Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Palavras-chave para Diagnóstico de Icterícias: Idade, Sexo, Dor Abdominal e Testes, Notas de aula de Diagnóstico

Este documento discute as palavras-chaves importantes para o diagnóstico diferencial de diferentes tipos de icterícias, incluindo idade, sexo, sintomas como dor abdominal e testes laboratoriais como determinação de gama-globulina e testes de coagulação. O texto também discute as diferenças entre icterícias hepatocelulares e obstrutivas.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

usuário desconhecido
usuário desconhecido 🇧🇷

4.6

(158)

172 documentos

1 / 16

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
DIAGNóSTICO DIFERENCIAL
DAS
ICTERíCIAS *
As
icterícias constituem o sinal mais
evidente e objetivo de
uma
hepatopatia,
além de constituírem
um
elemento a mais
no
quadro
clínico de certas afecções bi-
liares, bem como de
certas
hemopatias.
E de
tal
modo a síndrome ictérica se a-
vantaja
na
patologia
do
fígado que Von
Bergmann temendo que,
na
sua
ausên-
cia, muitos processos hepáticos pudessem
passar desapercebidos, julgou
importante
advertir
contra
a
sua
supervalorização.
São
ainda
de hoje as palavras es-
critas
mais de
30
anos por
Me
Nee-
"there
must
be
few
sections of medicine
around
which a larger
literature
has
grown
up
than
the
pathology of different
forms of jaundice".
Não
mister encarecer a importân-
cia de
uma
correta diferenciação diagnós-
tica das icterícias.
Basta
lembrar que duas
orientações terapêuticas diametralmente
opostas dela dependem.
Ao
clínico nem sempre é possível
nu-
ma
primeira indagação formular
um
diagnóstico. Não poucas vezes é o curso
da
doença quem esclarece. E
entretanto
aqui a precocidade diagnóstica é de
suma
importância
dada
a possibilidade
da
in-
terferência cirúrgica. Daí a necessidade
de recorrermos a diferentes tipos de in-
dagação serniótica. Não
basta
concluir
por médica ou cirúrgica
uma
dada
icte-
rícia. Se cirúrgica, é essencial responder-
mos pela oportunidade
ou
não
da
inter-
venção. Não desobedece assim o clínico à
uma
preceituação de ordem geral siste-
matizada
por Lord Moyniham -
HSur-
gery
has
been rnade safe for
the
patient;
We
must
now
make
the
patient
safe for
surgery."
Na
tentativa
de esclarecer qualquer
condição de icterícia, percorre o clínico
JORGE
PEREIRA
LIMA
u
diferentes etapas. Estudemo-las separa-
damente.
1 -
Etapa
clínica
A observação cuidadosa
do
paciente,
o seu interrogatório minucioso,
um
exa-
me físico adequado são capazes de esta-
belecer em bases sólidas o diagnóstico pa-
togênico das icterícias em
80
a 90% dos
casos. Na grande maioria das vezes o pro-
blema
será
distinguir urna icterícia he-
pática
de urna pos-hepática,
uma
vez
que
são
raras
e de diagnóstico relativamente
facil as formas pré-hepáticas. Assim,
em
931
portadores de icterícias estudados
em
5 grandes instituições americanas -
Mayo Clinic, Cook County Hospital,
Mo-
unt
Sinai Hospital, Presbyterian Hospi-
tal, Boston City Hospital, -quase 50%
eram
de icterícia médica. Apenas
em
10
r;;
compareceu o componente hemolí-
tico. Essa mesma incidência das 3 formas
de icterícia é reconhecida por Turnen, no
tratado
de Bockus.
Entre
os
elementos que devem ser
levados em consideração, citem-se:
a - Idade -Estatisticamente, a
maioria dos casos de icterícia hepatoce-
lular
ocorre antes dos
40
anos. Depois
dessa idade, a maioria pertence ao tipo
cirúrgico.
b - Sexo -
As
formas crônicas de
icterícia hepatocelular, p.ex.,
as
cirroses,
predominam no sexo masculino; ao con-
trário,
nas
icterícias obstrutivas incom-
pletas
predominância do sexo
fe~i
no. A incidência
da
icterícia pos-hepátlca
completa é maior
entre
os homens que
entre
as
mulheres.
Relatório do
tema
oficial
da
11
Jornada
de Medicina sul-Riograndense de , Medicina
Interna,
realizada em POrto
Alegre, de
23
a
28
de
outubro
de
1955.
..
Aulatente
de
Terapêutica
Cllnlca
da
Faculdade de Medicina de POrto Alegre.
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Palavras-chave para Diagnóstico de Icterícias: Idade, Sexo, Dor Abdominal e Testes e outras Notas de aula em PDF para Diagnóstico, somente na Docsity!

DIAGNóSTICO DIFERENCIAL DAS ICTERíCIAS *

As icterícias constituem o sinal mais evidente e objetivo de uma hepatopatia, além de constituírem um elemento a mais no quadro clínico de certas afecções bi- liares, bem como de certas hemopatias. E de tal modo a síndrome ictérica se a- vantaja na patologia do fígado que Von Bergmann temendo que, na sua ausên- cia, muitos processos hepáticos pudessem passar desapercebidos, julgou importante advertir contra a sua supervalorização. São ainda de hoje as palavras es- critas há mais de 30 anos por Me Nee- "there must be few sections of medicine around which a larger literature has grown up than the pathology of different forms of jaundice". Não há mister encarecer a importân- cia de uma correta diferenciação diagnós- tica das icterícias. Basta lembrar que duas orientações terapêuticas diametralmente opostas dela dependem. Ao clínico nem sempre é possível nu- ma primeira indagação formular um diagnóstico. Não poucas vezes é o curso da doença quem esclarece. E entretanto aqui a precocidade diagnóstica é de suma importância dada a possibilidade da in- terferência cirúrgica. Daí a necessidade de recorrermos a diferentes tipos de in- dagação serniótica. Não basta concluir por médica ou cirúrgica uma dada icte- rícia. Se cirúrgica, é essencial responder- mos pela oportunidade ou não da inter-

venção. Não desobedece assim o clínico à

uma preceituação de ordem geral siste- matizada por Lord Moyniham - HSur- gery has been rnade safe for the patient; We must now make the patient safe for surgery." Na tentativa de esclarecer qualquer condição de icterícia, percorre o clínico

JORGE PEREIRA LIMA u

diferentes etapas. Estudemo-las separa- damente.

