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Um estudo que investiga a influência do nascimento pré-termo no desenvolvimento global e na coordenação viso motora de crianças no início da escolarização. O documento discute os resultados obtidos do uso do teste de denver ii (ttdd-ii) para avaliar crianças pré-termo e sem histórico desse tipo, revelando que as crianças pré-termo apresentam maior probabilidade de atraso em diversas áreas do desenvolvimento. Além disso, o documento destaca a importância da terapia ocupacional para ajudar a minimizar os efeitos iniciais da dificuldade na trajetória de desenvolvimento dessas crianças.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
Documento apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos, como parte dos requisitos para obtenção do título de mestre em Terapia Ocupacional.
Linha de pesquisa – 1: Promoção do Desenvolvimento Humano nos Contextos da Vida Diária.
Orientadora: Profª Drª. Cláudia Maria Simões Martinez
Aos meus pais, Sylvio e Sônia. Alicerce, pilar e construção. Presença constante em todas as minhas conquitas e derrotas, amor e agradecimentos sem limites.
Aos meus avós, Dalva, Walda, Sylvio e Zezinho, exemplos de vida! Que sempre torceram e
me fizeram ser quem sou hoje.
À minha familia, que pequena se faz grande no amor que temos uns pelos outros!
Ao amigo, companheiro e agora namorado, Yuri. Sempre presente e paciente, grande colaborador nesse projeto e em tantos outros da minha vida!
A influência do nascimento pré-termo nas habilidades viso motoras, viso perceptivas e de coordenação motora fina e global vem sendo cada vez mais investigadas nas fases de escolarização inicial. Considerando dados da literatura que revelam relações entre a prematuridade e o Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC), e relações entre o TDC e transtornos de integração viso motora, a avaliação e investigação se tornam essenciais na busca de possibilidades de intervenção em crianças consideradas de risco. Através da exigência de repertórios motores e cognitivos cada vez mais sofisticados, e da importância como contexto desenvolvimental, a escola passa a ser um lócus de observação do comportamento e desempenho da criança e também um contexto de prevenção e intervenção precoce. Este estudo teve como objetivo descrever a coordenação viso motora e o desenvolvimento global de crianças pré-termo no início da escolarização e discutir as implicações do seu desempenho no papel ocupacional previsto para esta etapa do seu ciclo de vida. Trata-se de um estudo do tipo caso-controle e descritivo-correlacional. O Grupo de Estudo foi composto por 18 crianças com histórico de prematuridade ao nascimento que estavam inseridas na rede municipal de ensino, frequentando pré-escola ou 1º ano do ensino fundamental, e que não possuíssem sequelas neurológicas graves. Para seu pareamento foram selecionados participantes - Grupo Comparado - de acordo com sexo, idade e frequência a mesma sala de aula. Pais/responsáveis forneceram dados sobre o desenvolvimento da criança e sobre os momentos pré, peri e pós-natais, e responderam o Developmental Coordination Disorder Questionnaire-DCDQ-Brasil 2. As crianças foram avaliadas por meio do Teste de Triagem de Desenvolvimento de Denver II-TTDD-II e pelo Teste de Integração Viso Motora- VMI. Foram realizadas análises descritivas e testes estatísticos para verificar a significância dos resultados. Tais análises revelaram que o desempenho das crianças pré-termo é inferior quando comparado com o desempenho de crianças a termo, apesar da diferença não se mostrar significativa em todos os itens e instrumentos empregados. No TTDD-II as crianças prematuras quando comparadas com crianças sem o referido histórico apresentam maior probabilidade de atraso em diversas áreas do desenvolvimento; no DCDQ-Brasil 2 nenhuma das crianças apresentou a classificação “provavelmente TDC”, porém foi possível observar média de pontuação inferior para o GE; o desempenho das crianças no teste VMI revelou que as crianças prematuras apresentaram pontuações inferiores em todas as áreas. Os testes estatísticos revelaram diferença significativa entre o GE e GC para as variáveis Viso Motor e Motor Fino do instrumento VMI, porém diferença significativa entre o desempenho dos grupos Baixo Peso e Peso Adequado foi observado nas variáveis Viso Motora, Viso Perceptiva e Motor Fino, todas pertencentes ao instrumento VMI, demonstrando que o peso é um fator mais influente que a prematuridade para o desempenho viso perceptivo. Há diferença significativa em todas as partes do instrumento VMI quando comparado os grupo Denver Suspeito e Denver Normal e observa-se que o pior desempenho em testes de triagem do desenvolvimento pode ser um fator preditivo para o pior desempenho nos testes de integração viso motora. Nos grupos estabelecidos através de variáveis pertencentes apenas às crianças prematuras não foi observada diferença significativa no desempenho dos sujeitos, demonstrando que a criança prematura é suscetível a atrasos no desenvolvimento independente da IG e peso ao nascimento. Observa-se que as crianças prematuras obtiveram pior desempenho nos instrumentos de avaliação e, apesar dos casos de enfrentamento, a prematuridade representa risco ao desenvolvimento. Habilidades mais complexas exigidas na fase escolar para a leitura e escrita, podem ser influenciadas pelas dificuldades viso motoras, viso perceptivas e motoras finas. Outras habilidades são exigidas no início da escolarização, as quais requerem a integridade de inúmeros sistemas sensório motores. Dificuldades nessas áreas podem influenciar o desempenho das crianças no seu papel ocupacional de estudante,
além de outras áreas ocupacionais presentes em sua vida. Considerando a escola como um ambiente protetivo e a atuação do terapeuta ocupacional por meio da consultoria colaborativa, neste contexto há perspectiva de minimizar possíveis déficits apresentados por crianças pré- termo e promover seu desenvolvimento integral.
