



Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
supercílios,devido a coçadura), hiperlinearidade palmar e ceratose pilar. Há um aumento da suscetibilidade a infecções fúngicas, virais e.
Tipologia: Notas de estudo
1 / 6
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Luiza W. Waichel Gabriela Mendez Natalia D’Arrigo Maria Alice Gabay Peixoto
DERMATITE ATÓPICA; DERMATITE ATÓPICA/diagnóstico; DERMATITE ATÓPICA/complicações; DERMATITE ATÓPICA/terapia; HIGIENE DA PELE.
DERMATITIS, ATOPIC; DERMATITIS, ATOPIC /diagnosis; DERMATITIS, ATOPIC/complications; ECZEMA; DERMATITIS, ATOPIC/therapy; SKIN CARE.
Os autores fazem uma revisão bibliográfica sobre as manifestações clínicas e manejo da dermatite atópica, com ênfase nos conceitos mais atuais sobre diagnóstico e possibilidades terapêuticas.
The authors make a literature review on the clinical manifestations and management of atopic dermatitis, with emphasis on the most current concepts in the diagnosis and therapeutic possibilities.
A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória da pele, de caráter crônico e recidivante, cuja etiopatogenia está fundamentada na predisposição genética juntamente com a interação de fatores constitucionais, imunológicos e ambientais. Constitui-se na principal manifestação cutânea de atopia e é a causa mais comum de eczema na infância, afetando ambos os sexos e tendo seu início, em 90 % dos casos, nos 5 primeiros anos de vida. A freqüência da DA tem aumentado em todo o mundo nas últimas décadas, e estima-se que a ocorrência no Brasil seja similar à de outros países, estando em torno de 10- 15%.
Manifestações Clínicas É uma dermatose crônica de evolução flutuante caracterizada por prurido intenso, inflamação e exsudação. Sua morfologia e distribuição variam com a idade, tendendo a ser mais exsudativa na primeira infância e mais liquenificada na fase adulta.1, A dermatite atópica infantil (até os 2 anos de idade) prevalece no 3º e 4º mês de vida e se manifesta na forma de áreas eritematocrostosas ou vesiculares em regiões malares, progredindo para couro cabeludo, pescoço, fronte, punhos e áreas de fraldas. Fatores como infecções, alterações ambientais ou emocionais podem agravar ou desencadear o quadro.1, Depois dos 2 anos de idade (fase pré puberal) a maioria segue com lesões, porém menos exsudativas, mais papulosas e com tendência à liquenificaçao, comprometendo principalmente as fossas cubital e poplítea, punhos, pálpebras, pescoço e face.1- Na adolescência (fase aldolescente-adulto), as lesões se tornam papulodescamativas e liqueinificadas, sujeitas a surtos de agudização. A doença tende a se atenuar com o passar dos anos, sendo rara sua persistência após os 30 anos de idade.1- Outras manifestações de atopia, tais como asma e rinite alérgica, estão presentes em cerca de 50% dos casos.^1 São considerados estigmas atópicos: dulpla prega de Denie-Morgan(prega supranumeraria infracililar), sinal de Hertogue (rarefação do terço distal dos supercílios,devido a coçadura), hiperlinearidade palmar e ceratose pilar. Há um aumento da suscetibilidade a infecções fúngicas, virais e bacterianas sobrepostas à dermatite. A presença de Sthapylococcus Aureus na maioria das lesões de dermatite atópica, mesmo na ausência de evidência clínica de infecção bacteriana, nos faz considerar toda lesão sempre infectada.^1
Diagnóstico É basicamente clínico, levando-se sempre em consideração história pessoal ou familiar de atopia. Existem critérios maiores e menores (tabela 2.1 e 2.2 ), sendo necessário uma associação de 3 critérios maiores com 3 critérios menores para se fazer o diagnóstico. Exames laboratoriais como dosagem sérica de IgE podem contribuir para o diagnóstico, mas não são usados de rotina. Biópsias de pele ou teste de hipersensibilidade também são de pouca valia.1-
Investigação de fatores agravantes: Sabões, lã, extremos de temperatura, baixa umidade, exposição a antígenos inalantes, banhos quentes, roupas sintéticas e substâncias irritantes à pele devem ser evitados. Orientar a higienização do ambiente (retirada de carpetes/cortinas), afastando os alérgenos inalantes. Dietas restritivas, com posterior exposição, podem ser prescritas para determinar agentes alimentares provocadores.
