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SEGUNDA PARTE - AS PESSOAS. CAPITULO 2 = OS ENCARNADOS. CAPITULO 3 = OS MÉDiUNS. CAPITULO 4 = O DOUTRINADOR. CAPITULO 5 = OUTROS PARTICIPANTES.
Tipologia: Notas de estudo
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Hermínio Corrêa de Miranda
1
A instrumentação
O grupo Voltemos às perguntas formuladas na Introdução. Em primeiro lugar, o preparo, que consiste na educação e na instrução dos componentes do grupo que se planeja, nos leva a outro quesito preliminar: quem devem ser os componentes? A tarefa começa, pois, com a seleção das pessoas que deverão participar dos trabalhos. Como todo grupamento hu- mano, este também deve ter alguém que assuma a posição de coordenador, de condutor. É preciso, não obstante, muita atenção e vigilância desde esta primeira hora. Esse motivador, ou iniciador, não poderá fugir de certa posição de liderança, mas é necessário não esquecer nunca que tal condição não confere a ninguém poderes ditatoriais e arbitrários sobre o grupo. Por outro lado, o líder, ou dirigente, terá que dispor de certa dose de autoridade, exercida por consenso geral, para disciplinação e harmonização do grupo. Liderar é coordenar
Hermínio Corrêa de Miranda – Diálogo com as sombras
esforços, não impor condições. O líder natural e espontâneo é aceito também com naturalidade e espontaneidade, sem declarar-se tal. É até possível que, nos trabalhos preliminares de organização do grupo, surja a sutil faculdade da lideran- ça em pessoas nas quais mais inesperada ela parecia. Nestas condições, aquele que iniciou a ideia deve ter grandeza sufi- ciente para reconhecer que o outro, que revelou melhores dis- posições, está mais indicado para a função do que ele próprio. Num grupo espírita, todos são de igual importância. O problema das rivalidades é tão antigo como a própria mediunidade. O apóstolo Paulo tratou dele, na sua notável Primeira epístola aos coríntios , capítulos 12 a 14 e, especifica- mente, nos versículos 4 a 30 do capítulo 12.^01 O primeiro passo, portanto, que deve dar alguém que pretenda organizar um grupo mediúnico é selecionar as pes- soas que irão compô-lo. É bom que isto se faça mesmo antes de se decidir que tipo de trabalho será executado — do que falaremos mais adiante — e quem será incumbido da direção das tarefas. Os motivos são de fácil entendimento. Em pri- meiro lugar, o problema da liderança a que acima aludimos: é possível que a pessoa mais indicada para dirigir os trabalhos não seja aquela que se propõe, de início, a organizar o grupo, cumprindo-lhe provar, no decorrer das gestões preparatórias, a força tranquila e segura da sua personalidade. Em segundo lugar, o grupo será a soma dos seus componentes, disporá das forças de cada um e terá como pontos fracos as fraquezas dos seus participantes. Em terceiro lugar, a natureza dos trabalhos a serem programados dependerá dos diferentes tipos de me- diunidade que for possível reunir, do grau de sensibilidade, tato, inteligência, conhecimento e evangelização de cada um
(^1) Nota do autor: Seria oportuna, sob este aspecto, a leitura do artigo O livro dos médiuns de Paulo, o Apóstolo, na edição de Reformador de fevereiro de 1974.
