Victoria Boni Albertazzi

UM PROCEDIMENTO PARA O ESTABELECIMENTO DE DISCRIMINAÇÕES

CONDICIONAIS COM O RESPONDER DO SUJEITO COMO ESTÍMULO

MODELO

MESTRADO EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO

COMPORTAMENTO

Dissertação apresentada à Banca Examinadora como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sob orientação da Profa. Dra. Maria Eliza Mazzilli Pereira

Projeto financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq

São Paulo 2013

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação, por processo de fotocópia ou eletrônico. São Paulo, ____ de Março de 2013.

Assinatura: _______________________________________________

Agradecimentos

Agradeço a todos aqueles que fizeram parte desse trabalho. Em especial, agradeço à minha orientadora Maria Eliza, pelas horas de discussão e pela atenção dispensada ao meu trabalho, e, principalmente, pelo cuidado em me ajudar a organizá-lo. Ao Marcos (vulgo de Medeiros), por me ensinar a programar, me ajudar a pensar em contingências adequadas para minha pesquisa e para o resto da vida também. Aos mais queridos bioteristas que poderia encontrar pela vida: Conceição, por toda disponibilidade do mundo em todos os sentidos, pelos conselhos e conversas de fim de turno; Maurício, por toda ajuda técnica e disponibilidade para contar piadas quando o dia parecia bem ruim; e Neusinha, por toda paciência, café, e até um tênis emprestado. Agradeço a todos os professores do programa pela ajuda, direta ou indireta, por toda a formação que me deram durante este período e principalmente por estarem disponíveis para todas as dúvidas e discussões dentro e fora da sala de aula. Também pelas discussões e ajudas, gostaria de agradecer todos meus colegas, que estiveram comigo durante esse período. Em especial, agradeço à Kracker, pela amizade de todas as horas, pelas loooooongas discussões, ajudas, pirações e, principalmente, por me mostrar que ainda dá pra acreditar naquilo que a gente faz (te digo que devia ter aceitado estudar as metacontingências...); às companheiras de laboratório e chroniquettes: Lari, por me mostrar que contingências são contingências, e que variação também é parte do processo; à Najara, por ainda continuar tentando me fazer virar clínica (nem adianta..); à Laurete, pelas fofocas nas horas de coleta. Ao Cho, pelas discussões acaloradas e por comprar todas as brigas absurdas nas quais me enfio. Aos veteranos pelas monitorias e discussões fora de hora. Aos novatos pelas dúvidas e dicas, pelas conversas de banco. Agradeço, de maneira especial, à minha família, por todo o apoio durante essa a trajetória e por entenderem minha ausência nesse período. Espero que agora eu possa compensar de alguma maneira.

Lista de Figuras

Figura 1 : Esquematização do procedimento utilizado na fase 6 – Treino em DMTS, mostrando as sequências de eventos dentro de uma tentativa ................................... 31 Figura 2. Porcentagem de respostas emitidas em períodos de tom pelo sujeito V1 nas sessões de discriminação simples .............................................................................. 32 Figura 3. Número total de respostas emitidas por sessão pelo sujeito V1 em condições de Sd (presença do tom) e Sdelta (ausência do tom) nas sessões de discriminação simples ............................................................................................... 45 Figura 4. Número acumulado de respostas em períodos de apresentação de tom e de ausência de tom emitidas pelo sujeito V1 na terceira sessão de discriminação simples em CRF. ..................................................................................................................... 49 Figura 5. Número acumulado de respostas em períodos de apresentação de tom e de ausência de tom emitidas pelo sujeito V1 na vigésima quinta sessão de discriminação simples em CRF ........................................................................................................ 53 Figura 6. Porcentagem de respostas emitidas pelo sujeito V1 em períodos de tom por segundo da quinta sessão de discriminação simples em CRF ................................... 56 Figura 7. Porcentagem de respostas emitidas pelo sujeito V1 em períodos de tom por segundo da vigésima segunda sessão de discriminação simples em CRF ................ 59 Figura 8. Porcentagem de respostas emitidas pelo sujeito V1 em períodos de tom por segundo da vigésima oitava sessão de discriminação simples em CRF .................... 67 Figura 9. Porcentagem de respostas de pressão à barra emitidas pelo sujeito V1 em períodos de tom por segundo da décima sessão de discriminação simples com aumento de razão - FR9 ............................................................................................. 70 Figura 10. Porcentagem de respostas de pressão à barra emitidas em períodos de tom pelo sujeito V1 nas sessões de treino em esquemas mistos (CRF/FR10) ................. 71 Figura 11. Porcentagem de tentativas nas quais o requerimento de número de respostas foi alcançado, por sessão............................................................................ 75 Figura 12. Total acumulado de tentativas corretas (completar o esquema agendado) por sessão do sujeito V1 na primeira sessão de esquemas mistos ............................. 76 Figura 13. Total acumulado de tentativas corretas (completar o esquema agendado) por sessão do sujeito V1 na sétima sessão de esquemas mistos ................................ 67 Figura 14. Total acumulado de tentativas corretas (completar o esquema agendado) por sessão do sujeito V1 na quinta sessão de esquemas mistos ................................ 70