1 - Etapa clínica

A observação cuidadosa do paciente, o seu interrogatório minucioso, um exa- me físico adequado são capazes de esta- belecer em bases sólidas o diagnóstico pa- togênico das icterícias em 80 a 90% dos casos. Na grande maioria das vezes o pro- blema será distinguir urna icterícia he- pática de urna pos-hepática, uma vez que são raras e de diagnóstico relativamente facil as formas pré-hepáticas. Assim, em 931 portadores de icterícias estudados em 5 grandes instituições americanas - Mayo Clinic, Cook County Hospital, Mo- unt Sinai Hospital, Presbyterian Hospi- tal, Boston City Hospital, - quase 50% eram de icterícia médica. Apenas em 10 r;; compareceu o componente hemolí- tico. Essa mesma incidência das 3 formas de icterícia é reconhecida por Turnen, no tratado de Bockus. Entre os elementos que devem ser levados em consideração, citem-se:

a - Idade - Estatisticamente, a maioria dos casos de icterícia hepatoce- lular ocorre antes dos 40 anos. Depois dessa idade, a maioria pertence ao tipo cirúrgico.

b - Sexo - As formas crônicas de icterícia hepatocelular, p.ex., as cirroses, predominam no sexo masculino; ao con- trário, nas icterícias obstrutivas incom- pletas há predominância do sexo fe~i no. A incidência da icterícia pos-hepátlca completa é maior entre os homens que entre as mulheres.

  • Relatório do tema oficial da 11 Jornada de Medicina sul-Riograndense de , Medicina Interna, realizada em POrto Alegre, de 23 a 28 de outubro de 1955. .. Aulatente de Terapêutica Cllnlca da Faculdade de Medicina de POrto Alegre.

130 ANAIS^ DA^ ~'ACULDADE^ D~:^ MEDICINA^ DE^ PóRTO^ ALEGHE

c- Dor abdominal- E' um dos ele- mentos de maior valor no diagnóstico di- ferencial das icterícias. Não é um sinto- ma proeminente nas formas hepáticas; nessa o desconforto epigrástico é muito mais freqentemente experimentado, mes- mo após os esforços. Há casos, no entan-

to, em que a sensação dolorosa é intensa,

como uma tração, ora mesmo como uma cólica. Nas icterícias pos-hepáticas por li- tíase do colédoco a dor é típica. Não há necessidade de insistir nas suas caracte- rísticas. Mas o que deve ser lembrado, co- mo o faz Caroli, é que para que a dor te- nha valor na diferenciação diagnóstica ela deve preceder de 12, 24, no máximo 48 horas o aparecimento das icterícias. A dor é a regra nas icterícias por tu- mor de pâncreas. Nunca é demais insis- tir nesse ponto, uma vez que é crença geral que a icterícia sem dor é uma das principais características daquela provo- cada por um tumor de pâncreas. Berk, no Graduate Hospital de Filadélfia, fez um amplo inquérito entre estudantes do

  1. 0 ano de Medicina, internos e residen- tes, "graduate medicai students" e médi- cos fazendo clínica geral, tendo no má- ximo, 5 anos de exercício clínico. A to- dos solicitou que respondessem qual o achado mais frequênte no câncer de pân- creas. Pois bem, 93 jl, responderam ser a icterícia c predominantemente sem dor a verificação mais frequênte nesses casos. Entretanto, continua Berk, a revisão dos arquivos do Graduate Hospital, bem co- mo do hospital da Universidade de Chi- cago, e mesmo da literatura, registra que a icterícia sem dor surge em apenas 1/ dos doentes, sendo mesmo de notar-se que nesses frequentemente se desenvolve o sintoma dor tão logo aparece a icterí- cia. Três, em cada quatro paeientes apre- sentam dor que é constante, severa, com irradiação posterior. Aumenta com o de- cúbito e frequentemente mimetiza aquela da úlcera péptica.

Nas icterícias pré-hepáticas a dor é secundária à litíase pigmentar. Nessa si- tuação, uma cólica biliar típica pode de- senvolver-se.

d - Hipertemia - A hipertemia de início repentino, brusco, acompanhada de calafrios, precedendo de perto o apare-

cimento da icterícia é sinal. quase patog- nômonico de litíase do colédoco. No en- tanto, quando ela se desenvolve no de- curso mesmo da icterícia, perde um pou- co do seu valor como elemento de diag- nóstico diferencial, uma vez que com fre- quência a desenvolvem os tumores da pa- pi~a. E' rara a hipertemia do tipo des .. cnto nos tumores de pâncreas. Nas formas hepáticas de icterícia a ~ipertermia não atinge grau tão elevado,

e do tipo contínuo, frequênte no estádio

pré-ictérico, desaparecendo com o desen- volvimento da icterícia.

e - Natureza dos distúrbios dig-esti- vos --::.Uma história dispéptica de longa d~u:aç8:o, eru~tações e náuseas pos-pran- dlms, 1;1tolerancia aos alimentos gordu- rosos, e fortemente sugestivo de doença vesicular crônica com consequente cofé- doco-litíase. A anorexia é saliente nas icterícias n~oplásicas. História recente de constipa- çao ou diarréia em icterícias de idade a.vançada faz pensar em metástase hepá- tica consequente a carcinoma de colon. Nas neoplasias panceáticas é de extraor- dinária importância o volume e o aspec- to das fezes. A incapacidade da absorção do teor proteico e lipídico do bolo alimen- · tar faz com que as matérias fecais sejam bastante volumosas c com aspecto aman- teigado. Distúrbios digestivos precedendo de uma ou poucas semanas a icterícia - tais c~mo. anorexia, náusea, desconforto cpi- gastnco, devem fazer pensar em hepati- te infecciosa.

f- Prurido ---Está ausente nas for-

mas pré-hepáticas não complicadas; pou- co frequente, e, se presente, de intensi- dade leve e de pequena duração nas for- mas hepatocelulares; nas formas hepa- tocanaliculares, o prurido pode ser in- tenso e duradouro, levantando a confu- são com as icterícias pos-hepáticas, com- pletas ou incompletas, onde, sobretudo naquelas, o prurido é frequente, persis- tente e severo.

g - duração - As icterícias de du- ração longa, de mais de 2 anos, sugerem uma forma pré-hepática, hemolítica, ou, então, uma forma obstrutiva intra-hepá- tica primária.

