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TERIAIS E MÉTODOS: Através de tomografia computadorizada da pelve com contraste endovenoso de 46 ... o nível de dois pontos de referência anatô-.
Tipologia: Notas de estudo
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Definição do nível da junção ureterovesical pela tomografia computadorizada Artigo Original
Edison de Oliveira Freire Filho^1 , Alberto Ribeiro de Souza Leão^1 , Júlia Capobianco^2 , Jacob Szejnfeld^3 , Giuseppe D’Ippolito^4
OBJETIVO: Definir o nível da implantação ureteral na bexiga através da tomografia computadorizada. MA- TERIAIS E MÉTODOS: Através de tomografia computadorizada da pelve com contraste endovenoso de 46 pacientes (31 homens e 15 mulheres) com idade entre 18 e 45 anos, com pelo menos um dos ureteres contrastado pelo contraste excretado, medimos as distâncias do meato ureteral até o teto acetabular e a borda superior da sínfise púbica, além do volume da bexiga. Utilizamos o teste t de Student para avaliar se houve diferenças estatísticas entre grupos. RESULTADOS: O nível da implantação ureteral na bexiga foi, em média, 10,6 ± 8,1 mm abaixo do teto acetabular e, em média, 29,7 ± 9,5 mm acima da borda superior da sínfise púbica. Nos pacientes com volume de repleção vesical menor que 200 ml e maior ou igual a 200 ml os níveis da implantação ureteral na bexiga foram, em média, 11,6 ± 7,3 mm e 10,2 ± 8,4 mm abaixo do teto acetabular (p = 0,61) e, em média, 28,3 ± 7,3 mm e 30,3 ± 10,2 mm acima da borda superior da sínfise púbica (p = 0,52), respectivamente, e nos pacientes do sexo masculino e feminino foram, em média, 11,8 ± 8,0 mm e 8,3 ± 8,0 mm abaixo do teto acetabular (p = 0,17) e, em média, 27,7 ± 9,2 mm e 33, ± 8,8 mm acima da borda superior da sínfise púbica (p = 0,34), respectivamente. CONCLUSÃO: Calcifica- ções localizadas abaixo de 3 cm do teto acetabular e abaixo de 1,5 cm acima da borda superior da sínfise púbica provavelmente não representam cálculos ureterais. O grau de repleção vesical e o sexo não interfe- rem significativamente na posição do meato ureteral. Unitermos: Cálculo; Ureter; Obstrução ureteral; Litíase; Tomografia computadorizada por raios X.
Definition of ureterovesical junction level by computed tomography. OBJECTIVE: To define, by means of computed tomography, the level of ureteral implantation into de blad- der. MATERIALS AND METHODS: We have measured the distances from the ureteral meatus to the ac- etabulum, and to the superior margin of the pubic symphysis, as well as the bladder volume, using contrast enhanced computed tomography of the pelvis in 46 patients (31 male and 15 female) in the age range be- tween 18 and 45 years, with at least one of the ureteres filled with excreted contrast material. The Student t test has been applied to determine eventual statistically significant differences between groups. RESULTS: The level of ureteral implantation into the bladder was, on average, 10.6 ± 8.1 mm below the acetabular roof, and 29.7 ± 9.5 mm above the superior margin of the pubic symphysis. In patients with bladder reple- tion volume of < 200 ml and (^) ≥≥≥≥≥ 200 ml, the level of ureteral implantation into the bladder was, respectively, on average, 11.6 ± 7.3 mm and 10.2 ± 8.4 mm below the acetabular roof (p = 0.61), and 28.3 ± 7.3 mm and 30.3 ± 10.2 mm above the superior margin of the pubic symphysis (p = 0.52), and in male and female men patients, respectively, on average, 11.8 ± 8.0 mm and 8.3 ± 8.0 mm below the acetabular roof (p = 0.17), and 27.7 ± 9.2 mm and 33.9 ± 8.8 mm above the superior margin of the pubic symphysis (p = 0.34). CONCLUSION: Calcifications located < 3 cm below the acetabular roof and < 1.5 cm above the superior margin of the pubic symphysis probably do not represent ureteral calculi. Vesical repletion or sex have no significant influence on the ureteral meatus position. Keywords: Calculus; Ureter; Ureteral obstruction; Lithiasis; X-ray computed tomography.
