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DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA, Resumos de Medicina

Apostila sobre Epidemilogia, etilogias, quadro clínico, diagnóstico, exames complementares, tratamento e complicações das Arboviroses.

Tipologia: Resumos

2025

Compartilhado em 09/06/2025

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henrique-lima-sbn 🇧🇷

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DENGUE
EPIDEMIOLOGIA
TUTORIA 2- DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA
Objetivos:
1) Compreender a fisiopatologia, epidemiologia,
diagnóstico e tratamento da dengue, zika e
Chikungunya.
2) Elucidar os sinais de alarme dessas patologias.
A dengue é uma doença febril aguda, causada por um
arbovírus (vírus isolado em artrópodes) do grupo B, do
gênero Flavivirus, da família Togaviridae, transmitido
por artrópodes hematófagos.
Existem quatro sorotipos virais antigenicamente
distintos, designados DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4,
capazes de causar desde febre indiferenciada até
formas graves, das quais se destaca o choque pelo
extravasamento de plasma para o terceiro espaço, bem
como comprometimento grave de órgão-alvo, com
hepatite grave, miocardite, entre outros.
Outras arboviroses de extrema relevância atualmente
são as infecções pelos vírus Chikungunya e Zika, que se
destacam, respectivamente, pela elevada morbidade e
pela síndrome da Zika congênita.
A dengue representa a principal arbovirose do mundo,
sendo hoje considerada um problema de saúde pública
internacional, com hiperendemicidade em vários
centros urbanos localizados em regiões tropicais e
subtropicais.
A doença é endêmica em mais de 100 países e as
Américas, Sudeste Asiático e Oeste do Pacífico são as
regiões mais afetadas, sendo que a região asiática
representa 70% da carga global da doença.
Os mosquitos do gênero Aedes estão entre os vetores
predominantes implicados em sua expansão,
notadamente a espécie Aedes aegypti.
A infecção confere imunidade permanente para o
sorotipo homólogo, e imunidade cruzada transitória
para os demais sorotipos.
No Brasil, desde 2011 circulam os quatro sorotipos
virais, com aumento na incidência, chegando em 2020
a 462,1 casos a cada 100 mil habitantes, com maior
incidência nas regiões Centro-Oeste e Sul.
A incidência da doença no Brasil é predominante em
adultos jovens, sendo que os casos com maior risco de
complicações ocorrem em crianças com idade < 10
anos, idosos e nas infecções causadas pelo sorotipo 2.
Também há uma tendência de maior hospitalização em
indivíduos com idade > 65 anos.
O rus da dengue pertence ao gênero Flavivirus e à
família Flaviviridae. É um vírus RNA, de filamento único,
envelopado e que possui quatro sorotipos: DEN-1,
DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
A proteção cruzada entre eles é apenas transitória, de
forma que uma mesma pessoa pode apresentar a
doença até quatro vezes ao longo da sua vida.
Pode haver coexistência de diferentes sorotipos em
uma mesma região, o que aumenta a chance de se ter
complicações como a febre hemorrágica da dengue.
Em 2010, o sorotipo 4, que há 28 anos não circulava no
Brasil, foi isolado em Roraima. A reintrodução desse
sorotipo no país foi atribuída ao vírus proveniente da
Venezuela, onde ele é endêmico há anos.
O genoma do vírus codifica várias proteínas virais, a
NS1 está presente na fase aguda da infecção e a sua
antigenemia está associada a apresentações clínicas de
maior gravidade. Além disso, a detecção laboratorial
dessa proteína é base de testes diagnósticos na fase
aguda.
A transmissão ocorre quando o mosquito se alimenta
(repasto sanguíneo) do sangue de uma pessoa em
período de viremia. Isso faz com que ocorra a
contaminação do mosquito. Após um período entre 8-
12 dias, a fêmea irá fazer um novo repasto sanguíneo e
estará apta a transmitir a doença a um indivíduo sadio.
O A. aegypti vive aproximadamente 45 dias e, neste
curto período de vida, ele faz de 3 a 4 repastos. No
primeiro repasto, ele se infecta e, após a primeira
semana, poderá transmitir a doença por 3 vezes.
O homem infectado apresenta um período de viremia
desde o início da sintomatologia, com seu pico máximo
em 3 a 5 dias.
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DENGUE

EPIDEMIOLOGIA

TUTORIA 2 - DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA

Objetivos:

  1. Compreender a fisiopatologia, epidemiologia,

diagnóstico e tratamento da dengue, zika e

Chikungunya.

