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Tipologia: Trabalhos

2019

Compartilhado em 05/11/2019

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UniCEUB
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO E SAÚDE
CURSO DE NUTRIÇÃO
ANÁLISE NUTRICIONAL DAS DIETAS DA MODA
Daniela Swelem de Oliveira Viana
Professora Orientadora: Patrícia Martins Fernandez
Brasília, 2014
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UniCEUB

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO E SAÚDE

CURSO DE NUTRIÇÃO

ANÁLISE NUTRICIONAL DAS DIETAS DA MODA

Daniela Swelem de Oliveira Viana

Professora Orientadora: Patrícia Martins Fernandez

Brasília, 2014

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RESUMO

Introdução : analisou a divulgação e a realização de dietas da moda e o crescimento alarmante nos últimos anos, fatores estes associados e atribuídos pela mídia sejam por revistas não cientificas, livros periódicos ou por outros meios de comunicação. Objetivo: o estudo tem como objetivo discutir as consequências da prática de dietas da moda para o emagrecimento e seus efeitos adversos na saúde humana. Método: consiste em um estudo de revisão da literatura baseada em artigos científicos, revistas cientificas consultados nas bases de dados bireme, google acadêmico, scielo, pubmed, livros periódicos. Período da coleta de dados de agosto e finalizando no mês de novembro por meio das palavras chaves dieta da moda, dieta restritiva, obesidade, mídia, educação nutricional, Dukan e estética. Usando o Guia alimentar 2008 para a população brasileira para análise de cada dieta. Resultado: Dietas restritivas como a do Dr. Dukan, Dr. Ravenna trazem a ideologia de emagrecimento, porém o Guia alimentar mostra o quanto estão errôneas em relação a uma alimentação adequada. Por fim, a importância do profissional nutricionista perante a sociedade em mostrar que qualidade alimentar não é seguir uma dieta, mas educar de forma individualizada cada individuo. Palavra chave: Dieta da moda. Dieta Restritiva. Obesidade. Mídia. Educação Nutricional. Dukan. Estética.

1 INTRODUÇÃO e JUSTIFICATIVA

Atualmente há uma preocupação incessante com a saúde veiculada por reportagens divulgadas pela mídia ressaltando prevenção e tratamento de doenças crônicas, sem desconsiderar o padrão de beleza do corpo (SOUZA, 2005). Segundo Rondó (1998), muitos indivíduos procuram seguir uma dieta de emagrecimento porque desejam conquistar uma aparência mais atraente. A questão da imagem corporal é um problema complexo e não pode ser encarado apenas sob a ótica dos regimes e “dietas milagrosas”. Surgiram dietas que asseguram a perda de peso de forma rápida (CARDOSO 2004), para Londo e Navarro (2002), são práticas alimentares populares e temporárias que garantem resultados rápidos e atraentes, porém carecem de informação científica.

A disponibilidade de dietas da moda citadas em revistas empíricas, visando o emagrecimento rápido é cada vez maior e a adesão a estas é grande no começo, devido à maioria serem extremamente restritivas e agressivas, no entanto essas dietas tornam-se falhas, pois não leva em consideração o dia-a-dia das pessoas e tampouco seus hábitos alimentares (ESCOTT-STUMP, 2007), entre as dietas que podem ser citadas é a do Dr. Atkins (2004), que consiste em uma dieta hipocalórica e cetogênica com liberado consumo de lipídeos e proteínas. Outro ponto importante é a respeito dos sinais clínicos que as dietas com redução drástica de energia e nutriente a média e em longo prazo, ocasionam desequilíbrios metabólicos importantes como a formação de corpos cetônicos, sobrecarregando o fígado e os rins (BODINSKI, 1998; BLUNDELL, 1998). Ao contrário do que é defendido em algumas dietas com severa restrição de carboidrato como a do Dr. Atkins (2004), é liberado o consumo de proteína e gordura, segundo Freedman (2001), não existe investigação cientifica sugerindo que dietas ricas em gorduras e proteínas e pobres em carboidrato possuam uma vantagem metabólica sobre as dietas convencionais para a perda de peso, mas também podem contribuir para o aparecimento de doenças crônicas entre elas obesidade, diabetes, colesterol e doenças cardiovasculares (MORAIS; SANTOS, 2000), já a proteína auxilia na formação e manutenção dos tecidos, porém o exagero