Resumo
Abstract
Diversas anormalidades podem se ma- nifestar clinicamente como dor lombar aguda. Quando esta se localiza preferen- cialmente nos flancos, deve-se considerar
a possibilidade de ureterolitíase, diagnós- tico este que às vezes não pode ser feito apenas com base na história clínica, exame físico e estudos laboratoriais (1). Por aproximadamente 70 anos a urogra- fia excretora foi o método de imagem de es- colha para o diagnóstico de ureterolitíase, porém, nos últimos anos, a tomografia com- putadorizada (TC) sem contraste com cor- tes finos e técnica espiral tem ocupado o seu lugar (1–5). Os estudos com a utilização
Endereço para correspondência: Dr. Edison de Oliveira Freire Filho. Rua Deputado Zeca Pereira, 170, ap. 202, Bairro Grageru. Aracaju, SE, 49040-027. E-mail: eofilho@ig.com.br Recebido para publicação em 22/9/2005. Aceito, após revi- são, em 22/2/2006.
Freire Filho EO et al.
desta técnica iniciaram-se em 1995 com Smith et al. (6)^ e motivaram trabalhos pos- teriores, que obtiveram resultados seme- lhantes e animadores (1,3,4,7–10) , sendo este método bastante utilizado atualmente na prática clínica. A grande dificuldade da TC sem con- traste parece estar na diferenciação das calcificações entre cálculo ureteral e flebó- lito, principalmente na região pélvica. Esta diferenciação é dificultada principalmente em pacientes com pouca gordura retrope- ritoneal e naqueles sem hidronefrose ou hidroureter. A definição do nível da junção uretero- vesical (JUV) ajuda nesta diferenciação, uma vez que calcificações abaixo deste nível não poderiam ser cálculos, além de auxiliar na identificação do ureter distal para que ele seja acompanhado superior- mente e possamos verificar se a calcifica- ção suspeita encontra-se no seu trajeto. Realizamos este trabalho com o objetivo de estabelecer o nível da JUV identificada na TC com contraste, a partir de reparos anatômicos.
Foi realizado estudo prospectivo, trans- versal e observacional, avaliando os exa- mes de TC da pelve com contraste endo- venoso de 46 pacientes (31 homens e 15 mulheres) com idade variando de 18 a 45 anos que apresentaram pelo menos um dos ureteres contrastados ao nível da JUV (Fi- gura 1) e sem queixa urinária. Foram ex- cluídos os pacientes com malformações urinárias, massas pélvicas, antecedentes de parto ou cirurgia pélvica e com deformida- des da bacia de qualquer natureza. Os pa- cientes do sexo masculino com idade su- perior a 45 anos também foram excluídos para evitar possíveis interferências do au- mento do volume prostático. Os exames to- mográficos foram realizados em aparelho helicoidal com cortes contíguos de 5–7 mm de espessura, após a injeção venosa de con- traste iodado na fase de excreção renal e com contrastação ureteral. Um radiologista experiente mediu, em estação de trabalho, as distâncias do nível do meato ureteral até o nível de dois pontos de referência anatô- mica fixos, escolhidos aleatoriamente em virtude da sua fácil identificação: o teto
Figura 1. Caracterização do meato ureteral (JUV) esquerdo na TC com con- traste (seta).
Tabela 1 Distâncias entre o nível da JUV e os níveis da borda superior da sínfise púbica e do teto ace- tabular.
