Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Curso de Educação Ambiental: Elaboração e Implementação de Projetos, Notas de estudo de Biologia

Um curso sobre educação ambiental, com ênfase na elaboração e execução de projetos. Aborda tópicos como a utilização de referências, conceitos importantes, elaboração técnica, levantamento de custos, equipe e exemplos de projetos. Além disso, discute a importância de gerar benefícios ambientais e lucros financeiros.

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 19/10/2010

Kaka88
Kaka88 🇧🇷

4.5

(262)

397 documentos

1 / 63

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
CURSO: PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
MÓDULO 1
- Introdução
Este curso foi desenvolvido com o objetivo de atender educadores,
profissionais que atuam com educação ambiental e gestores, para que ofereça os
subsídios necessários para a implementação de projetos de educação ambiental em
escolas, parques, zoológicos, instituições, associações de bairro, etc.
Outro motivo do desenvolvimento deste curso, foi o sucesso de dois livros
escritos pelos autores deste curso, que foram: “Práticas de Educação Ambiental”
lançado em 2005 e “NOVAS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL”, lançado em
2007. Devida a grande demanda por estes livros, sendo que os mesmos se
encontram esgotados e não existe interesse em editá-los novamente. Os seus
conteúdos foram atualizados com novas informações e transformados neste curso.
Dedicamos este trabalho a todas as pessoas que se sensibilizaram com as
questões ambientais. Qualquer iniciativa que favoreça o meio ambiente é bem vinda.
Hoje temos consciência de que os recursos naturais são finitos e nossas
necessidades e desejos parecem ser infinitos. Cabe a nós, seres humanos, praticar
a economia da natureza.
Dedicamos este trabalho a todos aqueles, que mesmo sem conhecimentos
teóricos, se dedicam à preservação, à proteção e recuperação dos ambientes
naturais.
Dedicamos este curso, a você! Parabéns por se interessar pelo tema. Se você
nunca havia pensado no assunto, vamos lhe dar muitos motivos para pensar. Somos
parte de um todo, como a célula para os organismos vivos.
Este curso apresenta informações importantes sobre a elaboração e
execução de projetos em educação ambiental e exemplos de projetos realizados
com sucesso.
Na parte técnica são abordados os seguintes tópicos:
- Utilização de referências para o projeto.
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e
pf2f
pf30
pf31
pf32
pf33
pf34
pf35
pf36
pf37
pf38
pf39
pf3a
pf3b
pf3c
pf3d
pf3e
pf3f

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Curso de Educação Ambiental: Elaboração e Implementação de Projetos e outras Notas de estudo em PDF para Biologia, somente na Docsity!

CURSO: PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

MÓDULO 1

- Introdução Este curso foi desenvolvido com o objetivo de atender educadores, profissionais que atuam com educação ambiental e gestores, para que ofereça os subsídios necessários para a implementação de projetos de educação ambiental em escolas, parques, zoológicos, instituições, associações de bairro, etc. Outro motivo do desenvolvimento deste curso, foi o sucesso de dois livros escritos pelos autores deste curso, que foram: “Práticas de Educação Ambiental” lançado em 2005 e “NOVAS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL”, lançado em

  1. Devida a grande demanda por estes livros, sendo que os mesmos se encontram esgotados e não existe interesse em editá-los novamente. Os seus conteúdos foram atualizados com novas informações e transformados neste curso. Dedicamos este trabalho a todas as pessoas que já se sensibilizaram com as questões ambientais. Qualquer iniciativa que favoreça o meio ambiente é bem vinda. Hoje temos consciência de que os recursos naturais são finitos e nossas necessidades e desejos parecem ser infinitos. Cabe a nós, seres humanos, praticar a economia da natureza. Dedicamos este trabalho a todos aqueles, que mesmo sem conhecimentos teóricos, já se dedicam à preservação, à proteção e recuperação dos ambientes naturais. Dedicamos este curso, a você! Parabéns por se interessar pelo tema. Se você nunca havia pensado no assunto, vamos lhe dar muitos motivos para pensar. Somos parte de um todo, como a célula para os organismos vivos. Este curso apresenta informações importantes sobre a elaboração e execução de projetos em educação ambiental e exemplos de projetos realizados com sucesso. Na parte técnica são abordados os seguintes tópicos:
- Utilização de referências para o projeto. 
  • Conceitos importantes na elaboração de projetos.
  • Elaboração do projeto técnico.
  • Levantamento de custos do projeto.
  • Conceitos de duração e continuidade do projeto.
  • A equipe para projetos de EA.
  • Exemplos de projetos de EA com sucesso.