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dessa atmosfera de harmonia poderá transformar-se em brecha por onde Espíritos desajustados introduzirão sutilmente fato- res de perturbação e eventual desintegração do grupo. É preciso entender, logo de início, que os componentes encarnados de um grupo são apenas a sua parte visível. O pa- pel que lhes cabe é importante, por certo, mas nada se com- para com as complexidades do trabalho que se desenrola do outro lado da vida, entre os desencarnados. Lá é que se realiza a parte mais crítica e delicada das responsabilidades atribuídas a qualquer grupo mediúnico, desde o cuidadoso planejamento das tarefas até a sua realização no plano físico, no tempo certo. Os componentes encarnados já fazem bastante quando não atrapalham, não perturbam, não interferem negativamente. É óbvio que ajudam de maneira decisiva, quando se portam com dignidade, em perfeita harmonia com o grupo; mas se não puderem ajudar, que pelo menos não dificultem as coisas. É melhor, por isso, recusar, logo de princípio, um participante em perspectiva, sobre o qual tenhamos algumas dúvidas mais sérias, do que sermos constrangidos, depois, a dizer-lhe que, infelizmente, tem que deixar o grupo, por não se estar adap- tando às condições exigidas pelo trabalho. É por isso que se recomenda uma longa meditação antes de decidir quanto à composição humana do grupo, para não fazermos o convite senão àqueles dos quais podemos contar com um mínimo de compreensão, entendimento e entrosa- mento com os demais. Isto nos leva a uma outra questão, que deve ser logo decidida: quantos componentes encarnados deve ter um gru- po? A experiência recomenda que os grupos não devem ser muito grandes, pois, quanto maiores, mais difícil mantê-los em clima de disciplina e harmonia. Léon Denis, em seu livro No Invisível , sugere de quatro a oito pessoas. O grupo pode
O grupo
funcionar bem até com duas pessoas, pois, segundo a palavra do Cristo, bastará que dois ou mais se reúnam em seu nome para que Ele aí esteja. É claro, porém, que um grupo muito pequeno tem suas possibilidades também limitadas. No caso de apenas dois, por exemplo, um teria que ser o médium e o outro o doutrina- dor, e o médium não teria condições de prolongar o trabalho sem grande desgaste psíquico, mas é certo que, mesmo assim, alguma coisa séria poderia ser realizada. Acima dos oito com- ponentes sugeridos por Denis, vai se tornando mais difícil a tarefa, não apenas do dirigente encarnado do grupo, como de seus orientadores invisíveis, porque a equipe se torna mais heterogênea, o pensamento divaga, quebra-se com frequência o esforço de concentração, e o prejuízo é certo para a tarefa. É possível, no entanto, se alcançada impecável homogeneiza- ção, fazer funcionar razoavelmente bem um grupo com mais de oito pessoas, mas acima de doze vai se tornando bastante problemática a sua eficácia. É bom começar sem grandes ambições ou planos gran- diosos. O mais certo é que, ao se planejar a instalação de um grupo, ainda não saibamos quanto à intenção dos Espíritos que nos são familiares, nem quanto à natureza dos trabalhos que pretendem realizar conosco. É certo, porém, que, sempre que um grupo se dispõe a reunir-se, com a finalidade de entrar em contato com os desencarnados, estes se apresentarão no momento oportuno. Isto é válido tanto para os que se de- dicam com seriedade e boas intenções quanto para aqueles outros que se reúnem para se divertirem ou, pior ainda, para práticas condenáveis. Se a intenção é apenas fazer passar o tempo, virão os Espíritos levianos, galhofeiros, fúteis e incon- sequentes, quando não claramente mal-intencionados, do que poderão resultar obsessões penosas e tenazes.
O grupo
Creio oportuno acrescentar que esses livros não se dedicam especificamente a ensinar como desenvolver a me- diunidade, e sim a apresentar um panorama, tão abrangente quanto possível, dos diversos aspectos dessa notável faculda- de humana, muito mais comum do que tanta gente estaria disposta a admitir. Não há fórmulas mágicas nem ritos especiais para fazer eclodir a mediunidade numa pessoa que a tenha em potencial. O desenvolvimento mediúnico é trabalho delicado, di- fícil e muito importante, que exige conhecimento doutriná- rio, capacidade de observação, vigilância, tato, firmeza e muita sensibilidade para identificar desvios e desajustes que precisam ser prontamente corrigidos, para não levarem o futuro mé- dium a vícios funcionais e até mesmo a perturbações emocio- nais de problemática recuperação. No passado remoto, esse encargo era de caráter inici- ático. O instrutor ia dosando seus ensinamentos segundo as forças e a receptividade do discípulo, e este somente chegava aos estudos mais avançados de desenvolvimento de suas fa- culdades se ao longo do processo viesse demonstrando, sis- tematicamente, as condições mínimas exigidas para a tarefa a que se propunha. Evidentemente não há, hoje, necessidade de um guru que leve o discípulo, por estágios sucessivos, até o ponto ideal. O Espiritismo desmistificou o antigo ocultismo, tornando o conhecimento básico acessível ao homem comum. Não nos esqueçamos, no entanto, de que a técnica do desenvolvimento mediúnico ainda exige atenção, acompanhamento e orienta- ção pessoal de alguém que tenha condições morais e doutri- nárias para fazê-lo. A mediunidade, salvo casos especiais, não deve ser desenvolvida isoladamente e sem apoio dos livros es- senciais ao entendimento dos seus componentes básicos.
