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interjeição é uma frase implícita”), conclui o raciocínio com base em ... estados emocionais, fazendo uso de frases exclamativas que.
Tipologia: Notas de aula
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D
Dicionário de interjeições francês-português [recurso eletrônico] / [organizadora] Tamiris Monteiro ; [coordenadora] Claudia Xatara ; colaboração: Lauranne Fernandes-Gargi. - São José do Rio Preto, SP : Plano Ed. : Ed. UNESP : FAPERP, 2010. recurso digital
Formato: PDF Requisitos do sistema: Adobe Acrobat Reader Modo acesso: World Wide Web ISBN 978- 85 - 60760 - 10 - 7 (recurso eletrônico)
10 - 3656. CDD: 443. CDU: 811.133.1'
26.07.10 04.08.10 020634
Apresentação
A interjeição é uma unidade lexical que visa a imprimir algum tipo de ênfase em determinado enunciado, podendo assumir a forma de uma onomatopéia ou se servir de uma palavra comum. Quando onomatopeica, consiste na imitação de sons ou expressões sonoras. Quando representa uma palavra comum, é considerada falsa interjeição, pois há apenas uma derivação imprópria ou uma mudança de categoria gramatical. Existem ainda certas interjeições que têm normalmente vários sentidos e para cada sentido a tonalidade emotiva é diferente. Neste dicionário, apresentamos aspectos teóricos concernentes às interjeiçções e as nuanças semânticas e pragmáticas de interjeições em francês e sua equivalência no português, ressultando 287 verbetes com a seguinte estrutura:
diversos, mas sobretudo, tivemos o auxílio da professora francesa Lauranne Fernades-Gargi. Retomando alguns aspectos relacionados a essa problemática da tradução, podemos afirmar que trabalhar com matérias textuais de duas línguas diferentes implica, num primeiro momento, trabalhar com realidades linguísticas diversas, e isso foi confirmado na pesquisa dea qual resultou este dicionário: os franceses fazem um recorte do mundo ao seu redor que em muito se diferencia daquele feito pelos brasileiros, em seu contexto. Em relação aos exemplos, foram extraídos no Google.sites.fr, uma ferramenta que favoreceu o acesso aos falares franceses em sua forma mais simples, mais intensa, mais particular, especialmente em fóruns , blogs e sites de relacionamento. Há também uma série de verbetes que apresenta, como parte final da entrada no dicionário, referência direta a outros verbetes, dados como sinônimos. A indicação de sinônimos visa facilitar a orientação do usuário, que poderá escolher dentre as interjeições de mesmo sentido, no caso de produção textual em francês, qual interjeição utilizar. Por fim, trazemos um índice remissivo português-francês que viabiliza a consulta também nessa direção.
Ufa!
Claudia e Tamiris
A Lexicologia é um ramo da Linguística que tem por objetivo o estudo científico do léxico sob diversos aspectos. Por meio da Lexicologia torna-se possível observar e descrever cientificamente as unidades léxicas de uma comunidade linguística. A interjeição é a unidade lexical enfocada por essa ótica. Característica peculiar de cada comunidade linguístico, a interjeição é vista como fator de identidade cultural. Códigos verbais diferentes relacionam modos diferentes de conhecer uma realidade, daí a problemática na transposição para outro idioma dessas unidades lexicais tão correntes na interação social. São muitas as definições acerca das interjeições, porém as gramáticas e dicionários atuais em sua grande maioria apresentam- na de forma superficial. Pretendemos expor algumas das definições mais usuais na área para definir e delimitar seu campo de atuação. A Gramática Tradicional define a interjeição como uma das dez categorias gramaticais. Não há, porém, um consenso quanto a subdivisões dentro dessa categoria, mas para alguns autores a primeira grande divisão seriam as interjeições que têm função predominantemente representativa. Campos de atuação incisiva são também a Fonética e a Fonologia, já que são os fonemas que procuram reproduzir as características sonoras da unidade léxica em questão. A entonação, como exposto mais adiante, possui funções sintáticas, semânticas e pragmáticas e transmite informações linguísticas consideradas de fundamental importância na construção do significado das interjeições.
