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Guias e Dicas
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Impacto do Nascimento Prematuro na Coordenação Viso Motora e Desenvolvimento Escolar de Cr, Notas de aula de Terapia ocupacional

Um estudo que investiga a influência do nascimento pré-termo no desenvolvimento global e na coordenação viso motora de crianças no início da escolarização. O documento discute os resultados obtidos do uso do teste de denver ii (ttdd-ii) para avaliar crianças pré-termo e sem histórico desse tipo, revelando que as crianças pré-termo apresentam maior probabilidade de atraso em diversas áreas do desenvolvimento. Além disso, o documento destaca a importância da terapia ocupacional para ajudar a minimizar os efeitos iniciais da dificuldade na trajetória de desenvolvimento dessas crianças.

O que você vai aprender

  • Quais são as áreas do desenvolvimento avaliadas pelo TTDD-II?
  • Qual é a importância da terapia ocupacional para crianças pré-termo?
  • Quais são as implicações do nascimento pré-termo para o desempenho do papel ocupacional de crianças?
  • Quais são as estratégias que a terapia ocupacional pode utilizar para estimular a criança pré-termo?
  • Quais são as diferenças de desempenho entre crianças pré-termo e crianças sem histórico desse tipo?

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Tiago22
Tiago22 🇧🇷

4.8

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TERAPIA OCUPACIONAL
Raquel Cristina Pinheiro
Coordenação viso motora e desenvolvimento global de crianças
pré-termo: avaliação e detecção de riscos no início da escolarização
São Carlos
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Baixe Impacto do Nascimento Prematuro na Coordenação Viso Motora e Desenvolvimento Escolar de Cr e outras Notas de aula em PDF para Terapia ocupacional, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TERAPIA OCUPACIONAL

Raquel Cristina Pinheiro

Coordenação viso motora e desenvolvimento global de crianças

pré-termo: avaliação e detecção de riscos no início da escolarização

São Carlos

Raquel Cristina Pinheiro

Coordenação viso motora e desenvolvimento global de crianças

pré-termo: avaliação e detecção de riscos no início da escolarização

Documento apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos, como parte dos requisitos para obtenção do título de mestre em Terapia Ocupacional.

Linha de pesquisa – 1: Promoção do Desenvolvimento Humano nos Contextos da Vida Diária.

Orientadora: Profª Drª. Cláudia Maria Simões Martinez

São Carlos

Dedicatória

Aos meus pais, Sylvio e Sônia. Alicerce, pilar e construção. Presença constante em todas as minhas conquitas e derrotas, amor e agradecimentos sem limites.

Aos meus avós, Dalva, Walda, Sylvio e Zezinho, exemplos de vida! Que sempre torceram e

me fizeram ser quem sou hoje.

À minha familia, que pequena se faz grande no amor que temos uns pelos outros!

Ao amigo, companheiro e agora namorado, Yuri. Sempre presente e paciente, grande colaborador nesse projeto e em tantos outros da minha vida!

