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Este projeto de leitura propõe uma análise crítica de crônicas indígenas escritas por daniel munduruku, com o objetivo de desconstruir estereótipos e promover a reflexão sobre a cultura e a história dos povos indígenas. O projeto aborda temas como a colonização, a contemporaneidade, a cultura ancestral e a importância de se referir às etnias indígenas pelo nome. As atividades propostas exploram a leitura crítica, a análise de recursos expressivos e a pesquisa de temas relacionados às diversas áreas curriculares.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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VEREDAS
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O que é, o que é, Uma árvore bem frondosa Doze galhos, simplesmente Cada galho, trinta frutas Com vinte e quatro sementes?^1
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Daniel Munduruku nasceu em Belém do Pará e cresceu em meio à tribo indígena dos Mundu- rukus. Formado em Filosofia, foi professor duran- te dez anos e atuou como educador social de rua pela Pastoral do Menor em São Paulo. Desenvolve atividades como contador de histórias em escolas da rede pública e particular. Participa, frequen- temente, de ciclos de palestras e conferências, sempre destacando o papel da cultura indígena na formação da sociedade brasileira. Tem diversos livros publicados, entre os quais Coisas de índio e As serpentes que roubaram a noite e outros mi- tos , que receberam a menção de Livro Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Atua ocasionalmente em filmes e documentários, como Hans Staden , premiado no Festival de Cinema de Gramado.
Talvez não exista nada de mais absurdo do que a ideia de que um grupo de pessoas mereça mais vida do que as outras. Acontece que basta olhar em volta para perceber que esse equívoco existencial tem força no mundo que nos rodeia: contamina nossos olhares, nossa interação, nos- sas escolhas e preferências. Como nos diz Daniel Munduruku, “a cabeça dos brasileiros é repleta de estereótipos e de equívocos”, em especial no que diz respeito aos povos indígenas. Talvez o mais emblemático desses enganos esteja encravado na própria palavra índio, cunhada pelos colonizado- res. Remonta à desapropriação brutal causada pela chegada dos europeus o hábito de chamar os povos indígenas de algo que não são, negando sua multiplicidade e suas especificidades. Nessas Crônicas indígenas para rir e refletir na escola , Daniel Munduruku compartilha conosco
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2. O livro apresenta a seção Para refletir , em que o autor se aprofunda em alguns tópicos explo- rados nas crônicas. Peça aos alunos para prestar especial atenção em passagens que esclarecem questões como: Por que é mais apropriado usar as palavras indígenas e não índios; povos e não tribos? Quais direitos indígenas são garantidos pela Constituição? 3. Daniel Munduruku menciona algumas canções populares no cenário musical brasileiro que mui- tas vezes retratam os povos indígenas de maneira estereotipada e/ou idealizada. Proponha aos alunos que tomem nota do título para ouvi-las com uma postura crítica. 4. Certamente, os alunos vão perceber que a maior parte das crônicas é autobiográfica. Peça que prestem atenção nos títulos que reproduzem fragmentos de falas dirigidas ao autor como: “Você é índio de verdade?”, “Você fala a minha língua?”. Veja se os alunos percebem, durante a leitura, que o autor dá a entender que ele se depara frequen- temente com perguntas e afirmações do tipo. 5. Peça aos alunos que prestem atenção nas muitas situações desagradáveis vivenciadas por Daniel Munduruku no ambiente escolar – seja como aluno, seja visitando escolas para conversar com alunos. De que maneira os estabelecimentos de ensino acabam por reforçar estereótipos sobre os povos indígenas? 6. Diga aos alunos que prestem atenção nas ilustrações de João Montanaro que aparecem no início de cada capítulo. Sugira que procurem revisitar a ilustração depois da leitura de cada texto, buscando perceber a relação entre o texto e a imagem. Veja se notam como o ilustrador evoca, em imagens, a distância entre os estereótipos a respeito dos povos indígenas e os indígenas con- temporâneos, bem como o modo opressivo com que esses povos têm sido tratados. Montanaro, além de ilustrador, é cartunista e publica charges no jornal Folha de S. Paulo : sugira que os alunos visitem sua página no Instagram, <https://www. instagram.com/joaomontanaro/?hl=pt-br>
1. Na crônica – Vocês não têm vergonha? –, o autor fala de um evento em que esteve ao lado de Raoni Metkutire, da etnia Kaiapó, uma das maiores lide- ranças indígenas do Brasil_._ Para que os alunos co- nheçam um pouco mais da importante trajetória
desse líder, assista com eles à entrevista da Agên- cia Pública. Disponível em: <https://www.youtube. com/watch?v=nlxRbEJy3SE> (acesso em: 22 out. 2020). Leia com eles a carta profecia publicada em 2019 no jornal The Guardian , na qual o líder kaiapó alerta sobre os perigos que o modo de vida e a ganância do homem branco têm trazido para o mundo. Disponível em: <https://midianinja.org/ news/nos-povos-da-amazonia-estamos-cheios- de-medo-em-breve-voces-tambem-terao-diz -cacique-raoni/> (acesso em: 22 out. 2020).