  1. Elucidar os sinais de alarme dessas patologias.
  • A dengue é uma doença febril aguda, causada por um

arbovírus (vírus isolado em artrópodes) do grupo B, do

gênero Flavivirus, da família Togaviridae, transmitido

por artrópodes hematófagos.

  • Existem quatro sorotipos virais antigenicamente

distintos, designados DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4,

capazes de causar desde febre indiferenciada até

formas graves, das quais se destaca o choque pelo

extravasamento de plasma para o terceiro espaço, bem

como comprometimento grave de órgão-alvo, com

hepatite grave, miocardite, entre outros.

  • Outras arboviroses de extrema relevância atualmente

são as infecções pelos vírus Chikungunya e Zika, que se

destacam, respectivamente, pela elevada morbidade e

pela síndrome da Zika congênita.

  • A dengue representa a principal arbovirose do mundo,

sendo hoje considerada um problema de saúde pública

internacional, com hiperendemicidade em vários

centros urbanos localizados em regiões tropicais e

subtropicais.

  • A doença é endêmica em mais de 100 países e as

Américas, Sudeste Asiático e Oeste do Pacífico são as

regiões mais afetadas, sendo que a região asiática

representa 70% da carga global da doença.

  • Os mosquitos do gênero Aedes estão entre os vetores

predominantes implicados em sua expansão,

notadamente a espécie Aedes aegypti.

  • A infecção confere imunidade permanente para o

sorotipo homólogo, e imunidade cruzada transitória

para os demais sorotipos.

  • No Brasil, desde 2011 circulam os quatro sorotipos

virais, com aumento na incidência, chegando em 2020

a 462,1 casos a cada 100 mil habitantes, com maior

incidência nas regiões Centro-Oeste e Sul.

  • A incidência da doença no Brasil é predominante em

adultos jovens, sendo que os casos com maior risco de

complicações ocorrem em crianças com idade < 10

anos, idosos e nas infecções causadas pelo sorotipo 2.

Também há uma tendência de maior hospitalização em

indivíduos com idade > 65 anos.

  • O vírus da dengue pertence ao gênero Flavivirus e à

família Flaviviridae. É um vírus RNA, de filamento único,

envelopado e que possui quatro sorotipos: DEN-1,

DEN-2, DEN-3 e DEN-4.

  • A proteção cruzada entre eles é apenas transitória, de

forma que uma mesma pessoa pode apresentar a

doença até quatro vezes ao longo da sua vida.

  • Pode haver coexistência de diferentes sorotipos em

uma mesma região, o que aumenta a chance de se ter

complicações como a febre hemorrágica da dengue.

  • Em 2010, o sorotipo 4, que há 28 anos não circulava no

Brasil, foi isolado em Roraima. A reintrodução desse

sorotipo no país foi atribuída ao vírus proveniente da

Venezuela, onde ele é endêmico há anos.

  • O genoma do vírus codifica várias proteínas virais, a

NS1 está presente na fase aguda da infecção e a sua

antigenemia está associada a apresentações clínicas de

maior gravidade. Além disso, a detecção laboratorial

dessa proteína é base de testes diagnósticos na fase

aguda.

  • A transmissão ocorre quando o mosquito se alimenta

(repasto sanguíneo) do sangue de uma pessoa em

período de viremia. Isso faz com que ocorra a

contaminação do mosquito. Após um período entre 8-

12 dias, a fêmea irá fazer um novo repasto sanguíneo e

estará apta a transmitir a doença a um indivíduo sadio.

