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contabilidade aplicada a administração, Notas de estudo de Administração Empresarial

conteudo utilizado para estudo contabilidade na faculdade de Administração

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 07/11/2010

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CONTABILIDADE GERAL APLICADA À ADMINISTRAÇÃO
RONALDO DE OLIVEIRA MARCHI
CORNÉLIO PROCÓPIO/PR
2008
ADM AGRO
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CONTABILIDADE GERAL APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

RONALDO DE OLIVEIRA MARCHI

CORNÉLIO PROCÓPIO/PR

ADM AGRO

1 - BASES HISTÓRICAS DA CONTABILIDADE

A contabilidade é uma das ciências mais antigas do mundo. Existem diversos registros em que as civilizações antigas já possuíam um esboço de técnicas contábeis. Em termos de registro histórico é importante destacar a obra Summa de Arithmetica, Geometrica, Proportioni et Proportionalita, do Frei Luca Pacioli, publicado em Veneza em 1494 (pouco depois da invenção da imprensa e um dos primeiros impressos no mundo). Esta obra descreve, num dos seus capítulos, um método empregado por mercadores de Veneza no controle de suas operações, posteriormente denominado método das partidas dobradas ou método de Veneza. Nos séculos seguintes ao livro de Pacioli a contabilidade expandiu sua utilização para instituições como a Igreja e o Estado e foi um importante instrumento no desenvolvimento do capitalismo, conforme opinião de importantes estudiosos como o sociólogo Max Weber. No entanto as técnicas e as informações ficavam restritas ao dono do empreendimento, pois os livros contábeis eram considerados sigilosos. Isto limitou consideravelmente o desenvolvimento da ciência uma vez que não existia troca de idéias entre os profissionais. Mais recentemente, com o desenvolvimento do mercado acionário e a fortalecimento da sociedade anônima como forma de sociedade comercial, a contabilidade passou a ser considerada também como um importante instrumento para a sociedade. Diz-se que o usuário das informações contábeis já não é mais somente o proprietário; outros usuários hoje também tem interesse em saber sobre uma empresa: sindicatos, governo, fisco, investidores, credores etc.

1.1 - IMPLANTAÇÃO NO BRASIL Foi implantada por D João VI, quando da transferência da Corte de Portugal para cá. No entanto, com o passar do tempo, foi relegada a segundo plano na administração pública, sendo revivida por D Pedro I por ocasião do I Império. Em 1914, após um período de esquecimento na República, o Brasil, necessitando de um empréstimo do exterior, recorreu ao governo inglês que, dentre as exigências para liberação do mesmo, solicitou uma demonstração da receita e despesa da União. Às pressas, foram reunidos alguns técnicos em finanças que elaboraram o Sistema de Contabilidade Pública que é utilizado até os dias de hoje, observando-se, é claro, as mudanças legais ocorridas nesse período. Atualmente, a Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) impõe o modelo contábil empregado por todos os tipos de empresa, sejam elas de qualquer espécie.

2 - CONCEITO DA CONTABILIDADE

“A Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio em suas variações quantitativas e qualitativas, tratando das funções, do cálculo , do registro e análise destas variações.”

3 - A FINALIDADE DA CONTABILIDADE

A finalidade da contabilidade é registrar, controlar e demonstrar os fatos ocorridos no patrimônio, objetivando fornecer informações sobre sua

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Dispõe em seus artigos sobre os critérios a serem adotados na elaboração das demonstrações financeiras dando-se destaque a escrituração, grupos do Ativo e Passivo e respectivas funções de contas.

Decreto-lei n. 1.598/ Regulamenta as normas impostas pela Lei 6.404/76.

Normas Brasileiras de Contabilidade - NBC Constituem-se em disposições que servem de orientação técnica ao exercício profissional.

10 – PRINCÍPIOS CONTÁBEIS

Conceito: Princípio é uma premissa, uma verdade absoluta e inquestionável. O Princípio Contábil é a condição essencial para que a Contabilidade exista.

PRINCÍPIOS CONTÁBEIS Resolução CFC nº 750/ O conselho Federal de Contabilidade através da Resolução CFC nº 750/93 definiu os Princípios Contábeis aplicáveis às Demonstrações Contábeis. São: a) o da ENTIDADE; b) o da CONTINUIDADE; c) o da OPORTUNIDADE; d) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;

* e) o da AUTALIZAÇÃO MONETÁRIA;

f) o da COMPETÊNCIA; g) o da PRUDÊNCIA.

