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desenvouvimento moral, Notas de estudo de Cultura

resenha para fins acadêmicos

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 07/10/2012

jonhsilva-12
jonhsilva-12 🇧🇷

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Faculdade Teológica Batista de Brasília
SGAN 611, Módulo B – Av. L-2 Norte – Fone: (61) 272.1136
Fax: (61) 340.5372 – E-mail: ftbb@ftbb.com.br
site: www.ftbb.com.br – 70860-110 – Brasília, DF
Disciplina: Psicologia Geral
Professora: Jane Faria Chagas Ferreira
DESENVOLVIMENTO MORAL
Alunos:
Joaquim D. Nogueira
José P. Machado
Marcos Vieira
BRASÍLIA – DF
Maio de 2010
DESENVOLVIMENTO MORAL
A. SOBRE O CONCEITO DE “MORAL E DESENVOLVIMENTO MORAL”
Segundo NERI (2004) etimiologicamente conceito de Ética e Moral tem o mesmo significado.
Por um lado, o adjetivo “ético” tem a sua origem no na palavra ethos que significa costume,
modo habitual de agir, habito. Por outro, o termo latino “moralis” ou vem da palavra mos=
costume. Daí entende-se que ambos os conceitos são sinônimos em seus significados.
Entretanto, isto não é uma unanimidade entre autores. Segundo VAZQUEZ (1969), citado por
POTTKER (2002), os dois termos tem significados distintos, sendo que a moral é uma forma
específica de comportamento humano, dos indivíduos ou grupos sociais. Em inúmeras situações
o sujeito tem que escolher entre várias opções de conduta, e geralmente decide baseado em
normas estabelecidas, que podem ser explicitadas ou não. A ação está sujeita a um juízo moral,
e ambos, ação e juízo, pressupõem normas orientadoras.
A ética está relaciona com os diferentes aspectos da teoria sobre a moral,ou seja, está vinculado
a construção teórica dentro das diferentes disciplinas, a exemplo da Filosofia, Psicologia, a
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Faculdade Teológica Batista de Brasília

SGAN 611, Módulo B – Av. L-2 Norte – Fone: (61) 272.

Fax: (61) 340.5372 – E-mail: ftbb@ftbb.com.br

site: www.ftbb.com.br – 70860-110 – Brasília, DF

Disciplina: Psicologia Geral

Professora: Jane Faria Chagas Ferreira

DESENVOLVIMENTO MORAL

Alunos:

Joaquim D. Nogueira

José P. Machado

Marcos Vieira

BRASÍLIA – DF

Maio de 2010

DESENVOLVIMENTO MORAL

A. SOBRE O CONCEITO DE “MORAL E DESENVOLVIMENTO MORAL”

Segundo NERI (2004) etimiologicamente conceito de Ética e Moral tem o mesmo significado. Por um lado, o adjetivo “ético” tem a sua origem no na palavra ethos que significa costume, modo habitual de agir, habito. Por outro, o termo latino “moralis” ou vem da palavra mos= costume. Daí entende-se que ambos os conceitos são sinônimos em seus significados. Entretanto, isto não é uma unanimidade entre autores. Segundo VAZQUEZ (1969), citado por POTTKER (2002), os dois termos tem significados distintos, sendo que a moral é uma forma específica de comportamento humano, dos indivíduos ou grupos sociais. Em inúmeras situações o sujeito tem que escolher entre várias opções de conduta, e geralmente decide baseado em normas estabelecidas, que podem ser explicitadas ou não. A ação está sujeita a um juízo moral, e ambos, ação e juízo, pressupõem normas orientadoras.

A ética está relaciona com os diferentes aspectos da teoria sobre a moral,ou seja, está vinculado a construção teórica dentro das diferentes disciplinas, a exemplo da Filosofia, Psicologia, a

Sociologia, Antropologia, História, Economia Política, que contribuem, com seus estudos, para uma análise mais abrangente do comportamento moral.

Em resumo, pode-se dizer que a moral, portanto, está relacionado aos aspectos da vida pratica e pode ser observada, nos diferentes tipos de organização humana, sobre o comportamento e o juízo moral. A ética é a formulação e sistematização do comportamento e juízo moral, que representa o plano teórico da moral vivida e praticada.

O termo desenvolvimento moral está afeto a psicologia estando associada aos esforços na construção de modelos teóricos que possam encontrar uma explicação adequada dos processos que orientam e definem a adoção de valores individuais nas diversas esferas da atividade humana (MARTINS & BRANCO, 2002).

