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DIETA DE BAIXO CARBOIDRATO: UMA REVISÃO DE ..., Provas de Literatura

literatura sobre a dieta de baixo carboidrato e avaliar sua eficácia na perda ... novos hábitos alimentares, consumo de alimentos bastante calóricos e pouco.

Tipologia: Provas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Michelle87
Michelle87 🇧🇷

4.7

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
LAYSE RAMOS DE MOURA
DIETA DE BAIXO CARBOIDRATO: UMA REVISÃO DE
LITERATURA
João Pessoa
2015
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

LAYSE RAMOS DE MOURA

DIETA DE BAIXO CARBOIDRATO: UMA REVISÃO DE

LITERATURA

João Pessoa

2015

LAYSE RAMOS DE MOURA

DIETA DE BAIXO CARBOIDRATO: UMA REVISÃO DE

LITERATURA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba, como requisito obrigatório para obtenção do título de Bacharel em Nutrição. Orientadora: Prof.ª Drª. Leylliane de Fátima Leal Interaminense de Andrade

João Pessoa

2015

LAYSE RAMOS DE MOURA

DIETA DE BAIXO CARBOIDRATO: UMA REVISÃO DE

LITERATURA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba, como requisito obrigatório para obtenção do título de Bacharel em Nutrição.

Aprovada em ____ de ________________ de 20____.

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Dr.ª Leylliane de Fátima Leal Interaminense de Andrade Universidade Federal da Paraíba Orientadora

Prof.ª MS. Ilka Maria Lima de Araújo Departamento de Nutrição/UFPB Examinadora

Prof.ª MS. Sônia Cristina Pereira de Oliveira Departamento de Nutrição/UFPB Examinadora

Aos meus pais, Gilson Moura e Tânia Ramos, aos meus irmãos, a minha orientadora e a todos que de alguma forma torcem pela minha realização profissional ,

Dedico.

“Como é feliz o homem que acha a sabedoria, o homem que obtém o entendimento.”

Provérbios 3:

RESUMO

A obesidade é o problema nutricional de maior crescimento na população visto nos últimos anos, sendo considerada uma epidemia mundial, suas consequências para a saúde são inúmeras, variando do risco de morte prematura a várias doenças não letais, mas que afetam a qualidade de vida do indivíduo, pessoas obesas apresentam um risco de desenvolverem diabetes tipo 2 em 3 vezes mais quando comparadas a pessoas com peso normal. Em busca de soluções para deter o problema, tem se observado várias estratégias dietéticas, das quais se destacando como as mais populares atualmente, encontra-se as restritas em carboidratos, vários estudos relacionam essa dieta como benéfica para a melhoria dos marcadores da síndrome metabólica, mas resultados ainda indicam que existem importantes e mal compreendidos efeitos da restrição de carboidratos, que merecem uma investigação mais aprofundada. Diante disso, o objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre a dieta de baixo carboidrato e avaliar sua eficácia na perda de peso e no tratamento do diabetes mellitus tipo 2 bem como seus efeitos colaterais. Os meios utilizados para o levantamento dessa revisão foram os bancos de dados: SCIELO, PUBMED e Google Acadêmico, sendo apenas selecionados artigos publicados nos últimos 13 anos. Após a revisão concluiu- se que a dieta de baixo carboidrato em curto prazo é eficaz na perda de peso, melhora de alguns parâmetros bioquímicos, mas que estudos em longo prazo são necessários para avaliar se tais benefícios irão persistir ao longo dos anos.

Palavras chaves: Baixo carboidrato. Perda de Peso. Diabetes.

LISTA DE ABREVIATURAS

ALT- Alanina-aminotransferase.

Hb1Ac- Hemoglobina glicada.

HDL- Lipoproteína de alta densidade.

IMC- Índice de massa corporal.

LDL- Lipoproteínas de baixa densidade.

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1- Resultados obtidos com a dieta de baixo carboidrato na perda de peso. Página- 25.

QUADRO 2- Resultados obtidos com a dieta de baixo carboidrato no tratamento da diabetes. Página-32.

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1 INTRODUÇÃO

A modernização da sociedade levou a população mundial a adquirir novos hábitos alimentares, consumo de alimentos bastante calóricos e pouco gasto de energia nas atividades diárias, como consequência deste estilo de vida, tem havido um crescimento de uma população sedentária e obesa (RODRIGUES; SCHMIDT; NAVARRO, 2008). A obesidade é o problema nutricional de maior crescimento na população, sendo considerada uma epidemia mundial, observada tanto em países desenvolvidos como nos em desenvolvimento (MARIATH et al, 2007).