Princípio da Entidade O princípio da Entidade reconhece o Patrimônio Líquido como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos.

Exemplo: Sr. Manoel é dono da empresa A, ele não pode contabilizar pagamentos de sua residência a título de despesas na sua empresa, porque as entidades não se confundem.

Princípio da Continuidade A Continuidade ou não da entidade, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. O Princípio da Continuidade determina o prazo de duração da empresa, porém apesar de muitas empresas não terem um prazo de encerramento determinado, muitas optam pelo seu encerramento, pois não apresentam razões favoráveis para continuar suas atividades.

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Exemplo: A empresa do Sr. Manoel, quando foi constituída, informou que seu prazo de duração era indeterminado, porém, diante de dificuldades econômicas enfrentadas na sua administração, pode requerer-se o seu fim, mesmo esperando-se, na sua constituição, uma continuidade das atividades da empresa por muitos anos.

Princípio da Oportunidade O Princípio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

Exemplo: o contador do Sr. Manoel deve registrar os fatos contábeis de encerramento da empresa X, na data de sua ocorrência, de maneira íntegra e tempestiva, para que seus usuários, com base nessas informações, também registrem esses fatos nas suas empresas.

Princípio do Registro pelo Valor Original Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do país.

Exemplo: Sr. Manoel comprou uma moto no valor de R$ 8.000,00 e fina nciou este valor em 12 meses, pagando R$ 200,00 de juros por me. O contador

irá registrar o bem (moto) pelo seu valor original de R$ 8.000,00 e não pelo valor total que será pago. Cabendo os registros de juros serem feitos quando se realizarem.

*** Princípio da Atualização Monetária**

Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajuste da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. (Este princípio vigorou até o final do exercício de 1995, quando as empresas foram proibidas do uso da correção monetária em suas Demonstrações Contábeis.)

Exemplo: quando o Sr. Manoel comprou a moto, seu valor era de R$ 8.000,00, porém, este bem (a moto) tem uma alteração do seu valor original se comparado com seu preço de mercado atual. Logo, o contador deve atualizar monetariamente esse ativo.

Princípio da Competência As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrer, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

Exemplo: O Sr. Manoel deve registrar na Contabilidade a compra da moto na data da sua realização, independentemente de ter pagado o valor total ou não.

Princípio da Prudência

Exemplo: a Sra. Matilde comprou ações pelo valor de R$ 5.000,00, porém, quando comparou com o preço de mercado percebeu que essas ações

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Para a empresa que comprou uma mesa para uso de seu escritório, aquele é um bem fixo, mas para a loja que vendeu, trata-se de um bem de venda.

  • Bens de Renda: Podemos dizer que este tipo de bem é exatamente o contrário do anterior, ou seja, os bens de venda. Se aqueles constituem o objeto do negócio, estes são exatamente o inverso, ou seja, não se enquadram nas atividades normais de uma empresa, embora contribuam para o enriquecimento do Patrimônio Líquido. Assim, numa empresa mercantil, o objetivo de seu negócio é comprar e vender mercadorias e obter, como é lógico, com estas transações o lucro, mas se uma empresa desse gênero adquire ações de outra Companhia, está adquirindo bem de renda, ou seja, bens que lhe proporcionarão uma receita extraordinária, acessória àquela que se destinam.
  • Bens de Uso: São os elementos a serem utilizados exclusivamente no dia a dia de trabalho da Organização, como por exemplo, computadores, balcões, prateleiras etc.

11.2 - DIREITOS - são os valores de propriedade da empresa que estão na posse de terceiros. Este grupo compreende os valores numerários cujo recebimento está sujeito em um prazo determinado. Todas as transações econômicas entre as empresas são traduzidas em moeda corrente e se resumem em recebimento e desembolso de valores numerários. Mas nem sempre estas transações são feitas pela troca imediata por dinheiro e gera daí um direito para aqueles que entregaram algo e que deveriam receber em troca seu correspondente em dinheiro, como o dinheiro depositado no banco, valores a receber de terceiros por vendas efetuadas a prazo, etc. Esses Direitos geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a Receber.