2. Um dos mais recorrentes equívocos apontados por Daniel Munduruku em relação aos povos indígenas é o de imaginar que, por fazerem uso de itens como telefones celulares e se vestirem de modo similar aos outros brasileiros, eles estejam perdendo sua cultura. Para que os alunos reflitam um pouco mais sobre essa questão, assista com eles ao vídeo do Instituto Socioambiental, #Menos- preconceitomaisindio , disponível no link <https:// www.youtube.com/watch?v=uuzTSTmIaUc> (aces- so em: 22 out. 2020), bem como o clipe do rapper guarani Kunumi MC, disponível em: <https://www. youtube.com/watch?v=cT7ZXxAMetY> (acesso em: 22 out. 2020). Sugira ainda que acompanhem o canal do Youtube Wariu , em que o jovem Chris- tian Wari’u Tseremey’wa, da etnia Xavante, fala a respeito do que significa ser indígena no século XXI. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=ySfDWo5dLFE> (acesso em: 22 out. 2020). 3. Além de explicar o motivo pelo qual as palavras índío e tribo são inadequadas para se referir aos povos originários, Daniel Munduruku explica por- que é importante aprender a se referir às etnias indígenas pelo nome. Para que os alunos saibam mais sobre os mais de 305 povos que habitam o território brasileiro, visite com eles a página Povos Indígenas do Brasil, do Instituto Socioambiental, disponível em: https://pib.socioambiental.org (acesso em: 22 out. 2020). Nela, é possível encon- trar o nome da maior parte dos povos originários que vivem no país e obter informações de cada etnia. Assista com os alunos ao documentário de 26 minutos Índio somos nós, em que indígenas de diferentes etnias descrevem seus modos de vida. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=ZecRLbA7H3w> (acesso em: 22 out. 2020). 4. Na crônica O índio é mesmo preguiçoso? e na se- ção Para refletir da página 27, o autor desconstrói a equivocada associação do indígena com a preguiça
e comenta como essa ideia preconceituosa tem raízes na diferente compreensão do tempo. Para se aprofundar um pouco mais nesse assunto, vale a pena escutar a reflexão do autor sobre o conceito de “Bem Viver”. Disponível em: <https://www. youtube.com/watch?v=jDMUg7LPixM> (acesso em: 22 out. 2020).
5. A língua de um povo é um dos seus maiores patrimônios, pois guarda uma maneira única de pensar e conceber o mundo. Na seção Para Refletir da página 45, Daniel Munduruku nos mostra como muitas das palavras que utilizamos em nosso cotidiano e dos nomes topográficos do Brasil têm origem nas línguas indígenas. Para que os alunos compreendam mais sobre a variedade de línguas existentes no país, visite com eles a página do Instituto Socioambiental: <https:// pib.socioambiental.org/pt/L%C3%ADnguas> (acesso em: 22 out. 2020). Sugerimos mais vídeos sobre o tema: a apresentação do projeto Cantos da Terra, do pensador indígena Ailton Krenak, no link <https://www.youtube.com/ watch?v=5754E0TMUP4> (acesso em: 22 out. 2020); um projeto em Roraima que criou espaços de ensino para as línguas macuxi wapichana, dispo- nível em: <https://www.youtube.com/watch?v= fgGbmGW6xjg> (acesso em: 22 out. 2020); e o belo projeto realizado por uma escola em Brasi- lândia (MS), no qual uma professora encorajou alunos indígenas e seus colegas não indígenas a criar um dicionário ilustrado da língua Ofaié. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=mqQsyfqVSho> (acesso em: 22 out. 2020). 6. Na crônica Minha vó foi pega a laço , o autor co- menta seu incômodo e estranhamento ao escutar alguém dizer, com orgulho, que sua avó indígena foi raptada à força e obrigada a viver uma vida que não queria. Escute com os alunos a canção Sangue vermelho , da cantora Kae Guajajara, do povo Guajajara, que traduz com pungência e sensibilidade a experiência vivida por seus ances- trais. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=P9aAhuJLnt0> (acesso em: 22 out. 2020). 7. Na crônica Se você é o índio, então não tenho medo, Daniel Munduruku comenta como muitas vezes a maneira como os indígenas são retrata- dos no material didático dos livros de História pode fazer com que os alunos desenvolvam uma
percepção equivocada desses povos. Proponha aos alunos que visitem a biblioteca da escola e analisem os livros didáticos disponíveis: de que maneira retratam os povos indígenas, seja nos textos, seja nas imagens? Encoraje os alunos a levantar possíveis críticas à abordagem dos livros em questão.
8. A seção Para refletir da página 70 fala de um tema de fundamental importância: os direitos dos povos indígenas estabelecidos pela Consti- tuição de 1988. Para saber quais são os direitos garantidos aos povos indígenas, leia com eles o texto disponível na página do Instituto Socio- ambiental: <https://pib.socioambiental.org/pt/ Constitui%C3%A7%C3%A3o> (acesso em: 22 out. 2020). Em seguida, assista ao memorável discurso proferido pelo jovem Ailton Krenak, porta-voz do movimento indígena, no Congresso Nacional em
As serpentes que roubaram a noite e outros mitos. São Paulo: Peirópolis. Kabá Darebu. São Paulo: Brinque-Book. O karaíba: uma história do pré-Brasil_._ São Paulo: Melhoramentos. O sinal do pajé. São Paulo: Peirópolis. A caveira gigante, a mulher lesma e outras his- tórias indígenas de assustar. São Paulo: Global.
A vida não é útil , de Ailton Krenak. São Paulo: Companhia das Letras. A terra dos mil povos , de Kaká Werá Jecupé. São Paulo: Peirópolis. Tembetá: conversas com pensadores indígenas , de Idjahure Kadiweu. Rio de Janeiro: Azougue Editorial. Ay kakyri tama: eu moro na cidade, de Marcia Wayna Kambeba. São Paulo: Polén Livros. Eu sou macuxi e outras histórias , de Julie Dorrico. Nova Lima: Caos e Letras.
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