pode desencadear sobrecarga renal e hepática, decorrente de uma desidratação e perda de tecido da massa magra. (GÓES, 1995; TIRAPEGUI, 2000). Em contrapartida, a Associação Brasileira de Estudos da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO, 2008), afirma que dietas ricas em gorduras e pobres em carboidrato em indivíduos obesos, promove perda de peso, em razão principalmente da menor ingestão de calorias e não somente da composição dietética. Neste sentido, a nutrição é um dos fatores que mais afeta a saúde do indivíduo, sendo que a ingestão e a quantidade correta dos alimentos seguindo bons hábitos alimentares durante toda vida proporciona um corpo e mente saudável (PECKENPAUGH, 1997). Diante de tal aspecto, o Guia Alimentar para a População Brasileira (2006), apresentou suas primeiras diretrizes alimentares, devido às transformações sociais vivenciadas pela população brasileira, se fez necessário uma nova versão devido às mudanças no padrão de saúde e nutrição, com o intuito de contribui para a segurança alimentar e nutricional da população brasileira (BRASIL, 2008). Tendo como base estas informações, este estudo tem a finalidade de analisar alguns exemplos de dietas da moda e as implicações nutricionais para a saúde humana, assim como a importância da educação alimentar no contexto da promoção de uma alimentação saudável e adequada.

3 METODOLOGIA PROPOSTA

3.1 Desenho do estudo

Trata-se de um estudo de revisão da literatura sobre a análise nutricional das dietas da moda segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado inicialmente em 2006 pelo Ministério da Saúde.

3.2 Metodologia

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica, que aborda as consequências da prática de dietas da moda para o emagrecimento e seus efeitos adversos na saúde humana fazendo uso das palavras chaves dieta da moda, dieta restritiva, obesidade, mídia, educação nutricional, Dukan e estética, nos idiomas português, inglês e espanhol. As informações foram obtidas a partir de livros científicos, livros populares acerca das dietas, além de revistas científicas e nas bases de dados como Bireme, Scielo, Google Acadêmico e Pubmed, a busca gerou um total de 70 artigos tendo inicio no mês de agosto e sendo finalizada no mês de novembro. Foi feito um ranking das últimas dietas mais divulgadas e praticadas na mídia e por famosos, em um site de uma revista empírica conhecida como Boa Forma. Como critério de inclusão foi considerado estudos transversais, estudo de caso, estudos ecológicos, os excluídos foram considerados aqueles que poderiam ser feitos em ratos. Após ter feito os critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 58 artigos.

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Segundo Santos (2008), o hábito de fazer dietas e de consumir produtos dietéticos se tornou uma das preocupações mais marcantes do público feminino tendo uma preocupação exagerada com a quantidade de gordura no corpo evitando se alimentar de maneira que venha engordar, almejando ser cada vez mais magra na tentativa de redução de peso e controle da obesidade. A obesidade tem como característica o excesso de peso, constitui um dos maiores problemas dos últimos tempos, atingindo pessoas de todas as classes sociais compartilhando de uma história hereditária configurando-se num estado de má nutrição, consequentemente por um distúrbio no balanceamento dos nutrientes, alterando outros fatores pelo excesso alimentar (SPETHMANN, 2004), portanto a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2011), definiu como um fator alinhado ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) tem sido uma das principais causas de acometimento de mortalidade no país, estudos mostram que tem a característica de ser multifatorial, e um dos fatores a ser modificado é a alimentação inadequada e o sedentarismo (MONTEIRO et al, 2011). Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada nos anos de 2008-2009, teve como um dos seus objetivos a realização de visitas domiciliares tanto nas áreas urbanas como nas zonas rurais, com o objetivo de realizar uma avaliação antropométrica do estado nutricional da população brasileira com o público de adolescente de 10 a 19 anos e a população adulta acima dos 20 anos. Levou em consideração o déficit de peso, déficit de altura, excesso de peso e obesidade (IBGE, 2010). Os dados que foram encontrados entre os anos de 1974 -1975, em relação ao excesso de peso e obesidade no sexo masculino, demonstram que houve um aumento alarmante de 10,9% para 16,9% em relação à POF citada anteriormente de 2008 – 2009. A prevalência de excesso de peso entre adolescentes oscilou nos dois sexos de 16% a 19% nas Regiões Norte e Nordeste e de 20% a 27% nas Regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste. Em ambos os sexos, o excesso de peso tendeu a ser mais frequente no meio urbano do que no meio rural destacando as regiões Norte e Nordeste (IBGE, 2010). Essas questões apresentadas estão diretamente

Tabela 1- Dietas mais divulgadas na mídia.