Elemento Expressão Duplicatas a receber Promissórias a receber Aluguéis a receber

11.3 - OBRIGAÇÕES - são os valores que estão na posse da empresa, mas que são de propriedade de terceiros, como os empréstimos bancários, os impostos a pagar, os valores a pagar referente a compras efetuadas a prazo, etc.

Essas Obrigações geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a Pagar.

Elemento Expressão Duplicatas a pagar Promissórias a pagar Aluguéis a pagar

O Patrimônio está dividido em duas partes: Ativo e Passivo. No ativo estão os bens e direitos, e, no passivo, as obrigações. A diferença entre o ativo e o

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passivo denomina-se Patrimônio Líquido, que na representação patrimonial às empresas aparece vinculado ao passivo, e chamamos de equação patrimonial ou equilíbrio patrimonial.

ATIVO PASSIVO

Bens

Direitos

Obrigações

Patrimônio Líquido

Total Total

Dizemos que o patrimônio líquido (PL) representa a diferença entre o ativo e passivo. Por exemplo.

ATIVO PASSIVO

R$ 2.000,00 R$ 200,

PL: R$ 1.800,

Total: 2.000,00 Total: 2.000,

11.4 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO

Patrimônio

Bens Obrigações Direitos

12 - SITUAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMONIAIS

Sob o aspecto contábil, o patrimônio é composto do ativo e passivo. Denomina ativo ao conjunto de bens e direitos e, de passivo ao conjunto das obrigações. Como podemos verificar, existem dois tipos de obrigações para as empresas: as obrigações para com terceiros (fornecedores) e as obrigações para com os sócios (capital). Estas últimas são a partes que realmente pertence aos proprietários, a qual chama de Situação Líquida ou ainda Patrimônio Líquido. A situação líquida modifica-se com o desenvolvimento das atividades da empresa, pois a ela serão somados os lucros não distribuídos ou dela serão subtraídos os prejuízos.

Situações Líquidas Típicas:

No decorrer de suas atividades, pode a Organização apresentar três posições de situação líquida, como veremos a seguir:

Situação Líquida Positiva : Ocorre quando os bens e direitos superam as obrigações para com terceiros, também chamada de Positiva, Ativa ou Superavitária.

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Bens Obrigações Direitos Patrimônio Líquido

O patrimônio Líquido é composto pelos seguintes elementos:

  • Capital
  • Reservas
  • Lucros ou prejuízos Acumulados

Na fase de constituição da Organização, o Capital representa o dinheiro entregue pelos sócios ou pelo proprietário para formação do patrimônio inicial. Deste subgrupo, subtrai-se o capital a realizar, isto é, a diferença entre o capital que consta do contrato e o capital efetivamente entregue pelos sócios; As Reservas são formadas pela retenção de parte dos lucros da Organização, para utilizá-los futuramente no aumento de seu capital;

Os Lucros Acumulados : é o principal objetivo das empresas. São a parte do lucro a que a empresa ainda não deu destinação. Caso a empresa apresente prejuízos, o valor correspondente ao prejuízo deverá ser subtraído desse grupo e classificado em prejuízos acumulados.

Obs: No caso específico das Sociedades Anônimas, é obrigatório, por lei, uma retenção de 5% (cinco por cento) dos lucros obtidos, em cada Balanço até que esta parcela atinja a 20% (vinte por cento) do capital, o qual é chamada de ‘Reserva Legal’.

13.1 - A EQUAÇÃO PATRIMONIAL Considerando os elementos integrantes do patrimônio, podemos, então, apresentar a equação patrimonial:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO – PASSIVO

  • Patrimônio Líquido: é a parte do patrimônio que pertence ao proprietário da empresa. São os Capitais Próprios.

14 - ORIGEM E APLICAÇÃO DE RECURSOS

Aplicação de recurso = ATIVO; Origem de recurso = PASSIVO;

Ex:

Assim, a primeira preocupação do contabilista, antes de efetuar o registro da operação, será de analisá-lo e dissociá-lo em seus dois aspectos complementares: ORIGEM e APLICAÇÃO.

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Respondendo às seguintes perguntas: onde se originaram os recursos? Onde foram aplicados?

OPERAÇÃO

ANÁLISE

ORIGEM APLICAÇÃO Compra de um carro, à vista.