Figura 15. Total acumulado de acertos (completar o esquema agendado) do sujeito V1 na primeira sessão de discriminação condicional ................................................ 71 Figura 16. Total acumulado de acertos (completar o esquema agendado) do sujeito V1 na segunda sessão de discriminação condicional ................................................ 75 Figura 17. Total acumulado de acertos (completar o esquema agendado) do sujeito V1 na terceira sessão de discriminação condicional ................................................. 76 Figura 18. Tentativas de cada uma das sessões de discriminação condicional ........ 75 Figura 19. Porcentagem de respostas emitidas em períodos de tom pelo sujeito V nas sessões de discriminação simples ........................................................................ 76

Albertazzi, V. B. (2013). Um procedimento para o estabelecimento de discriminações condicionais com o responder do sujeito como estímulo modelo. Dissertação de mestrado. Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 36 pages. Thesis advisor: Maria Eliza Mazzilli Pereira Research program: Basic Processes in Behavior Analysis – Stablishment and test of stimulus control over the operant responding.

Operant behavior can be placed under stimulus control, and the relationship between discriminated responding and such stimuli can also be controlled by other stimuli, generating the behavioral process named conditional discrimination. Utilizing a rat as a subject, in order to study if it’s own behavior could be used as conditional stimulus, controlling choice behavior in a simulateneous discrimination, a procedure was planed based on the proposal by Lionello-DeNolf and Urcuioli (2003). After preliminary training, central lever pressing was placed under the control of a buzzer, in a procedure in which responses emmited in tone cycle accessed a reinforcer (water) and terminated the presentation of the tone, with mean intertrial intervals (ITIs) of initially 30 seconds (range 15-45s), and passing, after two sessions, for 10 seconds mean (range 5-15s). The ratio of lever presses required for water access was gradually increased, and, after reaching FR10, a mixed schedule training was implemented, in which trials with requirements of one or 10 responses were randomically presented. The subject was then placed in a matching-to-sample situation, in which two other levers were presented, and the behavior established in the previous phase accessed comparison stimuli: a blinking and a steady lights, which alternated positions randomically. With the introduction of such condition, central lever press behavior deteriorated; in trials in which comparison stimuli were accessed, choice behavior seemed to be under the control of the position of the stimuli. The role of the ITIs duration in the establishment of simple discriminations was discussed, as well as diferences in the results of such procedures with pigeons and rats.

Palavras-chave: conditional discrimination, matching-to- sample, rats, ratio schedules.