Tipo de dieta Principal macronutriente

Características da dieta ou da intervenção

Nome popular

Restrição de carboidratos, frutas oleaginosas e leguminosas.

Refinados são excluídos da dieta.

Industrializados, refinado, trigo, açúcar e carboidrato de alto índice glicêmico.

Proteína

Todos os grupos são contemplados observando o índice glicêmico dos carboidratos. Proteína, vegetais, leguminosas, nozes, frutas, oleaginosas, tubérculos, alimentos orgânicos e carboidratos de baixo índice glicêmico.

Dividida em quadro fases. Obrigatório exercício físico em todas as fases. Ingestão de proteína à vontade. Multiprofissional com a realização de terapia em grupo.Dividido em três fases. Quatro refeições com moderação ao carboidrato 50g a 150 g por dia.

Dr. Dukan

Dr. Ravenna

Dieta paleolítica

Fonte: (http://boaforma.uol.com.br/noticias/redacao/2014/03/10/conheca-as-dietas-que-secaram-as- silhuetas-de-famosas.htm)

Os padrões de consumo alimentar de diversos países têm passado intensas e rápidas transformações nas últimas décadas (POPKIN, 2004). Esses padrões têm evidenciado dois cenários com distintas dietas que inclui uma sobrecarga de nutrientes e outras com inadequações alimentares (BATISTA; ASSIS, 2007).

4.1 Dieta do Dr. Dukan.

A dieta foi desenvolvida por um médico francês, conhecido por Dr. Pierri Dukan, que procurou ajustar o método de acordo com as necessidades

apresentadas por seus pacientes, tornando-se um plano global publicada em 2001 e sendo conhecida por “ Eu não consigo emagrecer” , mais de oito milhões de leitores em mais de 20 países tiveram acesso ao método, sendo tais leitores e praticantes da dieta que nomearam com seu próprio nome um método que ele considera revolucionário para o combate do sobrepeso, a dieta é predominantemente hipocalórica, cetogênica com liberado consumo de lipídios e proteínas, como carne vermelha, ovo, manteiga e restrição para o carboidrato como frutas, pães, farinha, macarrão, açúcares e doces (DUKAN, 2013). Dukan (2013) defende que qualquer individuo que seguir as instruções disponíveis em cada fase o autor, afirma que é impossível não emagrecer rapidamente sendo necessário fazer uso de uma balança e nada de calcular calorias, Segundo Silva e Pottier (2004), que durante a restrição severa de carboidrato são esvaziadas as reservas de glicogênio e água, consequentemente a perda de peso poderia ser predominantemente de fluidos, repercutindo em uma desidratação ao invés da perda de massa gorda. O método é distribuído em quatro fases respectivamente nessa ordem, fase do ataque, fase do cruzeiro, fase da consolidação e por último a fase da estabilidade. A tabela 2 abaixo mostra o método e a duração de cada fase. Tabela 2 – Fases e etapas da dieta do Dr. Dukan. Fase do ataque Fase Cruzeiro Fase da Consolidação

Fase da estabilidade

Duração: 1 a 7 que dias corridos. Alimentos que podem ser consumidos: proteína animal à vontade.1 ½ colher de sopa de farelo de aveia por dia. Adoçantes como o Aspartano e condimentos são autorizados.

Duração: deve ser seguido sem pausa até que obtenha o peso ideal. Método: dias alternados de proteína com legumes. Duas colheres de farelo de aveia por dia.

Duração: 10 dias de consolidação por quilo perdido nas outras fases. Disponibiliza novamente uma alimentação variada, mas com moderação, com o objetivo de estabilizar o peso evitando o efeito sanfona.

Duração: tempo indeterminado. Nessa fase o método impõe um dia da semana de proteína pura. Três colheres de sopa de farelo de aveia.

