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COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA E GESTÃO ESCOLAR, Notas de estudo de Pedagogia

Monografia apresentada para a banca examinadora do Curso de Especialização em. Coordenação Pedagógica como exigência parcial para a obtenção do grau de ...

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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Ministério da Educação
Centro De Estudos Avançados Multidisciplinares
Centro de Formação Continuada de Professores
Secretaria de Educação do Distrito Federal
Escola de Aperfeiçoamento de Profissionais da Educação
Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA E GESTÃO ESCOLAR: Uma
Relação Democrática?
Marta Rocha Porto
Professora-orientadora
Dra. Otília Maria Alves da Nóbrega
Professor Tutor-orientador
Me. Marcos Alberto Dantas
Brasília (DF), Dezembro de 2015·.
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Ministério da Educação Centro De Estudos Avançados Multidisciplinares Centro de Formação Continuada de Professores Secretaria de Educação do Distrito Federal Escola de Aperfeiçoamento de Profissionais da Educação Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA E GESTÃO ESCOLAR: Uma

Relação Democrática?

Marta Rocha Porto

Professora-orientadora Dra. Otília Maria Alves da Nóbrega Professor Tutor-orientador Me. Marcos Alberto Dantas

Brasília (DF), Dezembro de 2015 ·.

Marta Rocha Porto

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA E GESTÃO ESCOLAR: Uma

Relação Democrática?

Monografia apresentada para a banca examinadora do Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica como exigência parcial para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógicasob orientação da Professora-orientadora Dra. Otília Maria Alves da Nóbrega Alberto Dantas e do Professor Tutor- orientador Me. Marcos Alberto Dantas.

À Deus, meu escudo, minha rocha, minha fortaleza... Trouxe-me até aqui, me faz vitoriosa a cada empreitada, e dirige meus passos diariamente demonstrando sempre imensurável amor, cuidados e proteção...

AGRADECIMENTOS

À Deus, por iluminar o meu caminho e guiar os meus pensamentos, pela sua presença constante em minha vida e por me dar forças para seguir em frente, sempre. De maneira especial as minhas filhas Amanda e Brena, razões do meu viver, pelas quais procuro ser exemplo de determinação e esforço, mostrando-lhes que estudar é sempre o melhor caminho para o nosso crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional. Ao meu primeiro netinho que ainda nem nasceu, mas que já amo muito, e, esse amor me conforta muitas vezes e me traz alegria. Aos meus Pais e meus irmãos por serem minhas melhores referências, minhas raízes. Não me esqueço de cada momento vivido em família, os ensinamentos que recebi, eles são meu alicerce e fundamentam meus princípios em cada caminhada realizada nessa vida. A todos do Centro de Educação Infantil do Riacho Fundo II, gestores, coordenadores, professores, alunos, pessoal do administrativo, Monitores, Merendeiras, vigias, pessoal da limpeza, enfim, todos são anjos que Deus colocou na minha vida e sou muito grata. Aos mestres e orientadores que fizeram parte dessa jornada, pelos valiosos ensinamentos. Em especial agradeço a Tutora Neide, sem ela não teria sido possível chegar até aqui. A todos aqueles que de alguma forma contribuíram para que esse trabalho se concretizasse, o meu muito obrigado.

RESUMO

A presente pesquisa teve como objetivo caracterizar as ações do coordenador pedagógico do Centro de Educação Infantil do Riacho Fundo II e sua relação com a gestão escolar. Desse modo, realizou-se uma pesquisa de abordagem qualitativa, cujo campo empírico foi a escola acima citada. Os sujeitos da pesquisa foram quatro coordenadoras pedagógicas, convidadas por trabalharem nessa escola, cuja participação se deu de forma espontânea e voluntária. No tocante aos procedimentos de coleta de dados, foi aplicado um questionário de questões abertas a respeito da temática em questão. Os resultados apontaram que Coordenadoras realizam várias atividades de organização de situações coletivas na escola, organização de materiais de apoio, participação e repasse de estudos e formações, atendimento aos professores pais e estudantes, Formação continuada docente em lócus, articulação do planejamento coletivo com a proposta de trabalho do PPP, Auxílio à equipe gestora no atendimento da comunidade escolar. Verificou-se também, que as profissionais consideram democrática a relação entre a gestão escolar e a ação do Coordenador Pedagógico, e que, seus gestores, exercem sim, muita influencia no seu trabalho enquanto coordenador, mas de forma positiva, pois, trabalham em equipe e, portanto, a base de diálogo constante.

