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Crianças com dificuldades de aprendizagem: desafios e conquistas, Manuais, Projetos, Pesquisas de Dificuldade de Aprendizagem

O presente relatório visa analisar um estudo de caso de uma criança de seis anos de idade que apresenta dificuldades de aprendizagem. É um trabalho realizado em início de curso, objetivando a compreensão e o valor que a Psicologia tem na área escolar.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2019

Compartilhado em 17/08/2019

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FACULDADE DE PIMENTA BUENO - FAP
CURSO DE PEDAGOGIA
CURSO DE PSICOLOGIA
II e III PERÍODO
GABRIELA GONÇALVES SOUZA
ERIKA MAYARA SILVA
JESSICA SANTANA
RAYHANNY DUARTE MOTTA
VIVIANE MARCILHÊTA MORAIS OLIVEIRA
RELATÓRIO:
ANÁLISE DE ESTUDO DE CASO:
Crianças com dificuldades de aprendizagem: desafios e conquistas
PIMENTA BUENO - RO
2019
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FACULDADE DE PIMENTA BUENO - FAP

CURSO DE PEDAGOGIA

CURSO DE PSICOLOGIA

II e III PERÍODO

GABRIELA GONÇALVES SOUZA

ERIKA MAYARA SILVA

JESSICA SANTANA

RAYHANNY DUARTE MOTTA

VIVIANE MARCILHÊTA MORAIS OLIVEIRA

RELATÓRIO:

ANÁLISE DE ESTUDO DE CASO:

Crianças com dificuldades de aprendizagem: desafios e conquistas

PIMENTA BUENO - RO

GABRIELA GONÇALVES SOUZA

ERIKA MAYARA SILVA

JESSICA SANTANA

RAYHANNY DUARTE MOTTA

VIVIANE MARCILHÊTA MORAIS OLIVEIRA

RELATÓRIO:

ANÁLISE DE ESTUDO DE CASO:

Crianças com dificuldades de aprendizagem: desafios e conquistas

Relatório apresentado como requisito de obtenção de nota parcial da disciplina de Estudo de Caso I sob a Orientação da Professora Joceli Mota Correa da Rocha.

PIMENTA BUENO

INTRODUÇÃO

O presente relatório visa analisar um estudo de caso de uma criança de seis anos de idade que apresenta dificuldades de aprendizagem. É um trabalho realizado em início de curso, objetivando a compreensão e o valor que a Psicologia tem na área escolar. Este relatório é composto por duas grandes áreas: Pedagogia e Psicologia. Sendo assim, o mesmo visa proporcionar a reflexão da dificuldade de aprendizagem sob a ótica de subáreas que tratam do Desenvolvimento e Comportamento Humano, da Psicologia Escolar e sobre as Dificuldades de Aprendizagem, Alfabetização e Letramento. O objetivo não é apresentar resultados conclusivos, mas sim analisar o estudo de caso, e através de um embasamento teórico nessas grandes áreas de estudo, compreender as dificuldades de aprendizagem. Este estudo de caso envolve alunos das turmas dos cursos de Pedagogia e Psicologia. Nesse sentido, compreendendo como o processo de desenvolvimento, aprendizagem, alfabetização, letramento e socialização espera-se ter bagagem para como futuro(a) Psicólogo(a) auxiliar com orientações, formulação e confecção de projetos, a prática escolar da professora de M.G. E como futuro(a) Pedagogo(a) construir uma didática escolar que consiga envolver todas as crianças no processo de aprendizagem. Após leitura, discussão em grupo, pesquisas para se ter uma fundamentação teórica razoável para compreender as dificuldades apresentadas por M.G é que se buscou responder algumas questões que foram formuladas através dos dados fornecidos pelo estudo de caso. Assim, este relatório está dividido em: Introdução; Estudo de Caso; Crianças com dificuldades de aprendizagem: desafios e conquistas; Questões Motivadoras de Discussão; e Referências Bibliográficas.

