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PDF. ISBN 978-65-87592-02-2. 1. Ética (Moral filosófica) 2. Filosofia ... presente nas sociedades, no que diz ... nidade de trabalhar, de conversar,.
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
Oficina de Pergunta Consultoria e Assessoria Centro de Pesquisa e Formação – CPF do Sesc São Paulo 2022
A MORAL É OCIDENTAL? TUDO COMEÇOU NA GRÉCIA...? As morais dos povos antigos, a moral dos orientais, a moral africana, a moral pré-socrática.
Onde a ética começa, e onde
ela termina? Podemos tratar da
moral no singular?
Pensar acerca dos temas da ética e da moral suscita as mais diversas questões, as quais por vezes não serão sanadas a contento. Se nos- so tempo se apresenta como uma rede de complexidade, na qual nos deparamos com diferentes articu- lações morais e princípios éticos postos à prova, o ciclo Moralida- des, Amoralidades, Imoralidades: conversas sobre ética apostou na relação do diálogo para expor e problematizar algumas destas in- terrogações, objetivando mais mo- bilizar o olhar crítico e autocrítico sobre nosso próprio fazer e agir socialmente, do que ofertar res- postas prontas, ou defender teses conclusivas sobre qual a ‘melhor’ ética a se seguir, ou em qual moral devemos nos refugiar. Partindo das perguntas-chave mobilizadoras que nomearam cada encontro, e com mediação da educadora Terezinha Azerêdo Rios, pesquisadores, pensadores e artistas de diferentes formações acadêmicas, campos de atuação e
territorialidades foram provocados a expor seus pontos de vista acerca do interminável tópico que é o da ética e suas leituras no contempo- râneo, bem como sobre os modos de re-pensar as moralidades a par- tir de outras óticas, mais amplia- das, heterogêneas e inclusivas. Promovido pelo Serviço Social do Comércio de São Paulo (Sesc SP), por meio do seu Centro de Pesqui- sa e Formação (CPF), o ciclo ocor- reu de junho a agosto de 2021, de modo on line, e esta publicação re- úne o resultado de sua transcrição, como forma de amplificar e com- partilhar as reflexões realizadas. Uma boa leitura.
Danilo Santos de Miranda Diretor do Sesc São Paulo
Apresentação
Esta série de encontros - “Morali- dades, Amoralidades, Imoralidades
Homenagem ao professor Roberto Romano, um intelectual de pri- meira grandeza. A morte do professor Roberto Romano deixou um vazio neste momento da história do Brasil. Era um defensor do ensino público, da ética, das políticas de inclusão nas universidades e da justiça social no país. Sua erudição e sua presença, tão necessárias, farão muita falta. Mas sua obra estará presente per- manentemente em qualquer refe- rência ao conhecimento reunido sobre história, política, filosofia e economia de nosso país. Roberto Romano era graduado pela USP (1973) e fez doutorado em filosofia pela Escola de Altos Estu- dos em Ciências Sociais de Paris, na França (1978). Era considerado uma das referências no país ao tratar de temas como ética, democracia, direitos humanos, ciência política e universidade pública. Além disso, foi autor de vários livros, entre eles Igreja contra o Estado, Conservado- rismo romântico: origem do totali- tarismo e Razão de Estado e outros estados da razão.
ENCONTRO 4 / 01.07. A MORAL É BURGUESA? – TUDO COMEÇOU COM O PATRÃO...? A moral da classe trabalhadora Convidado: Ricardo Antunes
No fechamento do módulo, defenderemos a ideia de que, no campo da Ética, tudo começa – e segue – com todos!
O mais belo do mundo seria fazer-se o que se sabe e pode para que a vida de todos seja melhor. VALTER HUGO MÃE
MÓDULO II. ÉTICA, MORAL E COMPANHIA
- SABERES, PENSARES, SENTIRES.
Articulação entre a ética e os diversos campos do conhecimento e do agir social, refletindo sobre as suas fronteiras e as inúmeras pontes que podem ser construídas no sentido de ampliar os olhares e os pontos de vista. ENCONTRO 1 / 08.07. ÉTICA E CIÊNCIAS O objetivo da investigação científica, os métodos. As especificidades das ciências: exatas, biológicas, humanas. Bioética. Convidado: Christian Dunker
ENCONTRO 2 / 15.07. ÉTICA E RELIGIÕES As manifestações religiosas na contemporaneidade. Os fundamentalismos. Aqui aproveitamos para responder a questão “Tudo começou em Belém (na manjedoura)?” Convidado: Nilton Bonder
ENCONTRO 3 / 22.07. ÉTICA E ARTES O belo e o bem. O gesto criativo. A reflexão estética. Lazer/ludicidade Convidada: Eliane Potiguara
ENCONTRO 4 / 29.07. ÉTICA E EDUCAÇÃO A educação como construção da humanidade. A instituição escolar. As políticas educacionais. Desafios e perspectivas. Convidados:
OFICINA DE PERGUNTA, CONSULTORIA E ASSESSORIA LTDA. CENTRO DE PESQUISA E FORMAÇÃO - CPF DO SESC SÃO PAULO.