Fonte: ADAPTADO DUKAN, 2012.

Ao fazer uso de dietas restritivas com o objetivo de atingir o peso ideal e a imagem corporal posta pelo meio social ocasiona uma gama de complicações orgânicas e comportamental (CORDÁS, 1995; NUNES, 1997). Diante de tal aspecto, foi realizado um estudo com dietas restritivas no ambulatório de nutrição no norte do Rio Grande do Sul – RS, com 40 pacientes que responderam um questionário relacionado à prática de dietas divulgadas em revistas empíricas conhecidas como dieta da sopa, dieta da lua, dieta do tipo sanguíneo, dieta do Dr. Atkins, de 40 pacientes iniciais houve um declínio para 29 pacientes do sexo feminino (BETORNI; ZARNADO; CENI, 2010). A dieta da sopa foi a mais frequente entre os entrevistados presentes em 36,4%, seguida das dietas de revistas com 27,3% e, por fim, pela dieta do Dr. Atkins com 18,2%,Em relação à satisfação dos resultados que essas dietas poderiam dar,27,27% consideraram ruim, 45,45% consideraram muito ruim. Foram relatados alguns sintomas pelos pacientes, entre eles fraqueza, irritabilidade, tontura, dor de cabeça, perda de cabelo, unhas fracas e anemia (BETORNI; ZARNADO; CENI, 2010). Dieta líquida como a da sopa, com baixa ingestão de macronutrientes, leva a formação de corpos cetônicos, anemia, osteoporose, hipovitaminose e deficiência de minerais (BODINSKI; BLUNDELL, 1998). Outros estudos alegam que dietas hipocalóricas, produzem um equilíbrio energético negativo em relação à redução do peso corporal (MCINNS, 2000).

4.2 Dieta do Dr. Ravenna.

Dr. Ravenna (2012), argentino, médico psicanalista desenvolveu um método multidisciplinar composta por nutricionista, psicólogo e educador físico, o método não faz uso de medicamentos e cirurgia, mas faz uso de vitaminas e usa a terapia em grupo como estratégia. Já tratou mais de 50 mil pacientes, tem por finalidade capacitar o paciente a desenvolver uma nova relação com a comida, não apenas a emagrecer, mas tornar-se magro. Possui três clínicas localizadas no Brasil, distribuída nos estados de Salvador, São Paulo e Brasília. O método disponibiliza três fases para ser seguida, divididas em corte, medida e distância.

Tabela 3 – Fases da dieta do Dr. Ravenna. Fase do Corte Fase da Medida Fase da Distância Corta o excesso de alimento e o comer toda hora.

Busca alcançar a medida e o peso ideal para o paciente.

O paciente aprende a ficar distante do alimento até a próxima refeição.

Fonte: RAVENNA, 2006.

Tem como característica uma dieta hipocalórica distribuída em quatro refeições ao longo do dia observando o índice glicêmico dos carboidratos, e não tem diferenciação de um grupo para o outro podendo ser iniciado com crianças a partir dos 5 anos de idade, é comum a todos que estão em tratamento pequenas porções de comida, e a aplicação de vacina com a finalidade de diminuir a compulsão alimentar (RAVENNA, 2006). Segundo Dr. Ravenna (2012), quanto mais comemos mais temos fome; de modo contrário, quanto menos comemos menos fome temos e consequentemente menos se pensa nela. Ele acredita que essa é a fórmula para combater a voracidade e gerar saciedade. O Guia Alimentar (BRASIL, 2008) expressa um limite de consumo ou por número de porções e recomendações qualitativas, visando à qualidade alimentar comendo mais frutas, verduras e legumes e moderando no consumo de açúcares. O consumo de energia varia de acordo com a necessidade para a manutenção da saúde, de acordo com o sexo, a idade, o nível de atividade física, o estado fisiológico, a presença ou ausência de doenças e do estado nutricional atual do individuo. Assim, os indivíduos ao se alimentarem não buscam apenas suprir suas necessidades orgânicas de nutrientes, mas sim de alimentos. Dietas para perda de peso ou manutenção do peso corporal devem atender ao padrão alimentar e nutricional adequado, além de ser uma oportunidade de aprender a exercer de forma adequada em quantidade e qualidade o prazer da saciedade (BRASIL, 2008).