Introdução

Discriminação e Controle de Estímulos

Comportamento operante é aquele que, conforme definido por Skinner (1953/2003), produz consequências que podem retroagir sobre o organismo, podendo alterar a probabilidade de o comportamento voltar a ocorrer. Segundo Sidman (1986), com o conceito de comportamento operante, Skinner inverteu a relação estímulo- resposta, típica do comportamento respondente, e propôs uma nova unidade de análise de dois termos, básica para a compreensão do comportamento operante: a unidade resposta-consequência. Ao considerar as unidades de análise de dois termos em ambientes em mudança, entretanto, emerge uma nova unidade de análise, de três termos, na qual a unidade básica de dois termos passa a estar sob controle discriminativo de um terceiro elemento, que é antecedente à resposta (Sidman, 1986). É possível descrever uma contingência de três termos falando sobre os estímulos que são ocasião para que uma resposta seja reforçada, sendo que qualquer um dos termos só pode ser definido em relação aos outros: chamamos um evento de estímulo quando mudanças nele geram mudanças no responder do organismo; chamamos um evento de resposta somente quando produzir consequências mensuráveis no ambiente e se muda quando algum aspecto do ambiente muda; chamamos um estímulo de reforçador quando sua apresentação produz uma mudança subsequente na classe de respostas que o precede (Sidman, 2008). Skinner (1953) também aponta que o comportamento operante quase sempre está sob controle de estímulos antecedentes, e que tal fato se deve a uma vantagem biológica dos organismos cujos comportamentos passaram a estar sob controle do ambiente: é evidentemente vantajoso que um organismo responda mais frequentemente de determinada maneira em ambientes nos quais respostas da mesma classe foram mais frequentemente reforçadas. Isso significa dizer que o ambiente no qual o comportamento ocorre pode passar a exercer controle sobre a reposta. Pode-se dizer, assim, que o reforçamento não só seleciona comportamentos, mas também contribui para colocar esses comportamentos sob controle dos estímulos presentes na ocasião em que ocorreu o reforçamento. Com isso, a apresentação de estímulos em cuja presença uma dada resposta foi reforçada passa a controlar a emissão de respostas da mesma classe, e tais respostas passam a ter maior probabilidade de ocorrência na presença desses estímulos do que em sua ausência (Matos, 1981). O

de análise, não controlando diretamente a resposta, mas sim controlando a função de outros estímulos antecedentes sobre a resposta (Sidman, 1986). Diferentemente da discriminação simples, na qual os estímulos têm sempre uma mesma função em relação a uma dada resposta, em uma discriminação condicional as funções dos estímulos passam a ser controladas pela presença ou ausência de outros estímulos, e a relação estabelecida, portanto, não é constante, como aquela estabelecida em uma situação de discriminação simples (Debert, Matos & Andery, 2006). Assim, a discriminação condicional é um processo no qual passam a existir relações entre estímulos (Sidman, 2008). Conforme é exemplificado pelo autor:

Por exemplo, em uma discriminação simples claro-escuro, podemos apresentar alimento se um pombo bica um disco que está iluminado, mas não se ele bica uma chave escura. Suponha que então adicionemos um passo a nosso procedimento e tornemos a discriminação claro-escuro condicional à presença ou ausência de um novo elemento ambiental, um tom. Quando o tom está ligado, nós continuamos apresentando alimento se o pássaro bicar o disco iluminado, mas, quando o tom está desligado, nós reforçamos bicadas a um disco escuro. Essa é uma discriminação condicional clássica; o alimento às vezes vem quando o sujeito bica um disco iluminado, e, outras vezes, quando bica um disco escuro. Qual das duas relações vigora [prevails] depende da presença ou ausência do tom. (Sidman, 2008, p. 128) Conforme explicitado por Sidman (1986), o controle condicional que emerge da unidade de análise de quatro termos possibilita que o ambiente estabeleça diferentes probabilidades para ocorrência de diferentes contingências de três termos, uma vez que o estímulo condicional passa a exercer um papel de “seletor de discriminações, e não de respostas individuais” (Cumming & Berryman, 1965, como citado em Sidman, 1986, p. 337)^1 , e, com isso, as relações do organismo com o ambiente ganham maior complexidade e maleabilidade (Debert et al. , 2006). Tanto o procedimento utilizado para estabelecimento de controle condicional quanto o processo envolvido na discriminação condicional têm sido chamados de Matching-to-Sample (MTS) (Sério, Andery & Micheletto, 2004). O procedimento consiste na apresentação de dois conjuntos de estímulos, um conjunto composto pelos