  • O A. aegypti vive aproximadamente 45 dias e, neste

curto período de vida, ele faz de 3 a 4 repastos. No

primeiro repasto, ele se infecta e, após a primeira

semana, poderá transmitir a doença por 3 vezes.

  • O homem infectado apresenta um período de viremia

desde o início da sintomatologia, com seu pico máximo

em 3 a 5 dias.

QUADRO CLÍNICO

  • Após período de incubação, em média de 4 a 10 dias, a

dengue pode evoluir de forma:

  1. assintomática ou como febre indiferenciada
  2. dengue sem sinais de alerta
  3. dengue com sinais de alerta
  4. dengue grave

Febre Febre alta (>38°C)

Duração 2 - 7 dias

Exantema Surge no 3° ao 6° dia

Mialgia (frequência) +++

Artralgia Pouca e baixa

intensidade

Cefaleia +++

Linfonodomegalia +

Conjuntivite raro

Discrasia hemorrágica ++

Acometimento

neurológico

Leucopenia +++

Linfopenia incomum

Trombocitopenia +++

Dengue sem sinais de alerta - - - - - - - - - - -

  • Caracteriza-se pela presença dos seguintes sinais e

sintomas:

o febre alta – geralmente acima de 38°C, de

início abrupto que dura de 2 a 7 dias;

o cefaleia intensa;

o Mialgia;

o Artralgia;

o dor retro orbitária;

o manifestações gastrintestinais;

o anorexia;

o alterações do paladar;

o exantema maculopapular ou

escarlatiniforme;

o prurido.

o Podem surgir manifestações hemorrágicas,

como epistaxe, petéquias, gengivorragia,

metrorragia, entre outras.

Dengue com sinais de alerta - - - - - - - - - -

  • Entre o 3º e o 7º dia do início da doença, mais

frequentemente durante a defervescência, podem

surgir sinais de alerta, que prenunciam evolução

desfavorável da doença:

o vômitos incoercíveis

o dor abdominal intensa e contínua

o hepatomegalia dolorosa

o desconforto respiratório

o sonolência ou irritabilidade excessiva

o hipotermia

o sangramento importante de mucosas

(hematêmese e/ou melena)

o diminuição da diurese

o diminuição repentina da temperatura

corporal.

Dengue grave - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

  • O extravasamento de plasma para o terceiro espaço

repercute em redução do volume intravascular ,

choque e acúmulo de líquidos com desconforto

respiratório , associado a derrames cavitários (derrame

pleural, ascite) e/ou desconforto respiratório.

  • O derrame pleural e a ascite podem ser clinicamente

detectáveis, em função da intensidade do

extravasamento e da quantidade excessiva de fluidos

infundidos.

  • Derrame pleural acharemos a percussão:

o Inspeção: Alargamento dos espaços intercostais e

abaulamento.

o Percussão: Macicez

o Ausculta : MV Abolidos.

o Palpação: Frêmito torocovocal abolido.

  • Ascite teremos os seguintes exames:

o macicez móvel;

o semicírculos de Skoda;

o sinal do piparote.

  • O Choque ocorre quando um volume crítico de plasma

é perdido por meio do extravasamento ou

sangramento, o que geralmente ocorre entre o quarto

ou quinto dia de doença, com intervalo entre o terceiro

e sétimo, geralmente precedido por sinais de alarme.

  • O período de extravasamento plasmático e choque leva

de 24 a 48 horas, devendo a equipe assistencial estar

atenta às rápidas alterações hemodinâmicas.

  • Quando prolongado, o choque leva à hipoperfusão de

órgãos, resultando no comprometimento progressivo

destes, acidose metabólica e coagulação intravascular

disseminada (CIVD).

ETIOPATOGENIA

5 - Hepatomegalia >2 cm abaixo do rebordo costal.

Sangramento de mucosa.

6 - – Letargia e/ou irritabilidade.