Dinheiro em caixa Compra de um carro

Compra de um carro, a prazo. Crédito junto à revenda ou ou à financeira

Compra de um carro

Pagtº do aluguel em Cheque

Saldo bancário Pagamento do aluguel

15 - AS TÉCNICAS CONTÁBEIS

Para atingir seus objetivos, a contabilidade se utiliza de técnicas próprias que são:

a) Escrituração : Técnica pela quais as ocorrências com efeitos no patrimônio são registradas. Algumas regras devem ser seguidas para que as informações possam ser aproveitadas e compreendidas por todos aqueles interessados. A escrituração é um meio utilizado para possibilitar, pela agregação dos diversos fatos ocorridos, a elaboração de demonstrativos capazes de formar a posição da riqueza patrimonial.

b) Demonstrações Contábeis : Podem ser apresentadas sob diversos ângulos informativos. Algumas são, digamos, umas consolidações dos fatos registrados ou escriturados. O Balanço Patrimonial, por exemplo, mostra a situação do patrimônio, em determinado momento, resultante da escrituração de diversos fatos.

A Demonstração do Resultado do Exercício também é resultante de diversos fatos, positivos e negativos, escriturados durante um ano. Mostra como a empresa se saiu naquele ano. O Inventário é outra demonstração e preocupa-se em mostrar a composição de alguns itens patrimoniais, analiticamente, alguns sem a utilização dos registros contábeis como, por exemplo, os estoques que são fisicamente verificados e outros com base nos registros contábeis como valores a receber e a pagar, valores que a empresa mantém nas instituições financeiras e outros.

c) - Análise de Balanços : Técnica pela qual se determina a capacidade de pagamento da empresa, o grau de solvência, a evolução da empresa, a estrutura patrimonial e outras. Pela análise de balanços é possível comparar a situação da empresa dentro do setor que de faz parte. Apresenta quocientes úteis para os interessados na riqueza patrimonial, efetivos e potenciais, auxiliando-os, pela relação entre elementos naquele período e pela evolução durante os anos, a interpretar os demonstrativos apresentados.

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• CONTAS DE RESULTADO

São as contas que representam as Despesas e as Receitas da empresa. Aparecem durante o exercício social encerrando-se no final do mesmo. Não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas permitem apurar o resultado do exercício. Estas contas serão Devedoras , se representarem despesas, e terão sempre saldo devedor; será Credoras , se representarem receitas e terão sempre saldo credor.

Despesas: decorrem do consumo de Bens e da utilização de serviços. Por exemplo: a energia elétrica consumida, os materiais de limpeza consumidos, o café consumido, os materiais de expediente consumidos, a utilização dos serviços telefônicos etc.

Exemplos de Contas de Despesas: Água e Esgoto Material de Expediente Aluguéis Passivos Juros Passivos Café e Lanches Luz Contribuição de Previdência Material de Limpeza Descontos Concedidos salários Despesas Bancárias Prêmios de Seguro Fretes e Carretos Telefone Impostos Honorários

Receitas: Decorrem da venda de Bens e da prestação de serviços. Existem em número menor que as despesas, sendo as mais comuns representadas pelas seguintes contas:

Exemplos de Contas de Receitas:

Aluguéis Ativos Vendas Descontos Obtidos Receitas de Serviços Juros Ativos

Existem Contas de Resultado que podem aparecer tanto no grupo das Despesas quanto no grupo das Receitas. É o caso dos Aluguéis, dos Juros e dos Descontos.

CONTAS DESPESAS RECEITAS

Aluguéis Passivos Ativos Descontos Obtidos Concedidos Obtidos Juros Passivos Ativos

Diferença entre contas patrimoniais e de resultado:

Contas PATRIMONIAIS Contas de RESULTADO

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BENS

DIREITOS

OBRIGAÇÕES

CUSTO

DESPESA

RECEITA

17.2 - FUNÇÃO DAS CONTAS

A função de cada conta é representar graficamente a variação patrimonial que um fato promoveu no Patrimônio da empresa. Essa variação pode ser a débito ou a crédito da conta. A diferença entre o débito e o crédito de uma conta, chama-se saldo. O saldo de uma conta pode ser devedor ou credor. O saldo de uma conta é devedor, quando o débito é maior que o crédito. O saldo de uma conta é credor quando o crédito é maior que o débito.

