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Este documento discute as consequências da baixa qualidade de medicamentos fitoterápicos no brasil, enfatizando a postura da indústria farmacêutica diante deste fato. O texto aborda a história, origem e evolução da fitoterapia, a importância de sua cultura no brasil, as descobertas de novas espécies com propriedades medicamentosas, o uso predominante de medicamentos naturais na população brasileira e as desafios de garantir a qualidade e segurança destes produtos.
Tipologia: Exercícios
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Quais as consequências da má qualidade de medicamentos fitoterápicos e qual a postura da indústria farmacêutica diante deste fato? Os medicamentos fitoterápicos são uma herança do desenvolvimento da agricultura nos primórdios das civilizações humanas é um patrimônio cultural da humanidade, envolto em um ambivalente misticismo, por ser um medicamento natural encontrado no meio ambiente, é facilmente ligado às religiões, como uma cura provinda de Deus, que criou um ramo místico da farmacologia em seu princípio como dizem : “Por longos períodos na história, o uso de plantas medicinais foi presente não só devido ao seu caráter alimentar, mas também às suas propriedades de cura, sejam elas reais ou ritualísticas” (SOUZA-MOREIRA, SALGADO e PIETRO, et al; 2010), sendo atribuído a curandeiros, benzedeiras, raizeiros, bruxos e boticários que possuíam os saberes fitoterápicos e suas designações, os quais utilizando de seus conhecimentos empíricos e crenças para formular garrafadas, elixires, poções e fórmulas baseadas em plantas e óleos naturais, e os prescrevia a quem os procurava. O início da fitoterapia remonta a passagem do homem de caçador-coletor à agricultor, às primeiras cidades, e ao abandono do estilo de vida nômade, ao se assentarem em comunidades agrícolas, necessitavam de um maior conhecimento sobre a flora local, para a identificação de espécies para plantio e consumo, esporadicamente então se descobre em algumas espécies propriedades medicinais, que deixam de ser um acaso e passam a serem ministradas propositalmente. No Brasil o colonizadores portugueses já tiveram contato com as plantas e compostos fitoterápicos da fauna local logo com os indígenas, os quais transmitiram seu conhecimento a respeito do assunto oralmente, de geração em geração, e estes, com o advento da colonização do solo brasileiro, com a miscigenação de raças, e o escravizamento de muitos índios, tais saberes fitoterápicos eram difundidos a cultura local, por conhecimento ou crenças, já que uma vez não tendo sido testados, não havia prova concreta alguma de sua real eficácia medicinal. Com as expedições bandeirantes, há a descoberta das então denominadas drogas do sertão, ao quais abrangiam ervas medicinais com variados finalidades até então nunca vista, proveniente da floresta amazônica, cerrado e caatinga, devido também a riqueza ambiental destes biomas como mostrado em: “Estima-se que no Brasil, apenas cerca de 5-10% das plantas existentes foram, ou estão sendo, estudadas cientificamente, com o intuito de comprovar sua eficácia terapêutica” (CECHINEL-ZANCHETT, p. 127, 2016), uma vez que pouco explorada, ha descoberta de novas espécies da flora com propriedades medicamentosas até os dias atuais. Como o advento dos fármacos sintéticos, que se difundiram após a segunda metade do século XX principalmente em países desenvolvidos, o Brasil que possui um desenvolvimento tardio e em pequenos focos regionais, em conta de sua colossal extensão territorial, e contido em estado de desenvolvimento, até os dias atuais reflete o uso ainda maioritário de medicamentos naturais por parte da população, que ainda possui fé em fitoterápicos, provenientes da cultura local, aliado também ao recente questionamento sobre as consequências do uso e dos abusos de sintéticos. A sabedoria natural entende por sí que nenhum remédio provido da natureza pode fazer mal real ao usuário, e de desconfia das novas medicações, como episódios famosos decorridos em solo brasileiro, assim como a Revolta da Vacina que ocorreu no ano de 1904
no Rio de Janeiro, porém a maioria dos compostos fitoterápicos não possuem devidos estudos laboratoriais para a determinação de seu real poder medicamental, ou propriedades benéficas à saúde humana com citado por: “Muitas das preparações que utilizam plantas medicinais ainda necessitam de estudos científicos mais detalhados, incluindo padronização química, testes biológicos in vitro e em modelos animais e avaliação clínica.” (SOUZA-MOREIRA, SALGADO e PIETRO, et al; 2010), o que pode se acarretar e abrir brechas para muitos erros, enganos, falta de controle de qualidade e contaminações nestes. Existe uma regulamentação Brasileira para medicamentos fitoterápicos decretada pela ANVISA para manter a qualidade exigida recomendável para o uso destes medicamentos, assim como é mostrado em: “ O Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006, sobre a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, tem como algumas de suas diretrizes garantir e promover a segurança, a eficácia e a qualidade no acesso a plantas medicinais e fitoterápicos, promover e reconhecer as práticas populares de uso de plantas medicinais e remédios caseiros e promover a adoção de boas práticas de cultivo e manipulação de plantas medicinais e de manipulação e produção de fitoterápicos, a partir de uma legislação específica.” (SOUZA-MOREIRA, SALGADO e PIETRO, et al; 2010), buscando assim a padronização aos medicamentos fitoterápicos. Como a maior parte do comércio destes ainda são fabricados e comercializados por vendedores ambulantes, curandeiros, benzedores e feirantes, sendo estes profissões marginais, não se há uma fiscalização por parte dos órgãos públicos, não garantindo assim a legitimidade do medicamento, podendo ocorrer contaminações, fraudes, trocas e enganos como citado e: “Com a finalidade de aumentar o rendimento do produto a ser vendido ou até mesmo por falta de cuidados na coleta e falta de tratamento do material coletado, é relativamente freqüente a presença de materiais estranhos e a de outras plantas contaminantes, troca de uma espécie por outra e presença de fungos e bactérias, principalmente, coliformes fecais. Uma provável causa da falta de confiança desses profissionais nesse tipo de produto também se deve à falta de padronização dos extratos, que podem conter ou não o princípio ativo ou compostos tóxicos em quantidade adequada dependendo do plantio e da época do ano, interferindo na reprodutibilidade dos fitoterápicos.” A falta de metodicidade em todas as fases, em especial no plantio e coleta aliada a ignorância de parte dos fabricantes, pode resultar em contaminações no produto, uma vez que este esteve em contato com o solo, rico em esporos, bactérias e insetos, os quais podem acabar por fazer parte do produto final como citado em: “pela origem, os produtos vegetais estão em contato direto com o ambiente e, portanto, com o solo rico em esporos de fungos, patas de insetos e animais carregadas de bactérias e esporos. A contaminação por esses microrganismos podem acarretar deterioração do material por ser fonte de enzimas e de patógenos, podendo levar ao desenvolvimento de doenças. São produtos de alto risco, sendo necessário definir medidas adequadas de controle higiênico-sanitário para garantir a qualidade e segurança deste tipo de produto desde a coleta, armazenamento e manipulação até o produto final” (SOUZA-MOREIRA, SALGADO e PIETRO, et al; 2010). Os medicamentos fitoterápicos possuem fé pública por parte da população, em especial as camadas mais carentes, devido a seu reduzido preço e fácil acesso, não se pode assim diferenciá los dos sintéticos apenas por sua origem, visto uma vez que estes, muitas vezes sintetizam seus princípios ativos a partir de plantas, se mostrando assim necessário o cumprimento rigoroso de toda a legislação quanto a fabricação, distribuição e venda,