RESUMO

A influência do nascimento pré-termo nas habilidades viso motoras, viso perceptivas e de coordenação motora fina e global vem sendo cada vez mais investigadas nas fases de escolarização inicial. Considerando dados da literatura que revelam relações entre a prematuridade e o Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC), e relações entre o TDC e transtornos de integração viso motora, a avaliação e investigação se tornam essenciais na busca de possibilidades de intervenção em crianças consideradas de risco. Através da exigência de repertórios motores e cognitivos cada vez mais sofisticados, e da importância como contexto desenvolvimental, a escola passa a ser um lócus de observação do comportamento e desempenho da criança e também um contexto de prevenção e intervenção precoce. Este estudo teve como objetivo descrever a coordenação viso motora e o desenvolvimento global de crianças pré-termo no início da escolarização e discutir as implicações do seu desempenho no papel ocupacional previsto para esta etapa do seu ciclo de vida. Trata-se de um estudo do tipo caso-controle e descritivo-correlacional. O Grupo de Estudo foi composto por 18 crianças com histórico de prematuridade ao nascimento que estavam inseridas na rede municipal de ensino, frequentando pré-escola ou 1º ano do ensino fundamental, e que não possuíssem sequelas neurológicas graves. Para seu pareamento foram selecionados participantes - Grupo Comparado - de acordo com sexo, idade e frequência a mesma sala de aula. Pais/responsáveis forneceram dados sobre o desenvolvimento da criança e sobre os momentos pré, peri e pós-natais, e responderam o Developmental Coordination Disorder Questionnaire-DCDQ-Brasil 2. As crianças foram avaliadas por meio do Teste de Triagem de Desenvolvimento de Denver II-TTDD-II e pelo Teste de Integração Viso Motora- VMI. Foram realizadas análises descritivas e testes estatísticos para verificar a significância dos resultados. Tais análises revelaram que o desempenho das crianças pré-termo é inferior quando comparado com o desempenho de crianças a termo, apesar da diferença não se mostrar significativa em todos os itens e instrumentos empregados. No TTDD-II as crianças prematuras quando comparadas com crianças sem o referido histórico apresentam maior probabilidade de atraso em diversas áreas do desenvolvimento; no DCDQ-Brasil 2 nenhuma das crianças apresentou a classificação “provavelmente TDC”, porém foi possível observar média de pontuação inferior para o GE; o desempenho das crianças no teste VMI revelou que as crianças prematuras apresentaram pontuações inferiores em todas as áreas. Os testes estatísticos revelaram diferença significativa entre o GE e GC para as variáveis Viso Motor e Motor Fino do instrumento VMI, porém diferença significativa entre o desempenho dos grupos Baixo Peso e Peso Adequado foi observado nas variáveis Viso Motora, Viso Perceptiva e Motor Fino, todas pertencentes ao instrumento VMI, demonstrando que o peso é um fator mais influente que a prematuridade para o desempenho viso perceptivo. Há diferença significativa em todas as partes do instrumento VMI quando comparado os grupo Denver Suspeito e Denver Normal e observa-se que o pior desempenho em testes de triagem do desenvolvimento pode ser um fator preditivo para o pior desempenho nos testes de integração viso motora. Nos grupos estabelecidos através de variáveis pertencentes apenas às crianças prematuras não foi observada diferença significativa no desempenho dos sujeitos, demonstrando que a criança prematura é suscetível a atrasos no desenvolvimento independente da IG e peso ao nascimento. Observa-se que as crianças prematuras obtiveram pior desempenho nos instrumentos de avaliação e, apesar dos casos de enfrentamento, a prematuridade representa risco ao desenvolvimento. Habilidades mais complexas exigidas na fase escolar para a leitura e escrita, podem ser influenciadas pelas dificuldades viso motoras, viso perceptivas e motoras finas. Outras habilidades são exigidas no início da escolarização, as quais requerem a integridade de inúmeros sistemas sensório motores. Dificuldades nessas áreas podem influenciar o desempenho das crianças no seu papel ocupacional de estudante,

além de outras áreas ocupacionais presentes em sua vida. Considerando a escola como um ambiente protetivo e a atuação do terapeuta ocupacional por meio da consultoria colaborativa, neste contexto há perspectiva de minimizar possíveis déficits apresentados por crianças pré- termo e promover seu desenvolvimento integral.

Palavras-chave: pré-termo; coordenação viso motora; função viso perceptiva; transtorno de desenvolvimento da coordenação; escolar; terapia ocupacional.

potential to minimize the deficits presented by preterm children and promote their full development.

Keywords: preterm; visual-motor coordination; visual perception function; developmental coordination disorder; scholar; occupational therapy.

