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A evolução contínua das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) coloca novos desafios aos actores envolvidos. A adaptação a esses desafios irá criar novas hierarquias independentes das fronteiras geográficas. As tecnologias de rede como a internet geraram um poder acrescido para os actores não estatais que capturaram muitas das atribuições tradicionais dos Estados. O conceito de diplomacia, desde a sua origem tradicional ao contexto virtual mudou significativamente. Hoje, qualquer agente d
Tipologia: Trabalhos
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ABREVIATURAS
AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações EUA – Estados Unidos da América FAO – Food and Agriculture Organization ICT – Information and Communication Technologies INESC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores INETI – Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação NASA – National Aeronautics and Space Administration NATO – North Atlantic Treaty Organization NGO – Non-Governmental Organizations ONG – Organizações Não Governamentais TI – Tecnologias de Informação TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação UE – União Europeia UNCTAD – United Nations Conference on Trade and Development UNESCO – United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization USACPD – United States Advisory Commission on Public Diplomacy USIP – United States Institute for Peace
As instituições diplomáticas terão de adaptar-se à Era da Informação, determinando esta, em grande medida o modo como a actividade diplomática será exercida no futuro, e quais os actores predominantes. Dado que a informação e a sua gestão são basilares no desempenho de toda a actividade diplomática, será importante verificar em que medida um acesso mais generalizado a este recurso poderá alterar o modo como a actividade é desempenhada, mas também ao nível do público-alvo da actividade, modificando a sua percepção. O objectivo do trabalho é o de analisar a importância que as alterações tecnológicas têm na actividade diplomática, avaliando em que medida a emergência de novos actores relega a acção estatal para um plano secundário. O desenvolvimento das tecnologias e das redes assume hoje um papel central na actividade diplomática, requerendo a adopção de novos processos de interacção virtual. Existe um desconhecimento, por parte dos agentes diplomáticos nacionais, das oportunidades e ameaças que se colocam actualmente à actividade. Neste contexto, será necessária uma mudança tecnológica, acompanhada por mudanças nas estruturas das organizações, e um aumento das qualificações que adapte a diplomacia a uma sociedade organizada em rede. Um dos passos fundamentais passa por um investimento permanente na elevação das qualificações tecnológicas dos diplomatas que poderá passar pela criação de uma instituição especializada no ensino da diplomacia, intensiva em TIC.
Palavras Chave: Diplomacia; Informação; Tecnologia; Rede; Comunicações.
Diplomacy in the Information Age and Knowledge Management António Sérgio Correia Mendonça M.Scin : Sistemas de Informação Supervisor : Doctor Isabel Maria Pinto Ramos
The continuous evolution of Information and Communication Technologies (ICT) implies new challenges to all the people involved in the diplomatic activity. Those challenges will create new challenges independent from geographical borders. The network technologies as the internet generated an increased power to non-state actors that have captured many of the traditional State functions. The concept of diplomacy, since his origin to the virtual context has changed significantly. Nowadays, any diplomatic agent has to deal with the substantial implications of a new communicational environment, considering the impact of the ICT in a society increasingly networked and less hierarchical. The State must take into account the emergence of new actors and his relevance in the diplomatic activity. Nowadays, the diplomatic activity must deal with an increased competition form non- state actors that use new information and communication resources. These actors (such as the NGO’s, media, terrorist organizations, environmental and human resource organizations) became able to exert some typical State functions generating a more diffuse distribution of power, less State-focused. Many of these actors are technologically well prepared, using ICT’s intensively, and, especially network computing, obtaining na increasingly easy access to a significant number of people. Diplomatic institutions must adapt to the Information Age, which will determine how the diplomatic activity will be exerted in the future and who will be predominant. Since information and information management are essential in the performance of all diplomatic activity, it is important to check whether a wider access to this resource can change the way this activity is performed, and also how the public reacts to that wider access.
