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Derivanas nas Pulverizações Agrícolas e seu Controle, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

CONSIDERAÇÕES SOBRE A DERIVA NAS PULVERIZAÇÕES AGRÍCOLAS E SEU CONTROLE

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 05/11/2009

Miguel86
Miguel86 🇧🇷

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Boletim Técnico BT-04/99 (*)
CONSIDERAÇÕES SOBRE A DERIVA NAS
PULVERIZAÇÕES AGRÍCOLAS
E SEU CONTROLE
Eng. Agr. José Carlos Christofoletti (**)
(*) Este Boletim Técnico é uma reprodução da palestra proferida no 38o. Congresso Brasileiro de Olericultura, realizado
no período de 26 a 31 de Julho de 1998, na cidade de Petrolina, Estado de Pernambuco.
(**) Responsável pelos serviços técnicos da TeeJet South America
RESUMO:
São apresentadas considerações sobre a deriva nas aplicações de produtos químicos agrícolas e suas
conseqüências, bem como os novos conceitos sobre a previsão da ocorrência desse fenômeno, baseada no
conhecimento das características dos bicos de pulverização (tipo, vazão e pressão de trabalho) e das
condições climáticas reinantes.
TeeJet South America
Av. das Carinás, 602 – Moema
04086-011 - SÃO PAULO - SP
Fone: (011) 5561-3706
Fax: (011) 531-1640
E-mail: teejetsa@mandic.com.br
http: //www.teejet.com.br
São Paulo, Janeiro de 1999
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Boletim Técnico BT-04/99 ()*

CONSIDERAÇÕES SOBRE A DERIVA NAS

PULVERIZAÇÕES AGRÍCOLAS

E SEU CONTROLE

Eng. Agr. José Carlos Christofoletti ()**

(*) Este Boletim Técnico é uma reprodução da palestra proferida no 38o. Congresso Brasileiro de Olericultura, realizado no período de 26 a 31 de Julho de 1998, na cidade de Petrolina, Estado de Pernambuco.

(**) Responsável pelos serviços técnicos da TeeJet South America

RESUMO:

São apresentadas considerações sobre a deriva nas aplicações de produtos químicos agrícolas e suas conseqüências, bem como os novos conceitos sobre a previsão da ocorrência desse fenômeno, baseada no conhecimento das características dos bicos de pulverização (tipo, vazão e pressão de trabalho) e das condições climáticas reinantes.

TeeJet South America

Av. das Carinás, 602 – Moema 04086-011 - SÃO PAULO - SP Fone: (011) 5561- Fax: (011) 531- E-mail: teejetsa@mandic.com.br http: //www.teejet.com.br

São Paulo, Janeiro de 1999

CONSIDERAÇÕES SOBRE A DERIVA NAS PULVERIZAÇÕES

AGRÍCOLAS E SEU CONTROLE

INTRODUÇÃO

A cada dia que passa, cresce a preocupação com respeito ao meio ambiente, principalmente quando se trabalha com produtos poluentes. De maneira geral, os defensivos agrícolas são produtos químicos que na sua grande maioria podem causar danos ao meio ambiente, razão pela qual o processo de aplicação necessita ser cada vez mais acurado. A dispersão aleatória desses produtos representada pela deriva das pulverizações através de aplicações inadequadas, passa a ser um dos aspectos negativos do uso desses compostos. Uma parte do produto pulverizado e que não atinge o alvo pode produzir efeitos deletérios não só ao aplicador, como também para outras culturas sensíveis, animais, pessoas e mananciais de água, muitas vezes à distâncias significativas da área de aplicação. Por outro lado, a agricultura moderna que busca o aumento da produção e da produtividade das plantações não pode prescindir desses produtos, daí a necessidade cada vez maior de se ter equipamentos adequados e conhecimentos suficientes para a escolha dos componentes e sua melhor utilização. O conhecimento das condições de trabalho e, principalmente, do desempenho dos bicos de pulverização existentes, são os elementos básicos para uma aplicação adequada e segura dos modernos produtos químicos agrícolas.

CONHECER A PULVERIZAÇÃO.

