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Um estudo sobre a falta de aderência da argamassa colante em paredes de concreto, analisando as hipóteses que causam essa problemática e propondo soluções. O estudo aborda a influência da porosidade do substrato, do tratamento da base e do tipo de argamassa aplicada. O documento inclui resultados de testes de arrancamento e recomendações práticas para melhorar a aderência.
Tipologia: Slides
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Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Produção e Gestão do Ambiente Construído – área: Tecnologia e Gestão do Ambiente Construído da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista.
Orientador: Prof. Dr. Antônio Neves de Carvalho Júnior
“Os materiais não falham. Eles seguem as leis da natureza. Nós é que não os utilizamos direito.” (Carl G. Cash)
O desplacamento cerâmico em revestimento interno tem sido um dos problemas mais frequentes vividos nos últimos anos no setor da construção civil. A manifestação patológica gera diversos transtornos como custo, atraso e perda de credibilidade das construtoras. O destacamento de placas cerâmicas ocorre devido à falta de aderência entre as camadas de revestimento e o substrato. Essa falta de aderência está relacionada com uma série de fatores, sendo eles: a escolha da argamassa colante utilizada, o modo como o revestimento é aplicado e a execução do tratamento superficial do substrato. Na literatura existem diversas pesquisas focadas em apresentar soluções para falta de aderência da argamassa colante em diversos substratos utilizados por muitos anos na construção civil. Porém, existe certa carência de resultados relacionados com essa aderência e as novas tecnologias construtivas utilizadas no canteiro de obras, como por exemplo, a parede de concreto moldado in loco. Diante desse cenário, este estudo aborda as hipóteses que causam a falta de aderência da argamassa colante e a parede de concreto, sistema construtivo que está cada vez mais presente nas execuções de obras no Brasil. Foi analisado, a partir de pesquisas literárias, que o grau de porosidade do substrato influencia diretamente na aderência do revestimento, uma vez que na maioria das situações a ancoragem da argamassa colante acontece através da migração da pasta de aglomerante para o interior dos poros do concreto. Dessa forma, esta pesquisa apresenta boas práticas para execução de tratamento superficial da parede de concreto, que é um substrato considerado pouco poroso, além de possuir desmoldante impregnado em sua superfície, produto que é imprescindível para melhor execução do serviço de desforma da estrutura. Para melhores resultados práticos esta pesquisa aborda um estudo de caso dos métodos utilizados para execução do revestimento cerâmico interno em uma obra de parede de concreto. Pode-se verificar, a partir de resultados obtidos no teste de arrancamento, que o tratamento da base realizado com jato de água em alta pressão e lavagem com escova de aço, associados com aplicação da cerâmica com dupla camada de argamassa colante tipo II, resulta em revestimentos com bons valores de resistência à aderência e consequentemente livres da possibilidade de manifestação do desplacamento cerâmico.
Aderência. Argamassa.
Gráfico 01- Relação entre resistência de aderência, resistência do concreto e sua absorção...