132

d - Aspecto da urina - De colora- cão normal nas formas pré-hepáticas, é escura (coluria) tanto nas formas hepá- ticas quanto pos-hepáticas.

e- Aspecto das fezes- Nas formas pré-hepáticas, a color.ação das fezes é normal ou mesmo mms escura; nas for-

mas h~patocelulares varia a coloração

desde o normal até o cinza claro. Nas for- mas obstrutivas, intra ou extra-hepática, de acôrdo com a maior ou menor obstru- ção, as fezes assumem aspecto, igll;~lm~n te variável desde o normal ate a Ja clas- sica "massa de vidraceiro". Numerosos outros aspectos poderiam ser discutidos. Assim, a presença de as- cite, circulação colateral, as a.ranh~s va~ culares, o eritema palmar, sltuaçoes to- das altamente sugestivas de uma forma hepatocelular de icteríci~ .. Uma palayr.a apenas em relação ao hallto dos hepatl- cos o ''fetor hepaticus" por alguns auto- res' considerado patognômonico de clau- dicação celular. Não é verda~e._ Bu!t e Mason, na mais completa rev1sao sobre o assunto, verificaram que o "fetor he- paticus" é também encontra_do nas for- mas obstrutivas, na proporçao de 2 d~ quelas para 1 dessas. E o seu ~:parec~ mento seria independente da billrrubi- nemia e da situação funcional do fígado.

2- Etapa laboratorial

A - Provas Funcionais

Não basta que se suspeite da causa de uma icterícia. E' imprescindível que se a confirme. Não basta que se julgue obstrutiva e se indique a cirurgia. E' in- dispensável conhecer se o fíga?o supo~· tará ou não a sua "prova funciOnal ma- xima que é o ato operatório". Para uma e outra situação recorre o clínico às cha- madas provas funcionais do fígado. Seu número é hoje já incontável. Dia a dia surgem provas ou te~te~ qu~ me~h~r per- mitam uma diferenc1açao dmgnostlca se- gura. Mas o que urge não é a descrição individual de cada uma, muito menos a sua avaliação. O que importa, segundo Popper, seria a sua organização em siste- mas ou perfís que permitam uma melhor análise do paciente, correlacionando a sua fisiologia anormal com as manifesta- ções clínicas.

ANAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO At,EORE

Assim, de um lado temos as provas que indagam a função do parênquima: os testes de floculação, a prova do ácido hipúrico, a esterificação do colesterol, a serinemia e o complexo protrombínico. De outro lado, aquelas que provam a per- meabilidade canalicular - urobilinogê- nio fecal, a fosfatasemia alcalina, a coles-

terolemia total e a lipemia. A bilirrubi-

nemia e a urobilinuria seriam índices de

ambas as situações - funcional e ana-

tômica. A verificacão sistemática da bilirru- binemia em tÓ.rlo ictérico se impõe. E' a glicemia do diabético, no dizer de Eppin- ger. Não vamos entrar aqui em considera- cães a respe:ito do metabolismo da bilir- Í·ubina, nem na complexa discussão dos conceitos unicistas ou dualista da mesma, senão, apreciar tão somente o seu valor no diagnóstico diferencial das icterícias. Se é alta a bilirrubinemia total, man- tendo-se normal a fração que reage di- reta e imedialamente - bilirrubina que reage ao têrmo de 1 minuto (Malloy-E-

velyn) - estamos em face de uma icte-

rícia pré-hepática. O aumento isolado da fração direta imediata, mantendo-se normal a bilirru- binemia total é uma das manifestações mais precoces da hepatite a vírus, mes- mo em rclacão aos testes de floculação. E mais, situação similar no declínio da icterícia a vints expressa a persistência da atividade do processo. No entanto, o fracionamento das bi- Jirrubinas não teria valor algum uma vez constituída a icterícia, no diagnóstico di- ferencial das formas hepáticas e pos-he- páticas. E' essa a nossa experiência em singular acôrdo aliás com os que de mais perto se têm dedicado ao problema. O valor da bilirrubinuria é bastante limitado. Na prática, a sua importância. fica reduzida às seguintes situações:

a --- nas formas pré-hepáticas, onde ela c;;tá au~;entc;

b - nas hepatites a vírus, onde ela surge no período pré-ictérico, servindo, pois, ao diagnóstico precoce;

c - nas hepatites a vírus na fase de declínio, onde ela desaparece antes mes- mo que os níveis bilirrubinêmicos atin- jam a normalidade.

ANAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE

A apreciação da urobilinuria é um dos processos mais valiosos no reconhe- cimento de uma doença hepática. O seu valor diagnóstico mais do que qualquer outro teste repousa num exato conheci- mento de sua fisiologia. Formada no in- testino à custa da reducão bactérica da bilirrubina, parte é excrétado com as fe- zes e parte é reabsorvido, chegando ao fígado, onde novamente é excretado. Pe- quena porção escapa ao fígado normal e é eliminada pela urina em quantidades não maiores que 3 mg. em 24 horas. ~sse esquema nos permite compren- der a influência preponderante de 2 fa- tôres:

a - permeabilidade das vias biliares, facultando a chegada de bilirrubina no intestino e consequentc formação de uro- bilinogênio;

b- integridade do parênquima que permite a apreensão da maior parte do urobilinogênio que lhe chega do intes- tino.