Para que se possa fazer um manejo seguro da pulverização, principalmente visando o controle da deriva, é preciso se conhecer alguns detalhes técnicos do processo. A pulverização pode ser considerada como um processo mecânico de geração de gotas, isto é, partindo-se de um volume grande de líquido, produzir um grande número de pequenas partículas desse líquido, chamadas de “gotas”. O processo se inicia forçando o líquido a passar por um pequeno orifício, chamado de “bico”. A energia potencial do líquido, representada pela pressão (para os bicos hidráulicos) ao longo da geometria do bico, faz o líquido emergir em pequenos ligamentos que se quebram, posteriormente, em pequenas “peças” que são chamadas de “gotas”. Cada tipo de pulverização produz uma faixa de tamanho de gotas. Essa faixa refere-se à “distribuição de tamanhos de gotas” ou ainda, como “espectro de tamanho de gotas”. Na aplicação de produtos químicos na agricultura usam-se vários tipos de bicos que produzem jatos nas formas de plano (leque), de cone vazio e cone cheio, todos eles com pulverizações significativamente diferentes entre si, dependendo do tipo do bico. Outros fatores também influenciam de alguma forma na distribuição do tamanho de gota e que devem ser levados em consideração: propriedades do líquido (viscosidade, densidade e tensão superficial), vazão do bico, pressão de pulverização e ângulo do jato.

FATORES QUE AFETAM O TAMANHO DAS GOTAS

A pulverização produzida por um equipamento de aplicação depende de vários fatores que serão considerados a seguir: Tipo de bico : De maneira geral, os bicos de jato cônico cheio produzem as maiores gotas, seguido pelos bicos de jato plano e pelos de jato cônico vazio. Mesmo dentro de uma mesma forma de jato, como por exemplo os de jato plano, diferentes tipos de bico podem produzir pulverizações com diferentes tamanhos de gota. Por exemplo, os bicos de jato plano 11003, das séries XR TeeJet, DG TeeJet e Turbo TeeJet, na mesma pressão de trabalho, embora com a mesma vazão, produzem gotas de tamanhos diferentes (TT > DG > XR). Vazão : A vazão do bico tem uma relação direta com o tamanho de gota. Bicos que apresentam vazões maiores, na mesma pressão de trabalho, produzem gotas maiores. Por exemplo, os bicos de jato plano XR11004, na pressão de 2 bar, com vazão de 1,29 l/min, produzem gotas maiores que os bicos XR11002, na mesma pressão, porém com vazão de 0,65 l/min. Pressão : A pressão de pulverização tem um efeito inverso no tamanho de gota. Um aumento na pressão reduzirá o tamanho, enquanto que uma redução na pressão aumentará o tamanho de gota. Por exemplo, a ponta XR11003, à pressão de 1,5 bar, produz gotas maiores que à pressão de 4 bar.

vertical de 50 % do volume acumulado intercepta a curva de distribuição, indica, no eixo das ordenadas, o valor do Diâmetro Mediano Volumétrico daquela pulverização. A simples forma (inclinação) da curva indica a existência de gotas de diferentes tamanhos, razão pela qual as pulverizações desse tipo são consideradas de “espectro heterogêneo”. Uma pulverização que tivesse todas as gotas do mesmo tamanho (“espectro homogêneo”), seria representada em um gráfico como esse, por uma reta horizontal. Assim sendo, quanto mais inclinada for essa curva, maior será a faixa de tamanho das gotas que constitui a pulverização.

Com base nos dados fornecidos pela curva de tamanho de gotas, pode-se caracterizar a uniformidade dessa distribuição. O valor dessa dispersão é um número admensional, chamado de “Amplitude Relativa” (AR), que é determinado pelos valores dos diâmetros de gota dos volumes acumulados de 10 % (DV0,1), de 50 % (DV0,5) ou DMV e de 90 % (DV0,9) do total, da seguinte maneira:

AR = ( D V0,9 - D V0,1 ) ÷÷ D V0,

Numericamente, quanto maior o valor da Amplitude Relativa, maior será a faixa de tamanho de gotas da pulverização. Da mesma forma, pulverizações que tendem à homogeneidade, têm valores de AR tendendo a 0 (zero). Os valores de DMV e AR devem ser analisados conjuntamente para a caracterização da pulverização. Isoladamente, o DMV dá apenas informação de um tamanho de gota da pulverização, uma vez que podem ocorrer distribuições com o mesmo valor mediano, porém, com componentes diferentes. A figura 4 mostra que as pulverizações A, B e C possuem o mesmo DMV (400 μm), mas com distribuição de tamanhos bem distintos. A distribuição com menor dispersão é a da pulverização A, seguida pelas pulverizações B e C, sendo que os valores da Amplitude Relativa são, respectivamente: 0,75 , 1,00 e 1,25.