1. Categorizações linguísticas
Como falantes de uma língua, somos capazes de encadear palavras para formar frases novas que expressam nossos pensamentos. Ao aprender uma língua, portanto, uma das coisas que temos de considerar é um conjunto de palavras, cada uma
delas associando um significado a uma pronúncia. Além disso, devemos aprender um conjunto de princípios que nos ensinam como as palavras podem ser combinadas para formar frases. Podemos, portanto, isolar três aspectos da estrutura linguística: para descrever uma língua temos de falar sobre os significados das palavras, sobre as sequências de sons associados a esses significados e sobre as maneiras como as palavras se combinam entre si para formar frases. Consideramos, então, uma língua como tendo um sistema semântico , um sistema fonológico , e um sistema sintático. O sistema semântico diz respeito não apenas ao fato de que as palavras da língua têm significados, mas também à maneira como é dividida a série de nossa experiência conceptual em categorias. Não há duas línguas que sejam exatamente iguais no que diz respeito à categorização da experiência. Embora a escolha de uma sequência de sons para designar um conceito dado seja essencialmente arbitrária, a sequência escolhida deve obedecer a certos limites impostos pela estrutura da língua. Uma língua caracteriza-se por um sistema fonológico, e todas as palavras nativas da língua consistem de sequências de sons que estão dentro das restrições desse sistema. O sistema fonológico de uma língua impõe restrições às combinações de sons permitidas nas palavras. É possível distinguir pelo menos três aspectos principais da estrutura fonológica: inventários de sons, efeitos de sons vizinhos uns sobre os outros, e sequências possíveis de sons. O fato de que as línguas diferem invariavelmente uma da outra nessas três áreas é em parte responsável por seus efeitos auditivos diferentes. Assim como há limitações quanto às possibilidades de combinações de sons em palavras, assim também há restrições quanto às possibilidades de se combinar palavras para formar frases. O aprendizado de uma língua implica ainda no domínio de um conjunto de regras que permitem combinar palavras de maneira a formar frases aceitáveis. O sistema sintático, ou sintaxe, consiste nessas regras. Pode-se dizer então que os vocábulos de uma língua constituem um conjunto ordenado, e o que concorre para essa
Para chegar a um enunciado satisfatório, o falante tem de fazer com que sua língua se adapte à situação, seja ela qual for. As origens da "diversidade linguística" estão, pois, na aplicação do sistema linguístico abstrato em situações concretas para fins específicos de comunicação. No entanto, a tendência a aumentar a diversidade é freada por diversas forças. Um falante não tem liberdade de inovar sem limite, seu sistema linguístico deve permanecer suficientemente semelhante aos sistemas das pessoas que o rodeiam, a fim de que elas possam compreendê-lo.
2. A interjeição de acordo com a linguística
Normalmente as interjeições são abordadas na perspectiva linguística considerando-se três diferentes aspectos.
2.1. O aspecto mórfico
A interjeição, visto ser palavra invariável, não devia ser definida pelo critério mórfico. A verdade, porém, é que algumas podem sê-lo, por contrariarem o sistema fonológico, exibindo fonemas, combinação ou distribuição de fonemas estranhos à estrutura do idioma, dentre os quais apontam-se os seguintes: a) ah, ha, eh, he, ih, hi, oh, ho, uh, hu; b) psit, pitsiu, hum-hum, chit, fu; Esses fonemas se divorciam do sistema fonológico português, introduzindo formas que normalmente não se deparam no vernáculo. Observemos a propósito: a) Ah e ha, com h inicial ou final, proferido “com certo grau de aspiração” b) Pitsiu, com a oclusiva africada ts , própria do italiano, do alemão e do russo, não porém do português; c) Hum-hum, cujo h simboliza a oclusiva glotal ou o glottal stop inglês, cujo sentido é sim no Ceará, e não no Piauí, pelo menos em Parnaíba; d) Psit chit, terminados por t proferidos efetivamente como lin e cht, funcionando as fricativas como verdadeiros silábicos;
e) Fu, com o f inspirado ou para dentro, muito ao gosto dos hotentotes e bosquimanos. A vogal, apenas esboçada como em ps it e chit , serve para compor graficamente a palavra. Vê-se que a fricativa aspirada, as oclusivas africadas e glotal, o t final e o f inspirado ou chupado são segmentos marginais em português. Então se conclui que, salvo empréstimo vocabular, qualquer palavra terminada em t, ou noutra das situações precedentes, pertence à classe da interjeição. Há outra manifestação formal, de ordem prosódica ou suprassegmental, que geralmente marca a presença da interjeição: a entonação. “As interjeições tiram todo seu valor significativo, toda a sua força, da expressão do acento, que as anima e vivifica, tornando-se impossível imitá-las” (CARNEIRO RIBEIRO apud MACAMBIRA, p. 89). A mesma interjeição pode exprimir alegria, tristeza, espanto, aborrecimento ou desprezo, além de outros sentimentos, conforme o tom especial de que se acompanha. Algumas interjeições não se denunciam formalmente nem pela violação do sistema fonológico, nem pela entoação especial: tomara , oxalá , eis e cadê não oferecem nada que as particularize sob o aspecto fonológico ou supra-segmental.