A dieta que é atualmente consumida pela maioria dos países ocidentais com características de consumo de carboidratos de alto índice glicêmico como o açúcar e os grãos, além de gorduras trans e poli-insaturadas e gordura vegetal hidrogenada, óleo de soja, óleo de milho e margarina, quimicamente modificada são tão prejudiciais como os carboidratos de índice glicêmico alto, porém a dieta paleolítica é predominantemente carnívora (FREURY, 2012). Segundo Freury (2012), os efeitos maléficos dos grãos não estão limitados somente ao efeito que o seu consumo causa no aumento da glicose sanguínea, esses grãos não possui quantidade adequada de nutriente, tendo em sua composição a gliadina que constitui a fração do glúten compondo a maior parte considerada tóxica para a mucosa intestinal, normalmente composta de aminoácidos, são resistentes à degradação pelos sucos gástrico, pancreático e intestinal (SHAN, 2002). Considerando que hoje o trigo sofreu manipulações genéticas e consequentemente quadruplicando os casos de doença celíaca (FREURY, 2012), diante de tal aspecto, segundo os estudos de Davis (2011), 50g de pão integral equivale a duas fatias sendo o suficiente para aumentar os níveis de glicose no sangue. Diante de tal aspecto, Ribeiro (2002) afirma que a farinha de trigo integral e a fibra do trigo, possuem alto teor de fibra, contém ácido glutâmico, sendo considerado um dos reguladores da neurotransmissão cerebral, segundo as recomendações dietéticas – RDAs (1989), em uma dieta equilibrada os carboidratos devem representar a maior parte da ingestão dietética. Considerando a análise desta dieta segundo o Guia Alimentar (BRASIL, 2008), recomenda-se refeições saudáveis incluindo alimentos tanto de origem vegetal como de origem animal, fazendo pelo menos três refeições café da manhã, almoço e jantar e intercalando por pequenos lanches. A dieta paleolítica semelhantemente como o Guia Alimentar (BRASIL, 2008), prioriza o consumo de frutas, verduras, legumes, feijões, tubérculos, leite e derivados, carnes magras, aves ou peixe, restringindo o consumo de frituras e alimentos que contenha quantidade elevada de açucares, gorduras e sal, porém deve-se valorizar a cultura regional e nacional quando se fala em “alimento saudável” priorizando a soberania de um país. No entanto, quando se aborda a farinha de trigo e de milho hoje fortificada com ferro e ácido fólico com o objetivo de

reduzir a anemia ferropriva e de problemas relacionados à má formação do tubo neural, sendo importante para crianças, idosos, gestantes e mulheres em idade fértil.

4.4 Excesso e carências nutricionais decorrentes da prática dessas dietas.

De forma geral, o Guia Alimentar (BRASIL, 2008) diz que o consumo de vários tipos de alimentos fornece os diferentes nutrientes evitando a monotonia alimentar, que limita a disponibilidade de nutrientes necessários para atender as demandas fisiológicas e garantir uma alimentação adequada. Diante de tais aspectos, observou-se que a dieta restritiva do Dr. Dukan, apresenta o maior risco de restrição de grupos alimentares, e consequentemente agrava-se o quadro de deficiências nutricionais entre elas vitamina A, ferro e zinco. Este quadro é considerado um grande problema de saúde pública em muitos países em desenvolvimento, ocasionando diversos agravos à saúde dos indivíduos. Tais como o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, entre elas diabetes, obesidade, câncer, acidente vascular cerebral (AVC), estando associadas às causas mais comuns de morte registradas atualmente (BRASIL, 2008).

Tabela 5 – Fonte, nutriente e principais funções em ausência nas dietas da moda. Vitaminas Principais fontes alimentares de origem animal

Principais fontes de origem vegetal

Principais deficiências

Dieta pesquisada que o nutriente está ausente A Fígado, leite, manteiga, gema de ovo.

Vegetais das folhas verde- escura, vegetais e fruta (abobora, mamão, tomate, cenoura, laranja, manga) batata- doce.

Xeroftalmia, cegueira noturna, risco aumentado de algumas neoplasias.

Dieta do Dr. Dukan

D Óleo de fígado, de peixe, leite, manteiga, gema de ovo, sardinha, atum, salmão.