  • Há algumas teorias para explicar a patogenia da dengue

grave, entre as quais se destacam:

IMUNOAMPLIFICAÇÃO:

  • A infecção primária por um sorotipo viral leva à

produção de anticorpos não neutralizantes, que, na

presença de infecção secundária por outro sorotipo,

induzem a ligação dos anticorpos prévios ao receptor

Fc das células apresentadoras de antígeno, facilitando

a entrada do vírus na célula e promovendo aumento da

viremia, com consequente agravamento da doença.

  • Essa é a hipótese mais difundida para explicar casos

graves, porém, não explica os casos graves na

primoinfecção , nem os casos leves nas infecções

subsequentes;

  • O virion invade a célula hospedeira, se replica e

produz novos virions (maduros e imaturos), e o ciclo

continua com os virion maduros.

  • Ocorre a produção imunológica e produção de

anticorpos específicos para proteína E e proteínas para

porção Tr da proteína M. No início da resposta ainda é

insuficiente para inocular o vírus completamente,

porém depois de um tempo ocorre essa neutralização

se completa.

  • Os anticorpos neutralizantes produzidos na

primoinfecção impedem a reinfecção subsequente.

  • Com a infecção de um segundo sorotipo,

imunoglobulinas da primeira infecção conseguem

parcialmente neutralizar o novo sorotipo, reafirmo não

completamente, chamados de anticorpos

subneutralizantes.

  • Ainda vai permanecer a capacidade de infecção do

virion, pois parte do seu envelope está livre. O virion do

tipo 2 imaturo, é parcialmente neutralizado por

anticorpos específicos para proteína, esses anticorpos

se ligam a células apresentadoras de antígeno, por

meio, do receptor Fcr.

  • Ocorre a Endocitose do virion, e as enzimas

proteolíticas dentro do endossomo, clivam a proteína

M, permitindo a maturação do vírus, processo de

replicação e fusão.

  • Logo, tanto a célula madura como a imatura que foi

endocitada iram produzir novos vírus e aumentar a

viremia.

  • Além dos anticorpos subneutralizantes, ocorre a

produção de imunoglobulinas especificas para o

segundo sorotipo.

  • O hospedeiro terá dois tipos de imunoglobulina que

irá atuar como anticorpos subneutralizantes que são

capazes de conseguir neutralizar o patógeno. Ocorre a

fagocitose, porém como todo envelope está recoberto

pelas imunoglobulinas ocorrera degradação do vírus.

IMUNIDADE MEDIADA POR CÉLULAS T :

  • antígenos são apresentados às células CD4 e CD8 de

memória, sensibilizados por infecção prévia, levando à

proliferação celular e à ativação de citocinas

próinflamatórias e fator de necrose tumoral α (TNF-α,

do inglês tumor necrosis factor), que atuam no

endotélio vascular , levando ao extravasamento

plasmático observado nas formas graves da doença;

  • os vírus do dengue fazem uma primeira replicação em

células musculares estriadas, lisas e fibroblastos , bem

como em linfonodos locais. Os vírus podem circular

livres, no plasma ou no interior de monócitos/

macrófagos. Sabe-se que os vírus do dengue têm

tropismo por essas células fagocitárias, as quais são os

maiores sítios de replicação viral.

  • Os sintomas gerais do dengue com febre e mal-estar

surgem após período de incubação de dois (2) a sete

(7) dias , coincidindo com a viremia. Esses sintomas

relacionam-se a níveis séricos elevados de citocinas

liberadas por macrófagos ao interagirem com linfócitos

T (LT) helper ativados.

  • Observam-se altos teores séricos de interleucina-2 (IL-
  1. e de seu receptor solúvel, de CD4 solúvel. A IL- 2 , que

ativa as células CD4 e CD8. Outras citocinas liberadas

são IL-6, Il-8, IL-12, TNF-alf.

  • A IL-8 é uma citocina com funções quimiotáticas e sua

função primária é ativar e atrair neutrófilos para os

locais de inflamação.