B. MORAL E DESENVOLVIMENTO MORAL: EVOLUÇÃO HISTÓRICA (PRINCIPAIS

TEÓRICOS E TEORIAS)

A tarefa de reconstruir uma evolução histórica do conceito de moral ou da moralidade humana foge ao escopo deste trabalho. Por várias gerações homens de diferentes culturas e tradições procuraram responder questões relacionadas ao tema:: Como nos podemos tornar seres virtuosos? Como é que a pessoa se torna moral? O que significa afirmar-se como uma pessoa de princípios? Quais os valores a defender? Quais as condições propícias ao desenvolvimento moral? (AZEVEDO, 2004)

Para uma tarefa tão árdua um bom começo seria debruçar-se sobre o livro Filosofia Moral: Manual Introdutivo, de NERI (2004). Após isto, prosseguir-se-ia pelas fontes primárias, tais como: Ética a Nicômacos (Aristóteles) e moral como a busca do bem e da felicidade; A universalidade do que é certo e errado em Sócrates; A desobediência do homem, a emergência do mal pela ausência de Deus em Agostinho. Tomas de Aquino e o ser natural que discerne entre o certo e o errado e o ser espiritual que vive segundo a vontade de Deus (POTTKER, 2002). Ainda nesta linha, nos parece que a leitura da Teologia Sistemática de Charles Finney é um tratado sobre a moralidade, tendo Deus como sua origem. Pode-se citar, em outra linha, Emmanuel Kant e sua obra “O Imperativo Categórico” que orienta uma verdadeira moral, aquela baseada no dever do agir de acordo com princípios universais. “ Age apenas segundo uma máxima tal que possas querer que ela se torne lei universal” Kant citado por GAMA DO VALE (2006).

São muitas obras e idéias sobre homem e a moral ou moralidade. Fica, portanto, difícil organizá-las do ponto de vista de suas diferentes tradições interpretativas. De acordo com diferentes autores, cada perspectiva e abordagem, a moralidade é tratada de maneira bem diversa. AZEVEDO (2004) nos traz uma divisão das diferentes perspectivas teóricas que nos pareceu interessante para este trabalho.

  1. Perspectiva teórica ligadas a Tradição Filosófica.

Esta está subdividida na perspectiva mais tradicional que remonta a doutrina do “pecado original. A origem da moralidade é Deus Criador de todas as coisas. Os mecanismos de moralização dependerão da socialização que possa levar o homem a salvação e depois a santificação ou vice e versa. A Criança vai sendo corrigida pelos constrangimentos e punições de modo a tornar-se uma adulto que conversa os valores sagrando e transmite-os de geração em geração.

Bandura, citado por KOLLER & BERNARDES (1997), revisou aspectos da teoria de comportamental tradicional e atribuiu à cognição uma posição fundamental neste processo: intenções e auto-avaliação promovem a auto-regulação do comportamento. Por meio de representações cognitivas, os indivíduos podem antecipar as conseqüências de seus comportamentos e modificar suas ações, estabelecendo objetivos e se auto-avaliando. A auto- regulação do comportamento dos indivíduos, realizada de acordo com regras e padrões internalizados, consiste na principal influência ao desenvolvimento da moralidade. Em suma, o desenvolvimento moral pró-social é visto como produto da interação entre forças sociais e capacidades cognitivas dos indivíduos.

  1. Perspectiva teórica da moralidade construída.

Nesta perspectiva chama-se atenção para a interdependência dos fatores internos e externos e coloca a ênfase na construção/desenvolvimento da moralidade, a partir da interação que é estabelecida entre a pessoa e o seu envolvimento — ideologia progressista Neste caso, quer a maturação, quer a cultura são consideradas, não como elementos dicotômicos, mas antes como forças que, em perfeita sinergia, contribuem para impulsionar a pessoa no seu caminho, isto é, no seu desenvolvimento.bProgressivamente, a pessoa vai alterando o modo como raciocina sobre as questões morais, posicionando-se diferentemente quanto aos dilemas morais, suas decisões e respectivas justificações.

Assim, entende-se que a moralidade se vai desenvolvendo sistematicamente e encontra-se relacionada com o desenvolvimento das outras dimensões em que a pessoa se constitui, particularmente a dimensão cognitiva. Jean Piaget e Lawrence Kohlberg constituem duas referências fundamentais desta perspectiva cognitivo-desenvolvimentista, quer pelo conjunto de trabalho empírico apresentado, quer pelo robusto modelo teórico oferecido.

