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CONHECENDO O PROCESSO EMPREENDEDOR, Notas de aula de Inovação

Para Dornelas (2008) “a decisão de se tornar empreendedor pode ocorrer aparentemente por acaso”. O autor explica que se você pergun- tar a alguns empreendedores ...

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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UNIDADE
II
Professor Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque
CONHECENDO O PROCESSO
EMPREENDEDOR
Objetivos de Aprendizagem
Entender o funcionamento do processo empreendedor.
Conhecer e entender o significado de Intraempreendedorismo.
Abordar a inovação com foco no empreendedorismo.
Estudar modelos de gestão que contribuam com o desenvolvimento
organizacional em cenários de mudança.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
Processo empreendedor
Intraempreendedorismo
Empreendedorismo inovador
Modelos de gestão em Cenários de Mudança
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UNIDADE

II

Professor Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque

CONHECENDO O PROCESSO

EMPREENDEDOR

Objetivos de Aprendizagem

■ Entender o funcionamento do processo empreendedor. ■ Conhecer e entender o significado de Intraempreendedorismo. ■ Abordar a inovação com foco no empreendedorismo. ■ Estudar modelos de gestão que contribuam com o desenvolvimento organizacional em cenários de mudança.

Plano de Estudo

A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

■ Processo empreendedor ■ Intraempreendedorismo ■ Empreendedorismo inovador ■ Modelos de gestão em Cenários de Mudança

O PROCESSO EMPREENDEDOR

Para entender o processo empreendedor, é importante ter conhecimento do que seja processo. Tudo que tenha começo, meio e fim e segue uma sistemática é um processo. Em outras palavras, processo é uma sequência lógica de tarefas que terão como resultado o alcance de determinado objetivo. Porém, antes de tratar do processo empreendedor, é preciso entender porque as pessoas deci- dem empreender. Existem dois tipos de empreendedores, aqueles que empreendem por necessi- dade, e os empreendedores que transformam oportunidades em empreendimentos. Normalmente, o que se percebe é a variabilidade dos índices de empreen- dedorismo inicial entre oportunidade e necessidade alterarem como possível reflexo da situação econômica do país. O empreendedor, por necessidade, cria um negócio como forma de gerar renda para sua subsistência; enquanto que o “empreendedor por oportunidade são aqueles que conseguem identificar um nicho de mercado ou negócio, mesmo tendo outras alternativas para gerar sua renda” (GEM, 2017). Essa relação fica mais clara na Figura 1:

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Nesse período, o empreendedorismo inicial por necessidade variou de uma taxa de 29 para 43, e o empreendedorismo inicial por oportunidade variou de 71 para 57. Observe que no mesmo período da taxa de desem- prego variou de 6,53 para 8,91. Levando em consideração que 2014 e 2015 foi durante o período da crise política e econômica no Brasil, é possível con- siderar o aumento do empreendedorismo por necessidade estar relacionado com a falta de emprego no país. No entanto, avaliando os gráficos como um todo, percebe-se que, o índice médio de desemprego mantém-se em uma taxa aproximada de 10%, e as taxas de empreendedorismo inicial, tanto por oportunidade quanto por necessi- dade, tendem a manter uma média de 57,4 e 42,4 respectivamente. Ótimo! E o que significa isso? Significa que, apesar da variação nos índices de desemprego afetarem o tipo de empreendedor inicial, o Brasil pode estar conseguindo disseminar a cultura empreendedora com os diversos trabalhos realizados pelas entidades, como SEBRAE, onde as pessoas têm aprendido a desenvolver seus comporta- mentos empreendedores.

O GEM - Global Entrepreneurship Monitor - é a principal organização que estuda o empreendedorismo mundial. É um recurso confiável sobre o empreendedorismo para organizações inter- nacionais importantes, como as Nações Unidas, o Fórum Econômico Mun- dial, o Banco Mundial e a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), fornecendo conjuntos de dados personalizados, relató- rios especiais e pareceres de especialistas. Essas importantes organizações alavancam os riscos dados do GEM, com sua metodologia testada e uma rede de especialistas locais para promover políticas baseadas em evidências para o empreendedorismo em todo o mundo. Para fazer suas próprias pes- quisas sobre empreendedorismo, o GEM disponibiliza acesso gratuito a sua base de dados em disponível em: http://www.gemconsortium.org. Fonte: o autor.

