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Monografia apresentada ao Curso de. Licenciatura em. Pedagogia da. Universidade Estadual da Paraíba, em cumprimento à exigência para obtenção do grau de ...
Tipologia: Esquemas
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Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual da Paraíba, em cumprimento à exigência para obtenção do grau de Licenciatura Plena em Pedagogia.
Orientadora: Profª Drª Patrícia Cristina de Aragão Araujo
Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual da Paraíba, em cumprimento à exigência para obtenção do grau de Licenciatura Plena em Pedagogia.
Aprovada em 29/11/2011.
Profª Drª Patrícia Cristina de Aragão Araujo (DH/ CEDUC/ UEPB) Orientadora
Profª. Drª. Zélia Maria de Arruda Santiago (DE/ CEDUC/ UEPB) Examinadora
Profª Ms Maria Gudmar dos Santos (DE/ CEDUC/ UEPB) Examinadora
À minha mãe e ao meu filho bênçãos que Deus colocou na minha vida. Mãe a pessoa que me deu a luz duas vezes e que agradeço a cada dia que passa por existir em minha vida. Ao meu filho amor da minha vida, ser que é o sentido do meu existir. Enfim, a todas as pessoas da minha família que me ajudam em todos os momentos.
“O desenvolvimento de interesses e hábitos permanentes de leitura é um processo constante, que principia no lar, aperfeiçoa-se sistematicamente na escola e continua pela vida afora.” (Richard Bamberger)
Resumo
Na educação infantil, o estímulo à aprendizagem através da utilização da literatura infantil na contação de história em sala de aula, pode propiciar modos e formas de educar que permitam aos alunos/as o ingresso no mundo da leitura. Assim, este trabalho tem por objetivo compreender a prática docente da professora na arte de contar história para crianças na Educação Infantil. Para tanto, utilizamos como abordagem teórico-metodológica os estudos de André (1995), Leardini (2006), Oliveira (2008) e Medeiros (2005). A pesquisa foi realizada em uma escola pública de educação infantil, na cidade de Massaranduba/PB, ambiente em que observamos, através de oficinas pedagógicas, a prática docente de uma professora na arte de contar história pela literatura infantil. O estudo permitiu visualizar a importância da literatura infantil e da contação de história para a motivação da aprendizagem das crianças, prática pedagógica que desperta a imaginação, desenvolvendo a leitura, a escrita e a oralidade entre as crianças. A pesquisa possibilitou identificarmos o quanto a ação pedagógica da professora observada propicia a criança o gosto pela leitura através da contação de história.
Palavras-chave: Educação infantil. Prática docente. Literatura infantil. Contação de história.
Sumário 1-Introdução ......................................................................................................... 11
2- A arte de contar histórias na Educação Infantil
2.1 Prática docente na educação infantil ............................................................. 15
2.2 Era uma vez... A arte de contar história na literatura infantil .......................... 19 2.3 Nas trilhas da leitura e da escrita: a arte de contar histórias .......................... 26 3- Saberes e práticas da literatura infantil na arte de contar histórias: tessituras
docentes na educação infantil
3.1 A contação de história na Escola Municipal de Massaranduba: As artes de
fazer da professora ............................................................................................... 30
3.2 Oficinas de contação de história: relatos de uma experiência pedagógica ..... 34
4-Considerações Finais ......................................................................................... 39
5-Referências ........................................................................................................ 41
Apêndice ........................................................................................................ 45
1. Introdução A arte de contar história é uma das mais antigas formas de expressão do ser humano, a partir da qual é possível expressar sentimentos, emoções, experiências, além de ser uma forma de transmitir culturas através das gerações.