A obesidade é considerada um problema de saúde pública, tendo em vista que as suas consequências para a saúde são inúmeras, variando do risco de morte prematura a graves doenças não letais, mas que deixam os indivíduos debilitados afetando sua qualidade de vida (PEREIRA, FRANSISCHI, LANCHA, 2003). Indivíduos obesos tem uma maior probabilidade de desenvolverem diabetes, resistência à insulina, dislipidemia, apneia, doença da vesícula, hipertensão, doença coronariana, osteoartrite e gota (GIGANTE, MOURA, SARDINHA, 2009). Pessoas obesas apresentam um aumento significativo do risco de desenvolverem diabetes mellitus tipo 2, em 3 vezes mais quando comparado com pessoas com peso normal. Só para se ter uma ideia da gravidade, o aumento de 1kg no peso corporal eleva em 9% o risco do desenvolvimento de diabetes (SILVEIRA, 2003).

Sendo a obesidade uma doença de múltiplas causas, para que seu tratamento tenha eficácia, se faz necessária a participação de diferentes profissionais da área de saúde. Dessa forma é comum o emprego da dietoterapia, do exercício físico, da mudança de hábito alimentar, da psicoterapia e eventualmente, o uso de drogas anorexígenas (MONEGO et al, 1996). A influência da composição da dieta no tratamento da obesidade é bastante discutível, tendo em vista que a composição ideal para a perda e manutenção de peso é ainda desconhecida (BORGES, BORGES, SANTOS, 2006). Dentre as estratégias de intervenções nutricionais, se destacando como as mais populares atualmente, encontra-se as dietas restritas em carboidratos (RAPOSO, BASSO, BERNARDI, 2006).

O princípio da utilização da dieta pobre em carboidrato baseia-se no fato de que havendo uma grande restrição de carboidratos, com a sua resultante Cetose, há uma oxidação lipídica, promovendo um efeito de saciedade e um aumento do gasto energético, fatores que devem promover um balanço energético negativo e consequente perda de peso (ATKINS, 1992 apud BONNIE et al, 2014). Esta dieta, também conhecida como dieta cetogênica, tem essa denominação devido ao fato de quando a gordura é consumida

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metabolicamente, decompõe-se em glicerol e ácidos graxos livres, formando pares de dois compostos de carbono, denominados corpos cetônicos, do qual resulta um novo ácido graxo para ser usado como combustível energético (ATKINS, 1992).

Os resultados de vários estudos prospectivos da dieta pobre em carboidratos apontam para uma melhora na síndrome metabólica (VOLEK et al, 2008). Pode-se com a restrição de carboidratos melhorar marcadores da síndrome metabólica, mesmo na ausência da perda de peso (BLESSO et al, 2013). Em relação à diabetes, o conteúdo da dieta restrita em carboidratos é absorvido principalmente na forma de triglicerídeos e proteínas, em vez de glicose, aliviando assim um dos principais fatores da diabetes (KHALIFA et al, 2009).

Na dieta restrita em carboidratos, o percentual desse macronutriente varia entre 4% a 40% (PARKER et al, 2002; AUDE et al, 2004; HALYBURTON et al 2007; KEOGH et al, 2007; BLESSO et al, 2013). Pode ser realizada por fases, primeira fase chamada de indução, segunda fase a da perda de peso contínua, terceira fase chamada de pré-manutenção e quarta fase que é a da manutenção (ATKINS, 1992). Pode ser realizada em apenas três fases das quais apenas muda o percentual de carboidratos, na primeira fase 10%, na segunda fase 27% e na terceira fase 28%, sendo que o percentual de carboidrato varia de acordo com quem prescreve (AUDE et al, 2004). Outra conduta é começar utilizando 20g/dia de carboidrato por 2 meses e após aumentar gradualmente pra 120g/dia (SHAI et al, 2008). Ou pode ser realizada com uma quantidade inalterada durante todo o tempo da dieta, como por exemplo, 40g/dia de carboidrato (DYSON et al 2007).

