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Neste texto, buda discute os diversos significados da palavra 'dhamma' e reflete sobre a natureza de deus. Ele argumenta que a lei é a presença de deus e que a ciência nunca pode alcançar a verdade. Buda também enfatiza a importância de se torcer para dentro e conhecer a consciência, além de abordar a dificuldade de expressar suas experiências através da linguagem.
Tipologia: Notas de aula
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Meus amados bodisatvas... sim, é dessa forma que olho para vocês. É dessa forma que vocês têm que olhar para vocês mesmos. Bodisatva significa um buda em essência, um buda em semente, um buda dormente, mas com um potencial de acordar. Nesse sentido todos são bodisatvas, mas nem todos podem ser chamados de bodisatvas – apenas aqueles que começaram a procurar a luz, que começaram a ansiar pela aurora, em cujos corações a semente não é mais uma semente mas tornou-se um broto, começou a crescer. Vocês são bodisatvas por causa da sua ânsia por serem conscientes, de estarem alertas, por causa da sua busca pela verdade. A verdade não está muito longe, porém apenas
muito poucos afortunados no mundo que a anseiam. Não está muito longe, mas ela é árdua, difícil de alcançar. É difícil de alcançar não por causa da sua natureza, mas por causa do nosso investimento nas mentiras. Investimos por vidas e vidas em mentiras. Nosso investimento é tanto que a própria ideia da verdade nos amedronta. Nós queremos evitá-la, queremos escapar da verdade. As mentiras são belas fugas – sonhos convenientes, confortáveis. Mas sonhos são sonhos. Eles podem encantá-lo por um momento, eles podem escravizá-lo por um momento, porém, apenas por um momento. E cada sonho é seguido por uma tremenda frustração, e cada desejo é seguido por uma profunda falha. Mas seguimos precipitando-nos em novas mentiras; se as mentiras antigas são conhecidas, imediatamente inventamos novas mentiras. Lembre-se que apenas as mentiras podem ser inventadas; a verdade não pode ser inventada. A verdade já existe! A verdade tem que ser descoberta, não inventada. As mentiras não podem ser descobertas, elas têm que ser inventadas. A mente sente-se muito bem com as mentiras porque a mente torna-se a inventora, a executora. E conforme a mente torna-se a executora, o ego é criado. Com a verdade você não tem nada para fazer... E porque você não tem nada para fazer, a mente cessa, e junto com a mente o ego desaparece, evapora. Este é o risco, o risco definitivo. Você se moveu na direção desse risco. Você deu alguns passos – cambaleantes, hesitantes, tateantes, com muitas dúvidas, mas ainda assim você deu alguns passos; por isso eu os chamo de bodisatvas. E o DHAMMAPADA, o ensinamento de Gautama o Buda, pode ser ensinado apenas aos bodisatvas. Ele não pode ser ensinado à humanidade ordinária, medíocre, porque não poderá ser entendido. Essas palavras de Buda surgem do eterno silêncio. Elas podem atingi-lo apenas se você as receber em silêncio. Essas palavras de Buda surgem da imensa pureza. Ao menos que você se torne um veículo, um receptáculo, humilde, sem ego, alerta, vigilante, você não será capaz de entendê-las. Intelectualmente você as entenderá – elas são palavras muito simples, as mais simples possíveis. Porém esta própria simplicidade delas é um problema, porque você não é simples. Para entender a simplicidade você precisa de simplicidade de coração, porque apenas um coração simples pode entender a simples verdade. Apenas os puros podem entender aquilo que surge da pureza.