Cuidados com a pele: A terapêutica tópica para hidratação da pele é feita com emolientes, especialmente óleo de amêndoas, uréia a 5-10%, vaselina ou alfa-hidroxiácidos, associados ou não a cremes de corticóides. Recentemente, foram introduzidos, com sucesso, preparados contendo diversos lipídos acompanhados de palmidro a 0,3%.
Fundamentos da farmacoterapia
Controle do prurido Anti-histamínicos : os sedativos (difenidranina, hidroxizina, ciproeptadina,) têm na própria sedação o seu maior benefício. Os não sedativos (fenoxifenadina e loratadina) podem ser úteis principalmente quando há componente urticarial.
Terapias para a inflamação Corticóides tópicos: primeira escolha na terapia medicamentosa da DA. Os de baixa potência (hidrocortisona 1-2,5%) serão efetivos na DA de média intensidade; Os de média potência (fluticasona 0,025% ou triancinolona 0,1%), em casos mais severos. Corticóides de maior potência serão usado por até 10 dias naqueles pacientes com exarcebação aguda e, então, substituídos por outros de menor potências até a resolução das lesões. Corticóides de potência alta (betametasona, Difluocortolona, triamicinolona) e muito alta (clobetasol) devem ser usados somente em adultos e em lesões crônicas, liquenificadas. Em crianças de 0-2 anos, usa-se preferencialmente hidrocortisona, 0,5-1% por períodos curtos (10-20 dias) e em crianças maiores de 2 anos, dá-se preferência à hidrocortisona 1-2%. Pomadas e cremes podem ser usados de 1-3 vezes aodia, embora nenhum estudo tenha demonstrado benefícios com mais de 1 aplicação ao dia. Atrofia cutânea, estrias, alterações de pigmentação, fragilidade vascular e erupção acneiforme são os efeitos colaterais associados ao uso inadequado destes medicamentos.
Inibidores da calcineurina : também conhecidos como imunomoduladores tópicos, atuam de maneira semelhante ao corticóide, sem causar, no entanto, os efeitos colaterais do mesmo, podendo ser utilizados com eficiência na face, genitálias e mucosas. O Pimecrolimo pode ser indicado a partir dos 3 meses de idade, e o Tacrolimo a partir dos 2 anos de idade. Ambos são aplicados 2 vezes ao dia, sempre evitando a exposição solar, e seu uso deve ser iniciado ao primeiro sinal das lesões cutâneas e mantido até no máximo uma semana após a resolução. Ardor e prurido cutâneos são os principais efeitos colaterais e se reduzem após os primeiros dias de aplicação, especialmente se a medicação for mantida em geladeira e estiver fria ao ser aplicada sobre a lesão. Prevenção de recidivas : em adultos com DA moderada-severa, recomenda-se uma terapia pró-ativa para a prevenção de recidivas; após a indução da remissão, sugere-se terapia intermitente com corticóides tópicos de moderada a alta potência. Aplica-se 1x ao dia durante 2 dias consecutivos por semana, e deve ser continuado por até 16 semanas. Em crianças com DA moderada-severa com lesões frequentes, recomenda-se o mesmo esquema de tratamento, porém, com corticóides de baixa potência. Pele Infectada : Sistematicamente, inicia-se antibioticoterapia antiestafilocócica mesmo na ausência de evidência clínica de infecção secundária, sobretudo em casos de piora súbita. Quando ocorrer infecção, deve-se recorrer a antibióticos por via sistêmica, de preferência após antibiograma, ou empregar a eritromicina, cefalosporina ou dicloxacilina, por um período de 10 dias. Outras terapias : Fototerapia (UVA-PUVA – UVA-UVB em formas resistentes ou crônicas); Imunomoduladores (Talidomida e Interferon gama); Imunossupressores (Ciclosporina, Metotrexato e Azatioprina eventualmente podem ser usados nas formas graves de DA).
A DA é uma condição inflamatória crônica da pele que envolve uma interação complexa entre fatores ambientas e genéticos, tendo com objetivos terapêuticos a redução dos sintomas, a prevenção de exacerbações e a eliminação de agravantes. Sendo a DA um dos mais importantes tópicos na pesquisa dermatológica, o melhor conhecimento das suas bases moleculares certamente levará ao desenvolvimento de novas estratégias de tratamento, com maiores benefícios aos pacientes.