Média Desvio-padrão Valor mínimo Valor máximo
Distância entre o nível da JUV e o nível da borda superior da sínfise púbica
Distância entre o nível da JUV e o nível do teto acetabular 29,7 mm ± 9,5 mm 14,0 mm 50,0 mm
10,6 mm ± 7,9 mm
acetabular (Figura 2A) e a borda superior da sínfise púbica (Figura 2B). Foram consideradas, separadamente, medidas efetuadas em pacientes com reple- ção vesical inferior a 200 ml e igual ou superior a 200 ml e pacientes do sexo mas- culino e feminino. Para avaliar se houve diferenças estatisticamente significantes entre estes grupos, utilizamos o teste t de Student, considerando p < 0,05 como ní- vel de significância, e valores acima, não significantes.
O nível da implantação ureteral na be- xiga foi identificado, em média, 10,6 ± 8, mm abaixo do teto acetabular, variando
entre 5 mm acima do teto acetabular e 30 mm abaixo (Figura 3A), e, em média, 29, ± 9,5 mm acima da borda superior da sín- fise púbica, variando entre 14 e 50 mm acima da borda superior da sínfise púbica (Figura 3B) (Tabela 1). Nos pacientes com volume de repleção vesical menor que 200 ml e maior ou igual a 200 ml os níveis da implantação ureteral na bexiga foram, em média, 11,6 ± 7,3 mm e 10,2 ± 8,4 mm abaixo do teto acetabular ( p = 0,61) e, em média, 28,3 ± 7,3 mm e 30,3 ± 10,2 mm acima da borda superior da sínfise púbica ( p = 0,52), respectivamente (Tabela 2). Quando comparamos os pacientes do sexo masculino com os do sexo feminino, notamos que os níveis da implantação ure-
Tabela 2 Distâncias entre o nível da JUV e os níveis da borda superior da sínfise púbica e do teto ace- tabular de acordo com o grau de repleção da bexiga.
Volume da bexiga Média Desvio-padrão
Distância entre o nível da JUV e o nível da borda superior da sínfise púbica*
Distância entre o nível da JUV e o nível do teto acetabular† < 200 ml 28,3 mm ± 7,3 mm
≥ 200 ml 30,3 mm ± 10,2 mm
< 200 ml 11,6 mm ± 7,3 mm
≥ 200 ml 10,2 mm ± 8,4 mm *p = 0,52 (não-significante); †p = 0,61 (não-significante).
Freire Filho EO et al.
Devido ao seu elevado valor preditivo negativo, a TC sem contraste pode excluir com segurança a possibilidade de cálculo ureteral, e muitas vezes pode determinar a existência de causas extra-urinárias não suspeitadas de dor abdominal aguda, que incluem apendicite, diverticulite, torção de massa pélvica, aneurisma roto de aorta abdominal, pancreatite, apendicite epiplói- ca, entre outras menos freqüentes. Além disso, pode demonstrar obstrução ureteral de causa extra-urinária, por exemplo, na presença de massas retroperitoneais (15). A maior dificuldade da TC sem contras- te parece estar na diferenciação entre cál- culo ureteral e flebólito, principalmente na região pélvica (Figura 4). No entanto, é possível diferenciá-los na maioria dos ca- sos utilizando-se como parâmetro a pre- sença de um fino anel ao redor do cálculo, correspondendo à parede ureteral (sinal do halo) (Figura 4). Outra maneira descrita é definindo-se se a calcificação encontra-se realmente no trajeto do ureter acompanhan- do-o nos cortes tomográficos superiores desde a junção ureteropiélica e nos cortes tomográficos inferiores até a JUV (11,12). Mesmo assim, em alguns casos não é pos- sível distinguir estas duas calcificações, sendo necessário recorrer à injeção de con- traste na TC (Figura 5) ou à urografia ex- cretora. Utilizando-se dois pontos de referência anatômica fixos tentamos definir o nível de implantação do ureter na bexiga com o objetivo de auxiliar na diferenciação de