Um dia, finalmente, o hóspede começa a viver sob o céu, sem nenhum abrigo... mas o hóspede continua. Apenas os corpos, as casas, vêm e vão, nascem e então morrem. Mas há um contínuo interno, uma continuidade interna – que é eterna, atemporal, imortal. Sempre que você puder amar um mestre – um mestre como Jesus, Buda, Zaratustra, Lao Tsé – se a sua paixão é total, imediatamente você se reconcilia. A minha fala sobre Buda não é apenas um comentário: é a criação de uma ponte. Buda é um dos mais importantes mestres que já existiram na Terra – incomparável, único. E se você puder ter uma amostra do ser dele, você será infinitamente beneficiado, abençoado. Estou imensamente feliz, porque depois desses dez dias de silêncio posso dizer a vocês que muitos estão agora prontos para comungar comigo no silêncio. Esse é o máximo em comunicação. As palavras são inadequadas; as palavras dizem, mas apenas parcialmente. O silêncio comunga totalmente. E usar palavras é um jogo perigoso também, porque o significado permanecerá comigo, apenas a palavra o alcançará; e você dará o seu próprio significado, a sua própria cor. Não conterá a mesma verdade que ela deveria conter. Ela conterá algo a mais, algo muito mais pobre. Conterá o seu significado, não o meu significado. Você pode distorcer a linguagem – de fato é quase impossível evitar a distorção – mas você não pode distorcer o silêncio. Ou você entende ou não entende. E para esses dez dias há apenas duas categorias de pessoas aqui: aqueles que entenderam e aqueles que não. Mas não há nenhuma pessoa que entendeu errado. Você não pode entender errado o silêncio – esta é a beleza do silêncio. A demarcação é absoluta: ou você entende ou, simplesmente, não entende – não há nada para entender errado. Com as palavras o caso é oposto: é muito difícil entender, é muito difícil entender que você não entende; essas duas são quase impossibilidades. E a terceira é a única possibilidade: entender errado. Nestes dez dias, eu não me senti ligado ao meu corpo. Eu me senti muito desarraigado, deslocado. É estranho estar no corpo quando você não sente que está no corpo. É também estranho viver em um lugar que não pertence mais a você – a minha casa é na outra margem. E o chamado é persistente. Mas por que você precisa de mim, é a
compaixão do universo – você pode chamá-la de compaixão de Deus – que me permite estar no corpo um pouco mais. Foi estranho, foi belo, foi misterioso, foi majestoso, foi mágico. E muitos de vocês sentiram. Muitos de vocês sentiram de formas diferentes. Alguns sentiram-no como um fenômeno muito amedrontador, como se a morte estivesse batendo na porta. Alguns sentiram-no como uma grande confusão. Alguns chocaram-se, chocaram-se completamente. Mas todos foram tocados de uma forma ou outra. Apenas os novatos ficaram um pouco perdidos – eles não puderam compreender o que estava ocorrendo. Mas sinto-me agradecido por eles também. Apesar deles não entenderem o que ocorreu, eles esperaram – eles esperaram para que eu falasse, eles esperaram eu dizer alguma coisa, eles tiveram esperança. Muitos estavam com medo que eu não falasse nunca mais... essa era também uma possibilidade. Eu mesmo não tinha certeza. As palavras estão se tornando cada vez mais difíceis para mim. Elas estão se tornando cada vez mais um esforço. Eu tenho que dizer algo, então sigo dizendo algo a você. Mas eu gostaria que você estivesse pronto o mais breve possível para que nós pudéssemos simplesmente nos sentar em silêncio... ouvindo os pássaros e suas músicas... ouvindo apenas a sua própria pulsação... apenas estando aqui, sem fazer nada... Prepare-se o mais rápido possível, porque eu posso parar de falar a qualquer dia. E permita que a novidade se espalhe por todos os recantos e cantos do mundo: aqueles que querem me entender apenas através das palavras, eles devem vir logo, porque eu posso parar de falar a qualquer dia. Imprevisivelmente, a qualquer dia, pode acontecer