Nas formas pré-hepáticas há maior quantidade de urobilinogênio fecal. A u- robilinuria estará normal ou pouco au- mentada, dada a integridade funcional do parênquima. Nas formas pós-hepáticas o cromo- gênio está normal ou ausente, conforme a obstrução seja incompleta ou completa. Nas icterícias hepatocelulares há au- mento de urobilinuria, dada a incapaci- dade da célula nobre manusear o urobili- nogênio que lhe chega. No entanto, dado que a suspensão do fluxo biliar é comum nas icterícias hepá- ticas, há necessidade de pesquisa reitera- da da urobilinuria, diária ou em dias al- ternados, durante 8 a 15 dias. Na correta interpretação dos acha- dos, é claro que devem ser levados em con- sideração os fatôres capazes de alterá- los, tais como a insuficiência renal, a for- mação extra-intestinal de urobilinogênio, etc.

As provas de floculação e turvação não são, na realidade, provas de função hepática. Expressam tão somente, per- turbações no metabolismo das proteínas sem interrogar as causas. Dada a fre- quência com que as proteínas se alte-

133

ram nas afecções hepáticas, valem êsses testes na exploração funcional do órgão. De um modo geral, podemos afirmar que os testes de floculação e turvação medem realmente é a estabilidade das proteínas do soro. A floculação, a precipitação ou a turvação se desenvolvem se houver:

a - diminuição ou alteração quali- tativa de albumina e ou alfa-globulina ambas de origem hepatocítica;

b - aumento nos lipídios do soro;

c - aumento da gama-globulina, de formação retículo-endotelial.

Ao cont:rário, a inibição dêsses fenô- menos se processará em consequência da presença de certos fatôres no sangue, tal- vez lecitina.

O conhecimento dêsses fatos permite estabelecer que:

a - a reação de cefalina-colesterol depende bàsicamente da alteração quali- tativa ou quantitativa da albumina ou da alfa-globulina e, secundàriamente, do au- mento da gama-globulina. O fator de re- gurgitação tem pequena influência na po- sitividade da reação. Porisso, essa últi- ma se verifica nas icterícias hepatocelu- lares e nas formas obstrutivas, seguindo- se à infecção biliar.

b - a turvação do timol dependeria dos mesmos fatôres, aos quais se acres- centaria a influência dos lipideos do soro e das lipoproteínas. A positividade dessa reação seria encontrada nas mesmas si- tuações que a reação de cefalina-coleste- rol.

c - a turvação do sulfato de zinco (reação de Kunkel) depende bàsicamente

do aumento da gama-globulina, mas é no-

tavelmente influenciada pelo fator de re- gurgitação biliar. Daí a sua normalidade ou mesmo apresentar valores notàvel- mente abaixo do normal em casos de ic- terícia obstrutiva, mesmo quando exis- tem lesões parenquimatosas.

d - a prova da gama-globulina (PGG) depende fundamentalmente da elevação da gama-globulina.

ANAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE

quima. Se, ao contrário, as reações de ~anger e Mac Lagan fôrem positivas, a Icterícia é considerada médica, com ex- ceção da forma obstrutiva infectada.

B -- Tubagem duodenal

Quando corretamente feita e devida- mente interpretada é a tubagem duode- nal recurso valioso no diagnóstico dife- rencial das icterícias. Assim, nas formas pré-hepáticas, do tipo hemolítico, há uma exagerada con- c~ntração do pigmento biliar na bile he- patica que toma, então, uma cor amare- lo-avermelhada. A microscopia revela a- qui um precipitado anormalmente gran- de de bilirrubinatos. Nas icterícias hepáticas, do tipo he- patocelular, no acme de sua evolução ob- tém-se à sondagem liquido duodenal a- marelo, apesar da acolia. Quando isso não se observa espontâneamente, basta que se instilem 20 cm3. de novocaína a 1% Para que, de imediato, se obtenha líqui- do amarelo. Na experiência de Varela Fu- entes apenas em 137r, dos portadores dês- se tipo de icterícia obtém-se somente lí- quido duodenal incolor, apesar da insti- lação de novocaína. No entanto, a repe- tição da sondagem, 2 a 3 vezes numa se- mana, determinará o aparecimento do lí- quido de cor amarela. Outro dado fre-

quente nesse tipo de icterícia é a ausên-

Cia de bile B, em cuja interpretação não há muito acôrdo entre os autores. No en- tanto, um elemento importante na sua diferenciação diagnóstica é o fato de que

50 'li) dessas vesículas reagem ao estímulo

colecinético a pós a administração de no- vocaína a 1 r;,,. Realmente o grande mérito da tuba- gem duodenal no diagnóstico diferencial das icterícias está na positivação da na- tureza obstrutiva de uma icterícia, bem como na sua diferenciação nas formas obstrutivas completa e incompleta. · A ausência de escorrimento biliar observado em sondagens repetidas é um sinal quase de certeza de obstrução neo- plásica das vias biliares extra-hepáticas. A ietcrícia é intensa e progressiva porque é total a obstrução, não involuindo o pro- cesso ncoplásico. Apenas fazem exceção ~s neoplasias da papila, onde a icterícia e, em regra, intermitente, pois que dada

135

a natureza do processo tumoral elas têm grande tendência a esfacelarem-se, a se ulcerarem. São tumores que sangram com imensa facilidade, donde um valioso sinal que nos fornece a tubagem duode- nal - a aparição constante de sangue na sondagem de um caso de icterícia intermitente deveria sempre fazer pensar em neoplasia da papila. Nas obstruções incompletas, ao con- trário, a resposta do sistema biliar ao es- ·

tímulo colecinético é variável, mas o que

importa aqui é que se obtém bile A e C, podendo não encontrar-se bile B. As va- riantes serão determinadas pelo estado órgano-funcional do sistema biliar extra- hepático. De passagem, lembremos a chamada resposta paradoxal frequente- mente verificada nas obstruções baixas do colédoco. Aqui, a bile reprezada pela obstáculo é concentrada progessivamente pela maior reabsorção de água, asseme-