Hermínio Corrêa de Miranda – Diálogo com as sombras
Colocado num grupo harmonioso e bem assistido, em que funcionem médiuns bem disciplinados e já em plena ati- vidade, é possível ao médium incipiente desenvolver, pouco a pouco, suas faculdades. O dirigente do grupo deve manter-se atento a essa possibilidade. De forma alguma, porém, o trei- namento mediúnico deve ser intentado com base em obras suspeitas ou organizações que prometam resultados prontos e maravilhosos em algumas lições. É também uma imprudên- cia forçar o desenvolvimento sem nenhuma preocupação de estudar a questão nos livros que compõem a Codificação de Kardec e a obra complementar de seus continuadores.
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Após esta digressão acerca do desenvolvimento mediú- nico, voltemos ao assunto em foco. Ao cabo de algumas reuniões de debate e ajustamento, o perfil do grupo que se pretende implantar já deve estar suficien- temente definido. Qualquer que seja a natureza do seu trabalho — estudo, pesquisa, experimentação, desobsessão — não deve iniciar suas tarefas específicas senão ao cabo de um aprendizado mais ou menos longo das questões doutrinárias. Mesmo que os componentes da futura equipe se julguem suficientemente informados e conhecedores da Doutrina dos Espíritos, vale a pena uma revisão geral. Embora não gostemos de admitir, nos- so conhecimento é menor do que pensamos. Ademais, é difícil reunir um grupo de pessoas — seis ou oito — que conheçam igualmente, e em profundidade, todas as obras essenciais à ta- refa a que se propõem. O mais provável é que o grupo se com- ponha de gente em diferentes estágios de conhecimento, desde aquele que tem apenas vagas noções até o que já possui conhe- cimentos mais profundos. Será útil para todos um período de
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beneficiam dela como também os desencarnados que, certa- mente, começarão a ser trazidos pelos benfeitores espirituais, para aproveitarem os ensinamentos ministrados. Esse período é, ainda, muito útil para afinar o grupo, ajustar seus vários componentes, revelar as tendências e potencialidades de cada um e, até mesmo, por um processo natural de seleção, excluir, sem atritos ou desgosto, aqueles que não se sentirem em con- dições de se entregar ao trabalho, que exige, certamente, re- núncia, dedicação, assiduidade, tolerância, estudo e amor. Os impacientes deixarão o grupo espontaneamente, em processo de exclusão natural. Não que sejam impuros (por favor!), mas por ser melhor que abandonem a tarefa pela metade, do que insistirem em ficar, em prejuízo dos resultados. No primeiro caso, estariam prejudicando apenas a si mesmos; no segundo, sacrificariam todo o conjunto. Talvez em outra oportunida- de, mais adiante, resolvam dedicar-se com maior entusiasmo e firmeza. Tarefas como essas não podem ser impostas, nem forçadas; têm que se apoiar num impulso interior, no dese- jo de servir, de apagar-se, se necessário, dentro da equipe, de modo que os resultados obtidos sejam impessoais, coletivos, não creditáveis exclusivamente ao trabalho individual deste ou daquele componente do grupo. Quem não estiver disposto a aceitar essas condições não está preparado para o trabalho. A essa altura, portanto, o grupo já deverá estar com o seu perfil suficientemente nítido. Já se sabe quais os que o compõem, quais são os médiuns, quem se revelou com me- lhores condições de liderança e tato na condução da equipe, e qual a natureza do trabalho a que esta deve dedicar-se, bem como a duração e frequência das reuniões (sobre o que falare- mos, ainda, em outro ponto deste livro). É, então, chegado o momento de especificar a finalidade e os objetivos do grupo.