desaparecem. E para olhar o todo, você vai ter que sair do seu quarto, você terá que abrir a porta... você terá que abandonar essa visão de buraco de fechadura. Isso é o que a mente é: um buraco de fechadura, e um muito pequeno. Comparado com o vasto universo, o que são nossos olhos, ouvidos, mãos? O que podemos agarrar? Nada de muita importância. E aqueles pequenos fragmentos de verdade, tornamo-nos muito apegados a eles. Se você vê o todo, tudo é como deveria ser – este é o significado de “tudo está correto”. O errado não existe. Apenas Deus existe; o demônio é criação do homem. O terceiro significado de ‘dhamma’ pode ser Deus – mas Buda nunca usa a palavra ‘Deus’ porque ela tornou-se erroneamente associada com a ideia de uma pessoa, e a lei é uma presença, não uma pessoa. Por isso Buda nunca usa a palavra ‘Deus’, porém sempre que ele quiser expressar algo de Deus ele usa a palavra ‘dhamma’. A sua mente é a de um cientista muito profundo. Por causa disso, muitos pensaram que ele era ateu – ele não é. Ele é o maior teísta que o mundo já conheceu ou conhecerá – mas ele nunca fala sobre Deus. Ele nunca usa a palavra, isso é tudo, mas por ‘dhamma’ ele significa exatamente o mesmo. “Aquilo que é” é o significado da palavra ‘Deus’, e este é exatamente o significado de ‘dhamma’. ‘Dhamma’ também significa disciplina – diferentes dimensões da palavra. Aquele que quer saber a verdade terá que disciplinar-se de muitas formas. Não se esqueça do significado da palavra ‘disciplina’ – ela simplesmente significa capacidade de aprender, a receptividade para aprender. Por isso a palavra ‘discípulo’. ‘Discípulo’ significa alguém que está pronto para abandonar os seus preconceitos antigos, colocando sua mente de lado, e olhando para a questão sem qualquer preconceito, sem nenhuma concepção a priori. E ‘dhamma’ também significa a verdade última. Quando a mente desaparece, quando o ego desaparece, então o que permanece? Algo certamente permanece, mas ele não pode ser chamado de ‘algo’ – por isso Buda o chama de ‘nada’. Mas deixe-me relembrá- los, pois caso contrário vocês irão compreendê-lo errado: sempre que ele usar a palavra ‘nada’ ele quer dizer não-coisa (no-thing). Divida a palavra em duas; não a use como uma palavra única – traga um hífen entre ‘não’ e ‘coisa’, então você conhecerá exatamente o significado de ‘nada’ (nothing). A lei última não é uma coisa. Não é um objeto que você pode observar. É a sua interioridade, é a subjetividade.
Buda concordaria totalmente com o pensador dinamarquês Soren Kierkegaard. Ele diz: a Verdade é a subjetividade. Esta é a diferença entre fato e verdade. Um fato é uma coisa objetiva. A ciência segue buscando cada vez mais fatos e a ciência nunca alcançará a verdade – ela não pode pela própria definição da palavra. A verdade é a interioridade do cientista, mas ele nunca a olha. Ele segue observando outras coisas. Ele nunca se torna consciente do seu próprio ser. Este é o último significado de ‘dhamma’: sua interioridade, sua subjetividade, sua verdade. Uma coisa muito importante – permita que penetre fundo em seu coração: a verdade nunca é uma teoria, uma hipótese; ela é sempre uma experiência. Por isso a minha verdade não pode ser a sua verdade. A minha verdade é inescapavelmente a minha verdade; ela permanecerá a minha verdade, ela não poderá ser a sua. Não podemos compartilhá-la. A verdade é incompartilhável, intransferível, incomunicável, inexpressível. Posso explicar a vocês como eu a atingi, porém não posso dizer o que ela é. O “como” é explicável, mas não o “porquê”. A disciplina pode ser mostrada, mas não a meta. Cada qual deve chegar até ela pelo seu próprio caminho. Cada qual deve chegar a ela em seu próprio ser interior. Na absoluta solidão ela é revelada. E a segunda palavra é PADA. ‘Pada’ também tem muitos significados. O primeiro, o significado mais fundamental, é caminho. A religião tem suas dimensões: a dimensão do “que” e a dimensão do “como”. O “que” não se pode falar sobre; é impossível. Mas o “como” pode ser falado, o “como” é compartilhável. Este é o significado de ‘caminho’. Eu posso indicar o caminho para vocês; posso mostrar a vocês como eu viajei, como eu alcancei os picos ensolarados. Eu posso dizer a vocês sobre toda a geografia do lugar, toda a topografia. Eu posso dar a vocês um mapa topográfico, mas não posso dizer qual é sensação de estar em um pico ensolarado. É como se você pudesse perguntar a Edmund Hillary ou Tensing como eles alcançaram o maior pico dos Himalaias, o Everest. Eles podem lhe dar um mapa de como eles atingiram. Mas se você os perguntar o que eles sentiram quando atingiram eles apenas darão de ombros. Aquela liberdade que eles devem ter conhecido é inefável; a beleza, a bendição, o céu vasto, a altura, as nuvens coloridas e o sol e o ar não poluído e a neve virgem na qual ninguém nunca antes viajou... tudo isso é impossível expressar. É