Boa noite para todos. Minha primei- ra palavra é de obrigada, obrigada ao Sesc, que acolheu de uma forma tão generosa esta proposta minha e de Fernando Rios, parceiro querido, e a todos vocês que estão aqui com a gente. É uma coisa muito boa poder levar adiante esta conversa. Quero agradecer muito particularmente no Sesc a Andréa e Sabrina. Andréa, que nos acolheu logo no início, e Sabrina, que nos conduziu pela mão em todos os momentos de prepara- ção do trabalho. Queremos que realmente valha isso que Sabrina acabou de trazer, quan- do apresentou o ciclo. Que sejam conversas efetivamente sobre essas questões que ligam a moralidade e a ética. A gente quer que seja mesmo uma conversa, que a gente possa receber de todo mundo as suas ideias, as suas crenças, os seus sentimentos, para que haja mesmo a possibilidade de um diálogo. Não há diálogo do mesmo. Sempre digo isso. O diálogo se faz na diver- sidade. Se faz na pluralidade. É isso
que a gente quer neste ciclo. Que haja a possibilidade de uma parti- lha de ideias. Vários dos que estão aqui, com os quais tive a oportu- nidade de trabalhar, de conversar, lembrarão que sempre inicio por isso, que embora a gente possa falar em troca de ideias, o que há no de- partamento das ideias não é troca. Na troca, a gente tem sempre uma perda. Se troco com você meus óculos pela sua caneta, eu fico sem meus óculos e você fica sem caneta. Porém, se óculos e caneta fossem ideias, poderíamos ficar ambos com óculos e caneta. Partilhamos. E é isso que a gen- te quer nesta nossa conversa. E a intenção é exatamente que essa partilha possa ampliar o espaço da reflexão. E além dos nossos convi- dados, que haja a possibilidade de a gente trazer mais gente, nas cita- ções, nas referências etc. Já vou buscar alguém, meu conter- râneo da melhor qualidade: Gui- marães Rosa. Ele tem um mote que vai nos ajudar a percorrer nosso
Não há diálogo do mesmo.
O diálogo se faz na diversidade.
caminho. Ele diz: “a cabeça da gente é uma só e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores, diferen- tes, e a gente tem de necessitar de aumentar a cabeça para o total”. A gente tem de necessitar de au- mentar a cabeça. Cabeça, tronco e membros. Para que realmente haja uma possibilidade de crescimento de todos nós. Essa é a expectativa que a gente tem, portanto, estabe- lecer um diálogo nessa direção, de uma reflexão. Uma reflexão, um jeito de olhar diferente aquilo que está no cotidiano, uma forma de ul- trapassar o senso comum, uma for- ma de reparar as coisas, como diz José Saramago no seu livro Ensaio sobre a cegueira: “Se podes olhar, vê; e se podes ver, repara”. A proposta aqui é, recordando como se diz em Minas Gerais: “ponha reparo nas coisas”. Olhe de um jeito diferente, com mais clareza, mais profundidade, mais abrangência. Acho que esse tema que nos traz aqui vai nos ajudar. A gente pensou em dois módulos. No primeiro, pensamos trazer algumas provo- cações que vocês viram lá quando viram a apresentação. O que que- ríamos era questionar uma única
visão de mundo, por isso mesmo é que colocamos as perguntas e as de hoje são: “A moral é grega? Tudo começou na Grécia? A moral é ocidental?” E a gente vai pensar na perspectiva da moral e da reflexão sobre ela. A seguir, a gente vai perguntar se a moral é masculina. Depois, vamos perguntar se a moral é branca. E por fim perguntar se a moral é bur- guesa, se a moral é coisa do rei, do patrão etc. São provocações, mesmo. Quere- mos explorar um tema que é mais do que candente nesta época. Te- mos falado tanto em ética e muitas vezes ela está só no discurso. Os nossos convidados vão nos ajudar a olhar isso de uma forma diferente. Hoje, com muito prazer, a gente vai inaugurar recebendo o professor Renato Janine Ribeiro. Ele é pro- fessor de Ética e Filosofia Política na USP, foi professor na Universi- dade de Colúmbia e na Unifesp, foi ministro da educação no governo de Dilma Rousseff, tem uma vasta produção que tem orientado, au- xiliado muitos de nós na área da filosofia e fora dela. Renato Janine escreveu um livro com o qual ga- nhou o Prêmio Jabuti que se cha-
renato
janine
ribeiro
O problema que fica, quando
se discute ética, é que há uma ética mais sofisticada, que estou ligando a Kant, por exemplo, e uma visão comum da moral que continua ligada à punição. Daí uma expressão quase de autoajuda, que tenta expressar a ideia de que você não precisa temer a punição para ser ético: ético
é aquilo que você faz quando
ninguém está olhando.