  • IL-12, citocina produzida principalmente por células

dendríticas (DCs) e fagócitos, é uma das citocinas

responsáveis pela ativação de uma resposta do tipo Thl,

levando à produção de IFN-y e subsequente ativação de

macrófagos, que se tornará um ambiente desfavorável

para a sobrevivência de agentes invasores.

  • As células dentrítricas também são estimuladas a

produzir TNFα quando citocinas endoplasmáticas são

liberadas em resposta a infecções virais. O TNFα

também pode agir ativando as células Natural Killer

(NK) que por meio da liberação de substâncias

chamadas de perforinas, que aumentam a

permeabilidade da membrana plasmática da célula

infectada, levando à lise e a apoptose, da mesma.

  • O TNFα possui uma forte ação sistêmica, induzindo a

hipoglicemia, a fim de diminuir a replicação do

microrganismo invasor.

  • O TNFα é o principal liberador de proteínas de fase

aguda no fígado, como a proteína C-reativa. E é sabido

que níveis séricos elevados de proteína C-reativa estão

associados a maior risco de desenvolvimento de

doenças cardiovasculares, em indivíduos com aumento

de circunferência de abdominal.

  • O TNFα é um dos principais atores na fisiopatologia da

febre, induzindo taquicardia e hipertensão arterial.

  • O TNFα Aumenta a expressão dos receptores MHC I e

II, exacerbando a resposta imunológica frente a um

patógeno.

  • O TNFα, quando tem sua secreção aumentada, parece

possuir relação com a doença cardíaca isquêmica, uma

vez que influencia na geração exacerbada de radicais

livres de oxigênio, no aumento da lesão endotelial e na

ativação de elementos celulares na parede dos vasos e

possivelmente está envolvido na progressão da

aterosclerose;

  • Após a fase febril, grande parte dos pacientes se

recupera progressivamente, com melhora do estado

geral e retorno do apetite.

FASE CRÍTICA - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

  • Pode estar presente em alguns pacientes, sendo capaz

de evoluir para as formas graves. Por essa razão,

medidas diferenciadas de manejo clínico e observação

devem ser adotadas imediatamente.

  • Tem início com a defervescência (declínio) da febre,

entre - três e sete dias do início da doença. Os sinais de

alarme, quando presentes, surgem nessa fase da

doença.

FASE DE RECUPERAÇÃO - - - - - - - - - - - - - -

  • Nos pacientes que passaram pela fase crítica, haverá

reabsorção gradual do conteúdo extravasado, com

progressiva melhora clínica. É importante atentar-se às

possíveis complicações relacionadas à hiper-

hidratação. Nessa fase, o débito urinário normaliza-se

ou aumenta. Podem ocorrer ainda bradicardia e

mudanças no eletrocardiograma.

  • Alguns pacientes podem apresentar rash (exantema)

cutâneo, acompanhado ou não de prurido

generalizado. Infecções bacterianas poderão ser

percebidas nessa fase ou ainda no final do curso clínico.

Tais infecções em determinados pacientes podem ter

um caráter grave, contribuindo para o óbito.

CLASSIFICAÇÃO DE RISCO PARA

PRIORIDADE NO ATENDIMENTO - - - - - - - -

  • A classificação de risco do paciente com dengue é

específica, visando reduzir o tempo de espera no

serviço de saúde e melhorar a assistência prestada ao

paciente.

CHIKUNGUNYA

SINAIS DE CHOQUE:

  • Taquicardia.
  • Extremidades distais frias.
  • Pulso fraco filiforme.
  • Enchimento capilar lento (>2 segundos).
  • Pressão arterial convergente (<20 mmHg).
  • Taquipneia.
  • Oligúria (<1,5 mL/kg/h).
  • Hipotensão arterial (fase tardia do choque).
  • Cianose (fase tardia do choque).

INDICAÇÕES PARA INTERNAÇÃO

HOSPITALAR:

  • Presença de sinais de alarme ou de choque ,

sangramento grave ou comprometimento grave de

órgão (Grupos C e D).