Foi-lhe repetidamente dito que os místicos do Oriente acreditam que o mundo é ilusório. É verdade: eles não apenas acreditam que o mundo é irreal, ilusório, maya – eles sabem que o mundo é maya, uma ilusão, um sonho. Mas quando eles usam a palavra samsara – o mundo – eles não se referem ao mundo objetivo que a ciência investiga; não, de forma alguma. Eles não se referem ao mundo das árvores e das montanhas e dos rios; não, de forma alguma. Eles referem-se ao mundo que você cria, tece e trama dentro da sua mente, a roda da mente que segue movendo-se e girando. O samsara não tem nada a ver com o mundo externo. Existem três coisas a serem recordadas. Há o mundo externo, o mundo objetivo. Buda nunca falará nada sobre este porque este não lhe diz respeito; ele não é um Albert Einstein. Então existe um segundo mundo: o mundo da mente, o mundo que os psicanalistas, os psiquiatras e os psicólogos investigam. Buda terá poucas coisas para dizer sobre ele, não muitas, apenas algumas poucas – de fato, uma: que ele é ilusório, que ele não tem verdade, tanto objetiva quanto subjetiva, que ele está no meio. O primeiro mundo é o mundo objetivo, que a ciência investiga. O segundo mundo é o mundo da mente, que o psicólogo investiga. E o terceiro mundo é a sua subjetividade, sua interioridade, seu ser interior. A indicação de Buda é em direção ao núcleo mais interior do seu ser. Porém você está muito envolvido com a mente. Ao menos que ele lhe ajude a escapar da mente, você nunca conhecerá o terceiro, o mundo real: a sua substância interior. Por isso ele começa com a declaração: SOMOS O QUE PENSAMOS. Isso é o que todos são: a sua mente. TUDO O QUE SOMOS SURGE COM OS NOSSOS PENSAMENTOS. Imagine por um momento que todos os pensamentos cessam...então, quem é você? Se todos os pensamentos cessarem por um único momento, então quem é você? Nenhuma resposta virá. Você não poderá dizer, “Eu sou um Católico”, “Eu sou um Protestante”, “Eu sou um Hindu”, “Eu sou um Islâmico” - você não poderá dizer isso. Todos os pensamentos cessaram. Logo o Alcorão desapareceu, a Bíblia, o Gita... todas as palavras despareceram! Você não pode nem expressar o seu nome. Toda a linguagem desapareceu, então você não pode dizer a qual país você pertence, a qual raça. Quando os pensamentos cessaram, quem é você? Uma vacuidade total, uma inexistência, não- existência.
É por causa disso que Buda usou uma palavra estranha; ninguém nunca antes fez igual, ou repetiu desde então. Os místicos sempre usaram a palavra ‘sujeito’ para o núcleo mais interior do seu ser – Buda usa a palavra ‘não-sujeito’. E eu concordo perfeitamente com ele; ele é muito mais preciso, mais próximo da verdade. Usar a palavra ‘sujeito’ – mesmo se você usa a palavra ‘Sujeito’ com um ‘S’ maiúsculo, não faz muita diferença. Ela continua a dar a você um sentido de ego, e com ‘S’ maiúsculo ela pode lhe dar até mesmo um ego maior. Buda não usa a palavra atma, ‘sujeito’, atta. Ele usa apenas a palavra oposta: ‘não- sujeito’, anatma, anatta. Ele diz que quando a mente cessa não resta nenhum sujeito – você se tornou universal, você sobrepujou os limites do ego, você é um espaço puro, incontaminado por nada. Você é apenas um espelho refletindo nada. SOMOS O QUE PENSAMOS. TUDO O QUE SOMOS SURGE COM OS NOSSOS PENSAMENTOS. COM OS NOSSOS PENSAMENTOS CRIAMOS O MUNDO. Se você quiser realmente saber quem você é, você terá que aprender a cessar como uma mente, como parar de pensar. E meditação é exatamente isso. Meditação significa sair da mente, abandonar a mente e se mover em um espaço chamado não-mente. E na não-mente você conhecerá a verdade última, dhamma. E mover-se da mente para a não-mente é o passo, pada. E este é todo o segredo do DHAMMAPADA. FALE OU AJA COM UMA MENTE IMPURA E A CONFUSÃO LHE SEGUIRÁ COMO AS RODAS SEGUEM O GADO QUE PUXA O CARRO DE BOI. Sempre que Buda usar a frase ‘mente impura’ você pode entendê-lo errado. Por ‘mente impura’ ele quer dizer a mente, porque toda a mente é impura. A mente em si é impura, e não-mente é pura. Pureza significa não-mente; impureza significa mente. FALE OU AJA COM UMA MENTE IMPURA – fale ou aja com a mente – E A CONFUSÃO LHE SEGUIRÁ... a miséria é um subproduto, a sombra da mente, a sombra da mente ilusória. A miséria é um pesadelo. Você sofre apenas porque você está dormindo. E não há formas de escapar dela enquanto você estiver dormindo. Ao menos que você acorde