lhando-se, então, à bile vesicular. Origina-

se assim uma concentração apreciável da bile que se obtém em jejum antes do es- tímulo. Logo após êsse, flue a bile clara, tipo duodenal. O paradoxo está em que a bile mais escura é obtida antes da exci- tação, fluindo depois a bile clara. Nas formas obstrutivas incompletas, a exceção é a resposta negativa à sonda- gem duodenal. Entretanto, quando isso acontece a regra é o seu desaparecimen- to dentro de 3 a 4 dias. E' excepcional a obstrução completa, irredutível na de- pendência de um cálculo, p.ex. No entan- to, isso pode desenvolver-se no encrava- mento do cálculo na papila, ou então no desenvolvimentos de lesões inflamatórias no desfiladeiro colédoco-duodenal que, diminuindo mais a luz, terminam por fa- zê-la desaparecer. A microscopia biliar teria enorme importância. Os trabalhos de Lahey, Wil- kinson, Bockus e, entre nós, Gallizzi, de-

monstram à saciedade a importância do

achado de cristais de colesterol e bilirru- binato de cálcio como índices de litíase biliar e consequente sugestão diagnóstica. No mesmo sentido valem os diferentes elementos que expressam a inflamação nos diversos segmentos da árvore biliar extra-hepática.

Pavel empresta à tubagem duodenal

o elemento de maior valor no diagnósti- co diferencial das icterícias. As chamadas

136

provas de função outro mérito não te-

riam senão o de fornecer uma preciosa

indicação sôbre o estado geral do pacien-

te e, pois, da oportunidade ou não da in-

terferência cirúrgica. Da fração

atividades das células de Kupffer

atividades das células parenquimatosas

onde o numerador condiciona a produ-

ção dos pigmentos biliares e o denomi-

nador o fluxo biliar, deduz o autor hún-

garo a sua concepção patogênica das ic-

terícias bem como daí infere senão o úni-

co, pelo menos o melhor critério no diag-

nóstico diferencial das icterícias.

C - Etapa radiológica

O estudo radiológico das vias bilia-

res extra-hepáticas, bem como do estô-

mago e do duodeno são capazes de, em

certas circunstâncias, trazerem substan-

cial esclarecimento na diferenciação das

icterícias.

O valor da colecistografia foi bastan-

te discutido. Embora admitindo-se como

certo que as modernas substâncias de

contraste não sejam nocivas ao hepató-

cito, mesmo claudicante, o certo é que

o seu valor na visualização da vesícula,

e, consequentemente, dos canais excre-

tores, fica limitado pela bilirrubinemia ou,

então, pela maior ou menor intensidade

da insuficiência parenquimatosa. Assim,

Readinger, valendo-se do Telepaque, es-

tudou 43 casos de hepatite a vírus. Con-

cluiu pela inutilidade da colecistografia

em tal situação, desde que a bilirrubine-

mia ultra passasse de 11 mg ~;;; , ou a re-

tenção de bromossulfaleína fôsse igual ou

superior a 30'/l nos primeiros 45 minu-

tos. Caso contrário, na experiência dos

autores, 90';; tiveram colescistograma po-

sitivo, 1/3 dos quais sàmente o apresen-

taram após dose dupla do contraste. A

conclusões similares chegou Fraga Fo.,

no Rio de Janeiro.

Porisso, por essa dependência ao es-

tado anatômico dos canais biliares intra-

hepáticos, não dá Popper valor à colecis-

tografia no diagnóstico diferencial das

icterícias.

Ottenberg acredita que o enchimen-

to vesicular bem seguido de um normal

ANAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PóRTO ALEGRE

esvaziamento vesicular insuficiente seguir

um enchimento vesicular bom, o mais

provável é que se trate de uma icterícia

obstrutiva. A negatividade do colecisto-

grama não teria valor no diagnóstico di-

ferencial das icterícias.

Borak, em 1943, utilizando-se da co-

lecistografia em que o contraste é utili-

zado pela via endovenosa, como um ele-

mento a mais no discernimento de alguns

fatôres patogênicos das icterícias. Nor-

malmente, o corante administrado por

via endovenosa é, no fígado, misturado

com a bile. Simultâneamente, parte é le-

vado para a vesícula e parte para o colé-

doco, de onde é eliminado para o duode-

no. O exame radiográfico, feito 14 horas

após, evidencia a presença do contraste

na vesícula e no colon. A sua existência

aqui postula a permeabilidade do colédo-

co. Afastando a obstrução litiásica, Bo-

rak assim resumiu as suas conclusões:

Ve•icula Dllatada Não v!suallzada Não vlsual!zada

Contraste no colon Dlagn. presuntivo ausente tumor de cabeça <:!o pâncrc:>s ausente tumor do colédoco presente tumor vesicular

A colangiografia intra-venosa trouxe

inicialmente muita esperança em relação

ao pronto esclarecimento de uma sindro-

me ictérica. A opacificação das vias bi-

liares independentemente do tempo ve-

sicular constituiria, não há dúvida, no-

tável avanço na propedêutica das icterí-

cias. o confronto dos resultados da co-

langiografia intravenosa e das taxas de

bilirrubinemia e de retenção da bromos-

sulfaleína evidenciou, desde logo, a pe-

quena contribuição que ela poderia trazer

ao diagnóstico das icterícias. Caroli, em

janeiro de 54, apresenta 110 observações

de doentes portadores de síndrome cole-

dociano onde foi utilizada a colangiogra-

fia intravenosa. Desde que a bilirrubine-

mia ultrapasse de 3 mg. 'lr, é bastante pro-

vável a inutilidade da prova, dada a hi-

pertensão endocanalicular. Nos casos em

que, ao contrário, não há retenção biliar

ou essa é discreta, a prova da bromossul-

faleína seria de capital importância na

indicação e judiciosa interpretação dos

resultados. Salvo raras exceções - alte-

rações isoladas das proteínas sanguíneas

  • pode esperar-se a visualização colan-

giográfica se a retenção da BSP fôr infe-

rior a 20%. A colangiografia intravenosa

138

sentam, mesmo, no dizer de Albot, um

aspecto mais escuro que o normal. São

mantidas as proporções entre o epitélio

e os capilares, bem como é nítida a estru-

tura radiada no lóbulo.

