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Este trabalho apresenta um estudo participativo sobre a dark web, explorando um fórum conversacional chamado vortex, descrevendo as ações dos agentes da comunidade virtual e levantando questões sobre as atividades realizadas em um ambiente anônimo em comparação com a web convencional. O documento também discute as diferenças entre a deep web e a dark web, as estruturas e características de cada uma, e as implicações legais e sociais de participar desses espaços.
O que você vai aprender
Tipologia: Esquemas
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Niterói 2016
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do grau Bacharel em Sociologia. ORIENTADOR: Prof. Dr. Marcelo Pereira de Mello Niterói 2016
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do grau Bacharel em Sociologia. Aprovada em__ julho de 2016 BANCA EXAMINADORA
Dr. (Nome do examinador 1) Universidade Federal Fluminense
Dr. (Nome do examinador 2) Universidade Federal Fluminense
Dr. (Nome do examinador 3) Universidade Federal Fluminense
Ao lembrar o caminho percorrido chegando ao final, olho para trás e vejo que por essa estrada dura e tortuosa, jamais seria vencida se acaso caminhasse sozinho. Dedico aos que estão ao meu lado e sempre estiveram e aos que a vida cessou e não puderam ver a chegada almejada de um sonho compartilhado pelos que nos amam. As lágrimas que derramo ao escrever traduzem não somente a saudade, mas também a gratidão e reconhecimento pelo papel fundamental nessa jornada e que sem eles não seria possível. Aos meus pais dedico não somente essa vitória, mas tudo que conquistei desde meus primeiros passos, o zelo pela minha vida e o amor que sempre transpareceu de forma abundante, não só no carinho e nos bons momentos, na dor e na saudade emplacada pela distância, me confortava o coração saber que onde estivem, estariam preocupados com meu bem estar, me amando, com a certeza de saber que em todos os dias da minha foi assim e serão até os últimos. Esse sonho que chego às portas de realizar passa inteiramente por eles, que desde cedo me incentivaram a descobrir e conhecer. Fizeram tudo que estava ao seu alcance para que meus desejos se realizassem muitas vezes em detrimento dos deles e hoje grato, agradeço por tudo e dedico especialmente a Regina e Luís. As minhas irmãs Luise e Fernanda, eternas parceiras e amigas, apesar das rusgas normais entre irmãos, sempre nos amamos e unidos. Para qualquer adversidade seja ela qual for temos um ao outro para se apoiar e continuar em frente. A caçula Fernanda minha fiel escudeira e a mais velha Luise, nosso porto seguro e que teve papel fundamental me ajudando na formatação do presente estudo e sou muito grato por isso. Aos minhas avós Maria Luiza e Geni Silva, aos meus avôs José Lobão e Elpídio Rodrigues, todos foram importantes incentivadores e sempre acreditaram em mim, na sabedoria que o tempo lhes concedeu, me fizeram acreditar que meu caminho seria maravilhoso, mal sabiam que sempre foi, pois um abençoado de ter tido a honra de ser seu neto e dispor de tanto amor. Em meus devaneios esperava que todos compartilhassem a minha felicidade e realização ao final do curso, infelizmente terei que conviver com o peso da saudade no meu coração, mas agradeço por ainda ter minha amada vovó Luiza comigo, que junto ao meu avô Lobão, me receberam em sua casa de portas abertas e pavimentaram o caminho de um projeto até a realização. Ao vovô Pipi e vovó Geni, carinhosamente guardo doces lembranças e sei que estariam orgulhosos de mim e até o seu último sopro de vida amaram a linda família que constituíram juntos. Dedico também aos meus familiares, tios, tias, primos e primas que são tantos e mesmo assim sabem a importância que tem na minha vida. Meus tios e tias que sempre me trataram não somente como um sobrinho, mas como filho emprestado tamanho amor e dedicação. E os meus primos que foram meus primeiros amigos e são até hoje os melhores.