As origens das histórias e os gêneros literários são diversos, assim como os tempos de sua criação são variados, mas todos possuem a mesma essência: a imaginação e o anseio de responder a alguns dilemas da alma humana, como o medo, a alegria, a angústia, as perdas, entre outros (LEARDINI, 2006, p.26). Narrar histórias é um fato cotidiano, presente na vida das pessoas das mais diferentes classes sociais, sendo transmitido entre os antepassados, preservando o seu objetivo primordial. Para Leardini (2006, p.26) o ato de contar histórias é uma forma de “encantar crianças e adultos com a magia que representa”. Segundo o Referencial Curricular para a Educação Infantil (1998, v.3, p.143) “a leitura de histórias é um momento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o seu”. Dessa forma, para promover a identificação com o universo retratado, contar histórias para crianças pequenas torna-se mais prazeroso a partir de algum tipo de ilustração: gravuras, desenhos, fantoches e a música, que também se mostra um instrumento muito interessante. Para Ferreira (2007, p.9) “as histórias ilustradas e cantadas são de grande incentivo e encantamento para torná-las mais atraentes e fáceis de serem assimiladas”. Com este estudo, tentamos adentrar nesse mundo de fantasia, compreendendo a prática docente da professora na arte de contar histórias para crianças na Educação Infantil. Visamos observar suas estratégias para motivar a leitura e, consequentemente, a escrita, através dos recursos literários. Para tanto, buscamos alcançar alguns pontos, mostrar as possibilidades educativas da contação de história motivando crianças no aprender a ler e a escrever na Educação Infantil; além de identificar como essa prática mobiliza a compreensão da leitura e da escrita entre as crianças pequenas; e ainda verificar de que modo uma professora da Educação Infantil, numa escola pública de Massaranduba/PB, pode contribuir para dinamizar a aprendizagem.
Diante do exposto, esperamos que este estudo faça avançar o conhecimento na área e nas discussões relativas à literatura e à pedagogia, suscitando novas pesquisas que possam abordar essa problemática. Como aporte teórico, tomamos como referência os estudos de Leardini (2006), Oliveira (2008) e Medeiros (2005) tratando sobre a interface entre literatura e a pedagogia, a partir da inserção da literatura infantil na educação. Para alcance do objetivo proposto, optamos por uma abordagem qualitativa, um estudo de caso do tipo etnográfico, baseada nas experiências da prática docente de uma professora de escola pública de Educação Infantil. Esse método foi escolhido, conforme André (1995, p.31), porque há a necessidade em conhecer o que se passa numa situação específica e compreendê-la como uma unidade. Os instrumentos utilizados foram observações, questionário e a bibliografia específica do tema. A pesquisa foi realizada através das seguintes etapas: leitura dos textos da temática a ser trabalhada; elaboração de um questionário com a professora L.C, sobre sua ação pedagógica em relação à contação de história. A observação e o questionário foram realizados na Escola M.E.I.F. Pedacinho do Céu. Foram analisadas sete aulas em formato de oficinas pedagógicas. Nestas ocasiões verificamos que a professora utilizou em sala de aula materiais bem diversificados, tais como: desenho, livro com gravuras, fantoches, dramatizações, cd de musica infantil, entre outros. Após as observações foram feitas a análise do questionário e do conteúdo observado nas aulas, que, aliados à revisão de literatura, deram origem a este trabalho. O lócus da pesquisa foi uma escola municipal, localizada no Distrito de Santa Terezinha, na cidade de Masaranduba, a Escola M.E.I.F. Pedacinho do Céu, cujos alunos e alunas são oriundos do próprio distrito e de sítios circunvizinhos. A escola conta com quatro professoras de Educação Infantil, nos turnos manhã e tarde, e com apenas uma orientadora pedagógica, que se responsabiliza pelo município e não segue diretrizes de um projeto político pedagógico. Organizamos este estudo em três capítulos. O primeiro introduz os principiais conceitos analisados. No segundo, cujo título é a “Prática docente no contexto da Educação Infantil e a arte de contar história” , abordamos a educação infantil ontem e hoje, como era e como é vista essa modalidade de ensino, os desafios enfrentados na prática pedagógica, além das possibilidades metodológicas que a literatura
infantil oferece, através da contação de história, estímulos importantes para mobilizar as práticas de leitura e escrita. No terceiro capítulo, intitulado “Saberes e práticas da literatura infantil na arte de contar histórias: tessituras docentes na educação infantil” relatamos nossas observações da ação docente da professora L.C., destacando o papel da oficina pedagógica na educação infantil e trazendo como eixo norteador a interface entre a contação de história e a literatura infantil.