Como características próprias e, por

assim dizer, patognomônicas da obstru-

ção extra-hepática, citam-se:

a - dilatação dos dutos biliares nos

espaços porta, podendo conter bile e mi-

crocálculos.

b - os lagos biliares, caracterizados

por um acúmulo central de bile extrava-

zada, circundando por um halo mal co-

rado de células hepáticas degeneradas,

do tipo "feathery". Nos espaços porta ha-

veria tendência para a formação dos gra-

nulomas biliares. Schiff, Popper, Caro li,

e outros consideram êsses dados como

diagnósticos da obstrução extra-hepática,

embora Ricketts excepcionalmente os te-

nha visto em casos de obstrução intra-

hepática.

c - necrose periférica focal, com

rarefação citoplasmática dos hepatócitos

pigmentados - são os infartos biliares.

Entretanto, se essas são caracterís-

ticas suficientes para estabelecerem o

diagnóstico de obstrução extra-hepática,

a sua ausência, em absoluto, exclue tal

formulação.

A multiplicação dos dutos biliares na

zona porta - os néo-canais de Hering,

no dizer de Albot - seria para alguns

elemento de maior importância na carac-

terização diagnóstica. Resultado, talvez,

da desdiferenciação das células nobres pe-

riportais, êles se apresentariam como a-

longados, tortuosos, de luz ampla, con-

tendo bile, exsudato purulento, ou ambos,

e atapetados por um epitélio cúbico alto.

Seriam, talvez, uma resposta à pressão

aumentada ou à irritação biliar.

A proliferação do tecido conjuntivo,

das células de Kupffer, e um infiltrado

redondo celular nos sinusóides completa-

riam o quadro.

A variedade obstrutiva intra-hepá-

tica é de diagnóstico bem mais dificil.

Numerosas têm sido as causas propostas

para o seu determinismo étiopatogênico

-a metiltesterona, arsênico, a ''cura do

ANAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE

sono", o vírus A ou B da hepatite infec-

ciosa. A natureza obstrutiva do processo

estaria, de certa maneira, fundamentada

nos achados de uma dilatação enorme,

aneurismática, dos capilares biliares in-

tra-hepáticos, e :o seu enchimento por

uma bile densa e concentrada. Nem o

número, nem o tamanho dos cilindros bi-

liares seriam índices fiéis da diferencia-

ção entre as formas extra e intra-hepá-

tica de icterícia.

As suas características principais,

para uns, seriam as alterações inflama-

tórias na área limite entre o espaço porta

e o parênquima, bem como um exsudato,

agudo ou crônico, em tôrno e dentro dos

colangíolos. Êsses fariam as vezes de ni-

nhos em tôrno dos quais o exsudato se

desenvolveria e concentraria. Há, além

disso, proliferação de pseudo-dúctolos.

Embora possuidores de luz e comunicação

com o sistema ductal pré-existente, há

aqueles que acreditam que os pseudo-

dúctolos representam apenas células he-

páticas regeneradas num estágio de ma-

turação interrompida.

A integridade das células parenqui-

matosas parece existir em algumas des-

sas formas - a arsenical, p.ex .. Na for-

ma viral, embora aceita por muitos a in-

tegridade do parênquima- Watson, Hof-

fbauer, Hanger, Caroli, etc. - é negada

por Gall e cols. Para êsses, bem como pa-

ra Dible e cols., as células parenquima-

tosas apresentariam as mesmas altera-

ções que na forma banal, comum, apenas

que em grau menos acentuado. Chamaria

mais a atenção a pericolangite de que as

alterações parenquimatosas.

Nas icterícias hepatocelulares os qua-

dros histopatolóligicos seriam variáveil

de acôrdo com as situações etiopatogêni-

cas. Pela frequência com que surgem na

clínica, importa conhecer os quadros das

hepatites infecciosas - específica e ines-

pecífica - e tóxica.

Na hepatite viral, os aspectos funda-

mentais dizem respeito às lesões hepato-

celulares e a reações inf!amatórias. En-

tre as primeiras,J descrevem-se a disso~

ciação das células hepáticas, o caracter

difuso das lesões parenquimatosas, com

necrose de células isoladas. A reação in·

flamatória é constante e pode, mesmo

nos casos mais leves, predominar sôbre

a participação epitelial. De predominãn-

AliAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE

cia na área periporta, constituindo o que

alguns autores chamam de "triadite",

Pode extender-se à região intra-lobular.

As células de Kupffer apresentam sinais

de atividade- em grande número, estão

aumentadas de volume e em atividade

fagocitária. A trama de reticulina é bem

conservada.

A pericolangite, a proliferação de

pseudo-túbulos são encontradas nessas

formas de icterícia. Da mesma maneira,

a retenção de pigmentos, a estase biliar

que para alguns autores - Caroli, Lucké,

M:allory- têm importância fundamental

na patogenia dêste tipo de icterícia.

Os quadros n. 0 1 e 2, respectivamen-

te de Weisbrod e cols. e de Popper e cols.

resume as principais características di-

ferenciais entre as icterícias obstrutivas

e hepatocelulares de um lado, e entre as

hepatites infecciosas e tóxicas de outro

lado.

Lembre-se, no entanto, que essas são

características gerais dos diferentes pro-

cessos aqui estudados. Nas hepatites, p.

ex., quanto maior fôr o tempo que me-

deia entre o início da doença e o instante

da biópsia, tanto mais apagadas serão as

s~as características e mais difícil o diag-

nostico. Ao contrário, nas icterícias obs-

trutivas, quanto mais longa a evolução

do processo, melhor se definem os traços

que lhe dão a personalidade histopato-

lógica.

Por fim, as icterícias pré-hepáticas

não alteram a estrutura do órgão. Aliás,

a negatividade do achado é um dado po-

Sitivo a favor dessa última hipótese diag-

nóstica.

