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FICHAMENTO CRÍTICO DO LIVRO - O CRIME DO PADRE AMARO
Tipologia: Notas de estudo
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Campus de TUCANO
Tucano 2018 REFERÊNCIA DA OBRA:
Fichamento apresentado no curso de Bacharelado em Direito da Faculdade Ages de Tucano como um dos Pré-requisitos para obtenção da nota parcial das disciplinas de Metodologia do Trabalho Científico e Produção Textual. Professor (a): Esp. Edson Braz e Me. Delzuita Santana.
QUEIRÓS, Eça de. O Crime do Padre Amaro. 12ª ed., São Paulo: Ática, 1998.
“Dois meses depois soube-se em Leiria que estava nomeado outro pároco. Dizia-se que era um homem muito novo, saído apenas do seminário. O seu nome era Amaro Vieira.” (P.04). “Amaro era, como diziam os criados, um mosquinha-morta. Nunca brincava, nunca pulava ao sol”. (p.12). “Logo desde os primeiros dias, envolvido suavemente em comodidades, Amaro sentiu-se feliz. A S. Joaneira, muito maternal, tomava um grande cuidado na sua roupa branca, preparava-lhe petiscos, e o ‘quarto do senhor pároco andava que nem um brinco’”. (p.36). “Amélia cantava mais acentuadamente, cosendo depressa; e a espaços, erguendo o busto, mirava o alinhavado ou o pesponto, passando-lhe por cima, para o assentar, a sua unha polida e larga”. (p.37). “Amaro achava aquelas unhas admiráveis, porque tudo que era ela ou vinha dela lhe parecia perfeito”. (p.37). “Amaro lia até tarde, um pouco perturbado por aqueles períodos sonoros, túmidos de desejo; e no silêncio, por vezes, sentia em cima ranger o leito de Amélia”. (p.39). “Os piores momentos para Amaro eram as segundas e quartas-feiras, quando João Eduardo vinha passar as noites em família. Até às nove horas o pároco não saía do quarto”. (p.39). “Amélia ia sozinha à igreja, às compras, à fazenda; e com aqueles olhos tão negros, talvez já tivesse tido um amante!”. (p.40). “Estava há muito namorada do padre Amaro - e às vezes, só, no seu quarto, desesperava-se por imaginar que ele não percebia nos seus olhos a confissão do seu amor!”. (p.49). “Devia sair imediatamente da casa da S. Joaneira! Não podia continuar ali, na mesma familiaridade”. (p.50). “Jurou então não voltar a casa da S. Joaneira. E, a grandes passadas pelo quarto, pensava - no que havia de fazer para humilhar Amélia. Q quê? Desprezá-la como uma cadela!”. (p.54). “Pois acabou-se. Hoje à noite lá apareço, e estão as pazes feitas...”. (p.57). “Assim recomeçou a intimidade de Amaro na Rua da Misericórdia”. (p.58). “Então, passeando excitado pelo quarto, levava as suas acusações mais longe, contra o Celibato e a Igreja: por que proibia ela aos seus sacerdotes, homens vivendo entre homens, a satisfação mais natural, que até têm os animais?”. (p.60) “Amaro entrou em casa ainda um pouco trêmulo, mas muito decidido, muito feliz: tinha um dever delicioso a cumprir”. (p.83).
O livro é de autoria de Eça de Queirós. O Crime do Padre Amaro é uma narrativa marcada por mínimos detalhes que remontam um romance proibido marcado pela sedução de Amélia e o pecado de Amaro. A obra faz uma crítica polêmica ao clero e a igreja católica e mesmo sendo um livro antigo, marcado por variadas edições e filmes que contam sua história continua revelando um enredo atual que se enquadra aos escândalos que marcam a igreja católica, assim como, outras religiões que pregam a moral e os bons costumes mais na realidade acabam cometendo crimes e revelando situações polêmicas. O Padre Amaro era jovem e chegou a Leiria para substituir o velho padre que havia falecido. Cônego Dias recebe o jovem e o acomoda na casa de Dona Joaneira, com quem tinha um romance secreto, romance esse que se torna informação essencial no decorrer da história, pois logo é descoberto por Amaro. Amélia é filha de Dona Joaneira, uma jovem linda e brilhante por quem Amaro se sente atraído desde os primeiros instantes na sua nova acomodação. Amélia é noiva de João Eduardo, que percebe os olhares e toda a ligação existente entre ela e o padre. Tudo isso causa o primeiro escândalo, pois João Eduardo escreve um artigo denunciando as polêmicas práticas do clero e da igreja católica, o que faz as atenções se voltarem para Amélia e Amaro que se afastam e leva-o a morar em outra casa. Mesmo diante de toda desconfiança o casal proibido segue se encontrando, Cônego Dias descobre os encontros e repreende o Padre, no entanto, o mesmo lhe faz chantagens, pois sabe do seu caso com Dona Joaneira. Todo o amor entre Amaro e Amélia se desfaz quando a mesma engravida. O sacerdote entra em pânico e decide procurar João Eduardo para marcar o casamento e se livrar do problema. João Eduardo acabou indo embora para o Brasil o que faz Amélia se arrepender de tudo que fez, e se afundar no remorso após estar abandonada pelo homem que amava e todas as pessoas em quem confiava. O fim de Amélia e seu filho foram à morte, mesmo cheio de possíveis, “boas intenções” o Padre Amaro foi responsável pela morte dos dois, e única coisa que lhe recai é abandonar Leiria e continuar sendo padre em outra paróquia. O fim do romance é trágico e define todo o poder que a igreja tem em ocultar o que não deve ser visto pela sociedade. Mais que importância à leitura tem para disciplinas como Metodologia do Trabalho Científico e Produção textual? Trata-se de um livro rico em detalhes, cheios de diálogos e personagens que remontam diversas cenas, a história se dá de forma lenta, o que faz com se torne um livro longo que por sinal possui várias versões resumidas e que conseguem passar toda a mensagem da obra original. Mas que mensagem seria essa? Eça de Queirós é famoso nas críticas sobre religião e igreja católica, atacando o pseudomoralismo pregado por padres na sociedade e que na sua
opinião é ralo e marcado por dogmas e costumes religiosos ocultados e marcados por escândalos de promiscuidade, abuso de poder, crimes e interesses políticos que buscam qualquer coisa, menos a palavra de Deus. O livro é uma longa narrativa, que nos envolve e nos faz se interessar por cada detalhe contido em suas páginas. Sabe-se que a vida religiosa sempre foi alvo de especulações, principalmente no que diz respeito ao voto de castidade e suas implicações na sexualidade do sujeito que se propõe a viver a vida consagrada celibatária. Deste modo é de suma importância para o curso de direito entender todas essas questões que mesmo vistas através de uma obra antiga, remetem a uma realidade bastante atual, pois ao trazer essas questões à vista dos leitores de ontem e de hoje, O Crime do Padre Amaro se apresenta como uma obra profundamente enraizada no seu tempo mais que possui características que não cessam de se repetir através de diversas variações seja nas relações afetivas ou na sexualidade dos padres de hoje.