AS PERDAS NO PROCESSO DE APLICAÇÃO

O termo “aplicação” significa a colocação do produto químico no alvo, cuja quantidade é menor que aquela emitida pela máquina no processo de pulverização. A diferença entre a quantidade pulverizada e a

DIÂMETRO DE GOTAS (MICROMETROS ) 900 800

600 500 400

300

200

100

50

0 8 10 50 90 (%)

DMV

Ponta XR11003VS Pressão: 3 bar Spraying Systems Co.

FIGURA 2 – Curva do espectro de gota de uma pulverização (Ponta XR11003, a 3 bar).

realmente aplicada (colocada no alvo) é considerada como “perda”, podendo ser bastante significativa, comprometendo, por vezes, o desempenho do produto químico. Essa diferença pode também considerada como a eficiência no processo de aplicação, da seguinte maneira:

Eficiência = (Quantidade Aplicada ÷ Quantidade Pulverizada ) x 100

com gotas grandes que geralmente ultrapassam a capacidade máxima de retenção de líquidos pelas superfícies foliares. Esse fato pode ocasionar danos ao solo, principalmente no uso de produtos de ação residual prolongada e não seletivos para algumas culturas (no caso de herbicidas), como também para a insetos benéficos e outra formas de vida (no caso de inseticidas e fungicidas). O deslocamento de gotas para fora da área da cultura, causado pela ação do vento e da evaporação da água usada na preparação da calda, principalmente nas gota de tamanhos menores, é um dos fatores que promovem perdas significativas no processo de aplicação. Esse tipo de perda externa, também chamada de “deriva“ é um dos principais responsáveis pelos prejuízos causados a outras culturas sensíveis e pela contaminação ambiental.

A AÇÃO DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS NAS GOTAS DE PULVERIZAÇÃO.

O vento, a temperatura e umidade relativa do ar são fenômenos climáticos que atuam diretamente na pulverização, agindo mais intensamente nas gotas de tamanho menores. A evaporação é um fenômeno ligado à relação da superfície/volume da gota, que tanto maior quanto menor é o diâmetro da mesma. À medida que a umidade do ar é mais baixa, mais rapidamente a água evapora, sendo que o chamado “tempo de vida”, isto é, o tempo para a evaporação total do líquido contido nessa gota pode ser calculado pela fórmula:

t = D^2 ÷÷ (80 ∆∆ T)

onde t = tempo, em segundos, para a evaporação completa; D = diâmetro da gota, em micrometros e ∆∆ T = diferença de temperatura (em graus Celsius) entre os bulbos seco e úmido de um psicrômetro.

5 10 20 30 40 50 60 70 80 90 95 PORCENTAGEM DO VOLUME ACUMULADO

DIÂMETRO DE GOTAS, EM MICROMETROS 800

700

600

500

400

300

200

100

0

C

B

A

DMV

FIGURA 4 – Curvas de diferentes espectros de gota com o mesmo diâmetro mediano volumétrico

Como o resultado do controle praga (agente causador do dano à cultura) depende da quantidade de produto no alvo, a eficiência da aplicação é responsável, em grande parte, pela eficácia do tratamento fitossanitário. Quando da aplicação de um produto químico em área total de uma cultura (visando a sua parte foliar), muitas gotas podem passar pela folhagem e atingir o solo, principalmente nas entrelinhas. Outras gotas que atingem as folhas podem se coalescer de tal maneira que não são mais retidas e escorrem para o solo. Essas perdas internas, isto é, dentro da área cultivada, estão muito ligadas às aplicações de altos volumes e