(^1) O exercício de diferentes funções pelos estímulos envolvidos na discriminação condicional – estímulos discriminativo e condicional – não é, entretanto, consenso na área. Debert et al. (2006) fazem uma revisão histórica do conceito e explicitam que existem discordâncias quanto a essa definição: estudos que utilizaram outros procedimentos demonstraram que o controle exercido pelos estímulos antecedentes em uma discriminação condicional é compartilhado por ambos os estímulos e, portanto, não seria correto apontar diferentes funções exercidas por cada um deles, menos ainda uma hierarquia do controle de um sobre o controle de outro. Essas diferentes funções existiriam somente quando o procedimento empregado é o Matching-to-Sample , e, uma vez que esse é o procedimento utilizado na realização deste trabalho, será aqui adotada a concepção de estímulos condicional e discriminativo como proposta por Sidman (1986).

estímulos condicionais, também conhecidos como estímulos modelo e outro conjunto composto pelos estímulos discriminativos, também denominados estímulos comparação. A tentativa se inicia com a apresentação de um estímulo modelo; a emissão de uma resposta a esse estímulo (frequentemente chamada de resposta de observação) acessa dois ou mais estímulos comparação, e o reforçamento ou não da resposta de escolha de um estímulo comparação dependerá do estímulo modelo apresentado (Debert et al. , 2006). Skinner (1969) coloca o Matching-to-Sample como uma contingência de reforçamento e, ainda, afirma que o MTS designa uma contingência na qual o estímulo modelo está presente na ocasião para a emissão da resposta frente a um dos estímulos comparação. Outro procedimento envolve a ausência do estímulo modelo na ocasião da “escolha”, que é chamado de Delayed Matching-to-Sample (DMTS).

Discriminações de Contingências

Segundo Souza e Abreu-Rodrigues (2007), os procedimentos de discriminação condicional são os mais utilizados nos experimentos que têm como objetivo estudar a discriminação de contingências. Esses experimentos tipicamente apresentam três características: (1) a relação entre resposta e consequência é utilizada como estímulo modelo; (2) estímulos luminosos são utilizados como estímulos comparação (diferentes cores de luz ou diferentes posições de luz); e (3) a relação entre os estímulos modelo e comparação é construída experimentalmente. Reynolds (1966) estudou a possibilidade de discriminação de diferentes intervalos entre respostas (IRTs) em pombos, procurando verificar se a dificuldade de ajustamento a esquemas DRL apresentada por esses animais poderia ser devida à dificuldade de discriminação entre IRTs longos e IRTs curtos. Para tal, o autor apresentava aos animais um disco iluminado de vermelho, ao qual eram necessárias duas respostas de bicar para que a iluminação mudasse para azul e permanecesse nessa condição por 30 segundos. Respostas de bicar o disco quando este estava iluminado de azul eram reforçadas em esquema VI 1min somente quando, no período de iluminação vermelha imediatamente anterior, o IRT tivesse sido de mais de 18 segundos. Reynolds concluiu que as respostas ao disco vermelho controlaram o responder ao disco azul, uma vez que a emissão de respostas no período de estímulo azul ocorreu em maior