18 - DETERMINAÇÃO DO DÉBITO E DO CRÉDITO

Na linguagem contábil, a palavra débito e crédito raramente correspondem à linguagem comum. Isto é: Débito na linguagem comum significa:

  • Dívida
  • Situação negativa
  • Estar em débito com alguém
  • Estar devendo para alguém etc. Crédito na linguagem comum significa:
  • Ter crédito com alguém
  • (^) Situação positiva
  • Poder comprar a prazo etc.

18.1 - LANÇAMENTOS A DÉBITO E A CRÉDITO

C omo já vimos às operações ocasionam aumentos e diminuições do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido. As contas possuem dois lados (direito e esquerdo); dessa forma, os aumentos podem ser registrados em um lado e as diminuições no outro. A natureza da conta é que irá determinar o lado a ser utilizado para os aumentos e o lado para as diminuições.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

Aumenta pelo Débito

Diminui pelo Crédito

Contas de natureza devedora

e/ou saldo devedor

Aumenta pelo Crédito

Diminui pelo Débito

Contas de natureza credora e/ou

saldo credor

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As reduções do Ativo Os aumentos do Passivo Os aumentos do Patrimônio Líquido Positivo (receitas)

Para melhor entendimento: a) A conta do Ativo tem o valor inicial a débito e aumentam o seu saldo com os débitos e diminuem com os créditos. b) A conta do Passivo tem o valor inicial a crédito, aumentando seu saldo com os créditos e diminuindo com os débitos.

c) A conta do Patrimônio Líquido Positivo tem o seu valor inicial a crédito, serão sempre creditadas e seu saldo aumentará sempre.

d) A conta do Patrimônio Líquido Negativo tem o seu valor inicial a débito, serão sempre debitadas e seu saldo aumentará sempre.

19 - PLANO DE CONTAS

Toda empresa, ao iniciar suas atividades, deve organizar um plano de contas, ou seja, a relação de todas as contas que ela vai utilizar no decorrer de suas atividades. Estas contas são classificadas de acordo com os grupos a que elas pertencem. Portanto, plano de contas é a relação das contas utilizadas por uma empresa em sua atividade, agrupadas segundo a sua natureza. De acordo com suas atividades e seus objetivos, as empresa ao organizarem seus planos de contas, devem procurar evidenciar os fatos que mais lhe interessam, criando para eles contas específicas. No futuro, as informações que a empresa deseja obter da contabilidade dependerão da boa esquematização do plano de contas. Se a empresa, por exemplo, deseja por em evidência determinado tipo de despesa, deve criar uma conta só para ela, deixando de englobá-la em outras despesas. A classificação do aspecto quantitativo é feita segundo a Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76 de 15 de dezembro de 1976) que adotou critério de classificação quantitativa do Patrimônio das empresas constituídas sob aquela forma e que serve como regra geral para a disposição dos Balanços Patrimoniais de todas as empresas. Já vimos anteriormente que as contas se dividem em dois grandes grupos: o grupo das contas patrimoniais e o das contas de resultado. O grupo das contas patrimoniais divide-se em contas ativas, que representam os bens e direitos, e contas passivas, que representam as obrigações. As contas que formam o Ativo da empresa dividem-se nos seguintes grupos e subgrupos:

CIRCULANTE - Agrupa as contas que representam as disponibilidades da empresa e os direitos a curto prazo, ou seja, os realizáveis dentro de um ano após o balanço. Como exemplos, podemos citar as contas caixa e duplicatas a receber. REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - Agrupa as contas que representam os direitos realizáveis a longo prazo, isto é, realizáveis num prazo superior a um ano após o balanço. Podemos citar como exemplo um empréstimo que a empresa concede com prazo superior a doze meses. PERMANENTE - representa os bens móveis e imóveis da empresa não destinados à venda.

