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A Comunicação da Ciência na Revista Ciência Hoje das Crianças: Uma Análise do Discurso, Exercícios de Comunicação

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Ao chegarmos ao final deste trabalho, consideramos que ele apresenta uma tentativa de compreensão da comunicação da ciência através da ...

Tipologia: Exercícios

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Boto92
Boto92 🇧🇷

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao chegarmos ao final deste trabalho, consideramos que ele apresenta uma
tentativa de compreensão da comunicação da ciência através da divulgação científica, a
partir da revista Ciência Hoje das Crianças. Mas, ponderamos que esta pesquisa
apresenta apenas alguns aspectos relativos ao tema proposta para estudo, que ficaram
restritos ao olhar e à abordagem dados pela autora. Sabemos que a pesquisa apresenta
algumas lacunas que podem e devem ser preenchidas por meio de outras reflexões sobre
o tema e o objeto estudados. Mas consideramos que os objetivos propostos para a
realização desta pesquisa, bem como a questão que norteou o trabalho foram alcançadas
e contempladas, mas as possibilidades de entendimento não foram esgotadas.
Avanços científicos e tecnológicos ocorridos principalmente após a Segunda
Guerra Mundial modificaram o cenário dos países ao redor do mundo. Conhecimento
científico e desenvolvimento tecnológico tornaram-se responsáveis pela independência
e supremacia dos Estados. No Brasil, este processo de valorização científica também
aconteceu, mas com avanços tímidos ao longo dos anos. Em termos de ação
governamental, a partir da década de 1950, foram realizadas algumas iniciativas
importantes em favor do desenvolvimento científico nacional. Dentre elas destacamos a
criação de agências de fomento à pesquisa e formação de pessoal como o CNPq, Capes
e as FAPs (fundações estaduais de amparo à pesquisa) e de institutos de pesquisa em
áreas estratégicas como física nuclear e estudos da Amazônia.
No entanto, após muitos avanços no campo da institucionalização da ciência,
constatamos que as políticas públicas para ciência e tecnologia por muito tempo foram
políticas de governo, que visam resultados imediatos e muitas vezes com objetivos
meramente eleitorais, em detrimento das políticas públicas de Estado, que visam o
desenvolvimento científico, social e econômico do país em médio e longo prazos, não
ficando limitados às temporalidades dos mandatos governamentais.
O objeto de estudo desta pesquisa é uma publicação editada pela SBPC, entidade
responsável por muitas reivindicações e avanços no campo das políticas de ciência e
tecnologia no Brasil.
A revista Ciência Hoje das Crianças é publicada desde 1986 com o objetivo de
ser um canal de divulgação científica para o público infantil. “A proposta [da revista] é
de uma relação interativa com o leitor, estimulando a investigação e a reflexão que o
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao chegarmos ao final deste trabalho, consideramos que ele apresenta uma tentativa de compreensão da comunicação da ciência através da divulgação científica, a partir da revista Ciência Hoje das Crianças. Mas, ponderamos que esta pesquisa apresenta apenas alguns aspectos relativos ao tema proposta para estudo, que ficaram restritos ao olhar e à abordagem dados pela autora. Sabemos que a pesquisa apresenta algumas lacunas que podem e devem ser preenchidas por meio de outras reflexões sobre o tema e o objeto estudados. Mas consideramos que os objetivos propostos para a realização desta pesquisa, bem como a questão que norteou o trabalho foram alcançadas e contempladas, mas as possibilidades de entendimento não foram esgotadas. Avanços científicos e tecnológicos ocorridos principalmente após a Segunda Guerra Mundial modificaram o cenário dos países ao redor do mundo. Conhecimento científico e desenvolvimento tecnológico tornaram-se responsáveis pela independência e supremacia dos Estados. No Brasil, este processo de valorização científica também aconteceu, mas com avanços tímidos ao longo dos anos. Em termos de ação governamental, a partir da década de 1950, foram realizadas algumas iniciativas importantes em favor do desenvolvimento científico nacional. Dentre elas destacamos a criação de agências de fomento à pesquisa e formação de pessoal como o CNPq, Capes e as FAPs (fundações estaduais de amparo à pesquisa) e de institutos de pesquisa em áreas estratégicas como física nuclear e estudos da Amazônia. No entanto, após muitos avanços no campo da institucionalização da ciência, constatamos que as políticas públicas para ciência e tecnologia por muito tempo foram políticas de governo, que visam resultados imediatos e muitas vezes com objetivos meramente eleitorais, em detrimento das políticas públicas de Estado, que visam o desenvolvimento científico, social e econômico do país em médio e longo prazos, não ficando limitados às temporalidades dos mandatos governamentais. O objeto de estudo desta pesquisa é uma publicação editada pela SBPC, entidade responsável por muitas reivindicações e avanços no campo das políticas de ciência e tecnologia no Brasil. A revista Ciência Hoje das Crianças é publicada desde 1986 com o objetivo de ser um canal de divulgação científica para o público infantil. “A proposta [da revista] é de uma relação interativa com o leitor, estimulando a investigação e a reflexão que o