Alguns educadores costumam afirmar que não existe uma fórmula ou receita para se executarem boas ações de aprendizagem. Estão certos. Não existe uma receita, existem várias. Cabe ao educador analisar cada uma, observando seus pontos positivos, sua dinâmica e seus objetivos. Atualmente vivemos na sociedade da comunicação. Com todos os recursos e mídias que dispomos, não podemos ter uma visão extremamente simplista acreditando que “Nada que os outros fizeram dará certo em minha comunidade, pois somos diferentes”. Ao desconsiderar outros projetos, perdem-se importantes informações sobre ações que antecederam ao que você pretende realizar. Cada projeto, aqui mencionado foi realizado dentro de um contexto sócio- cultural, portanto uma ação realizada com sucesso em determinada localidade, pode não apresentar o mesmo resultado se aplicado em outro contexto ou aplicado de outra forma. Assinalamos ser de grande importância, ao educador que se propõe a aplicar uma das ações aqui citadas, entrar em contato com instituições ou profissionais executores de cada proposta para verificar os preparativos, as dificuldades, as parcerias realizadas e os resultados obtidos inerentes a cada proposta. Para o desenvolvimento deste curso, nossa equipe entrou em contato com diversas ONGs, Associações de Moradores, Secretarias Municipais, Secretarias de Governo dentre outras instituições. Para nossa surpresa, o Brasil tem avançado muito na Educação Ambiental, porém, pouca troca de informação existe, passando despercebidas ações de grande importância e ricas de resultados.

CAPÍTULO 1 A TERRA

Europa viu grande parte de suas florestas desaparecerem nos fornos das fábricas. A Europa moderna não possui florestas naturais, todas foram consumidas em nome do desenvolvimento industrial. O século XX, sem dúvidas, tornou-se um marco nas questões ambientais, nunca se destruiu tanto quanto neste século. O crescimento dos meios de transportes via terra, ar e mar, todos consumindo combustível fóssil, geradores de calor e poluentes na atmosfera tem contribuído para o aumento da temperatura terrestre. A necessidade de geração de energia levou à construção de uma enormidade de hidrelétricas, este processo destruiu ecossistemas nunca mais recuperados. As necessidades humanas criadas são irreversíveis. Como viver hoje sem a luz elétrica? Impossível. O ser humano criou uma complexidade de sistemas que se entrelaçam para ter conforto e modernidade. Outro complicador é a quantidade de seres humanos que habitam o planeta. A terra é um bem limitado para atender as necessidades ilimitadas. A distribuição dos homens no planeta é desigual causando impactos em determinadas regiões, enquanto outras permanecem com baixa densidade populacional. Atualmente, estatísticas mostram que há mais de 6,6 bilhões de seres humanos sobre o planeta (WIKIPÉDIA,2009), vivendo em condições variadas de vida. A maioria da população vive em centros urbanos como Nova York, São Paulo, Cidade do México, Pequim e outras. São grandes concentrações humanas gerando grandes problemas ambientais e colapso no fornecimento dos recursos naturais básicos, como por exemplo, a água. A principal questão na atualidade é: Como gerir os recursos naturais para que estes possam atender nossas necessidades constantemente sem que ocorra a exaustão? A resposta para este questionamento demanda estudo, vontade política, envolvimento dos elementos que estão nos centros de poder, educação ambiental em todos os âmbitos da sociedade, mudança de hábitos, conscientização com ação e tantas outras ações ainda não pensadas. A terra é um planeta único, dotado de um ecossistema em equilíbrio. As alterações provocadas pelas ações humanas podem tornar-se irreversíveis gerando danos permanentes. Por ser um organismo vivo ela necessita de cuidados básicos, devendo ser tratada com inteligência. Apesar da evolução do homem em todos os campos da ciência, não conseguimos evitar a relação parasitária diante do planeta. Os homens tornaram-se