Mesmo que tenhamos com seguro

critério e adequada interpretação anali-

Sados um a um os dados de ordem clíni-

ca, laboratorial e histopatológica, surgi-

rão casos não muito raramente em que

a conclusão diagnóstica final exige ou-

tras perquirições. E antes de submeter-

:tnos o paciente à laparotomia explorado-

ra é possível com bastante segurança a

re__alização da laparoscopia. Essa servirá

nao apenas para a obtenção de novo ma-

terial de biópsia, agora feita não às ce-

gas, mas dirigida, como também à aná-

lise de coloração do fígado - cromodiag-

nóstico - o seu volume, a sua superfície,

bem como o estudo da vesícula biliar.

kalk, na Aelmanha, Caroli, na França e

139

Royer, na Argentina, têm sido os que

maior desenvolvimento têm dado a êsse

setor semiótico.

Royer, valendo-se da laparoscopia,

desenvolveu a colângiografia laparoscó-

pica. Técnica ainda não acessível à ro-

tina, de segurança discutível e discutida,

suas vantagens teóricas são no entanto

óbvias.

Mesmo entretanto, perco:r:rendo um

a um os meios propedêuticos de que se

pode utilizar, com certa frequência o clí-

nico entrega ao cirurgião a solução do

problema. E de ventre aberto, com aces-

so extremamente facil às vias biliares,

tendo à disposição e ao manuseio meios

valiosos e sensíveis de exploração - co-

mo a colângiografia, e a radiomanome-

tria - não pode mesmo assim algumas

vezes o cirurgião decifrar a causa da ic-

terícia.

BIBLIOGRAFIA

1 - Alagille, D. Le complexe prothrom-

bique dans l'exploration fonctio-

nelle de la cellule hépatique. Re-

vue International d'Hépatologie, 1,

2 - Albot, G. - Les formes anatomo-

cliniques de la cholostase intra-hê-

patique, em Albot, G., Poilleux, F.

  • Le Fole et la Veine Porte -Mas-

son et Cie., Paris, 1955.

3 -Albot, G., Poilleux, F. - Le reten-

.tissemente hépatique de la stase bi-

liaire et les cirrhoses cholostati-

ques, em Le Foie et la Veine Por-

te - Masson et Cie., Paris, 1955.

4 - B::t;:ker, M.H., Capps, R.B. - Gas-

trointestinal manifestations of acu-

tc and chonic infectorous hepatitis

  • Review of Gastroenterology, 14,

5 - Barlaro, P. -Las icterícias- E

Ateneu, Buenos Aires, 1946.

6 - Bengolea, A. J., Velasco Suarez, L.

  • El Sondeo Duodenal- 2.a Ed.

Editorial Guillermo Kraft Tmta.,

Buenos Aires, (sem data).

ANAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE

27 - Fahrlander, H., Hesse, W. - L'ic- têre dans les pancréatites - Re- vue International d'Hépatologie, 2, 273, 1955.

28 - Fraga Filho, C. - Conduta di~g nóstica e terapêutica nas icterícias

  • Resenha Clínico-Científica, 11- 12, 374, 1953.

29 - Fraga Filho, C. :-. Etíopato~e~ia

. e Clínica das ictencms - MediCma Cirurgia e Farmácia, 145, 212, 1948.

30 - Fraga Filho, C.. - Hepati~e por vírus - Tese, R10, 1952 -Ora- fica Barthel Ltda.

31 - Gall, E.A., Braunstein, H. - He- patitis with manifestations simu- lating bile duct obstr~c.tion - A- merican Journal of Cllmcal Patho- logy, 10, 1113, 1955.

32 - Galizzi, J. - Diagnóstico da lití~ se biliar -Tese -Imprensa Ofi- cial, Minas Gerais, 1950.

33 - Glrardi, P. - A Entubação duAod~ nal no diagnóstico e na terapeuti- ca - Trad. portuguêsa - Cia. E- ditora Nacional (sem data).

34 - Gutman, A.B., Ranger, F. - Dif- ferencial diagnosis of jaundice by combined serum phosphatase de- termination and cephalin flocula- ' tion test - Medicai Clinics of North America, 28, 837, 1941.

141

38- Hoffman, F. - Cholangiolitic he- patitis. Case report and review - Gastroenterology, 2, 247, 1955.

39 - Hegstrom, G.J., Zoeckler, S.J., Keil P.G. - Peritoneoscopy- Gastro- enterology, 25, 243, 1943.

40 - Hult, H. - Cholémie simple fami- liale and posthepatitic stats wi- thout fibrosis of the liver - Su- plemento 244 da Acta Medica Scan- dinavica.

41 - Izarn, P., Mathieu, M. - L'hypo- prothrombinémie des hépatiques

  • sa fréquence, ses causes, sa pla- ce dans la pathogénie des hémor- ragies. Revue Internacionale d'Hé- patologie, 6, 783, 1952.

42 - Jiminez Diaz, C. - Lecciones de Patologia Médica- Tomo VI, Edi- torial Científico Médica, Madrid, Barcelona, 1948.

43 - King, W.E.- Differencial diagno- sis of jaundice, the use of liver bio- psy and liver function tests - in Avery J ones - Modern trends in Gastro-Enterology- Butterworths Co. Londres, 1952.

44 - Lichtmann, S.S. - Diseases of the liver, gallbladder and bile ducts- 3.a edição- Lea and Febiger, Phi- ladelphia, 1953.

45 - López Garcia, A. - El síndrome coledociano - Libreria Hachette S.A. - Buenos Aires, 1942.

35 - Hanger, F.- Diagnostic problems 46 _ Lucké, B.A., - The pathology of

in jaundice- Archives of Internai fatal epidemic hepatitis. American Medicine, 86, 169, 1950. Journal of Pathology, 20, 471, 1944.

36- Hanger, F., Gutman, A.B. - Pos- tarsphenamine jaundice apparen-

  • tly due to obstrution of the intra- hepatic biliary tract. JAMA, 11, 115, 263, 1940.

37 - Hoffbaur, F.W. - Bedside diagno-

sis of jaundice - Northwêst Me- dicai, 48, 757, 1949.