Palavras- chave: Coordenação Pedagógica. Gestão escolar. Relação Democrática.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 8

1 O TRABALHO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO: Algumas considerações sobre sua identidade e funções ............................................................................ 10 1.1 O Coordenador como Agente Articulador............................................................ 12 1.2 GESTÃO EACOLAR: Oque seria uma Gestão Democrática? ............................ 14 1.3 COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EA GESTÃO ESCOLAR: Uma Relação Democrática? ............................................................................................................ 18 2 METODOLOGIA .................................................................................................... 22 2.1 Tipo de estudo..................................................................................................... 22 2.2 O Campo ............................................................................................................. 23 2.3 Definição da Amostra .......................................................................................... 23 2.4 Instrumento e Procedimento de Coleta de dados ............................................... 23 2.5 Interpretação e Análise dos dados ...................................................................... 24 3APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS .................................................. 25 3.1 Principais fatores que influenciaram na opção pela função de Coordenador Pedagógico ............................................................................................................... 26 3.2 Concepção sobre as atribuições do Coordenador Pedagógico........................... 27 3.3 Ações desenvolvidas como Coordenador pedagógico na escola ....................... 29 3.4 Principal fator do cotidiano que dificulta ou interfere na ação do Coordenador Pedagógico ............................................................................................................... 30 3.5 Solicitações recebidas periodicamente pelos Coordenadores dos Gestores, e se são condizentes a sua função ................................................................................... 31 3.6 Relação entre a gestão escolar e a ação do Coordenador Pedagógico ............. 32 3.7 Influência da gestão escolar no trabalho do Coordenador Pedagógico .............. 33 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 35 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 38 APÊNDICE

INTRODUÇÃO

A escola é um grande espaço de socialização, e, nesse sentido, espera-se que nesse âmbito se concretize uma vivência democrática no qual se tenha assegurados à garantia da pluralidade, e criação de um ambiente privilegiado, aonde se compartilhe os valores democráticos, e, por conseguinte, possa se formar cidadãos críticos, atuantes e formadores de suas próprias opiniões. Assim sendo, deve fazer parte do projeto político pedagógico das escolas, a gestão participativa, para fazer com que alunos, pais, professores, coordenadores e gestores tenham a oportunidade de exercer uma cidadania ativa e responsável e se sintam juntos, responsáveis na formação dos cidadãos que pretendem formar.

Portanto entende-se que sendo a escola, esse espaço educativo, socializador, e democrático a existência de uma boa relação entre gestão e coordenação pedagógica é fundamental no cotidiano escolar para que se alcance a aprendizagem e o sucesso escolar dos estudantes. É necessário nessa perspectiva, que gestão e coordenação compreendam que sob o termo gestão estão implícitas tarefas agrupadas. Assim, como dizem Libâneo; Oliveira; Toschi (2011) dirigir e coordenar significa assumir, no grupo a responsabilidade por fazer a escola funcionar mediante o trabalho conjunto, para isso, precisam reconhecer que sua ocupação tem uma característica genuinamente interativa.