Alguém perguntava a um homem que foi para a China, “Como eles encontram nomes tão estranhos? – Ching, Chung, Chang...” O homem disse, “Eles têm um jeito: eles coletam todas as colheres da casa e as jogam para cima, e quando essas colheres caem...ching! chung! chang! ou qualquer outro som que emitirem, essa é a maneira de nomear uma criança. Mas o caso é o mesmo: se um Chinês ouvir o Inglês ele pensa, “Que disparate!” Se esse é o caso com linguagens que milhões de pessoas utilizam, o que seria de um Buda se ele inventasse uma linguagem original? Apenas ele a entenderia e ninguém mais. Jabbar fez isso – deve ter sido um homem corajoso. As pessoas pensavam que ele era louco. A palavra Inglesa para disparate (gibberish) vem de Jabbar. Ninguém sabia o que ele estava dizendo. Ninguém nem tentou coletá-la...como coletá-la? Não havia alfabeto. E o que ele dizia não fazia nenhum sentido, então não sabemos quais tesouros perdemos. O problema para Buda é que ou ele tem que usar a linguagem como você a utiliza – então ele não pode expressar de maneira alguma a sua experiência – ou ele tem que inventar uma nova linguagem que ninguém entenderia. Por isso todos os grandes mestres tiveram que estar no meio. Eles utilizam a sua linguagem, mas eles dão às suas palavras as cores deles, o sabor deles. As garrafas serão suas, o vinho será deles. E pensando que por que a garrafa é sua o vinho também será seu, você as carregará por séculos. E há também uma possibilidade que, pensando que este é o seu vinho porque a garrafa é sua, às vezes, você poderá tomá-lo, você poderá embebedar-se. É por isso que é muito difícil traduzir. Buda utilizou uma linguagem que era entendida pelas pessoas ao seu redor, mas ele torceu e retorceu as palavras de uma maneira tão sutil que mesmo as pessoas que conheciam a linguagem não notaram, não se chocaram. Elas achavam que estavam ouvindo a sua própria linguagem. Buda usa as palavras “mente pura” para não-mente, porque se você diz “não-mente”, imediatamente torna-se impossível entender. Porém se você disser “mente pura”, então alguma comunicação é possível. Devagar ele lhe convencerá que a mente pura significa não-mente. Mas isso levará tempo; muito devagar você deve ser pego e ficar preso em uma experiência totalmente nova. Mas lembre-se sempre: a mente pura significa a não-mente, a impura significa mente.
Ao colocar esses adjetivos, impura e pura, ele está se comprometendo com você para que você não se previna muito cedo e escape. Você deve ser atraído, seduzido. Todos os grandes mestres são sedutores – está é a sua arte. Eles lhe seduzem de tal maneira que bem devagar você estará pronto para tomar qualquer coisa que eles derem. Primeiro eles fornecem a você uma água comum, então, vagarosamente, o vinho é misturado a ela. Então a água deve ser retirada...e um dia você estará completamente embriagado. Porém, deve ser um processo muito lento. Conforme você adentra nos sutras você entenderá. A mente impura significa mente, a mente pura significa não-mente. E a felicidade lhe seguirá se você tiver uma mente pura ou não-mente...A FELICIDADE LHE SEGUIRÁ COMO SUA SOMBRA, INABALÁVEL. A miséria é um subproduto, assim como a bem-aventurança. A miséria é o subproduto do sono, a bem-aventurança é o subproduto do estar acordado. Por isso você não pode buscar e procurar pela bem-aventurança diretamente, e aqueles que buscam e procuram pela bem-aventurança diretamente estão fadados à falha, condenados à falha. A bem-aventurança pode ser alcançada apenas por aqueles que não a buscam diretamente; pelo contrário, eles buscam a consciência (no sentido de presença total no agora, vigilância). E quando a consciência vem, a bem-aventurança vem por si só, assim como a sua sombra, inabalável. “OLHE COMO ELE ME ABUSOU E ME BATEU, COMO ELE ME COLOCOU PARA BAIXO E ME ROUBOU.” VIVA COM ESTES PENSAMENTOS E VOCÊ VIVERÁ NO ÓDIO. “OLHE COMO ELE ME ABUSOU E ME BATEU, COMO ELE ME COLOCOU PARA BAIXO E ME ROUBOU.” ABANDONE ESTES PENSAMENTOS E VIVA NO AMOR. Algo de profunda importância: o ódio existe com o passado e o futuro – o amor não precisa do passado, do futuro. O amor existe no presente. O ódio tem uma referência no passado: alguém abusou de você ontem e você o carrega como um ferimento, uma ressaca. Você teme que alguém abusará de você amanhã – um medo, uma sombra do medo. E você já se prepara, se prepara para encontrá-lo.