ESTUDO DE CASO: Crianças com dificuldades de aprendizagem: desafios e conquistas

Descrição do Caso M.G. tem dificuldade na fala e apresenta movimentos corporais sem muita coordenação motora. A mãe teve uma gestação pré-termo, apresentou uma depressão pós-parto e não amamentou o filho. M.G. é uma criança de 6 anos, estudante de uma escola Municipal no interior do estado de Rondônia. Iniciou o ano letivo com muitas dificuldades para se comunicar e se relacionar com os demais estudantes, demonstra pouco desenvolvimento em relação aos colegas da mesma faixa etária. M.G. não consegue fazer a correspondência entre som e palavra e nem identificar as letras. Apresenta dificuldade de aprendizagem pré-silábica. Não demonstrava interesse em resolver as atividades propostas para a turma, dispensando-as. Da mesma forma, as atividades enviadas para casa são devolvidas sem respostas. Para solucionar os problemas apresentados a professora passou a retirar o espaço de recreio, onde as crianças após se alimentarem no refeitório brincam livremente no pátio da escola para aplicar reforço e desenvolver as atividades que voltam de casa. A professora também juntamente com a Orientação escolar convocou reunião com os pais, porém os mesmos não compareceram. Por telefone a mãe justificou sua ausência relatando ter vários compromissos de trabalho e que não tem esse tempo livre para perder em reuniões intermináveis.

DISCUSSÃO

Nesta etapa do relatório serão respondidas seis questões motivadoras de discussão com o intuito de compreender melhor o quadro clínico e escolar de M.G. Iniciando pela primeira questão, é essencial compreender o que é um parto pré- termo, que segundo Zomignani et al (2009, 199) “[...] a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera prematura, ou pré-termo, a criança com menos de 37 semanas de gestação. [...].” Complementando, McCormick (2017, p. 01) enfatiza que:

[...] é preciso reconhecer que esses bebês nasceram com órgãos que ainda não alcançaram o desenvolvimento ideal suficiente para a vida extrauterina. O bebê amadurece em um contexto bem diferente daquele do útero e também pode precisar de terapias intensivas de diversos tipos para garantir sua sobrevivência. Assim, os bebês prematuros estão sujeitos a diversos tipos de problemas de saúde, que podem afetar negativamente a saúde, a educação e os recursos familiares. [...]. A dificuldade na coordenação motora de M. G. pode também estar relacionada com o parto pré-termo, pois conforme apontam pesquisas de Zelkowitz (2017, p. 01), crianças nascidas prematuras apresentam:

[...]. Uma pequena proporção (10% a 15%) apresentam problemas graves neurossensoriais como cegueira, surdez ou paralisia cerebral, e 30-60% apresenta deficiências cognitivas, incapacidade de aprendizado e anomalias da linguagem. Um número elevado desses bebês apresenta deficiências mais sutis, como as de aprendizagem, e distúrbios de comportamento. Déficit de atenção, hiperatividade, timidez e retraimento excessivos são todos problemas de comportamento comuns às crianças que foram RNMBP. Cerca de 29% das crianças e adolescentes RNMBP exibiram, no mínimo, um problema de saúde mental. De fato, crianças RNMBP são duas vezes mais propensas a desenvolver distúrbios de hiperatividade e déficit de atenção e transtornos de espectro autista, em comparação com as crianças nascidas a termo. [...]. Com relação à depressão pós-parto, também há uma ligação significativa com as dificuldades que M.G apresenta de coordenação motora e dificuldade na fala. Para Brocchi et al (2015, p. 263):

[...]. A depressão pós-parto (DPP) é um problema de saúde pública, que afeta tanto a saúde materna, quanto o desenvolvimento da criança. Caracteriza-se por um episódio depressivo ou uma soma de episódios após o nascimento de um filho. Distingue-se por um conjunto de sintomas que se iniciam, geralmente, entre a quarta e a oitava semana após o parto, alcançando sua intensidade máxima nos seis primeiros meses. [...]. Brocchi et al (2015, p. 263) relatam que pesquisas realizadas pelo instituto de psicologia da USP mostram uma diferença significativa no desenvolvimento de

crianças com mães que tiveram depressão pós-parto e as que não tiveram, uma vez que