voltados para a educação infantil, verificou-se a necessidade de integração aprendizagem-sociabilidade. Segundo o RCNEI apud PALHARES (2007, p.7):
Polêmicas sobre cuidar e educar, sobre o papel do afeto na relação pedagógica e sobre educar para o desenvolvimento ou para o conhecimento têm constituído, portanto, o panorama de fundo sobre o qual se constroem as propostas em educação infantil (PALHARES, 2007, p.7). Educação infantil é, portanto, compreendida como a fase do 0 aos 6 anos, tempo em que as primeiras experiências são vivenciadas e os estímulos que são postos têm maior influência sobre o desenvolvimento da criança. Nessa faixa etária, representam um mundo cheio de possibilidades, de vida e de vontade de aprender. Porém, essa visão é bastante atual, pois a infância só passou a ser pensada como uma etapa da vida e de grande importância, com características e necessidades próprias, a partir dos séculos XVII e XVIII. Um dos pioneiros a falar sobre o assunto foi o francês Philippe Ariès. Para Ariés apud Priore (2008): até o século XII não havia representação para a infância: a criança era vista como um “adulto em gestação” (PRIORE, 2008, p. 10). Em outras palavras, um ser em que a única coisa que o diferenciava de um adulto era o tamanho, pois a criança era vista e representada como um adulto; na forma como se vestia, se comportava e era tratada. A partir do século XVI, já na modernidade, é que a ideia de infância e a visão sobre a criança é modificada. Isto porque passou-se a perceber as necessidades e os cuidados relativos às crianças, desconstruindo a representação de “pequeno adulto”, que durante tanto tempo vigorou com relação a esta faixa etária. Em alguns momentos era “vista como “santa”, ou como um ser transcendental, um “anjo”, a forma como era representada após a morte” (BRANDÃO, 2007). A representação da infância do nascimento à morte era configurada, muitas vezes, nas imagens contidas nas pinturas de época, onde cada pintor, a partir de sua impressão da infância, deixava suas evidências em sua arte. Deste modo, para Ariés (1981), no que se refere à criança:
Ninguém pensava em conservar o retrato de uma criança que tivesse sobrevivido e se tornado adulta ou que tivesse morrido pequena. No primeiro caso, a infância era apenas uma fase sem importância, que
não fazia sentido fixar na lembrança; no segundo, o da criança morta, não se considerava que essa coisinha desaparecida tão cedo fosse digna de lembrança: havia tantas crianças, cuja sobrevivência era tão problemática. O sentimento de que se faziam várias crianças para conservar apenas algumas era e durante muito tempo permaneceu muito forte (ARIÈS, 1981, p.44). A partir do século XVII os retratos^1 tornaram-se numerosos e o sentimento de representar a criança tal como se configurava naquele momento também. Um século depois começaram a surgir os locais de apoio às crianças das classes populares, as ‘casas de exposto’ ou ‘rodas de exposto’. Lugares onde eram deixados os filhos bastardos, ou seja, aquelas crianças que não eram bem vindas às famílias e também as que não podiam ser sustentadas pelos seus pais. Com o passar do tempo, a necessidade das mães das classes desfavorecidas trabalharem aumentou. Então, foram criadas instituições que atendessem crianças entre 0 e 6 anos, as creches ou salas de asilo. No Brasil, estas instituições surgiram por volta do século XIX. Huhlmann (2005) enfatiza que:
As mais pobres, que necessitassem trabalhar, poderiam superar o obstáculo de não ter a quem confiar seus filhos, cuja tenra idade não lhes permite mandá-los para a escola. [...] Com isso define claramente o lugar da creche no conjunto das instituições educacionais de um país: à escola primária antecediam-se as salas de asilo da segunda infância, para crianças dos 3 aos 6 anos, e a creche, para a criança até 2 anos (HUHLMANN, 2005, p. 69). Durante muito tempo a educação das crianças pequenas foi vista como uma questão assistencial, destinada apenas às primeiras necessidades – higiene e alimentação – mas, atualmente, procurando romper com essa visão, foi criada a LDB apud Carneiro 2008, p.106 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº9394/96), de 20 de dezembro de 1996, que diz em seu art. 29:
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (CARNEIRO, 2008, p.106).