Assim, na minha rotina diária como professora no Centro de Educação Infantil do Riacho Fundo II, em meio ao cumprimento de muitas ações pedagógicas e todo um trabalho desenvolvido em equipe, me vi, depois de ter iniciado o Curso de Pós-graduação em Coordenação Pedagógica, refletindo sobre como de fato se desenvolvem as ações do coordenador pedagógico, o que permeia esse processo, já que sabemos que tudo depende da relação estabelecida entre gestão e coordenação. Como se dá a sua relação com a gestão da escola? Partindo então, dessa reflexão é que surgiu o seguinte problema norteador dessa pesquisa: Que as ações são desenvolvidas atualmente pelos coordenadores pedagógicos do Centro de Educação Infantil do Riacho Fundo II e Como se dá a relação entre a Coordenação pedagógica e a Gestão da escola?

Portanto, diante do exposto o presente estudo tem como objetivo geral: Caracterizar as ações do coordenador pedagógico do Centro de Educação Infantil

do Riacho Fundo II e sua relação com a gestão escolar, e na intenção de se alcançar tal objetivo, foram definidos os seguintes objetivos específicos: Traçar o perfil dos Coordenadores participantes da pesquisa; investigar quais fatores influenciou a escolha dos profissionais pela função de Coordenador Pedagógico; identificar as ações desenvolvidas atualmente pelos Coordenadores Pedagógicos do Centro de Educação Infantil do Riacho Fundo II; compreender a relação existente entre a Coordenação Pedagógica e a Gestão da escola e verificar a influência da Gestão escolar no trabalho do coordenador pedagógico.

O presente estudo é relevante, haja vista que os resultados podem contribuir para uma maior reflexão entre professores e gestores e comunidade escolar da referida escola a importância do trabalho do coordenador pedagógico desenvolvido na escola e também a prática da gestão educacional até então desenvolvida, no sentido de contribuir para a eliminação dos controles formais e incentivar a autonomia das escolas, considerando que, a democratização da instituição é um caminho promissor para que a prática pedagógica venha a se tornar uma prática social e contribua para o fortalecimento do processo democrático na sociedade e a melhoria da qualidade do ensino nas escolas.

Para o desenvolvimento deste trabalho monográfico optou-se por uma pesquisa de abordagem qualitativa tendo como campo de observação a escola acima citada e quatro Coordenadoras Pedagógicas integrantes do seu quadro de profissionais.

Com relação à estrutura textual, este trabalho encontra-se organizado da seguinte forma: Introdução, onde se apresentam tema e a problemática em questão, sua contextualização, os objetivos da pesquisa, justificativa da escolha do tema, seguido do referencial teórico que fundamenta todo o estudo abordando sobre: O trabalho do coordenador pedagógico: algumas considerações sobre sua identidade e funções; o coordenador como agente articulador; gestão escolar: o que seria uma gestão democrática?; Coordenação pedagógica e a gestão escolar: uma relação democrática? Em seguida apresentamos a metodologia da pesquisa que aborda o percurso metodológico do estudo, especificando: o tipo de pesquisa, o campo e os sujeitos investigados e, os instrumentos e procedimentos utilizados para a obtenção dos dados. Por fim segue-se a análise e discussão dos resultados fim as conclusões acerca do estudo realizado.

identidade do profissional de suporte pedagógico um percurso de vivências e questionamentos foi traçado. Tal busca de identidade refere-se, sobretudo, no tocante a construção de um perfil ou identidade mais claro do professor coordenador pedagógico, o profissional de suporte pedagógico presente no cotidiano da escola. Nesse sentido percebemos na nossa escola sem nenhuma dúvida o papel e atuação desses profissionais.

Para Souza; Seixas; Marques (2013) o Coordenador Pedagógico encontra- se conquistando o seu espaço, onde, são muitas as discussões que permeiam a sua identidade e a sua formação, e isso mostra a importância da formação desse profissional, já que estudos realizados nesse sentido revela que a maioria dos Coordenadores Pedagógicos não possui formação em gestão e a maioria sai das salas de aula ou dos cursos de graduação e assume o cargo sem ter conhecimentos específicos para dominar as competências e estratégias necessárias à função.