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE SIGLAS

AIG Adequados para Idade Gestacional

BP Baixo Peso

CAOT Associação Canadense de Terapia Ocupacional

CEP-UFSCar Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Carlos

CID-10 Classificação Internacional de Doenças

CPCEB Critério Padrão de Classificação Econômica Brasil

DATASUS Departamento de Informática do SUS

DCD Developmental Coordination Disorder

DCDQ-Brasil Developmental Coordination Disorder Questionnaire – versão brasileira

DCDQ’07 Developmental Coordination Disorder Questionnaire – versão 2007

DN Denver Normal

DNs Declaração de Nascidos Vivos

DS Denver Suspeito

EBP Extremo Baixo Peso

ECPI Educação e Cuidado na Primeira Infância

EMBP Extremo e Muito Baixo Peso

GC Grupo Comparado

GE Grupo de Estudo

GIG Grandes para Idade Gestacional

IG Idade Gestacional

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MABC Movement Assessment Battery of Children

Sumário

  • Figura 1 – Classificação do GE de acordo com a classe econômica ......................................
  • Figura 2 – Classificação do GC de acordo com a classe econômica ......................................
  • Figura 3 – Caracterização dos grupos segundo a idade da mãe ..............................................
  • Figura 4 – Caracterização dos grupos de acordo com os anos de estudo das mães ................
  • Figura 5 – Caracterização dos grupos de acordo com a realização de exame oftalmológico..
  • Figura 6 – Caracterização dos grupos de acordo com pontuação no DCDQ – Brasil 2 .........
  • Figura 7 – Caracterização do GE e GC de acordo com desempenho no teste VMI ..............
  • Tabela 19 – Correlação entre as variáveis – Grupo PM ..........................................................
  • Tabela 20 – Correlação entre as variáveis – Grupo PE ...........................................................
  • 1 – INTRODUÇÃO
  • 2 – REVISÃO DA LITERATURA
  • RESILIÊNCIA 2.1 – CONSIDERAÇÕES SOBRE FATOR DE RISCO, FATOR DE PROTEÇÃO E
  • 2.1.1 – A Prematuridade como Fator de Risco para o Desenvolvimento
  • 2.1.2 – A Escola como Fator de Proteção para o Desenvolvimento................................
  • 2.2 O PAPEL DO TERAPEUTA OCUPACIONAL
  • 3 – OBJETIVO
  • 3.1 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
  • 4 – MÉTODO
  • 4.1 – DELINEAMENTO DO ESTUDO
  • 4.2 – LOCAL
  • 4.3 – CASUÍSTICA
  • 4.3.1 – Seleção dos Participantes...................................................................................
  • 4.4 - MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
  • 4.5 – INSTRUMENTOS
  • 4.5.1 - Critério Padrão de Classificação Econômica Brasil (CPCEB - 2008)..................
  • 2/Edição de Pesquisa) 4.5.2 - Questionário de Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (DCDQ-Brasil
  • 4.5.3 - Teste de Triagem do Desenvolvimento de Denver II (TTDD-II).........................
  • 4.5.4 - Teste do Desenvolvimento de Integração Viso Motora (VMI)
  • 4.6 – PROCEDIMENTOS
  • 4.6.1 - Análise Documental
  • 4.6.2 – Procedimento de Análise de Dados....................................................................
  • 4.6.3 – Aspectos Éticos da Pesquisa
  • 4.7 - ANÁLISE ESTATÍSTICA
  • 4.7.1 – Variáveis
  • 4.7.2 – Análise dos Dados
  • 4.7.2.1 Critérios de significância estatística
  • 5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
  • 5.1 – PERFIL DA AMOSTRA DO ESTUDO
  • 5.1.1 – Grupo de Estudo................................................................................................
  • 5.1.3 – Dados comparativos
  • APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS: TTDD-II, DCDQ-Brasil 2 e VMI 5.2 – RESULTADOS DESCRITIVOS DOS DADOS OBTIDOS POR MEIO DA
  • 5.2.1 – TTDD-II............................................................................................................
  • 5.2.2 – DCDQ – Brasil
  • 5.2.3 – VMI
  • 5.3 - RESULTADOS ESTATÍSTICOS
  • 5.3.1 Relação entre os grupos – Teste χ2
  • 5.3.2 – Análise de Comparação entre Grupos – Teste t-Student
  • 5.3.3 Correlação das variáveis em cada grupo – R de Pearson
  • 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
  • 7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  • ANEXO
  • ANEXO
  • ANEXO
  • ANEXO
  • ANEXO
  • APÊNDICE
  • APÊNDICE

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desenvolvimento das crianças nascidas pré-termo, especialmente a médio ou longo prazo.