parasitas não simbióticos exaurindo sua fonte de vida podendo levar o seu hospedeiro a morte.

CAPÍTULO 2 SUSTENTABILIDADE E PROJETOS SUSTENTÁVEIS

Sustentabilidade: Muito se tem falado sobre sustentabilidade, porém são poucas as ações produtivas realizadas pelo ser humano que são sustentáveis. FURRIELA, (2001) Ressalta que: Entende-se por consumo sustentável o consumo de bens e serviços promovido com respeito aos recursos ambientais, que se dá de forma que garanta o atendimento das necessidades das gerações atuais, sem comprometer o atendimento das necessidades das futuras gerações. A sustentabilidade possui várias visões, tais como a sustentabilidade ambiental, política, econômica, ética, etc. A produção agrícola do Brasil é conduzida de maneira que, em algum momento poderá se tornar insustentável. No início da ocupação agrícola e criação extensiva de bovinos, grandes áreas foram desmatadas e transformadas em lavouras ou pastos. Atualmente todas as regiões brasileiras apresentam sintomas de empobrecimento do solo e desertificação. A criação extensiva de bovinos levou à monocultura de pastagens, o pisoteamento do solo pelos animais produz compactação e impedimento da permeabilidade das águas de chuvas, ocorrendo posteriormente erosões, diminuição do abastecimento dos lençóis freáticos (águas de subsolo). Em unidades agrícolas ocorre a produção de grãos, carne, leite, etc. Nas cidades estes produtos são consumidos e o lixo que produzimos vai para o aterro sanitário (este é o destino considerado mais correto). Segundo a PNSB 2000 (Pesquisa Nacional de Saneamento Básico) na cidade do Rio de Janeiro, a geração média de lixo per capita é de 1,5 kg/hab.dia. No Brasil, a média segundo o mesmo órgão é de 0,68 kg/hab/dia de lixo domiciliar. Ora, a matéria não se cria e nem se destrói. Estamos exaurindo grandes áreas com o objetivo de manter a população das cidades. Em Goiânia, o aterro sanitário terá espaço físico para atender a demanda do lixo produzido até o ano de 2009. Após este período, será necessária outra área, compatível com esta função.

possuem grande faturamento auferido da população e a ela nada retribuem (algumas nem mesmo com bom atendimento). c) projetos realizados com recursos próprios: Estes são os projetos que mais dão certo. Não dependem de patrocinadores, não estão atrelados a nenhum segmento político e, se possuírem bons objetivos, podem dar lucro. Um grande exemplo desta categoria de projetos são os que realizam reciclagem. Devemos pensar que o grande obstáculo às boas práticas ambientais é o ganho financeiro que é proporcionado pelas atividades produtivas. Apresentamos então a seguinte questão: Somos capazes de criar atividades que geram ganhos financeiros e ao mesmo tempo preservem o meio ambiente? Isto é algo impensável pela maioria das pessoas, porém é este o grande desafio. Ao vencê-lo, certamente os capitalistas e os destruidores do meio ambiente com a motivação do lucro, serão capazes de mudar de atitude, com o objetivo de ter mais lucro. Você deve estar se perguntando: Como isto será possível? Nos consideramos EDUCADORES, e devemos agir como tal. A principal função do educador é mostrar o caminho correto. Um educador de sucesso e com influência em sua comunidade é aquele que é criativo, inovador e que está a frente do seu tempo. Por mais incomum que um projeto pareça devemos acreditar que é possível dar certo, e precisamos convencer as pessoas disso. Criamos um capítulo especial neste curso, descrevendo alguns projetos economicamente sustentáveis.