Óleos vegetais Função imunológica alterada.

Dieta do Dr. Dukan.

E Manteiga e gema de ovo

Amendoim, amêndoas, nozes, linhaça, açafrão, girassol, soja e

Anemia hemolítica, aterosclerose.

Dieta do Dr. Dukan

leguminosas.

B12 Visceras, ovos, carnes, vermelhas, peixe.

Cereais fortificados.

Anemia megaloblástico.

Dieta do Dr. Dukan.

C (acido ascórbico) Acerola, limão, laranja, abacaxi, mamão, goiaba, caju, tomate, morango, mexerica, pêssego, alface, agrião, couve, espinafre, batata.

Função imunológica alterada, danos oxidativos.

Dieta do Dr. Dukan.

Fonte: LIMA. C.L; GONZALEZ.C.M. Nutrição Clinica no dia a dia. Rio de Janeiro: Rubio; 2013.

Tabela 6 - As possíveis carências de minerais nas dietas da moda. Minerais Principais fontes alimentares de origem animal

Principais fontes alimentares de origem vegetal

Principais efeitos da deficiência

Possível dieta que não apresenta tal nutriente Zinco Ostras, fígado, carne vermelha.

Aveia, cereais, gergelim, linhaça.

Perda de cabelo, função imunológica.

Dieta do Dr. Dukan.

Cobre Carne vermelha, fígado, frutos do mar.

Ameixa, banana, mamão, gergelim , feijão, lentilha.

Anemia. Dieta do Dr. Dukan.

Selênio Aves, frutos do mar.

Castanha do pará, cebola, alho, cereais integrais.

Anomalias nas unhas.

Dieta do Dr. Dukan.

Manganês Café, chá, nozes, leguminosas, farelo.

Açaí, pequi, pitanga, amendoim, feijão, grão-de-bico, linhaça, beterraba.

Dematite, perda de peso.

Dieta do Dr. Dukan.

Magnésio Frutos do mar. Arroz integral, aveia, cereais fortificados, espinafre, almeirão, couve, brócolis, jaca, tamarindo,

Tremores, espasmos musculares, mudança de personalidade, anorexia, náuseas

Dieta do Dr. Dukan.

banana, figo, maça, açúcar mascavo, pistache, avelã, semente de abobora, tofu.

e vômitos.

Ferro Carne vermelha, ovos, sardinha, vísceras (fígado, rins, coração).

Alface, agrião, almeirão, aveia, cereais fortificados, castanha de caju, amêndoas, feijão, lentilha, frutas secas, rapadura.

Anemia hipocrômatica.

Dieta do Dr. Dukan.

Fonte: LIMA.C.L; GONZALEZ.C.M. Nutrição Clinica no dia a dia. Rio de Janeiro: Rubio; 2013.

Lima e Gonzalez organizou as seguintes referências nutricionais com o auxilio adaptado dos seguintes autores Cozzolino SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. 2 ed. Barueri: Manole; 2007.Cuppari L. Nutrição Clinica do Adulto 2 ed. Barueri: Manole; 2010.Pacheco M. Tabela de equivalentes, medida caseira e composição química dos alimentos. 2 ed. Rio de Janeiro: Rubio; 2011.Waitzberg DL. Nutrição oral, enteral e paraenteral na prática clinica. 4 ed. São Paulo: Atheneu; 2009.

Diante de tais aspectos apresentados, a dieta restritiva mostrou deficiências nutricionais e os riscos que tal dieta pode oferece à saúde humana. Ao promover ações de promoção da saúde e prevenção dessas deficiências em micronutrientes, o governo e a rede de profissionais da área da nutrição contribui para a agenda de intervenção no excesso de peso, obesidade e diminui o risco para doenças crônicas não transmissíveis. Assim, uma alimentação adequada e variada previne as deficiências nutricionais, além de proteger contra doenças emergentes (BRASIL, 2008).

4.5 Educações alimentar e nutricional (EAN) desmitificando e desestimulando o uso dessas dietas da moda na vida da saúde dos que fazem uso delas.

Nos últimos tempos, expressões como qualidade de vida e alimentação saudável vêm atraindo a atenção de pessoas de diferentes idades, classes sociais e de diferentes graus de conhecimento, e assim despertando interesse em