[...] o desenvolvimento comportamental, motor e mental de crianças, cujas mães apresentavam ou não sintomas depressivos, mostrou que as crianças de mães com depressão crônica, na interação com suas mães, tiveram escores significativamente mais baixos na linguagem expressiva. Suas mães avaliaram-nas como menos cooperativas e com mais sintomas de internalização (afeto depressivo e ansioso, retraimento, queixas somáticas) e de externalização (comportamento agressivo e destrutivo), em comparação às crianças dos grupos de mães sem depressão. [...]. Resumindo a pesquisa de Brocchi et al (2015), os filhos das mães que não possuíam a depressão, foram mais ativos na questão relacionada à comunicação, como gritar e procurar o olhar da mãe. Já os bebês que tinham mães que tiveram a depressão pós-parto, estes não eram estimulados, devido a mãe ter menos disposição que as outras. Respondendo a segunda questão, conforme relato da descrição do caso, M.G passa pouco tempo com sua mãe por causa do trabalho dela ocupar muito do seu tempo. Pesquisas de Brocchi et al (2015) e Zelkowitz (2017) apontam que uma das possíveis sequelas da depressão pós-parto é a não criação do vínculo entre mãe e filho, e isso pode acarretar na criança dificuldades na coordenação motora, fala, socialização com outras pessoas. Logo, se M. G não foi estimulado pelos pais, não teve um vínculo mais próximo com a mãe, suas dificuldades podem ser resultado da interação que teve ou ainda tem com o meio em que vive. Com relação a terceira questão, pode-se dizer que possivelmente, os problemas de socialização e comunicação de M. G pode ser porque ele não está recebendo uma atenção necessária quanto ao seu aprendizado, dado que seus pais se encontram sempre ausentes em relação aos seus estudos, bem como no âmbito familiar. M. G não sente interesse pelas atividades escolares por não se sentir motivado a fazê-las ou por não conseguir entender a necessidade de ser realizadas. Para responder às questões três, quatro e cinco, é essencial compreender que o processo de alfabetização tem por objetivo proporcionar à criança a apropriação da escrita e da leitura. E que esse processo não acontece da mesma forma com todas as crianças. Cada criança terá um processo de desenvolvimento e de aprendizagem que será único. Logo, o educador deve estar preparado para atender as necessidades de cada aluno, levando em consideração que nem sempre as crianças atenderão suas expectativas.

No estágio silábico a criança compreende a relação entre a escrita e a fala, contudo acredita que cada letra será uma sílaba. E conforme for avançando no processo, perceberá que estará colocando letras a mais (nível pré-silábico) ou faltando letras (nível silábico). Por último o nível alfabético que surge da percepção que a palavra precisa de todas suas letras no devido lugar para ser lida. E embora esteja alfabetizada, ainda não tem domínio da escrita (regras ortográficas). Nesse sentido que quando se reflete as dificuldades de aprendizagem, também deve se refletir a bagagem que a criança em questão tem. Com relação a M.G, trata-se de uma criança de seis (06) anos de idade, que iniciou o ano letivo com dificuldades na fase pré-silábica, desconhecendo fatores importantes como: M.G frequentou a pré-escola? Com base na mudança da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) por meio da Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013, pode supor que sim. Mas como foi o período na pré-escola? O caso não apresenta. Segundo Paulo Freire (1999, p. 46) “[...] às vezes mal se imagina o que pode causar na vida do aluno um simples gesto do professor. O que pode um gesto aparentemente insignificante valer como força formadora ou como contribuição à do educando por si mesmo. [...]”. Com essa fala, Paulo Freire (1999) tenta explicar que a pré-escola tem papel fundamental tanto no processo de ensino aprendizagem quanto da vida da criança. Logo, o primeiro passo é o educador, principalmente no caso de M.G que está em fase de alfabetização é realizar uma sondagem e verificar em que estágio está cada aluno. De acordo com Emilia Ferreiro e Ana Teberosky (2008) o processo de apropriação da leitura e da escrita não ocorre apenas na escola, e ocorre bem antes da criança iniciar sua vida escolar. Ou seja, a escrita e a leitura fazem parte do cotidiano de todos. Paulo Freire (2000, p.5), ressalta que “[...] leitura boa é a leitura que nos empurra para a vida, que nos leva para dentro do mundo, que nos interessa a viver [...]”. neste sentido que é necessário que o educador leve para a sala de aula, leituras e atividades interessantes, que estimulem as crianças a participarem destas de forma ativa, tornando compreensível o real significado das palavras.

