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Uma exploração inicial dos dados disponibilizados pela pastoral da criança sobre a nutrição de crianças assistidas em minas gerais. O estudo descreve as tendências e diagnósticos de crianças em diferentes municípios, além de fornecer informações sobre a distribuição de crianças em diferentes categorias de peso. Os autores realizaram análises filtradas para descrever o número total de crianças tendentes segundo o diagnóstico durante a última medição, apresentando os resultados em frequências e percentuais.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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A Pastoral da Criança (PC), entidade de ação social pertencente à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), tem, desde a sua criação em 1983, desenvolvido ações de promoção ao desenvolvimento de crianças carentes em todos os estados brasileiros e alcançando um total de 42.314 comunidades assistidas e 3.036 municípios (EICKHOFF & NOGUEIRA, 2013). Dentre as atividades de acompanhamento voluntário desenvolvido pela PC estão, desde atividades de suporte a auxílio emocional às gestantes e mães, com orientação técnica e prática de cuidados e incentivos, até a vigilância nutricional e promoção do crescimento das crianças assistidas, com a realização de medidas antropométricas mensais, além do incentivo à imunização e ao controle de infecções e prevenção de acidentes domésticos (NEUMANN et al , 1999).
Outra importante tarefa desenvolvida pela PC diz respeito ao acompanhamento nutricional que, até o final do ano de 2010 era totalmente realizado manuscritamente. Nesse ano foi iniciado um piloto de implantação metodológica e tecnológica a fim de aferir as medições de Índice de Massa Corporal por idade (IMC/Idade) das crianças assistidas, o que foi finalizado em 2012 no município de Maringá/SC. A partir da avaliação desta experiência, em 2013 foram iniciadas as capacitações dos voluntários até que no mês de dezembro de 2016 foi implantada, em 123 de 300 setores da Pastoral da Criança, a ferramenta de padronização das medidas, o que disponibilizou a esses setores, além do material didático de auxílio informativo, balanças, estadiômetros, computador com acesso à internet e a instalação do aplicativo AppNutri, a partir do qual as medidas e outras informações coletadas junto às crianças e famílias assistidas puderam ser utilizadas na alimentação de um banco de dados para acesso público dos índices de atendimento e assistência prestados pela PC (PASTORAL DA CRIANÇA, 2017). Os dados coletados a partir de então passaram a ser disponibilizados na plataforma, de modo que o acesso a todo o conteúdo é restrito aos líderes capacitados. Todavia, o repositório de informações é público de modo a retornar os valores cadastrados, preservando, obviamente, a identidade das crianças e familiares assistidos.
É a primeira vez que dados sistematizados da Pastoral da Criança podem ser facilmente e remotamente acessados, o que constitui uma importante ferramenta de estudo. Neste sentido, o objetivo deste estudo é a realização de uma exploração inicial dos dados disponibilizados de modo descrever a realidade avaliativa do acompanhamento nutricional desenvolvido pela Pastoral da Criança nos setores e municípios instrumentalizados de Minas Gerais.
Os dados analisados estão disponibilizados no sítio eletrônico da Pastoral da Criança, sendo possível o seu acesso no link https://nsi.pastoraldacrianca.org.br/user/home. Os mesmos encontram-se dispostos de forma não tabular, de modo que foi necessário a realização de filtros de apresentação para a geração de planilhas especiais, cuja coleção foi dada a partir do Microsoft® Excel 2013. Para a disposição das informações colecionadas, o arquivo gerado foi salvo na extensão .csv do qual as tratativas analíticas foram realizadas com auxílio do software livre The R Project for Statistical Computing. O pacote utilizado para o trato quantitativo foi o descr , disponível em http://cran.r-project.org (AQUINO, 2014).
Ao todo, a Pastoral da Criança possui 34 setores de atuação em Minas Gerais, os quais estão distribuídos em 30 municípios. Em Belo Horizonte são atuantes seis setores e há ainda o setor de numeração “166” que atende aos municípios de Itabira/MG e Coronel Fabriciano/MG, concomitantemente. Contudo, para o recorte temporal da pesquisa, limitado ao primeiro semestre de 2017 (01/01/2017 a 30/06/2017), apenas 11 municípios possuem dados publicados, o que ainda assim dispõem a informação de acompanhamento de 2.191 crianças assistidas. Os dados analisados, entretanto, dizem respeito apenas às informações daqueles indivíduos que, na data da pesquisa, encontravam-se com seu status de acompanhamento apontado como “ativo”. Desta forma, o número total de municípios cujos dados foram analisados foi reduzido a 9 e o número de crianças assistidas reduzido a 1.650.