na garganta uns dos outros – irritantes, destrutivos. E as pessoas pensam que isso é amor... Você pode perguntar a Ashta e Abhiyana – eles se amam tanto que Ashta está com os olhos roxos quase todo dia. Grande luta! Mas quando grandes lutas ocorrem as pessoas pensam que alguma coisa está acontecendo. Quando nada está acontecendo – nenhuma briga, nenhuma discussão – as pessoas se sentem vazias. “É melhor estar brigando do que estar vazio” – esta é a ideia de milhões de pessoas no mundo. Pelo menos a briga lhe mantém engajado, pelo menos a briga lhe mantém envolvido, e a briga lhe torna importante. A vida parece ter algum significado – um significado feio, mas pelo algum significado. O seu amor não é realmente amor: é o seu oposto. É ódio disfarçado de amor, camuflado de amor, desfilando de amor. O verdadeiro amor não tem referência. Ele não pensa nos ontens, ele não pensa nos amanhãs. O verdadeiro amor é um jorrar espontâneo da felicidade em você... e o compartilhá-lo... e o seu derramamento... por nenhuma outra razão, por nenhum outro motivo, do que somente a alegria de compartilhá-lo. Os pássaros cantando de manhã, esse cuco chamando distante... sem nenhuma razão. O coração está tão pleno de alegria que uma música ecoa. Quando eu falo sobre o amor eu falo desse amor. Lembre-se. E se você puder se mover na dimensão desse amor, você estará no paraíso – imediatamente. E você começará a criar um paraíso na Terra. O amor cria o amor assim como o ódio cria o ódio. NESTE MUNDO O ÓDIO ATÉ AGORA NUNCA DISPERSOU O ÓDIO. ESTA É A LEI, ANTIGA E INEXAURÍVEL. Aes dhammo sanantano – essa á a lei, eterna, antiga e inexaurível. O que é a lei? Que o ódio nunca dispersa o ódio – a escuridão não pode dispersar a escuridão – que apenas o amor dispersa o ódio. Apenas a luz pode dispersar a escuridão: o amor é a luz, a luz do seu ser, e o ódio é a escuridão do seu ser. Se você estiver escuro dentro, você seguirá lançando o ódio em tudo ao seu redor. Se você é luz dentro, luminoso, então você seguirá irradiando luz ao seu redor.
Um sannyasin tem que ser um amor radiante, uma luz radiante. AES DHAMMO SANANTANO...Buda repete isso diversas vezes – esta é a lei eterna. O que é a lei eterna? Apenas o amor dispersa o ódio, apenas a luz dispersa a escuridão. Por que? – Porque a escuridão em si mesma é apenas um estado negativo; ela não tem uma existência positiva por si só. De fato, a escuridão não existe – como você pode dispersá-la? Você não pode fazer nada diretamente à escuridão. Se você quiser fazer algo à escuridão você terá que fazer algo com a luz. Traga a luz para dentro e a escuridão se vai, leve a luz para fora e a escuridão vem para dentro. Mas você não pode trazer a escuridão para dentro ou para fora diretamente – você não pode fazer nada com a escuridão. Lembre-se, você não pode fazer nada com o ódio também. E essa é a diferença entre os professores da moral e os místicos religiosos: os professores da moral seguem propondo a lei falsa. Eles seguem propondo, “Lute contra a escuridão