Claramente, M.G de acordo com sua idade está em fase de alfabetização, mas o que esperar de um ambiente alfabetizador? O Referencial Curricular Infantil (1998, p. 151) diz que:

Diz-se que um ambiente é alfabetizador quando promove um conjunto de situações de usos reais de leitura e escrita nas quais as crianças tem a oportunidade de participar. Se os adultos com quem as crianças convivem utilizam a escrita no seu cotidiano e oferecem a elas a oportunidade de presenciar e participar de diversos atos de leitura e de escrita, elas podem, desde cedo, pensar sobre a língua e seus usos, construindo ideias sobre como se lê e como se escreve. Portanto, o processo de alfabetização só ocorrerá quando o aluno souber ler, escrever, interpretar e elaborar produções de textos simples ou complexos com eficiência e qualidade. Esse processo tem início na alfabetização e estende-se por toda vida. E para que esse processo realmente aconteça os alunos necessitam de mediadores que venham contribuir através de um trabalho interativo, contextualizado e bem planejado. Não basta apenas a criança apropriar-se do código escrito, mas fazer uso da leitura e da escrita no cotidiano, apropriando-se da função social dessas duas práticas. Com base na descrição do estudo de caso não se pode afirmar que M.G tenha dificuldade de aprendizagem, ou que sua professora não esteja preparada para compreender e de trabalhar com uma turma diversificada. Talvez seja necessário que a esta profissional reavalie sua didática, metodologia. M.G ter dificuldade de fala e coordenação motora não o define como portador de dificuldade de aprendizagem, talvez apenas não se sinta motivado e/ou desafiado a realizar suas atividades escolares. Ou não se sente parte da turma. Complementando o explicitado acima, Ciasca (2004, p. 08) afirma que:

[...] Não existe criança que não aprenda. Ela sempre aprenderá alguma coisa, umas de modo mais rápido, outras mais lentamente, mais a aprendizagem certamente se processará, independentemente da via neurológica usada, mas utilizando-se associações infalíveis, baseada em uma vertente básica: ambiente adequado + estímulo + motivação. Talvez seja a chave que procuramos para encaminhar os distúrbios de aprendizagem e as dificuldades de escolaridade. [...]. Seguindo nessa perspectiva percebe-se que independente de M.G ter sido ou não avaliado como portador de alguma dificuldade de aprendizagem ou até problemas neurológicos graves, ele tem a capacidade de aprender e sua professora precisa talvez reconstruir sua didática, uma vez que segundo Paulo Freire (2004, p. 29):

[...]. Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino, continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervindo, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade. [...].

diversas (jogos de tabuleiro, amarelinha, pular corda, bola, peteca, cabo de guerra, bambolê), e muitas delas confeccionadas até mesmo pelos próprios alunos em sala de aula. Na reportagem da revista, a Renata Caiuby, formadora de professores e gestores da Comunidade Educativa Cedac, em São Paulo elogia tal projeto e acrescenta que:

[...]. Os adultos também têm a chance de usar esse período para observar as preferências dos estudantes, os assuntos sobre o que falam e como eles se comportam. Esse é um bom termômetro do clima escolar e pode ajudar em outros planejamentos. [...]. A escola ao usar a hora do recreio para mostrar às crianças que aprender pode ser prazeroso, conseguiu também torná-lo um espaço seguro para os jogos e brincadeiras. Aprender pode e deve ser lúdico, prazeroso e significativo para as crianças. Através da brincadeira, a criança aprende a relacionar-se com outras crianças, aprendem regras, matemática, história, ciências, enfim torna o aprender divertido e não somente algo necessário para a vida adulta.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme foi apresentado, o processo de alfabetização e letramento é essencial. Mas também compreender o contexto da criança antes de apresenta-la a este processo também é relevante, até mesmo para que o educador possa planejar suas aulas. O presente estudo de caso apresenta muitas lacunas a serem preenchidas, o que torna possível que inúmeras hipóteses possam ser levantadas como sendo as causas das dificuldades de M.G. Por outro, compreendendo as reais dificuldades de M.G, metodologias e dinâmicas podem ser encontradas com o intuito de minimizar essas dificuldades de aprendizagem. A professora de M. G tem buscado formas de ajuda-lo, contudo, tem encontrado barreiras com a ausência dos pais. E a escola aparenta não ter elaborado um plano pedagógico que atenda as necessidades de seus alunos, visto que permita que o horário do recreio, que poderia ser bem trabalhado, ser usado como castigo para M.G fazer as tarefas que não fez em sua casa.

Logo, o que pode ser afirmado, com base no relato do caso, é que M.G está em processo de alfabetização e compreender a importância desse período é fundamental para que sua professora possa melhor preparar suas aulas.