Em função dessas considerações, resta saber qual a parte da pulverização é constituída por gotas menores que esses limites pré-estabelecidos. Para isso, lança-se mão das informações técnicas fornecidas pelos fabricantes de bicos de pulverização ou de trabalhos técnicos realizados para o levantamento de dados e informações a respeito do comportamento de máquinas pulverizadoras. É de grande valia para a previsão da deriva, o uso das curvas de espectro de gota de uma pulverização, como é o caso mostrado na figura 3. Verifica-se que a linha horizontal do diâmetro de 100 μm intercepta a curva na projeção vertical de 5 % do volume acumulado. Isto quer dizer que, para essa pulverização, o potencial de deriva é de 5 % do total, ou seja, se esse bico está sendo usado para uma aplicação de 150 l/ha, a possibilidade de perda de calda por evaporação e deriva é de 7,5 litros por hectare aplicado. Consequentemente, a perda do produto químico utilizado no preparo da calda será na mesma proporção. Um aspecto muito importante a salientar quando se trata da previsão da deriva e a dispersão dos produtos químicos no ar, não é somente a perda do volume de líquido pulverizado que deve ser levado em consideração, mas principalmente, o número muito grande de partículas que são produzidas com essa parte do volume e que poderão causar danos ambientais consideráveis, caso a pulverização seja realizada em condições adversas. Para se ter uma idéia desses números, utilizando-se uma ponta de pulverização XR11003, à pressão de 3 bar, o potencial de deriva é da ordem de 5 %, isto é, apenas 5 % do volume (50 ml por litro) de líquido pulverizado é constituído por gotas com diâmetros menores que 100 μm. Entretanto, considerando a tendência da curva do espectro da pulverização, calcula-se que cerca de 223 x 10^6 ( milhões) de gotas poderão ser produzidas para cada litro de líquido pulverizado nessa situação. A utilização de bicos de pulverização projetados para a redução da deriva, como o caso do Turbo TeeJet TT11003, nas mesmas condições de pressão e vazão (1,2 % do volume em gotas menores que 100 μm), produzirá apenas 23,5 milhões de gotas menores que esse diâmetro. Outro dado numérico que tem sido levado em consideração para a previsão da deriva é o diâmetro de gota de volume acumulado de 10 % do total ( DV0,1 ) , que dá idéia do tamanho das gotas dessa quantidade do volume pulverizado. Quanto menor for esse valor, maior será o potencial de deriva dessa pulverização. Esse dado técnico tem sido utilizado também para a previsão de deriva e também como recomendação de uso de bicos de pulverização. Segundo esse critério, a orientação sobre o diâmetro mínimo recomendado para 10 % do volume acumulado ( DV0,1 ) em relação à velocidade de vento correspondente, é mostrada na tabela 3.

VENTO ATÉ DV0,

2 m/s (7,2 km/h) ≥≥ 130 μμ m 3 m/s (10,8 km/h) (^) ≥≥ 140 μμ m 4 m/s (14,4 km/h) (^) ≥≥ 160 μμ m 5 m/s (18,0 km/h) (^) ≥≥ 200 μμ m

Em alguns países europeus, baseado em estudos realizados na Alemanha definiram a indicação para utilizar bicos de pulverização, estabelecendo um padrão mínimo de gota produzido em termos de DV0,1. Os bicos devem produzir um tamanho de gota para DV0,1 igual ou maior que 115 μm (igual à pulverização da ponta de pulverização XR1102 a 2,5 bar). Esse valor serve como uma norma para a pressão recomendada e a possibilidade de se utilizar vários tipos e tamanhos de bicos em relação à velocidade do vento. Gotas menores que esse valor podem ser usadas quando o pulverizador tiver dispositivos anti-deriva, como escudos, defletores, aerofólios ou assistência de ar. A figura 5 mostra pontas de pulverização TeeJet das séries XR (Extended Range – Uso Ampliado), DG (Drift Guard – Deriva Reduzida) e TT (Turbo TeeJet), em pressões diferentes e os respectivos valores de DV0,1 , bem como os limites de vento toleráveis para esses desempenhos. De acordo com essa figura, para um vento de 18 km/h, seriam indicadas as pontas: 11003 da série TT a 1,5 bar; 11004: somente a TT abaixo de 3,0 bar e a DG a 2 bar. A Spraying Systems Co. fornece aos seus usuários várias tabelas com os dados de tamanho de gota de seus diferentes tipos e tamanhos de pontas de pulverização, dados esses que podem auxiliar na escolha adequada, conforme mostra a tabela 4.

TABELA 3 – Valores Mínimos Recomendados de DV0,1 para diferentes velocidades de vento.

TABELA 4: Tamanhos de gotas (DV0,1 , DV0,5 e DV0,9), em micrometros (μm), produzidos por pontas de pulverização de jato plano 11003 de vários tipos, a diferentes pressões.