Em relação à composição de macronutrientes das dietas restritas, a questão que permanece é se a diminuição do teor de carboidratos ou o aumento da ingestão diária de proteína tem um efeito estimulante na redução do peso e da massa da gordura (SOENEN et al, 2012). Outra questão é se os efeitos observados nessas dietas em balanço energético negativo podem ser traduzidos em medidas preventivas para ganho do peso corporal, quando consumidas em ponto morto, ou mesmo no balanço energético positivo (MARTENS et al, 2014). Apesar das preocupações, resultados de estudos indicam que existem importantes e mal compreendidos efeitos de restrição de carboidrato que merecem uma investigação mais aprofundada à medida que se busca estratégias terapêuticas eficazes para gerir a epidemia da obesidade (BONNIE et al, 2014).

Considerando que a dieta restrita em carboidrato vem sendo muito utilizada, buscou-se, com esse trabalho, realizar uma revisão de literatura sobre esse tipo de dieta e avaliar sua eficácia na perda de peso e no tratamento do diabetes mellitus tipo 2 bem como seus efeitos colaterais.

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3 METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado com base na revisão bibliográfica de diversos

periódicos científicos internacionais, que continham artigos relacionados ao

tema. Foram selecionados artigos publicados nos últimos 13 anos, ou seja de

2012 a 2014.

Os meios utilizados para o levantamento da revisão de literatura foram

os bancos de dados: SCIELO (Scientific Electronic Library Online), PUBMED

(Public Medline) e Google Acadêmico, que permitem o acesso a artigos

publicados em periódicos de alta qualidade. Os seguintes termos de pesquisa

(palavras-chaves) foram utilizados em várias combinações: 1) Carbohydrate;

2)Low-Carbohydrate; 3)Weight loss; 4)Dieta; 5) Diabetes; 6)Glicemia.

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4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 DIETA DE BAIXO CARBOIDRATO E PERDA DE PESO

Bonnie et al, 2014, durante seis meses, conduziu um estudo onde

mulheres obesas saudáveis foram submetidas a uma dieta de baixo teor de

carboidrato, correspondendo a 15% do valor energético total da dieta e outras

obesas a seguirem uma dieta de baixo teor de gordura, onde o percentual de

carboidrato foi de 54%. Foi observado que as mulheres do grupo de baixo teor

de carboidrato obtiveram uma perda de peso de 7,6kg em 3 meses e 8,5kg em

6 meses, significativamente maior quando comparado com o grupo de baixo

teor de gordura, em que a perda de peso foi de 4,2kg em 3 meses e 3,9Kg em

6 meses. Sendo assim, os autores observaram que uma dieta restrita em

carboidratos é eficaz para a perda de peso ao longo de seis meses em

mulheres saudáveis e, além disso, apesar de possuírem uma ingestão elevada

de gordura saturada e colesterol, as mesmas mantiveram níveis normais de

pressão sanguínea, lipídios do plasma, glicose e insulina, houve a presença de

cetonemia mensurável e cetonúria no grupo de baixo carboidrato, algo que não

foi encontrado no grupo de baixo teor de gordura.

Ainda em relação a mulheres obesas, um estudo com duração de 9

meses, realizado em mulheres com o IMC maior que 40Kgm², onde foram

submetidas a uma dieta de baixo carboidrato com percentual também de 15%

ou a uma dieta convencional, obteve como resultado que a dieta restrita em

carboidratos desencadeou maior perda de peso e apesar de terem aumentado

a quantidade de cetona encontrada na urina, tal achado não foi relacionado a

nenhum efeito adverso metabólico, portanto os autores concluíram que a dieta

pobre em carboidratos é eficiente para perda de peso rápida e redução de

medidas antropométricas abdominais em obesas, favorecendo assim até a

perda de peso antes da cirurgia bariátrica, procedimento do qual é indicado

para pacientes com obesidade mórbida (MELO et al, 2010).

Samaha et al, 2003, avaliou a ingestão de uma dieta com baixo teor de

carboidratos (30g/dia), por 6 meses em pessoas obesas e como resultado

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Em Concordância com o que foi exposto anteriormente, um estudo de 12

semanas em indivíduos obesos submetidos à dieta restrita em carboidratos

onde foi utilizado 9,6% ou a uma dieta restrita em gorduras, mas com

quantidades calóricas diárias equivalentes, observou que houve perda de peso

semelhante entres os grupos, com uma maior proporção em indivíduos de

baixo carboidrato, mas a perda não foi significativa, porém os sujeitos da dieta

pobre em carboidrato obtiveram uma melhora significante nos níveis de

triglicerídeos, HDL, proteína-c reativa e adiponectina sérica, uma proteína

derivada do tecido adiposo com efeitos metabólicos benéficos, seus níveis no

plasma são inversamente proporcionais ao percentual de gordura corporal, de

acordo com o que foi exposto os autores concluem que a composição de

macronutrientes e não o total de calorias influencia parâmetros de lipídios no

sangue (RUTH et al, 2013).