levarão a construir suas próprias explicações para os fenômenos à sua volta a partir do conhecimento científico apresentado nos textos. Para que tudo isso seja possível, a revista ousa em tratar a ciência de forma coloquial, leve e, sempre que possível, divertida”, conforme explica a Bianca Encarnação, atual editora da revista. O periódico busca mostrar para seu público que a ciência faz parte do dia-a-dia das pessoas e pode ser feita por todos, inclusive pelas crianças. A revista é um periódico que destina-se ao público formado por crianças com idade entre 8 e 13 anos. Este público possui inúmeras particularidades, a começar pelos graus de alfabetização, refletidos na capacidade de interpretação e compreensão dos textos. Assim, a abordagem do mesmo tema em textos com enfoques diferentes busca suprir as diferentes necessidades dos públicos. Após a realização da análise sobre a construção do discurso de divulgação apresentado na revista, constatamos que esta proposta é cumprida, no sentido em que um tema científico é tratado de modo diferente, com graus de profundidade diferentes, com enfoques diferentes em seções diferentes da revista. Entretanto, além do público infantil, existe outro público leitor desta revista: os professores de ensino básico. Este público, apesar de não constar no enfoque principal da publicação, utiliza-a para diversas finalidades, tais como para preparação de aulas ou mesmo para suprir as curiosidades e necessidades de aprofundamento em algumas áreas do conhecimento, conforme foi informado na entrevista realizada para este trabalho com professoras do ensino básico de escolas públicas e particulares das cidades de São Paulo, Carapicuíba e Osasco. Ao realizar uma análise crítica do discurso que a revista apresenta, identificamos que não é feita uma imagem estereotipada da criança, caracterizada, por exemplo, pela utilização de termos infantilizados. E também em relação aos responsáveis pelo “fazer científico”, a revista os apresenta como são pessoas “normais e comuns”, como todos os outros cidadãos, que possuem interesses pessoais, emoções, dificuldades, anseios e dúvidas semelhantes a pessoas que não estão ligadas diretamente à ciência. A revista busca apresentar uma visão desmistificada a respeito do cientista que aparece em grande parte dos meios de comunicação, que é visto como um gênio pelas outras pessoas, que usa jaleco branco, tem cabelos desgrenhados e que vive e trabalha em seu laboratório de última geração. Esta visão diferente e sem estereótipos sobre a ciência e o cientista pode ser comprovada durante a análise do artigo da pesquisa sobre os bagres-de-poço, em que

Entretanto, os investimentos aumentaram ao longo dos últimos anos, conforme apresentado no Capítulo II. A atitude de aumentar os investimentos na área científica e tecnológica garante ao Brasil possibilidade de competitividade em relação à produção de tecnologia e de capacitação de profissionais de todas as áreas da ciência, o que gera desenvolvimento social e econômico para todo o país.