TJ60-11003VS XR11003VS DG11003VS TT11003VP

BAR (^) DV0,1 DV0,5 DV0,9 BAR (^) DV0,1 DV0,5 DV0,9 BAR (^) DV0,1 DV0,5 DV0,9 BAR (^) DV0,1 DV0,5 DV0,

(1,0) --- --- --- 1,0 154 329 485 (1,0) 280 465 660 1,0 293 558 1038 (1,5) --- --- --- 1,5 143 290 448 (1,5) 225 425 632 1,5 247 484 908 2,0 122 205 352 2,0 135 267 424 2,0 194 390 601 2,0 220 433 826 2,5 114 198 335 2,5 128 252 406 2,5 174 360 571 2,5 202 397 768 3,0 108 190 320 3,0 122 241 391 3,0 159 336 542 3,0 189 373 723 3,5 105 184 306 3,5 116 232 380 3,5 149 317 515 3,5 178 357 687 4,0 103 178 294 4,0 111 225 370 4,0 141 301 491 4,0 169 345 658 (4,5) 101 172 282 (4,5) 106 219 361 (4,5) 136 287 469 4,5 162 337 633 (5,0) 99 167 271 (5,0) 102 214 354 (5,0) 131 275 448 5,0 156 332 611 OBS: As pressões entre parênteses não são recomendadas para os respectivos bicos.

CLASSIFICAÇÃO DAS PULVERIZAÇÕES

Um dos aspectos importantes no manejo das pulverizações em relação à deriva que as mesmas podem produzir está na divulgação dos dados técnicos. É bastante difícil a popularização desses informes, em função dos muitos conceitos técnicos e números que envolvem as várias definições. Entretanto, no ano de 1985, foi introduzido pelo Conselho Britânico de Proteção de Culturas (British Crop Protection Council - BCPC), na Inglaterra, um sistema de classificação das pulverizações geradas pelos diferentes equipamentos, levando-se em consideração a propensão das mesmas em produzir deriva. Foram sugeridas cinco categoria de “Qualidade de Pulverização”: Muito Fina (Alta Deriva); Fina (Média Deriva); Média (Baixa Deriva); Grossa (Muito Baixa Deriva) e Muito Grossa (Muito Muito Baixa Deriva). A terminologia utilizada foi deliberadamente prática e de fácil entendimento para o usuário final. O apelo prático dessa classificação é aspecto comparativo: uma pulverização “média” tem menor deriva que uma outra classificada como “fina”; porém, apresenta maior deriva que uma outra classificada como “grossa”. A base técnica desse sistema era simples, utilizando dados da análise do espectro do tamanho de gotas comparado com determinados tipos de bicos usados como referências. O espectro de gota dos bicos a serem analisados deve ser medido com o mesmo equipamento, condições e ao mesmo tempo que os bicos de referência. A classificação inicial da BCPC indicava que as pulverizações “Fina”, “Média” e “Grossa” eram produzidas pelos seguintes “bicos de referência”, respectivamente: 11002 a 3,5 bar; 11004 a 2,5 bar e 11008 a 2,0 bar. Nesse caso, o limite entre as categorias era determinado pela interpolação média entre duas curvas adjacentes de categoria. O benefício desse método é que permitia alguma variação em se decidir qual categoria colocar o bico em análise que coincidia com a categoria limite. Recentemente, o BCPC apresentou um outro sistema de classificação, mantendo o mesmo princípio básico, indicando agora que os novos ‘bicos de referência” definem os limites entre as categorias. Essa mudança foi proposta levando-se em consideração a necessidade de uma demarcação positiva entre as categorias (figura 6). Uma das maiores vantagens desse esquema de classificação é que facilita o uso e a comparação de dados de tamanho de gotas medidos com diferentes equipamentos e técnicas de

FIGURA 5 – Diâmetros de 10% de volume acumulado para bicos XR TeeJet^ (Extended Range), DG TeeJet^ (Drift Guard) e TT (Turbo TeeJet), com os limites de recomendação para várias velocidades de vento.

TABELAS DE VAZÕES DE BICOS COM A CLASSIFICAÇÃO DO B.C.P.C.

A Spraying Systems Co. desde 1995 informa em seu Catálogo de Produtos TeeJet para Agricultura (CAT-44M-P) e no novo CAT-46M-BR-P (1998), através de diferentes cores, as categorias de Qualidade de Pulverização nas quais se enquadram as pontas de pulverização que produz. Como exemplo, a tabela 6 (Anexo I) mostra as pontas de pulverização de jato plano das séries TJ-60 (TwinJet), XR TeeJet, DG TeeJet e Turbo TeeJet (TT), suas vazões e respectivas categorias de qualidade.