2.2. O aspecto sintático
A interjeição é a palavra invariável, isolada, completa por si própria, sem relação com as outras palavras, entre as quais está como “lançada”, para exprimir os movimentos vivos e súbitos da alma. Essa definição morfo-sintático-semântica serve para esclarecer o sentido etimológico do vocábulo: é a palavra interjecta , isto é, lançada entre os outros elementos oracionais; bem assim para mostrar-lhe o valor sintático ou mais propriamente o valor assintático: é a palavra isolada, sem relação com as outras palavras, o que a exclui dentre as classes gramaticais, onde só por convivência didática se acha colocada. O isolamento da interjeição é sempre restrito, há certos casos, portanto, em que se relaciona com termos oracionais: ii) Ai de mim , em que o segundo termo não pode ser analisado separadamente, porque não há como chamar o
teorias tradicionais, que adotam a noção de texto como construto estável, homogêneo, criam uma imagem idealizada de equivalente. Para a Linguística Contrastiva, falar em “equivalência de tradução” é falar em “uma visão estática tanto da tradução quanto da equivalência”, já que “[para] cada unidade linguística na língua-fonte há uma unidade equivalente na língua-alvo”. (RODRIGUES, 2000, p.108). No mesmo paradigma encontra-se Catford (1980). Em sua obra Uma teoria linguística da tradução , o autor distingue categorias de tradução, quanto a volume, níveis e ordem, entretanto mantêm, assim como os contrastivistas, uma postura estática em relação à equivalência. Falamos em uma “postura estática”, pois apesar de fazer uso do termo, o teórico não procura defini-lo isoladamente, como afirma Rodrigues (2000). Catford acredita ser possível conceber uma tradução independentemente da circunstância de uso, isso fica claro no decorrer de sua obra devido à análise exaustiva de orações isoladas. O que se nota até então é a conservação da noção de tradução como transporte de significados neutros, que não sofreriam influência do meio para o qual se voltam. É somente com o surgimento dos estudos pós-modernos que essa ideia fixa é deixada para trás. Arrojo (1986), em Oficina de tradução , evidencia a importância do senso comum, próprio de cada comunidade, na produção de significados. Baseando-se na teoria proposta por Fish ( apud ARROJO, 1986), a autora vai além e mostra que, para aceitação de um determinado significado, são levados em conta os valores, crenças e princípios vigentes em uma dada comunidade e em dada época. “Os significados provêm de um ponto de vista convencional e partilhado, público” (RODRIGUES, 2000). A elaboração do conceito de comunidade interpretativa por Fish (1980) representa o rompimento com as correntes que entendiam os significados como produtos universais, transcendentais. Explicamos, em primeiro lugar, a ideia que transpassa o conceito de comunidade interpretativa para, num segundo momento, evidenciar as consequências disso no próprio conceito de equivalente de tradução.