Essa autora (LINHARES et al, 2005) enfatiza também a necessidade de estudos do tipo caso-

controle, que inclui a análise de comparação entre grupos de crianças com risco neonatal da

prematuridade emparelhada a crianças sem risco.

As várias demandas e transtornos do desenvolvimento apresentados pelas crianças

com histórico de prematuridade, como apontado pelos estudos acima e tantos outros

encontrados na literatura atual, é estudada pelo grupo de pesquisa “Promoção do

desenvolvimento infantil no contexto da vida familiar e da escola” da Universidade Federal de

São Carlos (UFSCar). Os estudos realizados por este grupo buscam avaliar o

desenvolvimento de crianças prematuras nos diversos períodos de sua vida (recém-nascidos,

pré-escolares, escolares), assim como nos diferentes contextos em que estão inseridas (UTI

neonatal, família, escola).

O presente estudo avaliou, comparou e investigou a relação entre o desempenho na

coordenação viso motora, viso perceptiva, motora fina e o TDC em crianças que apresentem

histórico de prematuridade ao nascimento com crianças sem o referido histórico na idade pré-

escolar e primeiro ano da educação fundamental.

Espera-se que a produção de conhecimento gerada na presente investigação possa

favorecer o desenvolvimento de procedimentos de detecção precoce em crianças com

histórico de nascimento pré-termo antes do seu ingresso no ensino fundamental e enfatizar a

importância da terapia ocupacional no cuidado da criança nesta etapa do seu ciclo de vida.

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2 – REVISÃO DA LITERATURA

2.1 – CONSIDERAÇÕES SOBRE FATOR DE RISCO, FATOR DE PROTEÇÃO E

RESILIÊNCIA

O desenvolvimento como um todo é regido e influenciado por fatores genéticos

(intrínsecos) e ambientais (extrínsecos). Os primeiros são responsáveis pela previsibilidade do

desenvolvimento, ou seja, o desenvolvimento ocorre em uma ordem semelhante para todos os

indivíduos, entretanto com diferentes velocidades e resultados finais (PESSOA, 2003). Já os

fatores ambientais influem de modo relevante no desenvolvimento da criança, como, por

exemplo, a pobreza e outros fatores sociais e culturais, que podem prejudicar ou otimizar esse

processo maturacional (TORRALVA, 1999).

Segundo Halpern e Figueiras (2004), denomina-se fator de risco um elemento que,

quando presente, determina aumento da probabilidade de surgimento de problemas. Os

resultados negativos no desenvolvimento são produzidos pela combinação de fatores de risco

genéticos, biológicos, psicológicos e ambientais, geralmente envolvendo interações

complexas entre eles (HALPERN; FIGUEIRAS, 2004).

Paralelamente à importância do conhecimento dos riscos a que são expostas as

crianças, deve-se considerar a capacidade de o indivíduo adaptar-se a determinados tipos de

estresses. Anthony (1974, apud HALPERN; FIGUEIRAS, 2004) descreveu o conceito de

invulnerabilidade que certas crianças teriam em relação a determinadas agressões. Hoje essa

adaptação tem sido chamada de resiliência, ou seja, a capacidade de adaptação do indivíduo a

eventos potencialmente negativos, quais são suportados sem causar-lhe maiores danos

(HALPERN; FIGUEIRAS, 2004).

Essa resiliência não aparece de forma absoluta na criança, podendo ela ser altamente

eficiente em lidar com uma situação de estresse no ambiente escolar, por exemplo, e ser

extremamente incompetente para tratar de uma situação que envolva aspectos afetivos

(HALPERN; FIGUEIRAS, 2004). Resiliência é um conceito multifacetado, contextual e

dinâmico, no qual os fatores de proteção têm a função de interagir com os eventos de vida e

acionar processos que possibilitem incrementar a adaptação e a saúde (POLETTO; KOLLER,

2008).