O grupo
A primeira grande divisão consiste em saber se o grupo vai dedicar-se apenas a estudos ou a trabalhos experimentais. Não que uma coisa exclua a outra, mas a definição é impor- tante porque, como diziam os antigos, quem navega sem des- tino não sabe aonde vai. A natureza do trabalho pode variar bastante, segundo os interesses e inclinações de seus componentes, especialmente da- queles que se dedicam à organização da equipe. É possível que desejem apenas a experimentação de caráter puramente científi- co, com ênfase na fenomenologia, o que seria uma tarefa quase de laboratório. Não há muito a dizer aqui sobre este aspecto, dado que o assunto escapa à minha área de competência e experiência. Alguns grupos, desinteressados do aspecto prático, po- dem ser constituídos apenas para o estudo teórico da Doutrina. Também são válidos, é claro. Outros podem combinar o es- tudo teórico com a experimentação científica ou mediúnica. Este livro está mais voltado para esta última opção, e é sobre ela que nos fixaremos. Suponhamos, pois, que o grupo se resolva pelo trabalho de desobsessão. Voltemos à imagem do filho. Já decidimos que deseja- mos o trabalho, já nos convencemos, após algum tempo de estudo teórico, de que estamos preparados para ele. Estamos igualmente dispostos aos sacrifícios e às renúncias que o traba- lho impõe. A tarefa precisa ser desenvolvida com muita assi- duidade e continuidade ininterrupta. Nem sempre estaremos fisicamente dispostos a ela, em virtude do cansaço, das lutas naturais da vida diária, do desgaste e das tensões provocados pela atividade profissional, dos inconvenientes oriundos de pequenas indisposições orgânicas. O dia destinado à reunião exige renúncias diversas, pe- queninas, mas às quais nem sempre estamos acostumados:
O grupo
pela esperança secreta de que os conquistemos para as alegrias do amor fraterno. É nessa oportunidade, que se renovará em todos os encontros, que colocaremos em prática aquele sábio ensino de Jesus, que nos recomenda amar os nossos inimigos. Muitos Espíritos, em doloroso estado de desajuste emocional, se apre- sentarão, diante de nós, como verdadeiros inimigos, irritados, agressivos, a deblaterarem em altas vozes, indignados com a nos- sa interferência em seus afazeres. Sem aquele amor incondicional que nos recomendava o Cristo, como iremos oferecer-lhes a se- gurança da compreensão e da tolerância de que tanto necessitam?
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Estão resolvidas, portanto, as preliminares. Temos o grupo montado e já definimos os seus objetivos. A próxima questão que se coloca é: onde e quando reuni-lo? Consideremos primeiro a segunda parte. A frequência das reuniões é usualmente de uma vez por semana, à noite. Dificilmente um grupo terá condições de reunir-se regularmen- te, durante vários anos, mais de uma vez por semana. Todos ou quase todos os seus componentes têm compromissos sociais, familiares e até profissionais, que tornam impraticável reuniões mais frequentes. A noite é escolhida justamente porque, a par- tir de certa hora, estão todos com as tarefas do dia concluídas. Uma boa sugestão seria reservar, para os trabalhos mediúnicos, a segunda-feira, a partir de 20 horas ou 20h30, com duração má- xima de duas horas. Justifiquemos a escolha da segunda-feira. É que ela sucede ao repouso mais longo do fim de semana, quan- do já tivemos a oportunidade de nos refazer das canseiras dos dias de atividade, tanto profissional quanto no próprio grupo. Isto é especialmente válido para os médiuns, nos quais o desgas- te psíquico é sempre grande nos dias em que atuam.
Hermínio Corrêa de Miranda – Diálogo com as sombras
O outro aspecto da questão diz respeito ao local. As sessões podem ser realizadas em casa ou convém buscar ou- tro local, de preferência um centro, com acomodações espe- ciais? Alguns confrades temem a realização de trabalhos de desobsessão em casa, com receio da influência negativa dos Espíritos desarmonizados que são atraídos. A questão é deli- cada e não pode ser respondida sumariamente, sim ou não. Há uma porção de condicionantes. Se for possível um local apropriado, num centro espírita bem orientado, o trabalho deve ser feito aí. Por outro lado, num lar tumultuado por disputas, rivalidades, ciúmes, paixões subalternas e desajustes de toda sorte, a realização de trabalhos de desobsessão poderá agravar as condições, pois será difícil aos companheiros de- sencarnados, que orientam o grupo, assegurar um clima de equilíbrio e proteção, tanto para os Espíritos trazidos para serem atendidos, como para as pessoas que vivem na casa. Num lar normal, porém, o trabalho mediúnico equilibrado e bem dirigido, sob