  • Recusa à ingestão de alimentos e líquidos.
  • Comprometimento respiratório : dor torácica,

dificuldade respiratória, diminuição do murmúrio

vesicular ou outros sinais de gravidade.

  • Impossibilidade de seguimento ou retorno à unidade

de saúde por condições clínicas ou sociais.

  • Comorbidades descompensadas ou de difícil controle,

como diabetes mellitus, hipertensão arterial,

insuficiência cardíaca, uso de dicumarínicos, crise

asmática e anemia falciforme.

  • Outras situações a critério clínico.

CRITÉRIOS DE ALTA HOSPITALAR:

  • Estabilização hemodinâmica durante 48 horas.
  • Ausência de febre por 24 horas.
  • Melhora visível do quadro clínico.
  • Hematócrito normal e estável por 24 horas.
  • Plaquetas em elevação.
  • É causada pelo vírus chikungunya (CHIKV), da família

Togaviridae e do gênero Alphavirus.

  • Essa característica faz com que não haja reação cruzada

com os testes diagnósticos de dengue e zika.

  • Além da transmissão vetorial, existe transmissão

congênita, geralmente no intraparto em pacientes com

alta viremia.

MANEJO E SEGUIMENTO

DIAGNÓSTICO

  • Outros sinais e

sintomas descritos na fase

aguda de chikungunya são

dor retro-ocular, calafrios,

conjuntivite sem secreção,

faringite, náusea, vômitos,

diarreia, dor abdominal e

neurite.

  • As manifestações do trato gastrointestinal são mais

presentes nas crianças. Pode haver linfoadenomegalias

cervical, retroauricular, inguinais associadas.

Fase subaguda:

  • Durante esta fase a febre normalmente desaparece,

podendo haver persistência ou agravamento da

artralgia, incluindo poliartrite distal, exacerbação da

dor articular nas regiões previamente acometidas na

primeira fase e tenossinovite hipertrófica subaguda em

mãos, mais frequentemente nas falanges, punhos e

tornozelos.

  • Síndrome do túnel do carpo pode ocorrer como

consequência da tenossinovite hipertrófica (sendo

muito frequente nas fases subaguda e crônica).

Fase crônica:

  • Após a fase subaguda, alguns pacientes poderão ter

persistência dos sintomas, principalmente dor articular

e musculoesquelética e neuropática, sendo esta última

muito frequente nesta fase.

  • Os principais fatores de risco para a cronificação são:

o idade acima de 45 anos, significativamente maior no

sexo feminino;

o desordem articular preexistente;

o maior intensidade das lesões articulares na fase

aguda.

  • Em frequência razoável são vistas manifestações

decorrentes da síndrome do túnel do carpo, tais como

dormência e formigamento das áreas inervadas pelo

nervo mediano (músculos flexores da mão do dedo

médio até o dedo polegar).

  • Em caso de persistência da febre por mais de 5 dias e

aparecimento de sinais de gravidade dos danos

articulares, retornar ao PS.

  • Sinais de gravidade devem ser

pesquisados em todos os

pacientes e podem surgir nas

fases agudas e subaguda:

1 - Acometimento neurológico.

2 - Dor torácica, palpitações e arritmias (taquicardia,

bradicardia ou outras arritmias).

3 - Dispneia.

4 - Redução de diurese ou elevação abrupta de ureia e

creatinina.

5 - Sinais de choque, instabilidade hemodinâmica;

6 - Vômitos persistentes.

7 - Sangramento de mucosas e descompensação de

doença de base.

  • Os pacientes que apresentam sinais de gravidade ou

critérios de internação (neonatos) devem ser

acompanhados em unidades com leitos de internação.

  • O tratamento da dor envolve todas as fases da doença,

e não apenas as fases subagudas e crônicas, devendo

ser efetivo desde os primeiros dias de sintomas.

  • Leucopenia com linfopenia menor que 1.

células/mm3 é a observação mais frequente.