ESCOLHA DA PONTA DE PULVERIZAÇÃO ADEQUADA Um exemplo prático do uso das tabelas de vazão e as respectivas categorias de qualidade da pulverização é o seguinte: para uma aplicação de 200 l/ha, a uma velocidade de 7 km/h e bicos espaçados de 50 cm, a vazão necessária, por bico, é de 1,17 l/min. Essa vazão é conseguida pela ponta de pulverização 11003 à pressão de 3 bar. Verificando as informações da tabela 6 , as opções que podem ser utilizadas e as respectivas qualidades das pulverizações são apresentadas na tabela 7.

Ponta Pressão(bar) Código BCPC TT11003VP 3,0 G TT11004VP 2,5 G TT11005VP 1,1 MG XR11003VS 3,0 F XR11004VS 2,5 M XR11005VS 1,1 G DG11003VS 3,0 M DG11004VS 2,5 G TJ60-11003 3,0 F TJ11004VS 2,5 F

A escolha e o uso adequados das pontas de pulverização, principalmente no que diz respeito à pressão de trabalho, são os primeiros grandes passos para a melhoria das condições de precisão e segurança na aplicação dos defensivos agrícolas. De maneira geral, os pulverizadores nacionais são considerados de muito boa qualidade, restando aos usuários a adequação dos mesmos às distintas condições das culturas regionais e, principalmente, às diferentes condições ambientais, não somente em função das mais variadas regiões do país, como também nas variações que ocorrem durante um dia de trabalho.

OUTROS SISTEMAS DE PULVERIZAÇÃO PARA A REDUÇÃO DA DERIVA

Além do uso das pontas de pulverização nos equipamentos tradicionais de energia hidráulica, outros sistemas auxiliares foram desenvolvidos para melhorar o desempenho dessas máquinas. A seguir, serão feitos alguns comentários sobre tais equipamentos.

PULVERIZAÇÕES COM ASSISTÊNCIA DE AR

O uso de correntes de ar induzidas artificialmente são usadas em diversas operações envolvendo a aplicação de defensivos agrícolas. Um dos principais aspectos a ser levado em consideração nesse tipo de aplicação é a correta adequação do volume e da velocidade do ar. Essa técnica não é apropriada para pulverizações com gotas grossas e alto volume de líquido. A técnica chamada de “cortina de ar” é particularmente interessante para pulverizações finas (e portanto, para baixos volumes), sendo um redutor bastante significativo do potencial de deriva (figura 7). O efeito de redução é menor para outras categorias de pulverização. Muito embora altas velocidades de ar sejam desejáveis para a máxima redução de deriva (para aumentar a velocidade de deslocamento das gotas

Com todas essas opções, cobrindo praticamente todas as categorias da codificação do BCPC, a escolha deverá ser feita em função das características de cobertura que o alvo necessita e das condições climáticas reinantes. Portanto, conhecendo-se adequadamente as pontas de pulverização é possível o manejo da deriva de maneira bastante eficiente.

TABELA 7 - Opções de pontas de pulverização para a vazão de 1,71 l/min

FIGURA 7 – Dois sistemas diferentes de utilização de “cortina de ar”: à esquerda, para uso de gotas produzidas por bicos de cone vazio; à direita, para uso de bico de gotas produzidas por bicos de jato plano.

finas), a combinação de diferentes tamanhos de gota e velocidades e volumes de ar podem ser de grande importância para a adequação do equipamento às distintas culturas e produtos químicos. Com ênfase especial para as aplicações foliares de defensivos agrícolas, o sistema de cortina de ar melhora a deposição de produto em baixas velocidades de vento, o aumento sendo maior em alvos verticais e com pulverizações

de menor tamanho de gota. Com ventos fortes, a assistência de ar também melhora a deposição em alvos verticais, mas há redução nos alvos horizontais. Entretanto, esse tipo de pulverização com gotas de menor tamanho melhora a eficiência de deposição em relação aos bicos de pressão. A cortina de ar deve estar muito próxima do solo < 50 cm) para ser efetiva na redução da deriva. A redução na deriva obtida pelo sistema “cortina de ar” em comparação com os bicos comuns de pressão, para as diferentes categorias de qualidade de pulverização é mostrada na figura 8. A redução é bastante significativa para as pulverizações muito finas, diminuindo para as outras categorias, tendo pouca influência nas pulverizações média e grossa.