Entende-se por comunidade interpretativa a instituição responsável pela emergência de significados aceitáveis, isto é, o conjunto de todo o acervo material/psicológico de dada sociedade que dita o que pode ou não ser entendido, visto como portador de significância. Vale ressaltar que cada comunidade tem uma maneira particular e característica de entender o mundo a sua volta, sendo assim, o que é válido para certa comunidade pode não ser para outra, e vice-versa. Portanto, se os valores não estão fixos nos textos e se constituem de acordo com as convenções sociais, segundo Rodrigues (2000), dificilmente se pode pensar que, em duas diferentes culturas, possamos postular a igualdade de estratégias de produção de significado e de atribuição de valor. A equivalência, neste caso, corresponderia ao termo ou dimensão textual capaz de abrigar, na cultura de chegada, valores semelhantes aos que englobam o termo na cultura de partida. No entanto, ainda que vista com maus olhos por determinadas teorias, a noção de equivalência continua viva como uma possibilidade de reconstrução do texto de partida. Na elaboração de um dicionário bilíngue, procuro falar em equivalentes de tradução , como postulado por Werner ( apud RIOS; XATARA,
4. A estrutura mental do léxico
O estudo do léxico, ou a ciência da Lexicologia, tem uma
costumes. Ao eleger um elemento interjeitivo para manifestar um sentimento, o falante também exerce um papel comunicativo, realizando atos sociais, como, por exemplo, arrepender-se, desculpar-se, reprovar algo, entre outros. Assim, a emoção passa a ser o resultado de um julgamento complexo feito pelo falante, a respeito de uma situação vivida, considerando seus valores e questões de ordem moral (HARRE, 1998). Uma vez que as interjeições consistem em uma forma de expressão da cultura de um indivíduo, constatamos que tais elementos podem tanto revelar o grau de formalidade de uma determinada situação comunicativa, como também caracterizar um falante social e regionalmente (INFANTE, 1996). Esses aspectos, entre outros, caracterizam o nível baixo de cultura subjetiva de uma comunidade, ou seja, deixam claras diferenças entre os indivíduos e grupos que compartilham uma mesma cultura subjetiva, características psicológicas de um grupo de indivíduos (BENETTT, 1998).
5. Interjeições e onomatopeias em dicionários e gramáticas
O Dicionário Houaiss (2002) define interjeição como:
palavra invariável ou sintagma que, com entonação peculiar, geralmente sem combinar-se gramaticalmente com elementos da oração, formam, por si sós, frases que exprimem uma emoção, uma sensação, uma ordem, um apelo ou descrevem um ruído (p.ex. psiu! , oh! , coragem! , Meu Deus! ).
Em sua Moderna Gramática Portuguesa , Evanildo Bechara define interjeições como “(...) a expressão com que traduzimos os nossos estados emotivos” (BECHARA, 1999:30). Apresenta também uma lista de 15 situações e as interjeições mais comuns para cada uma delas (ex.: de exclamação: viva! ; de admiração: ah! Oh! ; de dor física: ai! Ui! ).
Matoso Câmara, em seu Dicionário de Linguística e Gramática , define interjeição como uma:
palavra que traduz, de um modo vivo, os estados d´alma. É uma verdadeira palavra-frase, pela qual o falante, impregnado de emoção, procura exprimir seu estado psíquico num momento súbito, em vez de se exprimir por uma frase logicamente organizada (CÂMARA JR, 1977).
Matoso identifica três tipos de interjeições: a) certos sons vocálicos, que na escrita se apresentam de maneira convencional fixa, ex.: ah!. b) verdadeiros vocábulos, já no domínio da língua; ex: arre! – olá! c) uma locução interjeitiva, ex.: oras bolas! - valha-me Deus! Essa multiplicidade de classe de palavras dentro das interjeições é detalhada pelo Dicionário Houaiss , que afirma haver interjeições de vários tipos ou níveis vocabulares: aquelas que ocorrem de modo mais ou menos espontâneo e que não derivam de outras palavras, e palavras cujo uso interjetivo é um desenvolvimento ou derivação do conteúdo semântico e da função sintática da palavra ou expressão de origem. Considerando apenas as interjeições não derivadas de outras palavras, é sugerida a seguinte subdivisão: a) as que praticamente não apresentam caráter vocabular, por serem constituídas de sons inarticulados ou por sequências de fonemas que não ocorrem em outras palavras; b) aquelas que apresentam sons articulados, com fonemas que fazem parte do sistema da língua ( ai, epa, eba, oba , etc) e cujo caráter vocabular é mais definido, tendo uso bastante generalizado e convencionado, embora algumas guardem espontaneidade e expressividade bastante marcadas, como ai! Ui! (gritos de dor, excitação). Esse tipo de interjeição incorpora-se, de certo modo, ao repertório comunicativo da língua, passando a fazer parte do vocabulário desta. A questão de se interjeições devem ser consideradas como palavras, é ainda mais complexa no caso das onomatopeias.