Sustentabilidade social: A sustentabilidade social de um projeto de educação ambiental está relacionada com vários fatores, são eles: a) Inclusão: O projeto, ao ser realizado em determinada comunidade, escola ou instituição, deve incluir as pessoas. Desta forma deve permitir a participação de todos sem realizar nenhum tipo de discriminação. b) Materiais de participação: O projeto deve possibilitar a todos, os materiais necessários para participar do projeto. Isto compreende todos os materiais que serão utilizados durante as atividades do projeto, incluindo materiais para a

realização de oficinas e quaisquer outros tipos de atividades. Aqui chamamos a atenção para o uso de recipientes para a coleta seletiva. Visitamos um projeto em uma instituição de ensino onde foram colocados recipientes de coleta seletiva e realizada campanha de esclarecimento apenas na reitoria e em alguns departamentos de prestigio. Os locais onde efetivamente se produzia muito lixo não foram contemplados. c) Participação: Para possibilitar a participação das pessoas, é necessário que elas saibam que o projeto vai acontecer. Outra questão importante é saber ouvir as pessoas. As opiniões que surgem durante o projeto são muito importantes para que os objetivos possam ser alcançados. Caso você tiver oportunidade de ouvir as pessoas antes de executar o projeto, tanto melhor, pois assim você poderá contemplar os anseios da comunidade e não apresentar apenas uma proposta que um pequeno grupo “achou” que estava adequada. Esta dinâmica pode ser feita através de um questionário, o que inclusive, vai ficar documentado.

CAPÍTULO 3 UTILIZAÇÃO DE REFERÊNCIAS PARA O PROJETO

É admirável o poder da história. Um desatento poderá considerar apenas como algo distante, uma narrativa de fatos que já aconteceram. Outros estudam seus ciclos pesquisando fatos e suas razões. A história pode ser capaz de nos prevenir sobre ações que obtiveram ou não sucesso em virtude do contexto em que estavam inseridas, da estratégia utilizada, das alianças criadas, etc. Desta forma, ao elaborar um projeto, é necessário que sejam procuradas referências de outros projetos que tenham abordado temáticas semelhantes. É importante estudar particularidades, tais como:

  • Qual o público-alvo do projeto e sua quantidade.
  • Qual a metodologia utilizada.
  • Quais parceiros participaram do projeto.
  • Qual foi a opinião da comunidade abrangida pelo projeto.
  • Quantas ações foram realizadas pelo projeto.
  • Quais os locais escolhidos para realizar o projeto.
  • Quais as dificuldades encontradas pela equipe executora do projeto.
  • Quais foram as pessoas que executaram o projeto e qual a sua qualificação.

CAPITULO 4

FATORES INERENTES AO PROJETO

Antes de começar a ser escrito, o projeto deve considerar seus FATORES INERENTES, que também podemos denominar de LINHAS GERAIS DO PROJETO. Os principais são: A) Qual a situação ou problema ambiental será abordado pelo projeto? O projeto deve ter um OBJETIVO DIRETO. Todo o projeto deve possuir um objetivo, uma questão principal a ser resolvida. Ao resolver esta questão, o projeto interferirá positivamente em outras questões relacionadas ao problema abordado. A estas outras questões chamamos de OBJETIVOS INDIRETOS, e devem ser relacionadas no projeto. Dependendo da problemática, serão definidas as metas julgadas eficientes para a resolução ou minimização das questões. É importante saber que recomenda- se que seja abordado apenas um problema principal, que pode estar dentro de um contexto bem maior, porém o projeto deve possuir limitações para que tenha sucesso em seus objetivos. Outro projeto pode ser desenvolvido em seqüência, para resolver problema que não foi abordado pelo projeto anterior. b) Qual será o público-alvo do projeto? A escolha do público-alvo é muito importante, pois desta escolha irão partir os métodos e ações a serem utilizadas durante o projeto. Para se trabalhar com públicos distintos, por exemplo: crianças e adultos, é necessário utilizar linguagem, material visual, explicações, dinâmicas, etc. diferenciadas para cada grupo. Deve ser considerada a QUANTIDADE DE SUPORTE do projeto. Assim deve ser definido um número de pessoas a serem atendidas pelo projeto em cada comunidade ou em cada ação. Esta informação deve ser embasada no seguinte:

  • qual a capacidade de atendimento dos executores do projeto;
  • qual a quantidade de materiais disponíveis;
  • qual a capacidade de ocupação do local onde será realizado o projeto. c) Quais são as fontes de recursos financeiros do projeto? É exatamente neste ponto que muitos projetos fracassam. Muitas instituições possuem dificuldades em realizar com sucesso seus projetos de

educação ambiental pelo simples fato de não possuírem recursos financeiros para a implementação ou continuidade do projeto. Infelizmente, poucas são as empresas que investem neste tipo de projeto, mesmo as que trabalham diretamente com o meio ambiente e vendem produtos agrícolas, orgânicos ou não, tais como verduras, frutas, cereais, etc. Um exemplo deste descaso são as grandes redes de supermercados e as cerealistas. Por outro lado, imaginamos que muitas empresas e entidades, desejam ter seu nome associado a ações ambientais bem sucedidas e de impacto. Falta-nos apenas a habilidade para procurá-las ou terceirizar esta negociação para um consultor. d) Qual a duração do projeto? Imagine um projeto que será executado numa única oportunidade, utilizando uma ou duas horas do dia. Este tipo de projeto deve possuir um objetivo muito pequeno ou simplesmente não atingirá seus objetivos. Não devem ser executados projetos que visem apenas uma parte da ação educacional, ou seja, apenas a parte prática ou apenas a parte teórica. Este tipo de projeto causa repercussão negativa na comunidade. As pessoas relatam: “Não entendi direito o que eles queriam com aquilo...” A duração de um projeto é muito importante, pois ele deve durar tempo suficiente para ser capaz de solucionar a problemática para a qual foi proposto. Devemos entender também que a ação prática do projeto é uma parte do projeto que deve ter sido antecedida por palestras, explicações, resolução de dúvidas, explicação dos objetivos, etc. É importante salientar que as pessoas aguardam ansiosamente a parte prática do projeto, pois é nela que realmente irão aprender fazendo. Sentem muito prazer com isso, assimilam as idéias e passam a defendê-las. e) Quem vai executar o projeto? É muito importante saber quais serão os membros da equipe executora do projeto. Desta equipe provém o sucesso ou fracasso do projeto. A equipe deve estar capacitada a resolver problemas que podem surgir no momento de cada ação. Devem ter uma qualificação mínima para executar o que o projeto propõe. Não é aconselhável mudar membros da equipe executora durante a vigência do projeto.

