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A educação em Moçambique sofreu várias transformações, desde a era pré-colonial até os dias de hoje, nesta obra, aborda-se o seu contexto antes, e durante o período da colonização portuguesa.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Pascoal da Graça Marcelo Arapane O contexto histórico da educação no período colonial e durante a luta armada de libertação de Moçambique (1930-1975). Academia Militar “Marechal Samora Machel” Nampula, Abril de 2025
Pascoal da Graça Marcelo Arapane O contexto histórico da educação no período colonial e durante a luta armada de libertação de Moçambique (1930-1975). Trabalho científico a ser submetido para avaliação pelo Departamento de Extensão e Pós-graduação, curso de licenciatura em Psicopedagogia, 2º ano, orientado pelo docente: MA. Carlos Adamo. Academia Militar “Marechal Samora Machel” Nampula, Abril de 2025
1. Introdução A educação é o processo de ensino-aprendizagem, ela é a transmissão de valores, normas, condutas e forma de ser e estar socialmente aceitas. A educação em Moçambique foi marcada por varias fenómenos e também, sofreu várias transformações, dai que estudar o contexto histórico da educação em Moçambique é importante, porque os erros cometidos no passado podem ser corrigidos de forma que a educação no nosso país possa alcançar a tal almejada educação de qualidade. A história da educação em Moçambique conheceu três períodos (anticolonial, colonial e pós— independência) e neste trabalho destacaremos o período colonial que foi conhecido por duas modalidades de ensino sendo o ensino rudimentar e oficial. Mas é importante também frisarmos que, embora no período antes da colonização não existissem instituições de ensino, havia educação, a qual é conhecida por educação tradicional. Após o início da guerra de libertação nacional os moçambicanos unidos na luta pela sua liberdade, conseguirão tomar posse de certas regiões, as que foram chamadas de zonas libertadas as mesmas também que passaram por um processo de educação que foi designado por educação nas zonas libertadas cuja finalidade era preparar o homem para guerra e eliminar a ideologia de que a exploração do africano era normal. A elaboração deste trabalho justifica-se pelo facto de da necessidade de adquirir competências como futuros psicopedagogos que permitam entender melhor a área da educação e o mesmo contribui para a sociedade e assim como para a comunidade académica por que a história faz parte do desenvolvimento do nosso futuro. Quanto à estrutura o trabalho está organizado desde à introdução, revisão da literatura, metodologia usada, conclusão e referências bibliográficas. 1.1.Objectivos Objectivo Geral: Conhecer o contexto histórico da educação de Moçambique (1930-1975) no período colonial e durante a luta de libertação. Objectivos específicos: ➢ Caracterizar o ensino oficial e o ensino rudimentar ou indígena. ➢ Explicar a finalidade do ensino oficial e do ensino rudimentar. ➢ Descrever a educação nas zonas libertadas e sua finalidade.
A educação é a passagem de valores, culturais e sociais de uma geração para outra. A educação em Moçambique parte no período pré- colonial, período este onde o processo de ensino e aprendizagem era intrinsecamente ligado à vida comunitária e à transmissão de conhecimentos ancestrais. A tradição oral desempenhava um papel central, com os anciãos e líderes comunitários actuando como principais educadores. Eles transmitiam não apenas conhecimentos práticos essenciais para a sobrevivência, como técnicas de caça, pesca e agricultura, mas também valores éticos, histórias, mitos e tradições que moldavam a identidade cultural. A educação ocorria em línguas maternas e era integrada ao quotidiano, com crianças aprendendo através da observação, participação em actividades comunitárias e narração de histórias. Este processo educativo visava preparar os jovens para seus papéis na sociedade, garantindo a continuidade das tradições e a coesão social. A educação em Moçambique durante o período colonial português foi caracterizada por um sistema educacional segregado e discriminatório (Isaacman & Isaacman, 1983). O ensino era estruturado em duas modalidades principais: o ensino oficial e o ensino rudimentar ou indígena (Newitt, 1995). Estas modalidades reflectiam a política colonial de assimilação e controle da população moçambicana, impondo barreiras significativas ao acesso à educação para a maioria da população africana. 2.1. Ensino Oficial O ensino oficial em Moçambique, durante o período colonial, era uma oportunidade reservada a poucos. Inspirado no modelo português, era estruturado em diferentes níveis de instrução: primário, secundário e técnico-profissional. No entanto, o acesso era extremamente selectivo, direccionado quase exclusivamente aos filhos de colonos portugueses e a um pequeno grupo de africanos assimilados, ou seja, aqueles que haviam adoptado a cultura, a língua e os costumes portugueses (Lopes, 2010). Nas escolas oficiais, o ensino era ministrado em português e seguia um currículo baseado no sistema educacional metropolitano. As disciplinas incluíam leitura, escrita, aritmética, geografia e história de Portugal, reforçando a visão colonialista sobre o território e sua população. O ensino técnico-profissional, por sua vez, era voltado para a formação de
população africana, visava fornecer apenas um nível básico de instrução, suficiente para desempenhar funções subalternas dentro da sociedade colonial (Newitt, 1995). A duração do ensino rudimentar era reduzida, e o acesso ao ensino superior era praticamente inexistente para os estudantes desse sistema. Além disso, o governo colonial incentivava o ensino rudimentar para reforçar a subordinação dos africanos, restringindo seu desenvolvimento intelectual e garantindo que a elite colonial mantivesse o controle sobre a população moçambicana. Quimuenhe (201 8 , p.6 citado em Idem, 1989) alega que “A separação de tipo escola, uma para a classe branca “o saber dizer” e outra para a população autóctone “o saber fazer”. Esta educação mutilava não só a população negra, mas também a classe branca, pois ambos eram privados do desenvolvimento completo que integrasse o pensamento e ação, que se traduz em “saber pensar” e “saber fazer”, “saber dizer” e “saber ser” que é a ciência e técnica.