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O desplacamento cerâmico em paredes internas tem sido um dos mais graves problemas técnicos vividos pelo setor da construção civil. Segundo dados do SindusCon-SP (2016), o desplacamento do revestimento interno cerâmico tem ocorrido em quase todo o território nacional nos últimos anos e em 81,4% dos casos, o problema surgiu até o segundo ano após a aplicação. BÔAS (2016) explica que a manutenção corretiva demanda de 7 à 10 dias úteis para a conclusão e um prejuízo para a construtora de aproximadamente 10 mil reais em cada unidade, além da exposição negativa das empresas com os clientes, que na maioria dos casos já estão morando nas unidades. A propriedade responsável pela fixação entre as camadas de revestimento cerâmico (chapisco, emboço, argamassa colante e cerâmica) e os diversos substratos é denominada como aderência. CARVALHO JR. (1999), descreve a aderência como a capacidade de absorver tensões normais e tangenciais à superfície de interface argamassa/base. A NBR 13528- explica que para a verificação da aderência não se pode avaliar somente as propriedades dos materiais constituintes, mas sim a interação entre as diversas camadas. CARASEK (1997) completa afirmando que o mecanismo da aderência está diretamente ligado ao tipo e teor de umidade do substrato e o tipo de argamassa aplicada. Existem na literatura diversas pesquisas focadas em desmistificar como ocorre o mecanismo de aderência entre as argamassas e os diversos tipos de substratos existentes na construção civil. CASAREK (1996), por exemplo, em sua tese analisou a aderência entre argamassa e substratos porosos e confirmou através da análise microestrutural no microscópio eletrônico de varredura (MEV), que a aderência realiza-se de forma mecânica, através da ancoragem principalmente de etringita (substância formada durante o estágio de hidratação do cimento) no interior dos poros do substrato. PEREIRA, SILVA e COSTA (2013), em seus estudos sobre a aderência de argamassa colante e substrato não poroso, avaliaram que a resistência de aderência é atendida quando existe uma maior extensão de contato entre a argamassa e o substrato. Entre as hipóteses dos fatores que provocam o desplacamento cerâmico na parede de concreto, destaca-se a falta de tratamento da superfície onde será aplicado o revestimento. Essa execução do preparo da base do substrato é fundamental para a melhoria da aderência da argamassa, pois aumenta a rugosidade superficial, retira as impurezas e consequentemente regulariza a absorção de água. Acreditando nisso, CANDIA e FRANCO (1998) realizaram um
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como citado por SILVA (2011), os revestimentos são executados diretamente na estrutura. As placas cerâmicas, por exemplo, são aplicadas com argamassa colante sem necessidade de execução de chapisco e emboço, como praticado em outros métodos construtivos. Porém é necessário seguir alguns critérios com o objetivo de evitar o desplacamento cerâmico, conforme exemplificado na figura 1.
Figura 1 - Desplacamento cerâmico em revestimento interno
Fonte: BARBOZA (2016) A argamassa colante industrializada tem se tornado um material cada vez mais consolidado no mercado da construção civil. Isso ocorre devido à presença de dosagem controlada de agregados, aglomerantes e aditivos, o que consequentemente aumenta o desempenho de qualidade do material e logística do canteiro, quando comparadas às argamassas produzidas em obra. Porém é necessária a verificação do desempenho desse material quando aplicado diretamente em substratos de concreto, com o propósito de produzir revestimentos eficientes e duráveis. Diante desse cenário essa pesquisa tem como objetivo geral fazer um estudo da aderência da argamassa colante quando aplicada na parede de concreto. Os objetivos específicos são de investigar os aspectos que ocasionam a falta de aderência, tais como: as particularidades da argamassa colante, as características do substrato e as formas de execução mais eficientes que possam atender os requisitos de resistência de aderência à tração propostos pela ABNT NBR 13749-2013, além de evitar a manifestação patológica do desplacamento cerâmico. Para que a realização dessa pesquisa ocorra de forma positiva, serão elaborados estudos de normas, referências bibliográficas, revistas técnicas e livros para maior entendimento da
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aderência de argamassa colante e substrato de concreto. Dessa forma serão produzidos quatro capítulos com os pontos relevantes encontrados nesse estudo. O primeiro capítulo apresentará algumas características da parede de concreto para maior entendimento sobre a execução do sistema construtivo. No segundo capítulo, serão abordadas as particularidades da argamassa colante, tanto em seu estado fresco como no estado endurecido para maior conhecimento e diagnóstico dos pontos críticos que afetam a aderência. O terceiro capítulo será tratado pontos relevantes do substrato de concreto que podem ocasionar a falta de aderência com o revestimento. No quarto capítulo será retratado como o serviço do revestimento cerâmico pode ser executado, com o objetivo de estabelecer uma boa aderência com a parede de concreto. Por último, será apresentado no quinto capítulo um estudo de caso realizado em uma obra de parede de concreto, o qual apresenta o procedimento executivo para assentamento de placas cerâmicas e os resultados obtidos nos ensaios de aderência.