47 - Mallory, T.- The pathology of e- pidemic hepatitis. JAMA, 134, 655,

48 - Leevy C.M., Dvorschak, C.K. Guas- si, A.M. - The liver in extra-hepa- tic biliary obstruction. American Journal of Medical Science, 227, 272, 1954.

142

49 - Meyer, K. A., Popper, H., Steig- mann, F. - Biliary hepatitis - Quarterly Bulletin, Northwestern University Medicai School, 23, 321,

50 - Movitt, E.R. - Differenciai diagno- sis of regurgitation jaundice; the role of needle liver - Annais of Internai Medicine, 5, 932, 1954.

51 ,.--- Movitt, E.R., Davis, A.E. - Extra- .. hepatic biliary obstruction: expe- rience with needie biopsy of the li- ver - Annals of Internai Medicine, 5, 952, 1954.

52 - Neefe, J.R. - Viral hepatitis - American Journal of Medicine, 16, 710, 1954.

53 - Neefe, J.R., Gambescia, J.M. - Diagnosis of liver disease - Me- dicai Clinics of North America, No- vembro de 1951.

54 - Nezeiof, C. - Les renseignements fournis par I'examen histologique des ponctions-biopsie du foie - em Albot, G., Poilleux, F. - Le foie et la Veine Porte - Masson et Cie., Paris, 1955.

55 - Orioff. T.L. - Intravenous chole- dochoiaminography - The Ame- rican Journal of Roentgenology, 72, 801, 1955.

56 - Pavei, I. - Les Icteres - 3. 3 edi- ção - Masson et Cie., 1949.

57 -Pereira Lima, J. - Bilirrubina, natureza química, origem, modali- dades reacionais, significação clíni- ca - Revista de Medicina do Rio Grande do Sul, 8, 203, 1952. ·

58 - Poppel, M.H. - Roentgen mani- festation of pancreatic disease - Charles Thomas, Springfield, Illi- nois.

59 - Poppel, M. H., Jacobson, H. E., Smith, R.W. - The roentgen as- pects of the papilla and empulla of Vater - Charles C. Thomaz,

ANAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE

60 - Popper, H. - Differencial diagno- sis of jaundice by laboratory tests

  • The Review of Gastroenterolo- gy, 19, 826, 1952.

61 - Popper, H.- Factors affecting the results of flocculation tests - in Liver Disease, Ciba Foundation Symposium - Blakiston Compa- ny, Philadelphia, 1951.

62 - Popper, H.- Liver Disease- Mqr- phologic considerations - Ameri- can Journal of Medicine, 16, 98,

63 - Popper, H., Bean, W.B., Huerga, J., Franklin, M., Tsumagari, Y., Routh J.I., Steigmann, F.- Eletrophore- tic serum protein fractions in he- patobiliary diseases - Gastroente- roiogy, 17, 138, 1951.

64 - Popper, H., Franklin, M. - Diffe- rential diagnosis of hepatitis bY histologic and functionai laborato- ry methods - JAMA, 137, 230,

65 - Popper, H., Schaffner, F.- Hepa- tic tests - Advances in Internai Medicine, Volume IV, Year Boolt Publishers, 1950.

66 - Popper, H., Schaffner, F.- Labo- ratory diagnosis of líver disease - JAMA, 150, 1367, 1952.

67 - Popper, H., Steigmann, F. - Dif- ferential diagnosis between medi- cal and surgical jaundice by Iabo- ratory tests - Annals of Interna! :M.edicine, 29, 305, 1948.

68 - Popper, H., Steigmann, F., Tsuma- ri, Y., De la Huerga, J. - The no- culation tests in the differential diagnosis of jaundice - The Ame- rican Journal of Digestive Disea- ses, 18, 192, 1951.

69 - Portis, S. - Diseases of the Diges' tive System- Lea Febiger, Philll' ·

delphia, 1953. n

144

91 - Tumen, H.J. - Differential diag- nosis of jaundice - em Postgra- duate Gastroenterology, edited by Bockus, H. L. - W. B. Saunders, Philadelphia, 1950.

92 - Twiss, J.R., Oppenheim, E. - Li- ver, pancreas and biliary tract - Lea and Febiger, Philadelphia,

93 - Tyor, M.P., Cayer, D. - The dif- ferential diagnosis of jaundice: the relative value of the clinicai im- pression, laboratory, tests and as- piration liver biopsy - Gastroen- terology, 24, 63, 1953. 94 - Varela Fuentes, B. - Las icterí- cias de origen intra-hepático - A- nales de la Clínica Medica "A", Faculdade de Medicina de Monte- vidéu- Tomo IV- 1941-1944.

95 - Watson, C. J. - Regurgitation jaundice: clinicai differentiation of the common forms particular reference to the degree of biliary obstruction - JAMA, 114, 2427,

96 - Watson, C.J. -Some biochemical studies of hepatitis with special re- ference to the problem of differen- tiating medicai and surgical jaun- dice - Canadian Medicai Associa- tion Journal, 61, 483, 1949.

ANAIS DA FACULDADE DE MEDICINA DE PORTO ALEGRE

97 - Varela Fuentes, B., Varela López, J. - Le drainage duodénale dans les ictêres hepatocytique - Archi- ves des Maladies de l'Appareil Di- gestif, 40, 979, 1951.

98 - Watson, C.J., Hoffbauer, F.W. - The problem of prolonged hepati- tis with particular reference to the cholangiolitic type and to the de- velopment of cholangiolitic cirrho- sis of the liver - Annals of Inter- nai Medicine, 25, 195, 1946.

99 - Wellin, G.- Needle biopsy and li- ver function tests in acute hepati- tis and cirrhosis of the liver - Suplemento 268 da Acta Medica Scandinávica, 1952. ·

100- With, T.K. - Bile pigment meta- bolism - em Liver Disease - Ci- ba Foundation Symposium- Bla- kiston Company, Philadelphia,

101 - With, T.K. - The biological sig- nificance of the direct diazo reac- tion - em Liver Diseases - Ciba Foundation Sympsium - Blakis- ton Company, Philadelphia, 1951.