Palavras-chave: pré-termo; coordenação viso motora; função viso perceptiva; transtorno de desenvolvimento da coordenação; escolar; terapia ocupacional.
potential to minimize the deficits presented by preterm children and promote their full development.
Keywords: preterm; visual-motor coordination; visual perception function; developmental coordination disorder; scholar; occupational therapy.
AIG Adequados para Idade Gestacional
BP Baixo Peso
CAOT Associação Canadense de Terapia Ocupacional
CEP-UFSCar Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Carlos
CID-10 Classificação Internacional de Doenças
CPCEB Critério Padrão de Classificação Econômica Brasil
DATASUS Departamento de Informática do SUS
DCD Developmental Coordination Disorder
DCDQ-Brasil Developmental Coordination Disorder Questionnaire – versão brasileira
DCDQ’07 Developmental Coordination Disorder Questionnaire – versão 2007
DN Denver Normal
DNs Declaração de Nascidos Vivos
DS Denver Suspeito
EBP Extremo Baixo Peso
ECPI Educação e Cuidado na Primeira Infância
EMBP Extremo e Muito Baixo Peso
GC Grupo Comparado
GE Grupo de Estudo
GIG Grandes para Idade Gestacional
IG Idade Gestacional
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MABC Movement Assessment Battery of Children
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desenvolvimento das crianças nascidas pré-termo, especialmente a médio ou longo prazo.
Essa autora (LINHARES et al, 2005) enfatiza também a necessidade de estudos do tipo caso-
controle, que inclui a análise de comparação entre grupos de crianças com risco neonatal da
prematuridade emparelhada a crianças sem risco.
As várias demandas e transtornos do desenvolvimento apresentados pelas crianças
com histórico de prematuridade, como apontado pelos estudos acima e tantos outros
encontrados na literatura atual, é estudada pelo grupo de pesquisa “Promoção do
desenvolvimento infantil no contexto da vida familiar e da escola” da Universidade Federal de
São Carlos (UFSCar). Os estudos realizados por este grupo buscam avaliar o
desenvolvimento de crianças prematuras nos diversos períodos de sua vida (recém-nascidos,
pré-escolares, escolares), assim como nos diferentes contextos em que estão inseridas (UTI
neonatal, família, escola).
O presente estudo avaliou, comparou e investigou a relação entre o desempenho na
coordenação viso motora, viso perceptiva, motora fina e o TDC em crianças que apresentem
histórico de prematuridade ao nascimento com crianças sem o referido histórico na idade pré-
escolar e primeiro ano da educação fundamental.
Espera-se que a produção de conhecimento gerada na presente investigação possa
favorecer o desenvolvimento de procedimentos de detecção precoce em crianças com
histórico de nascimento pré-termo antes do seu ingresso no ensino fundamental e enfatizar a
importância da terapia ocupacional no cuidado da criança nesta etapa do seu ciclo de vida.
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2 – REVISÃO DA LITERATURA
O desenvolvimento como um todo é regido e influenciado por fatores genéticos
(intrínsecos) e ambientais (extrínsecos). Os primeiros são responsáveis pela previsibilidade do
desenvolvimento, ou seja, o desenvolvimento ocorre em uma ordem semelhante para todos os
indivíduos, entretanto com diferentes velocidades e resultados finais (PESSOA, 2003). Já os
fatores ambientais influem de modo relevante no desenvolvimento da criança, como, por
exemplo, a pobreza e outros fatores sociais e culturais, que podem prejudicar ou otimizar esse
processo maturacional (TORRALVA, 1999).
Segundo Halpern e Figueiras (2004), denomina-se fator de risco um elemento que,
quando presente, determina aumento da probabilidade de surgimento de problemas. Os
resultados negativos no desenvolvimento são produzidos pela combinação de fatores de risco
genéticos, biológicos, psicológicos e ambientais, geralmente envolvendo interações
complexas entre eles (HALPERN; FIGUEIRAS, 2004).
Paralelamente à importância do conhecimento dos riscos a que são expostas as
crianças, deve-se considerar a capacidade de o indivíduo adaptar-se a determinados tipos de
estresses. Anthony (1974, apud HALPERN; FIGUEIRAS, 2004) descreveu o conceito de
invulnerabilidade que certas crianças teriam em relação a determinadas agressões. Hoje essa
adaptação tem sido chamada de resiliência, ou seja, a capacidade de adaptação do indivíduo a
eventos potencialmente negativos, quais são suportados sem causar-lhe maiores danos
(HALPERN; FIGUEIRAS, 2004).
Essa resiliência não aparece de forma absoluta na criança, podendo ela ser altamente
eficiente em lidar com uma situação de estresse no ambiente escolar, por exemplo, e ser
extremamente incompetente para tratar de uma situação que envolva aspectos afetivos
(HALPERN; FIGUEIRAS, 2004). Resiliência é um conceito multifacetado, contextual e
dinâmico, no qual os fatores de proteção têm a função de interagir com os eventos de vida e
acionar processos que possibilitem incrementar a adaptação e a saúde (POLETTO; KOLLER,
2008).