Aos meus pais e à Sofia,
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer à Professora Isabel Ramos o apoio prestado na orientação do presente trabalho, e o entusiasmo manifestado pela temática do mesmo, desde o primeiro momento. Gostaria de deixar ainda um agradecimento muito especial ao Sr. Coronel Fernando Freire da Academia Militar, pela insuperável cooperação em fases importantes do presente trabalho e, ainda, ao Professor Manuel Ennes Ferreira do ISEG, à Professora Joana Neves da AICEP e ao Mestre Rui Alves pela colaboração prestada em diferentes fases do trabalho.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Realpolitik vs. Novas Teorias 27 Quadro 2 – Formas de Organização Económica e Social: Hierarquia vs Rede 35
“Diplomacy is the art of advancing national interests through the sustained exchange of information among nations and peoples. Its purpose is to change attitudes and behaviour” Fulton (1998, p. 10)
INTRODUÇÃO
A Era da Informação iniciou-se na década de 60 do século XX, assumindo no momento presente características particulares pela convergência de tecnologias numa única rede integrada, revolucionando o ambiente comunicacional. Estas características assumem um dinamismo muito grande, que obriga a uma adaptação constante de todos os actores sociais. A contínua evolução das TIC coloca desafios acrescidos a esses actores. O nível de adaptação a esses desafios, será determinante no seu posicionamento relativo num contexto em que novas hierarquias se definem de modo cada vez menos dependente de fronteiras geográficas. As tecnologias de rede, como é o caso da Internet, têm proporcionado um aumento do poder de actores não estatais, em função da captura de muitas das atribuições tradicionais dos Estados, pelo que a actividade diplomática encontra-se hoje sujeita a uma forte concorrência desses actores fortemente apoiados em novos recursos informacionais. Estes actores (tais como as ONG’s, média, organizações terroristas, organizações ambientais e de direitos humanos) ao exercerem algumas das funções tradicionalmente exercidas pelos Estados de uma forma independente de fronteiras físicas, geram uma distribuição mais difusa do poder, menos concentrada tanto geográfica como politicamente. O uso intensivo das TIC, sobretudo ao nível da computação em rede, de acesso crescentemente fácil a um conjunto alargado de pessoas, potencia estas transformações. Neste contexto, a actividade diplomática terá, forçosamente, de passar por um processo de adaptação à Era da Informação que será muito relevante na forma como a diplomacia será exercida no futuro. Dado que a informação e a sua gestão consubstanciam o fundamento da actividade diplomática, será importante verificar de que forma uma adequada gestão da informação e do conhecimento poderá potenciar essa actividade, e o modo como o correcto domínio dos instrumentos associados a essa gestão poderá gerar transferências de poder entre actores diplomáticos.
apresentando ainda alguns exemplos internacionais considerados relevantes. Na parte II, mais assente na prática da actividade em Portugal e na descrição das principais dificuldades e oportunidades que a actividade encerra presentemente no contexto nacional, com o recurso a entrevistas. No segundo capítulo é apresentado o conceito tradicional de diplomacia, bem como o conceito de diplomacia virtual e diferentes abordagens de diplomacia, sociedade em rede, considerando a utilização de diversas ferramentas de comunicação e novos riscos e ameaças colocados à actividade diplomática e, alguns casos internacionais de uma nova forma de exercer diplomacia. O terceiro capítulo refere-se às perspectivas futuras para a diplomacia e dos desafios que a actividade enfrentará. Os capítulos finais referem-se à descrição da metodologia de trabalho, descrição do estudo e apresentação dos resultados obtidos. O presente estudo termina com as conclusões.
PARTE I
Figura 1 – Definição de diplomacia ( Fonte: http://www.heurism.net/wp- content/uploads/2009/07/diplomacy.jpg)
White (1999, p. 250) afirma que diplomacia traduz-se na prática num sinónimo de ‘relações internacionais’, ‘política mundial’ ou ‘política externa’. A diplomacia é assim encarada como um processo global e abrangente e não como um acto isolado ou específico, podendo ser encarada numa perspectiva macro (estudo da política mundial como um todo) ou numa perspectiva micro (comportamento de Estados e outros actores na política internacional). Numa perspectiva macro, White considera estarmos perante um processo de comunicações central a nível global, abrangendo a resolução de conflitos pela negociação e diálogo. Numa perspectiva micro, a diplomacia é mais olhada como um método ou ferramenta para atingir um objectivo ou meta, e menos como processo global.
Para Magalhães (1995, p. 90), a diplomacia é um ‘instrumento da política externa para o estabelecimento e desenvolvimento de contactos pacíficos entre os governos dos diferentes estados pelo emprego de intermediários mutuamente reconhecidos pelas partes’. Por sua vez, Schultz (1997) vem sublinhar outra vertente da diplomacia, afirmando que “a matéria-prima da diplomacia é a informação: a forma como é obtida, acedida e tratada para o benefício de outros”. Schmitz (1997) sublinha também que a obtenção de informação é a razão de ser da diplomacia, enquanto que Smith (2005) refere que a informação, pública ou privada é o sangue da actividade diplomática. De um modo geral todas estas definições encontram-se centradas na noção de Estado, à excepção de Schultz que vem relevar mais a informação enquanto fundamento da actividade diplomática. Recentemente tem ganho alguma relevância o conceito de diplomacia pública, enquanto exercício específico de influência sobre públicos estrangeiros^1.
1.2. Informação e conhecimento
Partindo de uma abordagem simples ao conceito de informação, poderá afirmar-se que se refere a dados que são organizados e compostos com o objectivo de explicar uma situação específica. Informação pode também ser definida como o ‘resultado da agregação e composição desses dados elementares, realizada de acordo com determinados objectivos. É a informação que fornece sentido aos dados de forma a obter descrições de acontecimentos, objectos ou situações’ (Santos & Ramos, 2006: p. 8). O conhecimento pode ser definido como ‘informação personalizada, ou seja, informação que as pessoas usam para dar significado aos acontecimentos, objectos e situações, construindo modelos mentais que permitem planear a sua acção e implementar essa acção com objectivos e interesses pessoais ou colectivos (idem), ‘consistindo em verdades e crenças, perspectivas e conceitos, julgamentos e expectativas, metodologias e saber- fazer’ (Wiig, 2003: citado por Amaral 2006).
(^1) Para uma análise aprofundada do conceito ver, por exemplo, http://www.publicdiplomacy.org/1.htm.