Nesse aspecto ainda sobre a identidade do Coordenador Pedagógico é possível perceber que para mudar essa situação, nas escolas aonde este profissional não tenha um papel definido, é necessário, sobretudo, que o mesmo seja dotado de uma boa formação e que seja esta norteadora da sua práxis, pois é importante que ele tenha segurança quanto ao seu papel e funções para que a partir desse princípio todos os envolvidos no âmbito escolar tenham também clareza acerca da função real desse profissional e vejam o cotidiano da instituição escolar com uma responsabilidade de todos e não apenas de uma pessoa só.

Porém, mesmo sendo o dia-a-dia do coordenador pedagógico caracterizado por experiências e situações que resultam numa atuação desordenada, ansiosa, imediatista e desfocada da sua real função, pois é comum idealizarmos o coordenador como a pessoa instituída para apagar incêndios, fiscalizar o professor, ser portador de recado do diretor, tapa buraco e quebra-galhos, caçador de alunos pelos corredores da escola e outros de acordo com Mercado (2010) a verdade é que o coordenador é um agente de transformação no ambiente escolar, sobretudo, é responsável por construir e reconstruir a ação pedagógica, visando além da construção, a articulação coletiva do Projeto Político Pedagógico.

Nessa perspectiva observamos que de fato a presença do coordenador pedagógico em momento importantes como, na construção do Projeto Político Pedagógico é essencial, considerando que se trata de um processo coletivo que

requer um planejamento para a instituição e para a comunidade escolar como um todo e que geralmente se realiza com muita dificuldade, de um lado temos professores muito ocupados com o desenvolvimento de suas salas de aulas cujo tempo é pouco para se dedicar a mais uma atividade e do outro lado nos deparamos com famílias que não se veem como partes integrantes da escola e desse modo não se comprometem a comparecer às reuniões e discussões coletivas da Instituição.

1.1. O Coordenador como Agente Articulador

Portanto, o coordenador pedagógico é um agente articulador, formador que transforma das instituições escolares, e contribui fortemente para o êxito das entidades de ensino. Desenvolvendo um trabalho coletivo com base na ação- reflexão-ação, é capaz de romper barreiras que torna difícil se ter um ensino de qualidade para todos os alunos. O Coordenador Pedagógico em suma, é o responsável por coordenar todas as atividades escolares, abrangendo os educandos e o corpo docente, no entanto, vale ressaltar que sua principal atribuição consiste na formação em serviço dos professores. Assim, para atuar de maneira eficiente, é necessário possuir além de uma formação consistente, um investimento educacional contínuo e sistematizado para que possa desenvolver capacidades e habilidades múltiplas, de acordo com a educação atual (OLIVEIRA; GUIMARÃES, 2013).

Desse modo, considerando a perspectiva de ser um articulador segundo Santos; França (2011) uma das características essencial ao coordenador é a de se comunicar bem, a capacidade de se expressar de forma clara e objetiva se fazendo entender facilmente, já que o mesmo deve estar sempre articulando as relações interpessoais e pedagógicas na escola, o que não é tarefa fácil.

Ainda de acordo com os autores citados, professores e coordenadores precisam trabalhar em conjunto, pois, entre as tarefas do coordenador o atendimento ao professor desponta como elemento fundamental a sua práxis. O coordenador pedagógico deve, portanto, tornar possíveis situações de desenvolvimento e formação continuada para os docentes sendo que esta é uma oportunidade relevante para que o coordenador observe as características dos profissionais da sua equipe e conheça um pouco mais do perfil de cada um, o que facilitará a sua intervenção junto ao mesmo, caso seja necessário.

que se possa distribuir os afazeres diários na qual haja a facilidade de distribuir os afazeres diários que não são poucos (SILVA, 2014).