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A técnica construtiva tem como principal característica a produção de edificações em larga escala com alta repetitividade, como os condomínios e edifícios residenciais por exemplo. A parede de concreto é um sistema construtivo racionalizado que reduz as atividades artesanais e improvisações, contribuindo para diminuir o número de etapas da obra e consequentemente de funcionários no canteiro. Por apresentar alto valor de investimento inicial, a parede de concreto viabiliza-se a partir da escala, velocidade compatível, padronização e planejamento sistêmico (ABCP 2007). Segundo MANZINE (2011), é possível diminuir até 50% do tempo que seria gasto nos sistemas convencionais e isso ocorre devido ao dinamismo da parede de concreto, que possibilita a execução de 4 apartamentos por dia para cada jogo de formas utilizado na obra.
Figura 2: Obra do PMCMV construída em Parede de Concreto
Fonte: Arquivo pessoal As obras executadas em paredes de concreto contribuem de forma positiva com o meio ambiente, isso porque a geração de resíduos é consideravelmente menor quando comparada aos outros métodos construtivos. Essa redução acontece devido à reutilização da forma do início ao fim da obra, além de não ser necessário quebrar a parede para executar os serviços de elétrica e hidráulica, como ocorre na execução da alvenaria por exemplo. Dessa forma, o canteiro de obras permanece livre de resíduos de bloco, tijolo e concreto, minimizando a geração de resíduos que chega a ser até seis vezes menor quando comparada aos sistemas convencionais (MORAES, 2013).
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Outro motivo que possibilita a diminuição de resíduos é a redução das etapas de serviço que consequentemente minimiza a quantidade de materiais utilizados durante execução da obra. Segundo MISURELLI e MASSUDA (2009), a redução da espessura das camadas de revestimento é umas das principais características do sistema construtivo de paredes de concreto. Após a desforma, as paredes niveladas e aprumadas exibem uma superfície regular, com exceção dos sinais superficiais das junções entre painéis que devem ser retirados com espátula e os furos de ancoragem que precisam ser fechados com argamassa, como ilustrado na figura 2.
Figura 3: Furos de ancoragem da parede de concreto fechados com argamassa
Fonte: Arquivo Pessoal
Após esse serviço, o revestimento cerâmico e a pintura podem ser aplicados diretamente sobre a parede de concreto, sem a necessidade de execução dos serviços de chapisco, emboço e reboco. É necessário verificar apenas se a superfície está apta para receber os revestimentos, isto é, limpa e com rugosidade superficial adequada para permitir uma boa aderência entre o substrato e as camadas de revestimento. Esse assunto será tratado com maior ênfase nos capítulos 3 e 4 deste trabalho.
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tenham a capacidade de resistir a todas as pressões durante o lançamento do concreto, até que este adquira resistência mínima para a execução do serviço de desforma. Se a forma não possuir capacidade de suportar as tensões produzidas durante a concretagem, as placas da estrutura podem abrir, moldando o concreto de forma irregular conforme exemplificado na figura 4, o que gera serviços de reparos não previstos para a execução da obra.
Figura 5: Forma não resistiu às tensões produzidas durante o lançamento do concreto
Fonte: Arquivo Pessoal Segundo ABCP (2007), os tipos de formas mais utilizadas no sistema Parede de Concreto são:
1.3.2.1 Formas metálicas
São formas que utilizam quadros e chapas metálicas para estruturação dos painéis. Segundo a PINI (2013), as formas metálicas possuem dimensões variadas e pesam cerca de 50 kg, o que dispensa a utilização de equipamentos pesados para o transporte. As placas metálicas podem ser reutilizadas em torno de mil vezes durante sua vida útil, porém é imprescindível que cuidados como limpeza, manutenção, manuseio e transporte sejam executados conforme orientação do fornecedor.
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Figura 6: Forma metálica utilizada na parede de concreto
Fonte: Arquivo Pessoal
1.3.2.2 Formas Metálicas + Compensado ou Formas Mistas
São compostas por quadros em peças metálicas (aço ou alumínio) e utilizam chapas de madeira compensada ou material sintético como placas que ficam em contato direto com o concreto (ABCP, 2007).
Figura 7: Forma mista utilizada na parede de concreto
Fonte: Coletânea de ativos ABCP (2007)
1.3.2.3 Formas Plásticas
Esse tipo de forma utiliza quadros e chapas feitas com plástico reciclável, tanto para