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O movimento empreendedor, como falei anteriormente, teve início na década de 90, mas se fortalece a partir da estabilidade econômica do país, que tem início em 1994 com o plano Real e iria manter-se até 2014, ano em que o Brasil começa a sen- tir os primeiros indicadores de problemas com a estabilidade política e econômica. Isso mostra que, mesmo o Brasil não tendo políticas sérias de incentivo ao empreendedorismo, as diversas ações das entidades voltadas a disseminar a cultura do empreendedorismo devem estar surtindo efeito, pois, a maioria dos empreendedores iniciais são aqueles que empreendem por identificarem uma oportunidade. E qual a relação disso tudo como o processo empreendedor? Agora que você entendeu a relação que existe entre empreender por oportunidade ou por necessidade, fica mais fácil para entender como deve ser conduzido o pro- cesso empreendedor.

ETAPAS DO PROCESSO EMPREENDEDOR

Figura 3 - Processo de Empreendedorismo. Por que uma pessoa decide empreender? Vimos, anteriormente, que existe basica- mente duas condições que levam as pessoas a empreenderem: por oportunidade ou por necessidade. Entenda que ambas condições tendem a acontecer “devido

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Figura 4 - Fatores que influenciam no processo empreendedor Fonte: Dornelas (2008, p. 25).

Os fatores pessoais, sociológicos e organizacionais têm relação com as caracterís- ticas do comportamento empreendedor. Já o ambiente é onde as oportunidades para iniciar e manter o negócio irão surgir. Por exemplo, o fator sociológico networking tem relação com a capacidade da pessoa se relacionar nos diversos grupos sociais e fi rmando uma boa rede de contato. Normalmente, pessoas mais extrovertidas têm facilidade em criar networking ou redes de contato. Ao relacionar esse fator com investidores que estão no ambiente, o empreendedor pode aproveitar uma oportunidade para conseguir investimento para manter o seu negócio em funcionamento. Entendeu a relação existente entre Fator x Ambiente? Vou tentar explicar de uma maneira mais simples: o empreen- dedor tem como característica comportamental facilidade de relacionamento. Esse comportamento ajuda a montar uma rede de contatos que tenham pessoas com interesse em investir em negócios como o seu. Você, ao saber disso, aproveita essa oportunidade para conseguir investimento. É assim que funciona. Agora você sabe que o fator comportamento, aliado à condição social, tem um peso muito grande na decisão de empreender. E, como acredito que você

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está dedicando seu tempo no estudo desse material porque pretende empreen- der, nesse caso, o primeiro passo do processo empreendedor é: desenvolva o seu comportamento empreendedor para que, em seguida, dedique seu tempo na busca por oportunidades. O bom de trabalhar com desenvolvimento comportamental é poder fazer isso ao mesmo tempo em que inicia o seu negócio. Concorda comigo que nem todo mundo tem condições de parar tudo o que esteja fazendo para desenvol- ver seu comportamento empreendedor? Essa condição é importante, mas pode ser realizada durante o processo de empreender, ou seja, o desenvolvimento do comportamento empreendedor é um processo que não tem data para terminar, afinal, quem pode dizer que está pronto para empreender? Nesse caso, posso dizer que trabalhar o comportamento empreendedor é a etapa zero , ou seja, irá permear durante toda a sua vida como empreendedor.

Desenvolver o comportamento empreendedor é a etapa zero para aqueles que tem vontade de abrir seu próprio negócio. O SEBRAE tem uma série de dez vídeos que mostram os primeiros passos para desenvolver a atitude empreendedora. Acesse o link a seguir para ter mais informações. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/ 10-dicas-para-comecar-bem,c098d8e04c09d410VgnVCM- 1000003b74010aRCRD>. Fonte: adaptado de SEBRAE (2017, on-line).