a proteção de orientadores espirituais com- petentes e esclarecidos, pode funcionar sem problemas e até com benefícios para a vida doméstica. Isto não exclui a necessidade de vigilância e atenta ob- servação, pois é evidente que Espíritos infelicitados pela desar- monia interior tenderão sempre a transmitir sua perturbação àqueles aos quais tiverem acesso, ou seja, àqueles que deixarem cair suas guardas, criando brechas por onde penetrem emis- sões negativas e inquietantes. Mas isto acontece, haja ou não haja grupo mediúnico reunido em casa. O que nos defende da investida de companheiros infelizes das sombras não é a realização de sessões bem distantes do local onde vivemos, é a prece, são as boas intenções, é o desejo de purificar-se, de aperfeiçoar-se, de servir. Para cobrar nossos compromissos, os Espíritos desajustados nos buscam em qualquer lugar, até nas
Hermínio Corrêa de Miranda – Diálogo com as sombras
Nada de ilusões, pois. O trabalho de desobsessão não é fácil, qualquer que seja o ambiente em que se realize, e, por isso, não pode ser recomendado para um meio que, do ponto de vista humano, já se encontre tumultuado e desequilibrado. O cômodo destinado às sessões deve ser escolhido com critério e extremo cuidado. Precisa ser suficientemente amplo e arejado, para acomodar bem todos os participantes. Deve ser isolado, tanto quanto possível, das demais dependências do prédio, sendo inadmissível, por exemplo, para essa finali- dade, uma passagem obrigatória para aqueles que não parti- cipem dos trabalhos, como uma sala de entrada que dê para a rua. A qualquer momento, uma pessoa da casa ou um visitante inesperado estaria tocando a campainha ou batendo à porta, interrompendo o curso das atividades. O cômodo não deve ter telefones que possam tocar subitamente, causando choques e perturbações àqueles que se acham concentrados. Deve estar igualmente abrigado de ruídos de tráfego ou gritos vindos da rua, sons de televisão ou rádio ligados nas redondezas. Quando possível, deve ser provido de um condicionador de ar, para as noites de verão intenso, dado que o mal-estar físico dos partici- pantes dificulta sobremaneira o bom andamento dos trabalhos. Mesmo nos demais dias da semana, a sala onde se realizam os trabalhos mediúnicos deverá ser preservada. É preciso evitar ali reuniões sociais, conversas descuidadas, visitas inconvenien- tes, atos reprováveis. O ambiente costuma ser mantido em eleva- do teor vibratório pelos trabalhadores espirituais, o que se nota, especialmente nos dias de reunião, ao se penetrar no cômodo. O ideal, portanto, é ter um compartimento destinado somente à tarefa mediúnica. Quando isso for impraticável, que pelo menos se tenha o cuidado de usá-lo apenas para ativi- dades nobres, como a boa leitura, a música erudita, o preparo de artigos e livros doutrinários, o estudo sério.
O grupo
Essa recomendação é tão válida para a hipótese de se desenvolver o trabalho tanto em casa como no centro espírita. A proteção magnética da sala mediúnica deve ser preservada com todo o cuidado, para não viciar os dispositivos de segu- rança do trabalho, não perturbar a harmonia do ambiente, não interferir com os meticulosos preparativos realizados pelos companheiros desencarnados que dirigem e orientam as tare- fas. Ademais, com frequência, alguns Espíritos em tratamento ficam ali em repouso, por algumas horas, de um dia para o outro, por exemplo, enquanto não são removidos para insti- tuições apropriadas. Quem não puder manter essas condições mínimas, em sua casa ou no centro, não deve tentar trabalho mediúnico de responsabilidade. O ingresso na sala deve ser feito apenas minutos antes do início da sessão. A recepção dos componentes e a conver- sação inicial serão realizadas em outro cômodo, uma vez que, por maior que seja o cuidado, pode escapar um pensamento impróprio ou uma expressão infeliz, numa conversa descontra- ída, especialmente porque, após o espaço de uma semana, que usualmente vai de uma reunião à outra, quase todos gostam de relatar experiências e acontecimentos. Torna-se, dessa manei- ra, mais difícil manter um clima de absoluta vigilância. Com frequência, os Espíritos nos demonstram, depois, no decorrer dos trabalhos, que se achavam presentes à conversação prévia. Sempre que a conversa descamba para assuntos menos nobres, eles fazem uma advertência amiga, pedindo que fiquemos nos temas de caráter doutrinário ou, pelo menos, em conversa neutra. Quer isto dizer que são proscritos dessas conversações prévias, por motivos mais que óbvios, os comentários sobre o crime da semana, sobre o último casamento do astro da novela, a piada do dia, ou a derrota do nosso time de futebol.