o autor, entretanto, “isso não indica, certamente, que a duração do IRT durante o vermelho não tenha exercido controle” (p.66). Para estabelecer discriminações condicionais tendo a relação entre o responder dos sujeitos e suas consequências como estímulo comparação, Lattal (1975) utilizou um procedimento de Matching-To-Sample modificado com dois pombos White Carneaux. O treino dos animais se iniciava com um primeiro componente, que consistia de um esquema misto DRL10s/DRO10s, no qual a presença de um disco central iluminado de amarelo exigia que em algumas tentativas os animais bicassem o disco com 10 segundos ou mais de intervalo entre duas bicadas (ou seja, em esquema DRL 10s) e em outras tentativas exigia que os animais não bicassem o disco por dez segundos (em esquema DRO 10s), sendo que a exigência de cada tentativa era determinada randomicamente. Assim que o animal cumpria a exigência que vigorava para aquela tentativa era iniciado o segundo componente, quando o disco amarelo se apagava e, simultaneamente, dois discos laterais – um verde e um vermelho – eram acesos. A liberação de alimento dependia de que o animal bicasse a chave correspondente ao esquema que havia vigorado no primeiro componente: no caso do DRL 10s, uma bicada à chave vermelha era seguida de 3 segundos de acesso ao alimento, enquanto no caso do DRO 10s, uma bicada à chave verde era necessária para acessar o alimento. Respostas ao disco incorreto eram seguidas por 15 segundos de blecaute, período no qual todas as luzes da caixa ficavam apagadas, e a tentativa se repetia. Após 34 sessões, a função dos estímulos comparação foi revertida, e, 30 sessões após, foi feita uma nova reversão. O autor também estudou o efeito do atraso entre o momento em que a luz amarela se apagava e os estímulos comparação se acendiam sobre a precisão do responder dos animais. A precisão dos animais frequentemente ultrapassou os 80%, sendo que após as reversões ocorria uma queda acentuada na precisão do responder, que era recuperada após algumas sessões. Com o aumento do intervalo entre o primeiro e o segundo componentes, a precisão do responder dos animais decaiu, e nos atrasos mais longos (de 12, 24 e 36 segundos), o responder ficou próximo ao nível do acaso. Os resultados mostraram que a relação temporal entre o responder e o reforçamento controlou efetivamente o responder, demonstrando, assim, que essa relação pode servir como estímulo. Lionello-DeNolf e Urcuioli (2003) propuseram um procedimento para gerar responder diferencial a um mesmo estímulo (sem estímulos exteroceptivos diferentes) em pombos, utilizando esse responder diferencial dos sujeitos como estímulo modelo

em uma situação de matching-to-sample. Tal procedimento poderia, segundo os autores, ser utilizado para testar a hipótese proposta por Sidman (2000) de as respostas também entrarem nas classes de equivalência. Para o estabelecimento do responder como estímulo modelo, os autores, em uma primeira fase, programaram condições para que dois padrões distintos de resposta fossem emitidos na presença de um mesmo estímulo

  • um disco iluminado por luz branca, localizado em uma parede da caixa experimental. Para que isto fosse possível, os autores programaram previamente sequências de padrões de resposta que seriam reforçados em cada tentativa, que consistia na apresentação da luz branca no disco, na emissão de uma sequência de respostas pelo sujeito, e em consequências diferentes para cumprimento ou não do esquema agendado. Assim, após o acendimento da luz branca, o pombo emitia respostas que ora eram reforçadas em DRL 3s, esquema no qual uma resposta era reforçada quando ocorresse após decorridos 3 segundos da última resposta da mesma classe emitida, e em outras tentativas o responder era reforçado em FR10, sendo, assim, consequenciada com alimento a emissão de dez respostas de bicar o disco. Para distinção entre os padrões de respostas produzidos pelos dois esquemas, contava-se o tempo transcorrido entre a emissão das duas primeiras respostas: se houvesse espaçamento de 3 segundos ou mais entre elas, o responder era considerado em padrão de esquema DRL e a consequência ocorria logo após a emissão da segunda resposta; se as respostas fossem espaçadas em menos de 3 segundos, o responder era considerado em padrão de esquema FR, e a consequência acontecia após a emissão de dez respostas. Quando as respostas ocorriam no padrão do esquema agendado para aquela tentativa, a luz branca do disco era apagada e ocorria liberação de alimento após o termino da sequência; em seguida, havia um intervalo entre tentativas (ITI), e, então, uma nova tentativa; caso o padrão temporal das respostas fosse diferente daquele produzido pelo esquema agendado, a luz branca e a luz da caixa eram apagadas, em um período de timeout ; após o ITI, a tentativa era repetida até que o padrão típico do esquema agendado fosse emitido. O requerimento do FR foi aumentado para 20 respostas de bicar após 20 sessões para três dos pombos, e após 26 sessões para o outro animal. Com essa primeira fase, foi possível o estabelecimento de um padrão de responder variado, no qual o número de acertos na primeira tentativa esteve sempre próximo ao nível do acaso e, na repetição de uma tentativa, ficou consistentemente acima de 80% para três dos quatro pombos. Assim, os sujeitos aprenderam a emitir um de dois padrões distintos de resposta quando a luz era acesa, e a consistentemente mudar o padrão caso a tentativa terminasse em timeout.