Estando certo dessa condição, nenhum empreendimento começa sem uma oportunidade, e identificar oportunidades é a condição inicial do processo empreendedor. Feito isso, faz-se necessário desenvolver seu plano de negócio; na sequência, você precisa procurar e captar os recursos financeiros necessá- rios para iniciar e manter seu negócio em funcionamento; e, por fim, gerencie o seu negócio. As etapas desse processo empreendedor ficam mais claras quando observar a Figura 5:

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Independente da motivação, os países que apostam na capacitação dos empreendedores – seja por necessidade ou oportunidade – investem na geração de empresas mais eficientes e produtivas. Mesmo os empreende- dores por necessidade podem gerar bons resultados para os seus negócios e transformar seus empreendimentos em oportunidade de novos ganhos. Fonte: Brasil (2012).

O modelo de Timmons relaciona oportunidade, recursos e equipes agrupados no plano de negócios, interagindo com a capacidade criativa, de comunicação e liderança do empreendedor, conforme variações de incertezas do ambiente que podem afetar o mercado de capitais, dificultando, assim, acesso a investimentos. Para ser sincero, tentar estabelecer um processo empreendedor, como fazem muitos autores e estudiosos do empreendedorismo espalhados pelo mundo, é uma tarefa muito complexa. Estamos falando de algo que leva em consideração muitos fatores subjetivos, análise de comportamento, identificação de oportunidades e gestão de empre- sas. Mesmo sabendo da existência de comportamentos empreendedores, é difícil medir qual o nível ideal para empreender. Oportunidades são observações subjetivas. O empreendedor tem facili- dade para identificar oportunidades, no entanto, essa oportunidade só terá se mostrado um bom negócio caso o empreendedor tenha alcançado o sucesso. E o sucesso só é alcançado quando os acertos na gestão do negócio tendem a ser maiores do que os erros.

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INTRAEMPREENDEDORISMO

Desde a década de 90, o movimento para disseminar a cultura empreendedora vem se fortalecendo. Nos últimos dez anos, ocorreu uma intensificação desses movimentos, a ponto de surgir uma indústria voltada ao desenvolvimento do comportamento empreendedor. Muitas entidades sociais com foco no desenvolvimento do empreendedo- rismo; muitos empreendedores de auditório (pessoas que vendem palestras ensinando como ser empreendedor sem terem vivenciado na prática); muitas reportagens e programas dedicados a mostrar exemplos de empreendedores de sucesso; enfim, é tanta informação dedicada à importância de se empreender que isto tem contribuído para disseminar uma fantasia a respeito do empreen- dedor. É possível, inclusive, que as pessoas caiam em um sentimento de culpa por não serem empreendedoras, por não terem seus próprios negócios, por serem assalariadas. Fuja desses sentimentos. Entenda: todos podem se tornar empreendedo- res, mas não necessariamente todos querem ou precisam ser empreendedores. Existem pessoas que não tem perfil empreendedor e não querem desenvolvê-lo.

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Quer saber como foi a vida desse empreendedor nesse tempo todo? Foi uma vida totalmente voltada ao trabalho, com jornadas, muitas vezes, de 20h; sem feriado, finais de semana, férias, tempo com a família e com os filhos; sem tempo para seus hobbies. Todo dinheiro que entra fica na empresa. Essa pode estar indo bem, mas o empreendedor de sucesso retira o mínimo para o seu sustento e o da família e, na maioria das vezes, é confundido como uma pessoa sovina. Isto se tiver o que retirar, pois empreender em um país onde a carga tributária é a maior do mundo, o empreendedor precisa dar seus pulos para ficar em dia com o governo. E mais, enquanto não pagar os salários de todos os seus colaboradores, o empreendedor não terá certeza se irá sobrar dinheiro para ele. O empreendedor não tem margem para erro, pois errar significa pôr tudo a perder, no pior sentido que possa imaginar. Como diz Maximiano (2011, p. 6) “O empreendedorismo é uma das carreiras mais difíceis que alguém pode escolher”. Antes de falar sobre vantagens de trabalhar para alguém, você precisa enten- der que existem dois tipos de funcionários: o executivo e o empregado. Degen (2009) explica: Executivo é aquele que, como um treinador de uma equipe esportiva, procura superar objetivos desafiantes com uma equipe de pessoas. A sua realização é fazer sua equipe se superar atingindo os objetivos do negócio e ser reconhecido por isso. Normalmente, esse reconhecimen- to se dá por um bom salário e bônus. Empregado é aquele que gosta de trabalhar em um determinado tipo de tarefa. A sua realização é fazer um bom trabalho e ser reconhecido por isso. Normalmente, seu reconhecimento se dá por um salário um pouco acima do mercado para o trabalho que executa, reconhecimento pelo bom trabalho e estabilidade no emprego (DEGEN, 2009, p. 8).