QUANTITATIVA: Levantamento de quantas pessoas assistiram as palestras, quantas pessoas participaram da atividade prática, quantas árvores foram plantadas, quantos kg de lixo foram coletados, etc. QUALITATIVA: Deve relatar a “qualidade” do conhecimento adquirido pelos participantes do projeto de educação ambiental. É indispensável uma reunião ao final do projeto com os executores e os participantes, onde cada um relatará o que aprendeu, suas considerações e o que espera para o futuro. Pode ser aplicado um questionário para avaliação dos resultados. Deve-se retornar ao local de execução do projeto periodicamente para verificar se a problemática proposta foi resolvida. No caso de empreendimentos (barragens, lagos artificiais, rodovias etc) os indicadores qualitativos devem apontar a existência ou não de conflitos entre trabalhadores e comunidades locais, a conformidade com as normas e cuidados ambientais na construção; o nível de satisfação das famílias reassentadas com as novas tecnologias propostas e na melhoria da qualidade de vida, etc. Podem ser utilizados ainda outros métodos qualitativos. A avaliação do projeto deve ser continuada, ou seja, ser realizada antes do projeto, durante e depois. Assim, podemos comprovar o que efetivamente foi compreendido. ALERTA: Não considerar corretamente os FATORES INERENTES AO PROJETO é um erro grave, e que, infelizmente, não é percebido pela equipe que desenvolveu o projeto. Assim, não é raro vermos “projetos” que se propuseram a realizar ações únicas e pontuais em comunidades. Quando se pretende solucionar ou pelo menos minimizar um problema ambiental, não se pode pensar em ações únicas. As pessoas levam tempo para mudar ou se adequar a uma nova mentalidade. Em nossos estudos, encontramos comunidades onde as pessoas falavam: “Lá vem outro projeto... Será que este vai resolver alguma coisa?” Ou ainda: “Será que vai ter café da manhã e camiseta do projeto?”. É incrível como alguns órgãos governamentais imaginam que todas as comunidades passam fome! Inserem algum tipo de “chamariz” no projeto, talvez por saberem que o projeto pouco possui de qualitativo para oferecer. Deseja colocar algum atrativo além da voz monótona do seu palestrante? Utilize um filme ecológico, uma oficina, um animador. Brindes não são proibidos,

porém não devem ser alardeados. Apenas não desejamos que seu projeto fique vazio após o intervalo do café. Infelizmente existem instituições que realizam uma palestra ou ação e nunca mais voltam para aquela comunidade, nem mesmo para saber se houveram resultados positivos. Melhor seria que este tipo de projeto não fosse realizado. Desta forma a clientela não teria uma visão deturpada de projetos de educação ambiental. Certa vez escutamos de um ribeirinho: “Aquele povo nunca mais voltou, então as pessoas voltaram a pescar de forma incorreta”. “Aquele povo” a quem o ribeirinho se referia pertencia a uma instituição de combate à pesca predatória. Portanto, antes de elaborar o projeto deve-se ter a consciência que se gasta muito mais tempo elaborando do que executando um bom projeto. A consciência mais necessária ao educador é a de saber que a educação ambiental é algo muito sério.

CAPÍTULO 5 ELABORAÇÃO DO PROJETO TÉCNICO

Para elaborar um projeto técnico, em particular, de educação ambiental, existe uma estruturação mínima a ser seguida. Aqui abordaremos tópicos importantes que devem estar presentes neste tipo de projeto, pelos seguintes motivos:

  1. Facilita a compreensão do projeto pela equipe executora, que poderá dar informações aos clientes da Educação Ambiental, patrocinadores, parceiros, etc. Esta compreensão também é importante para a resolução de problemas que podem surgir ao longo da execução do projeto.
  2. Viabiliza o emprego de materiais educacionais destinados a execução do projeto; isto porque nele deve estar expresso a quantidade de pessoas a serem atendidas, faixa etária, e outros recursos educacionais que podem ser utilizados, inclusive o número de monitores e palestrantes.
  3. Possibilita ao parceiro e ao patrocinador uma noção exata de datas, locais e forma de execução do projeto. Sendo ainda prevista a forma de divulgação do projeto e formas de divulgação de patrocinadores no projeto.
  4. Determina antecipadamente a forma mais correta de realizar a avaliação do projeto; que pode ser do tipo comparativo (antes/depois) da execução, ou através de questionários, levantamentos, análises de qualidade, etc.

provocadas na clientela de Educação Ambiental; reflexões que deverão ser utilizadas, etc.