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Subdivide-se nos seguintes subgrupos: INVESTIMENTOS : representam as participações da empresa em outras sociedades, como ações e incentivos fiscais. Representam também os imóveis não destinados ao uso da empresa e projetos de reflorestamento; IMOBILIZADO : agrupa as contas que representam os bens destinados à manutenção das atividades da empresa, tais como: terrenos, prédios, máquinas, veículos, etc. DIFERIDO : representam os gastos com instalações, projetos e despesas financeiras, que serão apropriadas em exercícios futuros, pois vão propiciar resultados por vários anos de atividades da empresa. Do grupo PERMANENTE, subgrupo IMOBILIZADO deve subtrair as depreciações acumuladas, que é o valor da desvalorização dos bens, do desgaste provocado pelo seu uso. Essa depreciação é calculada com base no tempo de duração dos bens, observando-se os índices ou as percentagens determinadas pela legislação. As contas que formam o Passivo da empresa dividem-se nos seguintes grupos e subgrupos:

CIRCULANTE - Agrupa as contas que representam obrigações da empresa e que deverão ser pagas dentro de um ano após o Balanço, como fornecedores, obrigações tributárias, empréstimos bancários, etc. EXIGÍVEL A LONGO PRAZO - Agrupa contas que representam que a empresa deverá pagar, decorrido um ano após o Balanço, tais como empréstimos bancários a longo prazo. RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS - representa receitas referentes a exercícios futuros, porém recebidas antecipadamente, tais como o recebimento de um aluguel antes do prazo de vencimento. PATRIMÔNIO LÍQUIDO - também chamado de situação líquida, como vimos anteriormente, representa as obrigações da empresa para com os sócios, acrescidas das reservas formadas no decorrer de suas atividades. O Patrimônio Líquido subdivide-se em: CAPITAL : representa o dinheiro entregue pelos sócios para formação do patrimônio inicial. Deste subgrupo, subtrai-se o capital a realizar, isto é, a diferença entre o capital que consta do contrato e o capital efetivamente entregue pelos sócios; RESERVAS DE CAPITAL : representam as reservas oriundas da correção monetária do capital. Esta correção monetária é calculada segundo índices baixados pela legislação vigente; RESERVAS DE LUCROS : formadas pela retenção de lucros por parte da empresa, para utilizá-los futuramente no aumento de seu capital; LUCROS ACUMULADOS : é a parte do lucro a que a empresa ainda não deu destinação. Caso a empresa apresente prejuízos, o valor correspondente ao prejuízo deverá ser subtraído desse grupo e classificado em prejuízos acumulados. Os fatos contábeis devem ser classificados dentro de um sistema metódico e organizados para que a contabilização dos mesmos seja feita de uma maneira uniforme. Assim, é necessário que se tenha em qualquer empresa um plano de contas razoável, que constitui princípio elementar de organização de qualquer sistema contábil eficiente. A inexistência de um Plano de Contas dá margem a improvisações que podem produzir inconvenientes sérios. Um bom Plano de Contas contém os seguintes elementos básicos: a) Elenco de contas; b) Função atribuída a cada conta;

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1113 Aplicações Financeiras a curto prazo 1113.1 Caderneta de poupança 1113.2 Aplicações em fundos 1114 Créditos por vendas 1114.1 Duplicatas a receber (clientes) 1114.2 (-) Duplicatas descontadas 1114.3 (-) Provisão para devedores duvidosos 1114.4 Contas a receber 1115 Adiantamento Diversos 1115.1 Adiantamentos sobre salários 1115.2 Adiantamentos sobre 13º salário 1115.3 Adiantamentos sobre férias 1116 Impostos a recuperar 1116.1 (^) IR sobre aplicação financeira 1116.2 ICMS a recuperar 1116.3 IRRF 1117 Despesas pagas antecipadamente 1117.1 Assinatura de jornais e revistas 1117.2 Juros sobre operações financeiras 1117.3 Seguros pagos antecipadamente 1117.4 Aluguel a vencer 1117.5 Despesas a vencer

1118 Estoques 1118.1 Mercadorias para revenda 1118.2 Produtos 1118.3 Material de expediente 1118.4 Embalagens 1118.5 (-) Provisão para perdas com estoque 1119 Bancos conta vinculada 1119.01Caixa Econômica Federal

12 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO : (Direitos realizáveis em dois ou mais exercícios, após o fechamento do balanço.) 121 Créditos por vendas 1211.1 Duplicatas a receber (clientes) 1211.2 (-) Duplicatas descontadas 1211.3 (-) Provisão para devedores duvidosos 1211.4 Contas a receber 122 Empréstimos compulsórios diversos 1221.1 Empréstimo compulsório sobre veículos 1221.2 Empréstimos a Coligadas/ Controladas/Subsidiárias (independente do prazo) 1221.3 Empréstimos a Sócios/ diretores (independente do prazo) 1221.4 Investimentos Incentivados