Para aquelas pessoas acomodadas, ser empregado tem a ilusão de, muitas vezes, ter salário todo mês, o que nem sempre é verdade, por isso, é preciso tomar cuidado.

Intraempreendedorismo

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ASSALARIADOS NO BRASIL

Muitos assalariados têm uma vida financeira confortável. Trabalham com jorna- das extensas, muitas vezes equiparadas com a de empreendedores de sucesso. Em outras palavras, se a empresa quebrar, esse funcionário muito bem pago recebe todos os direitos trabalhistas iguais ao colaborador que ganha, por exemplo, um salário mínimo; mas atenção! Isso não o desobriga de responder judicialmente pela empresa. A média salarial paga no Brasil no ano de 2015, segundo o DIEESE (2017) foi de R$ R$ 2.626,50 (dois mil, seiscentos e vinte e seis reais e cinquenta centavos. Olhando para esse valor, sua primeira impressão talvez seja: “realmente, empreender vale todo o sacrifício, por que quem consegue ter uma vida tran- quila ganhando isso?”. Veja só, estamos falando da média salarial. Se é a média, significa que têm salários muito menores e salários muito maiores do que esse valor de quase três mil reais, veja a Tabela 1: Tabela 1 - Remuneração média real dos empregos formais, segundo escolaridade e sexo no Brasil em 2015 ESCOLARIDADE MULHERES HOMENS MÉDIA Analfabeto R$ 1.161,00 R$ 1.319,00 R$ 1.240, Fundamental incompleto R$ 1.235,00 R$ 1.765,00 R$ 1.500, Fundamental completo R$ 1.320,00 R$ 1.871,00 R$ 1.595, Médio incompleto R$ 1.269,00 R$ 1.691,00 R$ 1.480, Médio completo R$ 1.599,00 R$ 2.216,00 R$ 1.907, Superior incompleto R$ 2.250,00 R$ 3.257,00 R$ 2.753, Superior completo R$ 4.581,00 R$ 7.325,00 R$ 5.953, Fonte: adaptado de Dieese (2017, p. 76). A Tabela 1 compara a remuneração média real dos empregados formais referente aos vínculos empregatícios em 31 de dezembro de 2015 levando em consideração a escolaridade e o sexo. Percebe que os valores médios dos salários vão aumen- tando conforme a escolaridade aumenta? Então, mesmo um funcionário, para ganhar bem, precisa fazer sacrifícios. Outro ponto que precisa ser levado em consideração é o setor de atividade econômica que deseja trabalhar. Preste atenção na Tabela 2:

Intraempreendedorismo

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Madeira e Mobiliário R$ 1.828, Papel e Gráfica R$ 3.004, Borracha, Fumo, Couros R$ 2.543, Indústria Química R$ 4.073, Indústria Têxtil R$ 1.631, Indústria Calçados R$ 1.467, Alimentos e Bebidas R$ 2.008, Fonte: adaptada de Dieese (2017, p. 81).

A Tabela 3 apresenta a média salarial dos subsetores da indústria de transfor- mação. Veja que a indústria de material de transporte tem um salário médio de R$4.390,00. Tabela 4: Remuneração média real dos empregos formais em 2015 nos subsetores do Comércio e dos Serviços SUBSETORES 2015 Comércio R$ 1.767, Comércio Varejista R$ 1.598, Comércio Atacadista R$ 2.593, Serviços R$ 2.623, Instituição Financeira R$ 6.627, Com. e administração de imóveis, valores mobiliários, serv. técnicos

R$ 2.391,

Transporte e Comunicações R$ 2.537, Serv. de alojamento, alimentação, reparação, manutenção, redação

R$ 1.701,

Serviços médicos, odontológicos e veterinários R$ 2.531, Ensino R$ 3.661, Fonte: adaptada de Dieese (2017, p. 82).