Por que o suposto ateísmo de Fer- nando Henrique lhe custou o cargo de prefeito? Porque ainda perdura em muitas pessoas a ideia de que quem não crê em Deus não é uma pessoa ética. Ou seja, crer em Deus é acreditar num jogo de recompen- sas e punições posterior à morte. Há uma crença de que, se a pessoa for ateia, pode acreditar que tudo se julgará já nesta vida. Pode en- tão ter pleno sucesso e fazer coisas muito ruins. Por isso a crença em Deus seria uma condição para a moralidade, para a pessoa ser ética.
Essa ideia de inferno começa a declinar por volta de 1600, mas não sumiu por completo. O exemplo de Fernando Henrique Cardoso coloca o fato de que nenhum candidato à presidência dos Estados Unidos nem do Brasil diga que é ateu. É difícil um político dizer que é ateu, porque é correr o risco de perder votos. Justamente porque o ateu seria imoral. Essa, a grande relação entre moral e religião.
Estudei longamente o filósofo Thomas Hobbes e ele trava uma polêmica muito interessante com um bispo inglês, discutindo liber-
dade e necessidade. Hobbes diz mais ou menos o seguinte: “Tudo o que acontece está predeterminado. Porque o mundo é uma causalida- de, tudo sucede segundo causas, causas são sempre anteriores aos efeitos. Deus conhece todas as causas, conhece todos os efeitos. Assim, tudo vai acontecer do jeito que já se sabe desde sempre. Só que nós não sabemos. Deus sabe. Nós não sabemos.”
O bispo fica muito incomodado com isso. E protesta: “Do jeito que o senhor diz, as almas irão para o céu ou para o inferno sem terem mérito para irem para o céu ou de- mérito, para irem para o inferno. As almas serão recompensadas ou pu- nidas sem justiça. O que o senhor fala é muito grave. O senhor abole o céu, suprime o sentido do céu”, e acrescenta uma passagem que acho fabulosa: “pior ainda, porque su- prime o inferno”. Ou, pelo menos, torna o acesso ao inferno injusto. Acho essa frase notável.
Esse bispo está nos dizendo: “Para a moral religiosa, o inferno é mais importante do que o céu”. O medo do castigo é mais importante do
que a esperança na recompensa. A ideia de uma punição eterna, terrí- vel, horrorosa se torna mais signi- ficativa do que qualquer coisa para determinar a moralidade.
Posso aproximar essa percepção do Hamlet do “Ser ou não ser”. “Ser ou não ser” é um monólogo sobre o suicídio. Por que suportamos as ilações da lei, o desprezo da mulher amada, as injustiças, quando pode- ríamos pôr fim a tudo isso com um mero punhal? Mas a alma, diz ele, se acovarda e tem medo de que, de- pois deste mundo, tormentos ainda maiores ocorram. Assim, para Hamlet, é possível que a morte não seja a paz, mas a abertura para um espaço ainda pior, provavelmente o do inferno.
Uma terceira referência interes- sante está num livro muito bonito, A religião e o declínio da magia, do historiador inglês Keith Thomas^2.
Ele diz que muitos depoimentos ingleses do século XVI, geralmente na justiça, revelam: “Eu não faço questão de ir para o céu. Por mim,
2 Religion and the decline of magic. Nova Iorque, 1971 , Charles Scribner and sons. Há tradução brasileira. Religião e o declínio da magia. Keith Thomas. São Paulo, 1991, Companhia das Letras.
poderia acabar tudo aqui. Mas não quero é ir para o inferno. Eu me mantenho religioso, faço tudo o que a religião manda, não por esperança de ir para o céu, mas por medo de ir para o inferno”.
Mencionei três casos ingleses em que o medo do inferno é mais importante do que a esperança do céu. E o medo do inferno é o fator determinante da moralidade. A mo- ralidade estará associada ao medo.
Posso acrescentar um quarto exem- plo inglês que é muito saboroso. O conde de Rochester é um ateu notório. É um libertino, na corte de Carlos II. Em 1680, está para morrer e o sacerdote lhe pede que confesse, que se arrependa, que se converta.