Resumo em Português Este trabalho tem com objetivo tentar explorar uma fração do “submundo” da internet a Dark Web, através de uma observação participativa no fórum conversacional Vortex, descrever ações dos agentes que compõe da comunidade virtual e levantar questões acerca das atividades realizadas em um ambiente anônimo em comparação a Web convencional. Com experiências vividas no fórum aliando a uma analise distanciada aproximando-se da metodologia de Geertz e utilizando como base Castells para caracterizar e problematizar as singularidades de um território inexplorado. A ideologia contraditória a prática em um ambiente que nasceu com a proposta de liberdade, da livre comunicação, oscila entre as nuances obscuras a interessantes ações incomuns, que provavelmente sem a estrutura singular da Dark Web, lidariam com constantes intervenções sociais e jurídicas. A relação dos administradores e moderadores com os participantes do fórum e os conteúdos publicados foi à fonte principal para a fundamentação do presente estudo que se propõe a elucidar algumas formas de relação na Dark Web, iniciando o caminho através do fórum Vortex.
Abstract This work has the objective to try to exploit a fraction of the "underworld" of the Internet the Dark Web, through a participatory observation in conversational forum Vortex, describe actions of agents that make up the virtual community and raise questions about the activities carried out in an anonymous environment compared to conventional Web. With experiences in combining a forum distanced analysis approaching the Geertz methodology and using as Castells basis to characterize and discuss the singularities of unchartered territory. Ideology contradictory practice in an environment that was born with the purpose of freedom, free communication, ranges from the obscure nuances to interesting unusual actions, which probably without the unique structure of the Dark Web, would deal with constant social and legal interventions. The relationship of administrators and moderators to the forum participants and published content was the main source for the basis of this study aims to elucidate some forms of relationship in the Dark Web, starting the way through the Vortex forum.
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1. INTRODUÇÃO A Dark web é apenas uma estrutura física, um conjunto de redes que conectam computadores em um servidor oculto, que por determinadas características proporcionam o anonimato aos usuários. Deep Web e Dark Web possuem diferenças significativas, a primeira é um conjunto de páginas a margem da World Wide Web ou Web (a internet comum, utilizada mundialmente) a dark web é um conjunto de redes separados da web, protegida por criptografia. Há uma parte dos usuários que faz uso da mesma como meio para atitudes desviantes, mas não necessariamente é a única vertente que compõe esse ciberespaço anônimo (BERGMAN, 2001). As diversas redes não indexadas (Onion, Freenet, Hiperborya, etc.) possuem conteúdo muito variado e restrito, pois o acesso a essas redes demandam um conhecimento e domínio prévio em internet e redes. Variando de conteúdos de cunho subversivo (terror psicológico, violência, tráfico de diversos tipos, etc.) até compartilhamento de conteúdo bibliográfico, enigmas, chats e e-mails anônimos. A rede usada como objeto de estudo será a “Onion”, talvez seja a rede com o maior número de usuários e conteúdo na dark web e a que tem acesso mais facilitado das que observei. Por preferências pessoais e legais decidi direcionar a pesquisa ao estudo de um fórum conversacional brasileiro chamado “Exilio”, a maior comunidade virtual brasileira encontrada na Onion, com finalidade de tentar conhecer e levantar questionamentos em torno de um ambiente tão pouco explorado. Durante o processo de pesquisa, entretanto, o fórum conversacional foi removido, em seu lugar continuei o estudo no “Vortex”, indicação dos próprios administradores do Exilio. Entre ambos não há muita diferença, o que facilitou a mudança para o novo objeto de estudo. A amplitude de possibilidades de uso que a dark web possui, gera uma infinidade de conteúdos e ideias em que talvez somente nessas condições de anonimato viessem à tona, oferecem um campo de estudo vasto e pouco explorado sobre um ambiente de interação humana sem precedentes. Baseado nessa premissa o presente estudo tem por objetivo conhecer as características e particularidades da dark web através de uma observação participativa em um fórum conversacional. Este estudo justifica-se pela ausência de pesquisas sobre a