As informações contidas na base de dados disponível pela PC estão agrupadas segundo a idade da criança assistida, a data da última medição realizada pra cada criança, o setor, o diagnóstico (ou estado nutricional durante a última medição), a tendência (visto as medições realizadas anteriormente à última) e a situação (ativo/inativo). Foram tabuladas as frequências a partir do recorte de “tendência”. Tais tendências são apresentadas pela matriz de informações e estão classificadas a partir das seguintes categorias: 1) emagrecendo, 2) engordando e 3) estável. A partir desse recorte, foram realizados filtros analíticos de modo a possibilitar a descrição e exploração do número total de crianças tendentes segundo o seu diagnóstico durante a última medida realizada. Os diagnósticos estão assim classificados pela matriz: a) desnutrição, b) desnutrição grave, c) padrão, d) sobrepeso e e) obeso. Sendo assim, os crosstables explorados estão dispostos pelo cruzamento entre as categorizações de tendências e as classificações diagnósticas. Os dados gerados estão apresentados na forma de frequências e percentuais, tomando-se pelo inteiro o total de crianças ativas assistidas por cada setor/município.
Partindo da análise geral dos dados relativos às crianças assistidas pela PC cuja situação é apontada como ativa, a frequência total do número de crianças classificadas como tendentes, tanto ao “emagrecimento”, quanto as classificadas como “engordando” ou as “estáveis” revela a curiosa participação dos municípios de Campanha, Caratinga e Patos de Minas. O município de campanha concentra a maior frequência para todas as classificações, sendo 119 (21,33%) do total de 352 “emagrecendo”, 111 (32,64%) do total de 340 apontadas como “engordando” e 139 (30,28%) do total de 459 classificadas como “estáveis”. Em segundo lugar, também para todas as classificações, o município de Caratinga possuía 90 (25,56%) do total de “emagrecendo”, 78 (22,94%) do total de “engordando” e 84 (18,30%) do total de “estáveis”. Já o município de Patos de Minas apresentou um total de 42 (11,93%) do total de “emagrecendo”, 52 (15,29%) do total de “engordando” e 63 (13,72%) do total de “estáveis”.
Não curiosamente, estes são os municípios que possuem o maior número de dados disponibilizados pela plataforma, de modo que se torna necessário a compreensão dos percentuais internos de cada município e, a partir disto, o comparativo geral. Neste interim, a partir do comparativo proporcional interno de cada município, Montes Claros aparece como aquele com o maior percentual de crianças em estado de “emagrecimento” (34,62%) do total de crianças ativas no município. Belo Horizonte aparece como o que mais possui, proporcionalmente, crianças assistidas “engordando”, com 25,77%. Já Guaxupé foi o município com maior proporção de crianças estáveis, com 44,79% do total.
Partindo para a análise global dos dados a partir dos diagnósticos, todos os municípios apresentaram a maioria das crianças assistidas pela PC como sendo eutróficas pela categoria “padrão”, sendo que Guaxupé foi o município com o maior percentual interno (92,02%) e Diamantina o menor (46,15%). Os demais municípios mantiveram a média de 86,24%. O município com maior percentual comparativo para o diagnóstico “desnutrido” foi Caratinga (3,13%). Para o diagnóstico “desnutrido grave”, Diamantina apresentou o maior percentual (7,69%). Para a categoria “obeso” o município com dado de maior expressão foi Mariana, enquanto que para a categoria “sobrepeso” Patos de Minas obteve o maior percentual.
Quanto às tendências por diagnósticos, das crianças classificadas com “padrão” (eutróficas), Monte Claros apresenta o maior percentual de tendência de “emagrecimento” (30,77%), Mariana possui o maior número percentual de crianças “engordando” (21,82%), enquanto Guaxupé possui o maior percentual “estável” (42,33%). Diamantina apresentou o menor percentual para todas as tendências: 7,69% (emagrecendo), 0,00% (engordando) e 7,69% (estável).