1.2. GEST Ã O ESCOLAR: O que seria uma Gest ã o Democr á tica?

Atualmente vivemos em um mundo onde se fala constantemente em democracia e igualdade, fato este, que torna possível a nossa participação e, por conseguinte, o direito de emitir nossa opinião nas diferentes áreas e segmentos sociais, políticos e educativos. Nesse sentido a gestão democrática vem se consolidando cada vez mais como uma forma de se exercer a cidadania, tornando- se assim, essencial para uma sociedade cujo desejo é se tornar mais justa e igualitária.

Desse modo, o conceito de gestão está associado ao fortalecimento de tornar democrático o processo pedagógico, à participação com responsabilidade de todos nas decisões necessárias bem como, na sua efetivação mediante um compromisso coletivo cujos resultados educacionais sejam cada vez mais efetivos e expressivos.

Segundo Luck (2009) gestão surge como uma expressão que foi incorporada no contexto educacional trazendo uma mudança de paradigma com relação ao encaminhamento das questões desta área. E assim sendo, se caracteriza pelo fato de reconhecer a importância da participação das pessoas de maneira consciente e esclarecida nas decisões que envolvem a orientação e planejamento de seu trabalho.

Assim, percebe-se que sem dúvidas a gestão escolar democrática veio para consolidar o fortalecimento da democratização do processo pedagógico, isto é, para que seja real a participação de todos nas decisões necessárias e sua efetivação através de um compromisso coletivo com resultados cada vez mais significativos no processo educativo. Todavia entende-se considerando os estudos existentes sobre a temática, que, para a gestão democrática acontecer nas escolas públicas de forma efetiva e plena ainda falta muito a fazer, pois são vários os desafios que permeiam esta forma de gestão.

Desse modo, gestão democrática é o ato de administrar, dirigir uma instituição que possa promover a participação de todos os atores envolvidos no processo educativo de forma democrática, para que assim possa se alcançar a busca pela melhoria do ensino. É um modelo de gestão que veio com a finalidade de substituir o autoritarismo utilizado durante muito tempo, abrangendo todos os segmentos sociais que formam a escola, para propiciar uma reflexão sobre o papel do gestor na busca de uma escola pública de qualidade (SANTOS; OLIVEIRA, 2011).

Concebe-se então, a gestão democrática na escola pública como um instrumento metodológico que a escola vem concretizando com a equipe gestora e comunidade escolar de maneira participativa e objetiva com a finalidade de estabelecer um processo que, além de democrático, seja dinâmico e ininterrupto de empenho e coletividade tendo em vista à autonomia de todos aqueles que integram a escola. Compreende-se que essa participação se refere à aplicabilidade dos recursos financeiros, a execução e avaliação das ações pedagógicas, contribuindo, por conseguinte, para uma melhoria do ensino aprendizagem dos discentes (COLARES; PACÍFICO; ESTRELA, 2009).

Portanto, é importante que os gestores possuam conhecimentos sobre gestão, de forma que entendam a diferença entre administração escolar e gestão democrática.

De acordo com Hora (1994) comparando o termo ―administração‖ com a administração de empresas, é importante que se perceba que a administração escolar possui em seu histórico modelos de administração de empresas, dotada de características e pressupostos no desenvolvimento de suas ações, visando à produtividade como um sucesso pré-estabelecido, e deixa claro que a gestão democrática assim como a empresarial também almeja a realização dos seus objetivos. Porém, no caso da gestão escolar democrática o diferencial é que, as decisões são tomadas pelos diretores, mas, com a participação da comunidade escolar nos assuntos que dizem respeito a escola, diferenciando-se da administração empresarial, regida pelo sistema capitalista que mantem uma relação de exploração da classe dominante sobre o restante da sociedade.

Contudo, a gestão escolar democrática e descentralizada, prevista pela Constituição Federal de 1988, somente ganhou legislação própria posteriormente

corresponsabilizando interesses em busca de uma política pública educacional que atenda às expectativas dos envolvidos (JARDIM, 2009).