cálculos ureterais distais de flebólitos pél- vicos, diferenciação esta responsável pelo maior número de resultados falso-positivos e falso-negativos nos exames de TC sem o uso de contraste venoso. Temos consciência de que a definição de uma distância exata da JUV para estes reparos anatômicos seria impossível, levan- do-se em conta as diferenças anatômicas e físicas próprias do corpo humano. É de se esperar que pessoas com, por exemplo, estaturas ou conformações da bacia dife- rentes tenham variações nestas medidas feitas neste estudo. Diferentemente de tentar definir uma distância exata, tentamos definir um inter- valo em que a JUV deve ser procurada e uma distância máxima em que provavel- mente ela não estará mais. Dessa forma, podemos observar, em nossa amostra, que em apenas dois pacientes a JUV se encon- trava acima do teto acetabular e em nenhum paciente ela se encontrou a mais de 3 cm abaixo deste reparo anatômico. Em relação à borda superior da sínfise púbica, notamos que, em nossa amostra, nenhum dos urete- res se implantou abaixo deste reparo ana- tômico, ficando entre cerca de 1,5 cm a 5, cm acima dela. Avaliamos eventuais interferências do grau de repleção vesical e diferenças decor- rentes da anatomia em sexos diferentes, que não apresentaram significância estatís- tica. Anulamos neste estudo eventuais in- terferências que poderiam ocorrer decor- rentes do aumento prostático em homens
A identificação do cálculo com base na densidade não representa dificuldade. Vir- tualmente, todos os cálculos apresentam-se radiopacos na TC, mesmo os de ácido úri- co, que têm densidade variando entre 300 e 400 UH (8). As únicas exceções são os cálculos gerados pela deposição de inibi- dores de protease (Indinavir), que devem ser considerados em pacientes em trata- mento para vírus da imunodeficiência hu- mana e com sinais obstrutivos indiretos do sistema coletor renal (11,13). Estudos realizados desde Smith et al. (6) , em 1995, obtiveram valores preditivos ne- gativos de 91% a 100%, valores preditivos positivos de 96% a 100%, sensibilidade de 95% a 100% e especificidade de 92% a 100%, para a detecção de cálculos ureterais pela TC espiral sem contraste (4) , com exce- lente reprodutibilidade, independentemente do grau de experiência do radiologista (1,9).
Figura 4. Cálculo em ureter distal esquerdo (seta) e flebólito pélvico à direita (cabeça de seta). Notar halo com atenuação de partes moles em volta do cálculo ureteral (sinal do halo).
Figura 5. Calcificação pélvica em trajeto ureteral à esquerda (A) em paciente com queixa de dor lombar deste lado. Após a injeção de contraste venoso nota- se opacificação do ureter passando junto à calcificação (B), que representava apenas um flebólito.
Definição do nível da junção ureterovesical pela tomografia computadorizada
mais velhos com elevação do assoalho ve- sical, alterações no nível do assoalho pél- vico decorrentes do parto e alterações ana- tômicas e estruturais decorrentes de cirur- gias pélvicas pregressas. Todos esses fato- res devem ser levados em consideração na prática diária ao se interpretar os exames desses tipos de pacientes. É importante ob- servar que estudos com número maior de pacientes e correlacionando outras variá- veis, como multiparidade, altura dos pa- cientes e aumento do volume prostático, serão necessários para validar esses resul- tados iniciais. Na tentativa de se definir um “número mágico” podemos inferir, baseando-se nos nossos dados, que calcificações localizadas abaixo de 3 cm abaixo do teto acetabular (Figura 6A) e abaixo de 1,5 cm acima da borda superior da sínfise púbica (Figura 6B) não representam cálculos ureterais.
O nível da JUV localiza-se, em média, 29,7 mm acima da sínfise púbica e 10, mm abaixo do teto acetabular, podendo este dado ajudar na diferenciação entre cálculo ureteral distal e outras calcificações pélvi- cas. Calcificações localizadas abaixo de 3
cm do teto acetabular e abaixo de 1,5 cm acima da borda superior da sínfise púbica provavelmente não representam cálculos ureterais. O grau de repleção vesical e o sexo não interferem significativamente na posição do meato ureteral. REFERÊNCIAS
Figura 6. Calcificações localizadas abaixo de 3 cm abaixo do teto acetabular (A) e abaixo de 1,5 cm acima da borda superior da sínfise púbica (B) não repre- sentam cálculos ureterais.