Piaget: da Heteronomia à Autonomia

Segundo FREITAS (2002) no projeto inicial de Piaget, em que ele escreve O Julgamento Moral na Criança, é motivado pela contraposição à Immanuel Kant, Émile Durkheim e Pierre Brovet. Para Kant e Durkheim, o respeito é conseqüência da lei moral, ou seja, é na medida em que o indivíduo obedece a lei moral que ele é respeitado; segundo Bovet, o respeito às pessoas é condição prévia da lei moral, visto que o indivíduo atinge o respeito à Lei através das pessoas. Piaget procura dirimir as divergências em torno dessa questão submetendo-a ao método genético. Nós podemos compreender, então, o seu livro “O julgamento moral na criança” como um estudo psicogenético sobre as relações entre o respeito e a lei moral. Tratar-se de mostrar que os fatos concretos que estão na base das construções da ética podem ser objeto de estudo conduzido seguindo os métodos da psicologia científica. Utilizando-se de uma metodologia de pesquisa sobre as regras do jogo de criança levam-no propor um modelo de desenvolvimento moral que vai da Anomia (crianças até os 4/5 anos de idade),onde as regras nãos são compreendidas, passa para Heteronomia (crianças de 4/5 aos 9/10 anos), onde individuo esta subordinado as regras do jogo, pois entende que elas são imutáveis. Nesta fase a regras advêm de pessoas mais velhas, a autoridade é outra pessoas ou sistemas de regras que não muda e finalmente a Autonomia Moral (Indivíduo de 9/10 anos em diante), mais afeta aos adultos, é produto mais refinado da socialização, dentro da qual, por meio da vontade, o indivíduo estabelece fins prioritários a longo prazo, ou seja, constrói o projeto de vida. Pode-se falar na formação da personalidade, no sentido, a partir do momento em que o indivíduo elabora um projeto de vida, quando ele encarna um ideal. A personalidade autônoma é.o produto mais refinado da socialização porque é somente em uma relação de respeito mútuo entre personalidades autônomas que é possível, simultaneamente, a diversidade e a igualdade. O

progresso de Heteronomia para Autonomia não é automática, passa pelo desenvolvimento cognitivo.

Kohlberg: teoria dos estágios morais

Segundo AZEVEDO (2004) Kohlberg constituem um dos mais significativos conjuntos de investigação empírica sobre o desenvolvimento do raciocínio moral. Kohlberg parte dos mesmos pressupostos piagetianos (estruturalismo, construtivismo) e, utilizando procedimentos semelhantes, conduz uma série de entrevistas com crianças, adolescentes e jovens adultos (entre 10 a 16 anos), que lhe permitem, a partir de estudos transversais (comparando grupos de idades diferentes) e longitudinais (seguindo os mesmos grupos ao longo do tempo), construir um quadro de referência teórica fundamental no estudo da moralidade e do seu desenvolvimento.

Para fazer a suas pesquisas Kohlberg apresentava os seus dilemas morais, sendo o mais conhecido o de Heinz, estraido Biaggio, citado por GUIMARÃES & CARVALHO (2009) “Na Europa, uma mulher estava à beira da morte devido a uma doença muito grave, um tipo de câncer. Havia apenas um remédio que os médicos achavam que poderia salvá-la. Era uma forma de radium pela qual um farmacêutico estava cobrando dez vezes mais do que o preço de fabricação da droga. O marido da mulher doente, Heinz, foi a todo mundo que ele conhecia para pedir dinheiro emprestado, mas só conseguiu juntar mais ou menos a metade do que o farmacêutico estava cobrando. Ele disse ao farmacêutico que sua mulher estava à morte, e pediu que lho vendesse mais barato ou que o deixasse pagar depois. Mas o farmacêutico disse: ‘Não, eu descobri a droga e vou fazer dinheiro com isso’. Então, Heinz fi cou desesperado e assaltou a loja para roubar o remédio para sua mulher. O marido deveria ter feito isso? Por quê? (Biaggio, 2006,p. 29).” e o ato era julgado e, o mais importante, justificados. A partir daí Kohlberg e criou a teoria dos estágios morais que apresentamos de forma sintética no quadro adaptado de AZEVEDO (2004) e de Biaggio citado por RAMBO & GODOI (2006)

NÍVEIS ESTÁGIOS

Pré-convencional:

  • normal para crianças até aos nove anos de idade.
  • podem encontrar alguns adolescentes e adultos (dado que o desenvolvimento moral, como o cognitivo ou social, não é «natural» ou automático).
  • A regras existem e permanecem no mundo exterior ao sujeito, mundo esse que regula o comportamento e controla as punições e as recompensas.
  • a ação é encarada em função das suas consequências, vistas enquanto proveito próprio
  • é o ponto de vista pessoal (egoístico) que impera e a outra pessoa não existe independente das necessidades e desejos pessoais 1º Obedecer e evitar o castigo ou Moralidade heterônoma: (3- anos)
  • É correto abster-se de violar normas, obedecer por obedecer, evitar danos físicos a pessoas e bens.
  • Este é o nível dos critérios éticos universais, ou seja aqueles que estão para além de qualquer sociedade e que, portanto, deveriam ser seguidos por todas as pessoas, em qualquer lugar e sempre, em defesa de uma sociedade idealmente justa e boa, isto é, em ordem ao que uma sociedade deveria ser.
  • Neste nível, o sujeito raciocina em função de compromissos assumidos com os princípios morais em que se devia basear uma sociedade justa e boa 5º. A orientação para o contrato social ou zelar pelos direitos individuais: (Acima de 15 anos)
  • As leis não são mais consideradas válidas pelo mero fato de serem leis.
  • O indivíduo admite que as leis ou costumes morais podem ser injustos e devem ser mudados.
  • A perspectiva adotada pelo sujeito é a da prioridade relativa do indivíduo em relação ao social.

6º. Zelar pelos princípios éticos universais:

  • O indivíduo reconhece esses princípios e age de acordo com eles. Se as leis injustas não puderem ser modificadas pelos canais democráticos legais, o indivíduo ainda assim resiste a elas.
  • É a moralidade da desobediência civil, dos mártires e revolucionários pacifistas e todos os que permanecem fieis a seus princípios, sem se conformarem com o poder, quando este estabelece uma ordem injusta.
  • A perspectiva adotada é a de um ponto de vista moral, onde qualquer ser racional que reconhece como natureza da moralidade o fato de que as pessoas são fins em si mesmos e precisam ser tratadas como tais

Quatro principais criticas a teoria de Kohlberg

  1. Dúvidas sobre a universalidade dos estádios;
  2. Acusação de elitismo;
  3. Ignorância da especificidade do desenvolvimento moral das mulheres;
  4. Desvalorização do papel da emoção e do hábito no processo de desenvolvimento moral.

BIBLIOGRAFIA

GAMA DO VALE, Liana, Desenvolvimento moral: a generosidade sob a ótica de crianças e adolescentes. Vitória, UFES, 134 p. (Dissertação de mestrado)

NERI, Demetrio. Filosofia Moral: Manual Introdutivo. São Paulo: Edições Loyola. 2004. p 19-23.

PORTTKER, Rosemary Sartori, Um estudo sobre o desenvolvimento moral da criança. Analacta [online], 2002, vol.3, n 1, pp. 121-134.

MARTINS, Lincoln Coimbra e BRANCO, Angela Uchôa. Desenvolvimento moral: considerações teóricas a partir de uma abordagem sociocultural construtivista. Psic.: Teor. e Pesq. [online]. 2001, vol.17, n.2, pp. 169-

AZEVEDO, Nair dos Anjos Pires Rios, Atmosfera moral da escola: condições para a promoção do desenvolvimento ético. Lisboa, Universidade Nova de Lisboa. 509 p. (Dissertação de Doutorado)

KOLLER, Sílvia Helena and BERNARDES, Nara M. G.. Desenvolvimento moral pró-social: Semelhanças e diferenças entre os modelos teóricos de Eisenberg e Kohlberg. Estud. psicol. (Natal) [online]. 1997, vol.2, n.2, pp. 223-262.

FREITAS, Lia Beatriz de Lucca. Piaget e a consciência moral: um kantismo evolutivo?. Psicol. Reflex. Crit. [online]. 2002, vol.15, n.2, pp. 303-308.

GUIMARÃES, Márcio Andrei, CARVALHO Washington Luiz Pacheco. Contribuição do ensino de ciências para o desenvolvimento da moral. São Leopoldo, Educação Unisinos, V. 2 , nº 13,

  1. p. 163-168.

RAMBO, Jairo Alberto Machry, GODOI, Christiane Kleinübing, Aprendizagem Gerencial e os Estágios do Desenvolvimento Moral. Salvador. 30º Encontro da ANPAD. p 2006.