ensino de um repertório de emparelhamento: para metade dos animais, na presença de uma luz vermelha, o reforçamento era liberado quando as respostas de bicar ocorriam em padrão típico do esquema FR20; e, na presença de uma luz verde, o padrão reforçado era aquele típico do esquema DRL3s; para a outra metade, essas contingências eram opostas. Após o requerimento de respostas ser atingido, eram apresentados ao animal dois estímulos comparação nas chaves laterais: linhas verticais e linhas horizontais, sendo que para metade dos animais as contingências eram: vermelho (modelo) – 20 respostas – vertical + horizontal – (comparações); e verde – uma resposta

  • vertical – horizontal +; e para a outra metade dos pombos essas contingências eram opostas. O ITI tinha duração de 10 segundos, sendo que nove eram passados no escuro (situação na qual os pombos em geral não emitem respostas) e um no claro. O critério para mudança de fase era de 90% ou mais de precisão em cinco das seis últimas sessões, sendo também requerido que os sujeitos ficassem nessa fase por ao menos 10 sessões. Na segunda fase do experimento, os animais foram expostos a um treino de esquemas mistos, com procedimento igual àquele utilizado no primeiro experimento. A última fase era uma fase de teste, na qual o estímulo branco era apresentado, e, após o sujeito completar o esquema agendado para aquela tentativa, eram apresentados os estímulos comparação: linhas horizontais e linhas verticais. Os animais foram divididos em dois grupos: consistente, para os quais a resposta de escolha reforçada era aquela emitida de maneira consistente com o treinado na fase 1; e grupo inconsistente, para os quais a resposta de escolha reforçada era aquela inconsistente com o treino da fase 1. O critério para o fim da fase de teste era de 90% ou mais de acerto em cinco das seis últimas sessões. Os três pombos do grupo consistente atingiram o critério de precisão em até três sessões, enquanto os animais do grupo inconsistente só chegaram ao mesmo nível de precisão na sexta ou sétima sessões. Com esses dados, os pesquisadores complementaram os resultados do primeiro experimento, demonstrando que os esquemas treinados poderiam substituir os estímulos modelo visuais, antes discriminativos para esses esquemas. Também pode-se inferir que o responder dos sujeitos, mesmo servindo na primeira fase do procedimento como resposta de observação diferencial (cada estímulo modelo requeria um responder diferente para acessar os estímulos comparação), exercia, já nessa mesma fase, algum controle sobre o comportamento de escolha, uma vez que os sujeitos do grupo consistente alcançaram o critério com menos sessões.

Com isso, os autores afirmam que “esse procedimento não-sinalizado de responder diferencial é uma promessa para testes como os propostos por Sidman (1994,

  1. para determinar se respostas definidas também são incluídas nas classes de equivalência” (p. 33). O presente experimento teve como objetivo verificar se o delineamento proposto (uma replicação sistemática do procedimento de Lionello- DeNolf e Urcuioli, 2003) produziria discriminações condicionais com ratos utilizando o responder gerado pelos esquemas CRF e FR10 como estímulos modelo.