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO: Neste tópico, devem ser determinadas todas as datas de realização do projeto, estabelecendo-se um cronograma, conforme o modelo abaixo; assinalando com “X” os períodos com atividade programada.

PERÍODO Atividade Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Levantamento X X X X E. Ambiental X X X X X X X Visitas Periódicas

X X X X X X X X X

Caso for necessário, além do cronograma, podem ser destacadas datas especiais.

CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO: Este é um ponto importantíssimo do projeto. Este levantamento é realizado baseando-se nas informações relacionadas nos “Fatores Inerentes ao Projeto”, tais como número de pessoas, local, materiais necessários, etc.

Assim devem ser organizados todos os custos do projeto, divididos em três categorias: Material de consumo: São os materiais utilizados pelo projeto, que serão gastos. Entram nesta categoria os folders, cartazes, gasolina, papel, cartolina, lápis de cor, materiais educacionais (apostilas), etc. Material fixo: Aqui são relacionados todos os materiais que não serão consumidos pelo projeto. Nesta categoria se encaixam: Veículos, canoas, motores, computadores, data-show, projetores de slides, mesas, ferramentas, barracas, GPS, etc. Esta distinção é importante, pois este tipo de material pode ser fornecido por empréstimo através de instituições parceiras. Pessoal: São relacionados todos os profissionais que serão remunerados, desde a elaboração do projeto até a sua avaliação final.

Os valores a serem pagos devem respeitar quem efetivamente atuar na execução do projeto e sua gestão técnica, executiva e administrativa bem como aqueles que lhes prestarem serviços específicos, respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado na região onde exercerem suas atividades. No caso de trabalho voluntário; este fato deve ser mencionado no projeto, informando quais profissionais atuarão desta forma; anexando declarações assinadas pelos mesmos, informando desta forma de trabalho. Administração: Neste tópico são relacionados gastos com telefone, fax, correspondências, protocolos, etc. Muita atenção! Existem instituições financiadoras que limitam este tipo de gasto a 10% (dez por cento) do valor total do projeto. Outras instituições não admitem os “Gastos Administrativos”, neste caso as despesas deste item devem ser relacionadas juntamente com o “Material de Consumo”. Os custos do projeto devem ser organizados em tabelas, com sub-totais para cada uma. Deve estar especificado o período de tempo onde será necessário o valor financeiro correspondente à atividade a ser realizada.

A iniciativa da Prefeitura Municipal de implantar a Vila Ambiental proporcionou importante fonte de informações técnicas relacionadas com o meio ambiente e preservação. Grupos de pessoas e escolas podem realizar agendamento de visitas, é realizado com o objetivo de apresentar programação específica para a faixa etária e organização do espaço.

Objetivos: Direto: Conscientizar os grupos de visitantes sobre a importância dos recursos naturais, dos seres vivos e do meio ambiente como um todo. Indiretos:

  • Realizar oficinas interativas de reciclagem de materiais.
  • Prestar informações sobre os seres vivos que habitam o parque e sua interação com o ser humano.
  • Educar através de apresentações lúdico-pedagógicas, tais como teatrais e palestras informativas.

Materiais e métodos: Os grupos que agendam visitas a Vila Ambiental são recebidos pela equipe de educação ambiental, e são logo encaminhados para uma breve palestra, no Anfiteatro Natural (Figura 01).

FIGURA 01: Anfiteatro natural do parque Areião Fonte: Instituto Biosfera (2007)

Após a palestra é realizada uma caminhada pela trilha ecológica, onde um biólogo e uma educadora apresentam os seres vivos que vivem no parque, sendo eles plantas e animais (Figura 02).

FIGURA 02: Anfiteatro natural do parque Areião Fonte: Instituto Biosfera (2007).

Após a trilha, outras atividades podem ser realizadas pelos visitantes. Muitos preferem a Sala de Brinquedos Tradicionais (Figura 03).

FIGURA 03: Brinquedoteca Fonte: Instituto Biosfera (2007)