(^1) Como a fotografia só vai surgir em meados do século XIX utilizamos a palavra retrato conforme consta na obra de Ariès que consultamos, que se utiliza desta nomenclatura para chamar atenção aos retratos da infância nas pinturas de época.
escutar. Um professor de educação infantil deve ser comprometido com a escola, com o aluno e principalmente com a sua prática, maneira pela qual age com o seu aluno, tendo consciência de que e sua ação interfere na vida do educando. A prática docente, segundo Freire (1996), deve ser sobretudo uma possibilidade; possibilidade esta de estimular perguntas várias, sem mentir aos seus alunos, buscando ao máximo prepará-los para as várias situações da vida. E ainda segundo Freire (1996), ensinar exige escutar.
Se na verdade, o sonho que nos anima é democrático e solidário, não é falando aos outros, de cima para baixo, sobretudo, como se fôssemos os portadores da verdade a ser transmitida aos demais, que aprendemos a falar com eles. Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, mesmo que, em certas condições, precise de falar a ele (FREIRE, 1996, p. 113). Um professor tem que estar convicto de suas ações, além de ser um excelente ouvinte. Em relação a essa questão de saber escutar, uma possibilidade de se trabalhar isso é com a literatura infantil. O ato de contar e ouvir histórias, com e para as crianças, é algo extremamente importante na educação infantil, apresentando-se como um recurso que permite ao professor trabalhar os conteúdos e desenvolver práticas de leitura e escrita a partir dos textos literários.
2.2 Era uma vez... A arte de contar história na literatura infantil
Contar histórias é uma prática milenar. Porém como a nossa sociedade é dinâmica, mutável, está sempre em constante transformação, e essa prática também passa por constantes reconfigurações. Através dela, o professor pode, em sua ação docente, abordar vários conteúdos, além de desenvolver nas crianças o lúdico, o imaginário, o fascínio por uma boa leitura. Para Busatto (2008):
[...] contar histórias é uma atitude multidimensional. Ao contar histórias atingimos não apenas o plano prático, mas também o nível do pensamento, e, sobretudo, as dimensões do mítico-simbólico e do mistério (BUSATTO, 2008, p.45).
Sendo assim, contar histórias não significa apenas pegar um livro e ler o que ali está escrito, mas criar todo um envolvimento em relação àquela história ou fato,
de tal forma que o aluno ao ouvir um conto de fadas, uma fábula ou mesmo uma lenda, chegue ao nível do que lhe está sendo contado viajando no mundo da fantasia. Desse modo, pode trazer para sua realidade o que nele é expresso, buscando a resolução de seus problemas.
Tendo objetivos diferentes, a leitura deve ser trabalhada de acordo com o gênero textual, e são diversas as maneiras de ler, assim como diversos são os textos e os objetivos de leitura. No que diz respeito ao gênero literário, a escola assume o importante papel não só de apresentar aos alunos um mundo lúdico, prazeroso, divertido e emocionante, como principalmente o de promover ações pedagógicas estruturadas e planejadas, que os levem a compreender e apreciar o universo da leitura e da literatura (BORGES et al, 2010, p. 77).
Assim, a inserção da contação de história na escola é muito significativa para a criança da educação infantil. Considerando-se, sobretudo, que nessa faixa de idade a criança está livre de qualquer preconceito e aberta à aprendizagem. Por isso, o professor tem que ter muito cuidado em relação à escolha do gênero literário que será apresentado, e a forma como isso será feito em sala de aula. Através da leitura e da contação de histórias pode-se valorizar, conforme Busatto (2008, p.37) “[...] as diferenças entre os grupos étnicos, culturais e religiosos, e introduzir conceitos éticos”. Além de ser um elemento integrador das diversas áreas do conhecimento, o método pode trabalhar múltiplas temáticas, utilizando a contação de histórias para estimular o gosto pelo ato de ler, e não simplesmente promover a leitura com a intenção de realizar uma atividade de avaliação logo em seguida. A literatura infantil, através da contação de histórias possibilita ao professor e ao aluno diversos fazeres e saberes diante do que foi proposto pelo professor dentro do contexto de sala de aula. Literatura é a arte de lidar com a palavra e literatura infantil é, antes de qualquer coisa arte, arte de lidar com a criatividade e a imaginação da criança. Conforme Cagnati apud Paço (2009, p.12) é um “fenômeno de criatividade que representa o Mundo, o Homem, a Vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática; o imaginário e o real; os ideais e sua possível/impossível realização”. Desse modo, leva a criança a descobrir “mundos” cheios de sonhos, fantasias,