  • A trombocitopenia inferior a 100.000 células/mm3 é

rara. VHS e a PCR encontram-se geralmente elevados,

podendo permanecer assim por algumas semanas.

TRATAMENTO

  • Outras alterações podem ser detectadas, como

elevação discreta das enzimas hepáticas, da creatinina

e da creatinofosfoquinase (CPK). Todavia, são achados

muito inespecíficos e podem aparecer em qualquer

arbovirose.

  • Não há relatos de infecção secundária, pelo fato de o

vírus apresentar um único sorotipo.

  • Do período de incubação até o fim da viremia, é

possível fazer o diagnóstico laboratorial a partir de PCR-

RNA e de cultura do vírus, porém são formas

dispendiosas do ponto de vista de saúde pública.

  • Entre o 5º e 7º dias, já pode ser feito diagnóstico

sorológico (pesquisa de IgM e IgG), mas, em geral, esse

diagnóstico confirmatório é tardio.

  • Não há tratamento antiviral disponível, então o

tratamento é apenas com sintomáticos, hidratação e

suporte clínico.

  • Para pacientes com instabilidade hemodinâmica, é

necessário avaliar as funções renal, hepática e cardíaca,

os sinais e os sintomas neurológicos, a

hemoconcentração e a trombocitopenia e, se

necessário, iniciar, de imediato, a terapia de reposição

de volume e tratar as complicações, conforme o quadro

clínico.

  • Para alta desses pacientes, é necessária a melhora do

estado geral, aceitação de hidratação oral, ausência de

sinais de gravidade e melhora dos parâmetros

laboratoriais.

  • O tratamento das complicações articulares é

semelhante ao de algumas doenças reumatológicas,

com o uso de analgésicos, anti-inflamatórios não

esteroidais, corticoide, hidroxicloroquina, metotrexato

e sulfassalazina.

  • No entanto, na fase aguda os anti-inflamatórios não

hormonais (AINH) não devem ser prescritos como

drogas de primeira linha devido ao risco de

sangramento aumentado desses pacientes.

DOR LEVE (1 a 3):

1 - Dipirona - > 30 a 50 mg/kg/dose de 6h/6h ou 1g de

6h/6h.

2 - Paracetamol-> 500 a 750mg via oral de 4 ou 6h

intervalo. NÃO DEVENDO PASSAR DE 4G AO DIA

(HEPATOTOXICIDADE).

DOR MODERADA A INTENSA (4 A 6):

1 - Combinação de dipirona e paracetamol prescritas

sempre em horários fixos intercalados a cada 3 horas,

em horários alternados.

DOR MODERADA A INTENSA (>7):

1 - Dipirona prescritas conjuntamente, sempre em

horários fixos intercalados a cada 3 horas, em horários

alternados, reavaliação em 90min.

2 - Tramadol 100 mg IV diluído em 100 ml de soro

fisiológico, infundido em 20 minutos. Devido a presença

de náuseas do medicamento associa-se 10 mg de

bromoprida (antiemético) diluído em 8 ml de água

destilada, lento, em bolus.

DOR INTENSA (7 A 10):

1 - Além dos dois analgésicos já descritos deve ser

associado um opioide.

2 - A codeína é opiode e deve ser prescrita na dose de 30

mg a cada 6 horas e pode ser associada a analgésicos.

3 - Oxicodona 10 mg a 20 mg a cada 12 horas. Não usar

dois opioides simultaneamente.

  • O tramadol é uma boa escolha quando se suspeita de

componente neuropático nas dores intensas, pois além

da ação em receptores opioides agem como

antagonista de receptores NMDA (N-metyl-D-

aspartato) envolvidos na cronificação da dor.

  • Os principais efeitos colaterais dos opioides são as

náuseas e a constipação intestinal.

  • A cápsula da oxicodona não deve ser partida sob o risco

de liberação de uma quantidade muito alta da

medicação em um curto intervalo de tempo,

aumentando as chances de efeitos colaterais

importantes.