Ele responde: “Não, não vou fazer isso porque, o senhor sabe, eu não creio nisso, todos sabem que sou li- bertino, que não acredito em Deus”.
Mas o sacerdote lhe diz: “Conde, sabemos que o senhor não crê em Deus. Mas pense nos pobres. Pense em toda essa multidão de pessoas.
O que vamos ter naqueles sécu- los? Uma elite começa a descrer do inferno, perde o medo a ele - e, ao mesmo tempo, temos Kant, de quem eu apontaria uma ou duas ideias que me parecem, sincera- mente, fabulosas.
Falo da ideia de que, quando você age, faz intrinsecamente um juízo ético. Assim, se eu passo na estei- ra do mercado e a caixa me cobra menos do que vale a mercadoria, e eu aceito, não digo que ela está se prejudicando, estou emitindo o ju- ízo de que todas as pessoas podem fazer isso no mundo. Todos podem então fraudar a caixa. Ou, se não paro no sinal vermelho, emito um juízo implícito de que todos podem furar o sinal, com os danos que isso possa causar.
Essa ideia, muito interessante, é um pouco “dize-me o que ´fazes’ e eu te direi quem és”, adaptando o velho adágio. A ação da pessoa contém um discurso implícito. Não é uma ideia apenas de Kant. Aparece em Hobbes e em muitos autores. É a ideia de que as ações são governadas pelas opiniões que as pessoas têm – “opinião”, aqui, é
mais ou menos o que desde Freud será chamado de inconsciente.
Ora, se as nossas ações trazem embutidas um juízo de valor, nelas emito um enunciado moral univer- sal. E o faço sem precisar de Deus. Obviamente, o raciocínio de Kant nos leva a concluir que o correto é eu – e todos – pagarmos o que é devido, respeitarmos as leis e assim por diante. Daí, se pode ter uma moral, uma ética, sem a revelação divina, nem a punição demoníaca ou divina. Isso determina uma mu- dança significativa na ética, embora essa mudança, que eu dataria em Kant do ponto de vista filosófico, nos costumes, tenha começado antes. Mas essa mudança não se completou, e a maior parte das pessoas em nosso país, e certamen- te nos Estados Unidos, acha que os ateus são imorais.
O curioso, retomando o que afir- mei antes, é que o ateu não é exata- mente quem não crê em Deus, mas quem não crê no diabo. A vincula- ção de religião à moral é mais uma crença no inferno do que no céu. Mais uma crença nos poderes mo- ralizantes do medo ao demônio do
que nos poderes moralizantes da esperança em Deus.
Talvez seja bom lembrar o que é o inferno. Não é um lugar onde as pessoas passam a eternidade sendo queimadas. O inferno é a ausência da visão beatífica. É a ausência da visão de Deus. É, então, a perda de toda esperança. Dante Alighieri, na “Divina Comédia”, traz muito bem isso: “Vós que entrais, largai toda esperança”. Lasciate ogni speranza, voi ch’entrate, inscrição que, no po- ema de Dante, se acha colocada na porta do Inferno. (Dante Alighieri, Inferno, III, 9.) O inferno significa que não temos esperança alguma, é o desespero, a desesperança total. É isso que seria o inferno. Não é nada tentador, esse lugar. Mesmo sem diabo com chifres, sem tridentes, sem rabos, não é uma coisa tentadora.
Ética, moral, castigo e autonomia; ações éticas sem sujeitos éticos.
O problema que fica, quando se discute ética, é que há uma ética mais sofisticada, que estou ligando a Kant, por exemplo, e uma visão
comum da moral que continua ligada à punição. Daí uma expres- são quase de autoajuda, que tenta expressar a ideia de que você não precisa temer a punição para ser ético: “ético é aquilo que você faz quando ninguém está olhando”.
Ou seja, a ética existiria quando você pode prescindir do castigo. Aqui há alguns pontos: uma ética que não precisa da revelação divina, nem do castigo.
Isso trará uma responsabilidade gigantesca para o indivíduo, que Kant chama de autonomia. Literal- mente, é dar a si próprio - “autos” -, a sua lei - “nomos”. Autonomia é a pessoa legislar por si própria. Aqui, vou adaptar Kant, talvez, moderni- zar um pouco Kant.
Quando falo de ética, gosto de eliminar toda e qualquer lista de certo e errado. Qualquer lista assim comete um equívoco gigantesco. Pode gerar ações éticas, mas não sujeitos éticos. Pode trazer resulta- dos positivos para a sociedade, mas não forma seres capazes de pensar eticamente.