3. CAPITULO II: EDUCAÇÃO DURANTE A LUTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL Com o início da luta armada de libertação em 1964, liderada pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), surgiu a necessidade de estabelecer um novo modelo educacional nas áreas controladas pelos movimentos de resistência (Muchanga (2023) citado em FRELIMO, 1974). Assim, foram criadas as escolas nas chamadas Zonas Libertadas, que desempenharam um papel fundamental na formação dos combatentes e na conscientização da população sobre a luta pela independência. 3.1.Educação nas Zonas Libertadas A educação nas zonas libertadas surgiu como uma resposta à exclusão imposta pelo sistema colonial. Com a expansão do território sob controle da FRELIMO, foram estabelecidas escolas comunitárias que ofereciam um ensino voltado para a alfabetização e formação política dos moçambicanos. O objectivo era não apenas educar, mas também preparar os cidadãos para o período pós-independência, promovendo valores de autodeterminação e resistência ao domínio colonial.
3.2. Finalidade da Educação nas Zonas Libertadas A principal finalidade da educação nas zonas libertadas era formar cidadãos conscientes da sua identidade nacional e da luta pela liberdade (Matsinhe, 2005). O currículo incluía matérias como história de Moçambique, política, higiene, matemática e língua portuguesa. Além disso, o ensino enfatizava a necessidade de eliminar a mentalidade colonial e promover a auto- suficiência das comunidades moçambicanas. A implementação desse sistema educacional foi um marco na resistência contra a dominação colonial, permitindo a formação de quadros que mais tarde desempenhariam papéis importantes na administração do país após a independência, conquistada em 1975. Metodologia A metodologia adoptada para a elaboração deste trabalho baseia-se em uma pesquisa bibliográfica e documental. Para isso, foi elaborado um roteiro de pesquisa, o qual orientou a selecção das fontes e a análise do material colectado. O roteiro incluiu a definição das áreas de estudo, como a educação colonial, o ensino nas zonas libertadas, e as implicações dessa educação para a sociedade moçambicana. A pesquisa bibliográfica envolveu a consulta de livros, artigos académicos, teses relacionados ao período colonial e à luta de libertação de Moçambique. De acordo com Gil (2002), a pesquisa bibliográfica é fundamental para o levantamento e compreensão das fontes teóricas e históricas que sustentam o estudo. Já Lakatos (2003) ressalta que, em uma pesquisa histórica, é essencial a coleta de dados primários e secundários, buscando compreender as dinâmicas que moldaram os processos educacionais em contextos específicos, como o de Moçambique.
Referências Bibliográficas Matsinhe, Flávia. (2005). Educação em Moçambique: Do Colonialismo à Independência. Maputo: Editora Acadêmica. Lopes, António. (2010). História da Educação em Moçambique. Lisboa: Centro de Estudos Africanos. Newitt, Malyn. (1995). Uma história de Moçambique. Londres: Hurst & Company. Sheldon, Kathleen. (2002). Dicionário histórico das mulheres na África Subsaariana. Lanham: Scarecrow Press. Isaacman, Allen., & Isaacman, Barbara. (1983). Moçambique: Do colonialismo à revolução, 1900- 1982. Boulder: Westview Press. Muchanga, Flávia. (2023). Educação nas zonas libertadas pela FRELIMO. Maputo: Editora Acadêmica. Quimuenhe, Ancha. (2018). HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO MOÇAMBICANA NO SECULO XX: LEI 4/83 E 6/92 DO SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Moçambique, Disponivel em: https://seer.facmais.edu.br/rc/index.php/RCE/article/download/31/28/