Logo, um grande desafio do gestor escolar constitui-se, entre outros, em conhecer os valores, mitos e crenças que orientam as ações das pessoas que atuam na escola e como se reforçam de forma recíproca e também em que medida esses aspectos podem distanciá-las dos objetivos, princípios e diretrizes educacionais, procurando ainda, compreender como sua própria postura interfere nesse processo, para poder, então, atuar de modo a promover a superação do distanciamento que porventura exista entre os valores vigentes e os objetivos educacionais (LUCK, 2009).

Nessa perspectiva, o papel do gestor escolar democrático é fundamental, pois ele é o líder educacional que deve ser espelho para os atores educativos da instituição. Para tanto deve articular toda a comunidade escolar em busca do objetivo maior da instituição, que deve ser o da não reprodução da ideologia dominante, buscando uma educação transformadora, que desestabilize o ser humano de sua poltrona da acomodação, o tornando-o ativo, crítico e histórico, sendo capaz de atuar de forma participativa em sua comunidade local. O gestor bem preparado é aquele que sabe mediar os interesses de todas as partes, inclusive os pais e a comunidade (SOUZA, 2006).

Portanto, diante das novas demandas e novas práticas advindas da implantação da gestão democrática do ensino, um novo perfil se delineia para esse gestor, sugerindo aspectos importantes para sua formação. Dadas suas novas funções, que advertem o caráter político-pedagógico de sua prática, o gestor precisa ser, antes de tudo, um docente. Este é um requisito importante na medida em que a ação do gestor, por ser um docente, deve volta-se, fundamentalmente, para a construção, implementação e avaliação do projeto político-pedagógico de sua unidade escolar (GRACINDO, 2009).

De acordo com Luck (2009), é missão de o gestor fazer com que todos participem ativamente das atividades da escola, e para isso o mesmo deve utilizar de estratégias que denotam a sua capacidade e eficiência como, identificar as oportunidades apropriadas para a ação e decisão compartilhada; estimular a participação dos membros da comunidade escolar; estabelecer normas de trabalho em equipe e orientar a sua efetivação; transformar boas ideias individuais em ideias

coletivas; garantir os recursos necessários para apoiar os esforços participativos e promover reconhecimento coletivo pela participação e pela conclusão de tarefas.

Assim, diante do exposto compreende-se que é necessário se entender a administração da educação, como um conjunto de decisões e interesses da vida escolar, onde haja a libertação dos processos centralizadores e a adoção de medidas com base na consolidação de uma gestão democrática, para que a educação pública passe a desfrutar da opinião pública. Desse modo é importante dentro do administrativo educacional se compreender a realidade em que os alunos, familiares, professores, servidores e comunidade estão inseridos, para que então sejam desenvolvidas atividades educacionais democráticas de acordo com sua cultura e política social (HORA, 1994).

1.3. COORDENA ÇÃ O PEDAG Ó GICA E A GEST Ã O ESCOLAR: Uma Rela çã o

Democr á tica?

Muito tem se questionado a gestão democrática no ambiente escolar, já que a responsabilidade pelo exercício desse tipo de gestão não pode ser direcionada somente à equipe gestora. Sem que todos os atores envolvidos se comprometam não há como se desenvolver o processo de construção coletiva e democrática. É uma incumbência de todos os envolvidos no processo educacional a garantia do acesso, permanência e qualidade do ensino, exercício da cidadania, desse modo todos tem o direito e mais ainda o dever de participar das construções coletivas (SILVA, 2014).

Tal colocação se confirma segundo Libâneo; Oliveira; Toschi (2011, pag.341):

O diretor coordena, organiza e gerencia todas as atividades da escola, auxiliado pelos demais elementos do corpo técnico-administrativo e do corpo de especialistas. Atende às leis, aos regulamentos e às determinações dos órgãos superiores do sistema de ensino e às decisões no âmbito da escola assumidas pela equipe escolar e pela comunidade.

Portanto, entende-se a partir do exposto que a existência de uma relação da gestão com a coordenação pedagógica é fundamental no cotidiano escolar para que se alcance a aprendizagem e o sucesso escolar dos discentes.