fonador, sem necessariamente articularem a emissão vocal da maneira usualmente empregada na língua) e onomatopeias linguísticos (integradas ao sistema fonológico, tendo por isso uma semelhança apenas aproximativa e histórica e culturalmente cambiante com os sons imitados). Baseando-se nas afirmações, é possível traçar certos paralelos entre onomatopeias e interjeições. Onomatopeias são expressões que espelham a relação entre sua forma e seu significado, através da similaridade fonética com o fenômeno acústico que as motivou. Esse traço é compartilhado com as interjeições sem caráter vocabular, ou seja, que não são derivadas de palavras já existentes na língua. Contudo, enquanto as interjeições são expressões de um estado de espírito do falante que as emitiu, podendo consistir tanto de sons inarticulados como de palavras já existentes na língua, as onomatopeias são resultado de um processo de representação de sons de natureza diversa através dos fones de uma língua, reproduzindo-os e integrando-os à linguagem oral e escrita. Enquanto as interjeições são reconhecidas como parte do sistema de uma determinada língua (uma das dez categorias propostas pela Gramática Tradicional), as onomatopeias são geralmente vistas como soluções ou empréstimos ligados a um contexto específico. Do ponto de vista de seu significado, as possibilidades de utilização de interjeições e onomatopeias são muito maiores em relação às palavras convencionais.
6. A elocução: função expressiva
A língua falada conta com numerosos recursos para que a oração alcance seu objetivo de unidade de sentido. Entram em seu auxílio não só os elementos linguísticos de que dispõe o idioma, mas ainda os recursos linguísticos19icos elocucionais e não- elocucionais. Ela, a língua falada, está de tal modo integrada ao ambiente de uma situação concreta, que nos comprazemos em imaginar a exposição ideal como sendo aquela que espontaneamente emerge da situação em que se manifesta. A rigor, o improviso restringe-se à formulação verbal dos
pensamentos. À frase de antemão preparada, em todos os seus detalhes, falta o calor e a vida que queremos sentir na enunciação oral. Para ter uma e outra é preciso que ela seja um produto do momento, determinada pelo estímulo da atenção e do interesse que o expositor apreende em volta de si e orientada pelas reações dos indivíduos em cujo meio ele se acha. Estudos pertinentes à Fonética e Fonologia costumam destacar, em primeiro lugar, a parte das articulações, que corresponde ao conjunto de movimentos na garganta e no interior da boca, por meio dos quais enunciamos os sons da linguagem. Precisam ser nítidos e firmes para a inteligibilidade acústica. Da articulação depende a compreensão das palavras. Além disso, na elocução, as palavras formam grupos significativos, em disposição hierárquica. Raramente uma palavra vale por si: tem de ser associada sem solução de continuidade, com outra ou outras em um pequeno conjunto, que se projeta ao lado do anterior e do seguinte como uma unidade de sentido parcial. O tom valoriza as palavras, dá-lhes matizes especiais de significação e reflete o estado de espírito de quem fala, desse modo pode-se dizer que ele corrobora a significação ao mesmo tempo em que faz o “auditório” (interlocutor) sentir como tomamos a peito as nossas próprias palavras. Em matéria de tom de voz, o mais importante não é o seu ajustamento à situação externa, mas a possibilidade de variá-lo a serviço da expressão do pensamento. Um tom único é tão inadequado à comunicação oral que monótono se tornou sinônimo de enfadonho. É assim que o tom deve crescer ao pronunciarmos palavras de grande importância na frase (ênfase), adquirir esta modulação em outras e cujo sentido queremos emprestar um matiz inesperado e um tanto fora da acepção usual, e, ainda, variar para exprimir as mudanças necessárias do estado de espírito do expositor, subordinado à natureza dos pensamentos que enuncia e em que se deve mostrar profundamente integrado. Tudo que dizemos deve ter uma interação. O tom a assinala e esclarece melhor a significação das palavras no contexto. Onomatopeias e interjeições são escritas normalmente em letras maiúsculas e o seu tamanho relativo indica o volume ou a