FIGURA 8 – Redução na deriva produzida pelo sistema de “cortina de ar”, com bicos de pressão, para diferentes categorias de pulverização.

Direção de Trabalho Direção de Trabalho

Bico

Bico

TABELA 8 - Tamanhos de gotas (DV0,1 , DV0,5 e DV0,9), em micrometros (μm), produzidos por pontas de pulverização de jato plano das séries AI TeeJet (AI - Indução de ar) e Turbo TeeJet (TT).

AI11002VS AI11003VS AI11004VS AI11005VS

BAR (^) DV0,1 DV0,5 DV0,9 BAR (^) DV0,1 DV0,5 DV0,9 BAR (^) DV0,1 DV0,5 DV0,9 BAR (^) DV0,1 DV0, 5 DV0,

2,0 311 590 824 2,0 331 636 924 2,0 340 666 968 2,0 413 691 1021 2,5 295 565 798 2,5 312 601 883 2,5 320 622 921 2,5 396 643 966 3,0 282 544 776 3,0 296 573 851 3,0 302 588 884 3,0 383 606 922 3,5 269 526 759 3,5 282 550 824 3,5 287 562 854 3,5 371 578 888 4,0 259 510 744 4,0 269 532 802 4,0 274 541 829 4,0 362 555 861 4,5 249 497 733 4,5 259 518 785 4,5 262 526 810 4,5 354 537 839 5,0 241 486 723 5,0 249 507 770 5,0 253 514 795 5,0 347 523 822 5,5 233 477 715 5,5 241 497 759 5,5 244 504 783 5,5 341 512 808 6,0 226 469 709 6,0 234 490 749 6,0 237 497 773 6,0 337 504 798

TT11002VP TT11003VP TT11004VP TT11005VP

BAR (^) DV0,1 DV0,5 DV0,9 BAR (^) DV0,1 DV0,5 DV0,9 BAR (^) DV0,1 DV0,5 DV0,9 BAR (^) DV0,1 DV0,5 DV0,

1,0 254 470 891 1,0 293 558 1038 1,0 316 607 1120 1,0 349 653 1171 1,5 223 419 789 1,5 247 484 908 1,5 270 520 997 1,5 285 544 1049 2,0 203 380 721 2,0 220 433 826 2,0 242 474 916 2,0 253 491 969 2,5 187 351 671 2,5 202 397 768 2,5 224 446 856 2,5 234 460 910 3,0 175 329 632 3,0 189 373 723 3,0 210 425 809 3,0 222 441 865 3,5 165 313 599 3,5 178 357 687 3,5 199 410 770 3,5 212 428 827 4,0 157 300 572 4,0 169 345 658 4,0 190 399 738 4,0 206 419 796 4,5 149 291 548 4,5 162 337 633 4,5 183 389 710 4,5 200 412 769 5,0 143 284 527 5,0 156 332 611 5,0 177 381 685 5,0 196 406 745 5,5 137 279 508 5,5 151 328 592 5,5 172 375 663 5,5 193 402 724 6,0 131 275 491 6,0 147 326 576 6,0 167 369 643 6,0 190 399 706

O fluxo interno induz uma entrada de ar no bico através de aberturas laterais. Essa mistura de ar e líquido é então descarregada para fora, com baixa velocidade de saída, criando gotas muito grandes com inclusão de ar e que são bastante resistentes à deriva. As gotas produzidas pelos bicos tipo venturi (indução de ar) podem produzir um tipo de espuma esbranquiçada quando o produto químico possuir uma quantidade suficiente de surfactante ou quando esse tipo de material for incorporado à calda. Em função dessa característica, esse bico é chamado popularmente de “bico de espuma”. Entretanto, para que o ar seja induzido em volume suficiente para dentro do bico, a pressão mínima de trabalho é de 2 a 3 bar. A tabela 8 mostra os dados comparativos do tamanho de gota gerado pelo bico de ar induzido AI TeeJet (Air Induction) em relação ao bico Turbo TeeJet.

FIGURA 11 – Bico assistido por ar induzido (TeeJet Air Induction), em corte, mostrando o sistema de venturi.

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