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EMPREENDEDORISMO INOVADOR

Chamar empreendedor de inovador é uma redundância, afinal, você aprendeu que uma das características dos empreendedores é justamente a capacidade visio- nária que remete a inovação. De certa forma, todo empreendedorismo é uma inovação, mas existem algumas situações em que as inovações promovem mudanças significativas nos modelos de negócio que impactam a sociedade. A inovação permeia a evolução da humanidade. Você já parou e perguntou por que a vida é assim? Pense um pouco na história da humanidade e reflita sobre sua evolução. Se analisar com cuidado, irá perceber que a busca pela riqueza é, talvez, o principal motor que move a inovação. Existem outros, é claro, como o altruísmo, mas sem sombra de dúvida que a procura pela pedra filosofal tem uma importância fundamental. Só para te lembrar, os alquimistas da Idade Média passavam sua vida em busca da pedra filosofal, que nada mais era do que o conhecimento para transformar metal em ouro. Quando você reflete sobre o conceito de inovação, fica mais claro enten- der porque a busca pela riqueza material pode ser a verdadeira motivação

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■ 1ª onda Século XVIII: o desenvolvimento da energia hidráulica. ■ 2ª onda meados do século XIX: o desenvolvimento da energia a vapor e das estradas de ferro. ■ 3ª onda na virada do século XX: o desenvolvimento dos setores elétrico, químico e os motores de combustão interna. ■ 4ª onda meados do século XX: o desenvolvimento dos setores petroquí- mico, eletrônico e aviação. ■ 5ª onda final do século XX: o desenvolvimento das redes digitais (Internet), dos softwares e surgimento de novas mídias. A Figura 7 deixa mais claro o espaço de tempo percorrido entre essas ondas de inovação facilitando o seu entendimento.

Figura 7 - Ciclos ou ondas de negócios Fonte: Nóbrega (1999 apud CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO, 2011, p. 70). Quando você olha para a Figura 7, percebe que o intervalo de tempo entre os ciclos de inovação está diminuindo? O avanço do desenvolvimento tecnológico é o responsável por isso.

A inovação destrói empregos com mais rapidez do que a educação os salva. (Michele Boldrin)

Empreendedorismo Inovador

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INOVAÇÃO

Agora, vou te apresentar o conceito de inovação. O dicionário online Houaiss conceitua a palavra inovação como: “1 ação ou efeito de inovar, 2 p.ext. aquilo que é novo, coisa nova, novidade”. Acredito que esse conceito lhe soe familiar. Em outras palavras, inovar é uma novidade? Sim e Não. No contexto do empreendedorismo, é preciso levar em consideração o ambiente dos negócios. Os empreendedores estão criando novidades, seja em produtos, serviços ou melhorando processos, produtos ou serviços com o obje- tivo, muitas vezes, para gerar riqueza. Portanto, quando eu falo que inovar é criar algo novo, é preciso tomar cuidado, porque, no mundo empresarial, esse algo novo só será considerado inovação, “o processo que inclui as atividades técnicas, concepção, desenvolvimento, gestão e que resulta na comercialização de nos produtos, ou na primeira utilização de novos processos” (FREEMAN, 2002, p. 37). Assim, só é possível considerar inovação aquilo que faz a empresa ganhar dinheiro. Uma Inovação que não é rentabilizada, simplesmente, é con- siderada uma invenção.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é uma fundação pública federal vinculada ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Ges- tão. Suas atividades de pesquisa fornecem suporte técnico e institucional às ações governamentais para a formulação e reformulação de políticas públi- cas e programas de desenvolvimento brasileiros. Os trabalhos do Ipea são disponibilizados para a sociedade por meio de inúmeras e regulares publi- cações eletrônicas, impressas, e eventos nas diversas áreas do conhecimen- to, inclusive, voltadas à inovação. Para conhecer acesse o link disponível em: http://www.ipea.gov.br. Fonte: o autor.