2111.3 (^) Contas a pagar 2112 Obrigações trabalhistas 2112.1 Salários e ordenados a pagar 2112.2 FGTS a recolher 2112.3 INSS a recolher 2112.4 13º salários a pagar 2112.5 Contribuição sindical a recolher 2112.6 IRRF a recolher 2113 Obrigações financeiras 2113.1 Empréstimos bancários 2113.2 Juros a pagar sobre financiamentos 2113.3 IOF a pagar 2113.4 Taxas bancárias a pagar 2114 Obrigações fiscais 2114.1 Cofins a recolher 2114.2 PIS a recolher 2114.3 ICMS a recolher 2114.4 IRPJ a recolher 2114.5 Contribuição social a recolher 2115 Outras obrigações 2115.1 (^) Seguros a pagar 2115.2 Fretes a pagar 2115.3 Aluguéis a pagar 2115.4 Títulos a pagar

212 Provisões 2121.1 Provisão para o 13º salário 2121.2 Provisão para o FGTS sobre o 13º salário Provisão para férias Provisão para IRPJ Provisão para o INSS sobre as férias 213 Participações 2131.1 Participação de administradores 2131.2 Participação de empregados

22 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO : (Dívidas ou débitos, pagáveis em dois ou mais exercícios após fechamento do balanço) 221 Obrigações operacionais 2211.1 Fornecedores (Duplicatas a pagar) 2211.2 Financiamentos a pagar 2211.3 Contas a pagar

222 Obrigações financeiras 2221.1 Empréstimos e financiamentos 2221.2 Juros a pagar sobre financiamento 2221.3 IOF a pagar 2221.4 (^) Taxas bancárias a pagar

23 RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS: (Receitas recebidas e não incorridas)

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13 PERMANENTE (AP - CF: Componentes patrimoniais adquiridos com intenção de permanência.) 131 Investimentos 1311 Ações de outras companhias 1312 Incentivos fiscais 1312.1 Participação em outras empresas 1312.2 Reflorestamento 1312.3 (-) Provisão para perdas com investimentos 1313 Imóveis de renda 1314 Obras de Arte 1315 Marcas e Patentes (compradas) 132 Imobilizado 1321 Bens materiais 1321.1 Móveis e Utensílios 1321.2 Máquinas e equipamentos 1321.3 Veículos 1321.4 Instalações 1321.5 Computadores 1321.6 Imóveis 1321.7 Terrenos 1322 Depreciações acumuladas 1322.1 (-) Depreciação acumulada sobre móveis e utensílios 1322.2 (-) Depreciação acumulada sobre máquinas 1322.3 (-) Depreciação acumulada sobre equipamentos 1322.4 (-) Depreciação acumulada sobre veículos 1322.5 (^) (-) Depreciação acumulada sobre instalações 1322.6 (-) Depreciação acumulada sobre computadores 1322.7 (-) Depreciação acumulada sobre imóveis 1323 Bens imateriais 1323.1 Marcas e Patentes 1323.2 Luvas comerciais 1323.3 (-) Amortizações 1324 Direitos de exploração mineral/florestal 1324.1 - provisão para exaustão

133 Diferido : (Despesa incorrida e paga que deverá beneficiar vários exercícios.)

1331 Gastos 1331.1 Gastos com organização (despesas pré operacionais) 1331.2 (^) Gastos com reorganização 1331.3 Gastos com

231 Receitas futuras 2311.1 Vendas diferidas 2311.2 (-) Custo de vendas diferidas 2311.3 Impostos sobre vendas diferidas

24 PATRIMÔNIO LIQUIDO 241 Capital 2411.1 Capital social 2411.2 (^) (-) Capital a realizar 242 Reservas 2421 Reservas de Capital 2421.1 Correção monetária do capital 2422 Reservas de reavaliação 2422.1 Reavaliação de bens do Ativo 2423 Reservas de Lucros 2423.1 Reserva legal 2423.2 Reserva para investimento 2423.3 Reserva para contingentes

243 Lucros e Prejuízos 2431.1 Lucro do exercício 2431.2 Lucros acumulados 2431.3 Prejuízos 2431.4 (-) Prejuízo do exercício 2431.5 (-) Prejuízos acumulados 2431.6 (-) Ações na Tesouraria

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