Keogh et al, 2007, estudou homens e mulheres com sobrepeso ou

obesidade, com duração de 8 semanas, observou que uma dieta restrita em

carboidratos da qual foi usado 4% e rica em gordura saturada, é eficiente para

a perda de peso, melhora nos níveis de HDL e triglicerídeos, mas não foi

encontrado nenhum efeito da perda de peso sobre a adiponectina sérica,

sugerindo que o tempo pode ter sido curto para tais mudanças, além do que foi

exposto, o autor concluiu que a perda de peso a curto prazo com a dieta

restrita em carboidratos não ofereceu problemas a níveis cardiovasculares e

apresentou efeitos benéficos em relação a diversos fatores apontados por

trazerem problemas ao coração, mas a intervenção dessa dieta a longo prazo

deve ser investigada.

Contrariando os resultados obtidos no estudo anterior uma pesquisa

com pessoas obesas divididas em grupos onde a durabilidade do estudo foi de

4 meses para um grupo e de 6 meses para outro, analisou o papel de

macronutrientes em dietas de perda de peso para melhorar a adiponectina

sérica, a perda significativa de peso aumenta a adiponectina, reduzindo os

riscos de doenças, sendo assim o estudo obteve como resultado uma redução

de peso de 10% em relação ao peso inicial e aumento significativo na

adiponectina, em indivíduos que seguiram uma dieta de baixo teor de

carboidrato, baseada nos critérios de Atkins, enquanto os indivíduos que

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ingeriram uma dieta com baixo teor de gordura perderam apenas 5,4% do seu

peso inicial e não apresentaram qualquer mudança na adiponectina (SUMMER

et al, 2011).

Ainda em relação a adiponectina, outro estudo com duração de 6

meses, realizado com crianças e adolescentes de 8 a 18 anos, obteve como

resultado que os indivíduos em uma dieta restrita em carboidratos <20g/dia

com aumento gradual até 40g/dia, tiveram os níveis de adiponectina

significativamente aumentados, além de uma perda de peso maior, melhora

nos parâmetros relativos a sensibilidade e resistência a insulina, quando

comparado a indivíduos que seguiram uma dieta de baixa gordura, entre os

dois grupos da dieta não houve diferença significativa entre os níveis de HDL,

LDL colesterol e triglicerídeos, porém no grupo que teve restrição de

carboidratos a concentração de HDL mostrou um aumento relativo que tendia a

ser maior nesse grupo, portanto o presente estudo concluiu que os resultados

suportam que a dieta cetogênica pode ser uma alternativa viável para perda de

peso e melhora metabólica em crianças e adolescentes, mas alerta que novos

estudos devem ser realizados para confirmar se estes efeitos benéficos

persistem em uma intervenção a longo prazo (PARTSALKI et al, 2012).

Na mesma linha que o estudo anterior, o presente estudo realizado em

12 semanas, também em adolescentes com sobrepeso, observou os efeitos

satisfatórios da dieta de baixo carboidrato na perda de peso, onde foi utilizado

no início do estudo 20g/dia de carboidrato, aumentando até a 40g/dia, como

resultado observou que os que tiveram uma restrição diária de carboidrato

perderam 9,9 kg e os que tiveram uma restrição de gordura perderam apenas

4,9 kg, além da perda de peso, o grupo de baixo carboidrato tiveram seus

níveis de triglicerídeos diminuídos e os níveis de HDL aumentados, porém os

níveis de LDL não melhoraram no grupo de baixo carboidrato e melhorou no de

baixa gordura, portanto os resultados do estudo sugerem que a dieta restrita

em carboidratos é eficiente para indivíduos em que a obesidade é a principal

queixa e possui perfis lipídicos normais, ou com anormalidades em relação a

triglicerídeos e HDL, sendo assim o plano dietético possui vantagens

consideradas (SONDIKE et al, 2003).