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2. Noções Básicas de Internet A criação de redes é milenar na história da humanidade (CASTELLS,2001, pág.7), sendo um conjunto de nós interligados, criando uma ferramenta muito útil em suas origens para angariar recursos alimentícios. Ao longo da história, redes se prestaram ao domínio social, em sociedades verticais e com sólidas hierarquias de comando. Contudo, a flexibilidade e adaptabilidade da rede agregadas as novas tecnologias de comunicação fornecem as condições necessárias para a natureza revolucionaria da internet. Em 1969, entra em operação a ARPAnet (Advanced Research Projects Agency Network), uma estrutura que ligava os computadores, enviando mensagens particionadas em “pacotes”, entre a Universidade da Califórnia ao centro de tecnologia de Stanford (MONTEIRO,2001, pág. 28.), com fins militares e como forma de armazenar de maneira segura informações sigilosas do governo. Nos anos 80 surgiu uma tecnologia que até hoje é utilizada, TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol), que possibilitou a expansão da ARPAnet a nível nacional e até internacional, que na década de 90, transformou-se na NFSnet (National Science Foundation’s Network ), conectando centros de pesquisa e universidades em todo mundo (MONTEIRO, 2001, pág. 28), sendo o ponto de partida para a internet como conhecemos hoje. Fig. 01 – Cobertura inicial da ARPAnet. Fonte: SRI Internacional
4 A internet nasceu em um contexto de Guerra Fria, para atender a interesses militares. Após a distensão em 1989 das relações entre EUA e URSS, três processos foram fundamentais para a consolidação e popularização da internet. No final do século XX, três processos independentes se uniram, inaugurando uma nova estrutura social predominantemente baseada em redes: as exigências da economia por flexibilidade administrativa e por globalização do capital, da produção e do comércio; as demandas da sociedade, em que os valores da liberdade individual e da comunicação aberta tornaram-se supremos; e os avanços extraordinários na computação e nas telecomunicações possibilitados pela revolução microeletrônica. Sob essas condições, a Internet, uma tecnologia obscura sem muita aplicação além de mundos isolados dos cientistas computacionais, dos hackers e das comunidades contraculturais, tornou-se a alavanca na transição para uma nova forma de sociedade – a sociedade de rede – , e com ela para uma nova da economia. (CASTELLS, 2001, pág. 8) Para a massificação da Internet outro passo necessitava ser dado, é importante definir a diferença entre a estrutura física denominada Internet e a World Wide Web ou WWW (WEB); o cientista inglês Tim Berners-Lee no inicio da década de 90, radicado nos laboratórios do CERN (Conselho Europeu para Pesquisa Nuclear), localizado na Suíça, desenvolveu uma cara nova para a Internet. O compartilhamento de dados realizados de forma textual, com uma interface despreocupada com a estética e sim com a eficiência ao qual se propunha (MONTEIRO, 2001, págs. 29 e 30), Tim criou o HTML (HyperText Markup Language), que permitia o compartilhamento não somente de textos, mas também imagem e som, de forma não-linear, podendo conter vínculos (links) indexados a outros documentos, recurso esse que implementados aos Browsers (navegadores) desenvolvidos para os primeiros computadores pessoais pela mundialmente conhecidas Apple, Microsoft e IBM, atingiram de forma relevante o grande público. A Web agora tinha uma aparência mais amistosa e uma potencial capacidade de variação e mudanças, o que contribuiu para expansão mundial civil dessa tecnologia, tendo em 1995 ano de sua estreia no mercado, cerca de 16 milhões de usuários, atingindo em 2001 cerca de 400 milhões (CASTELLS, 2001, pág.8). Atualmente, com a popularização das redes sociais como o Facebook e dos smartphones, que agregaram mobilidade ao acesso a internet podendo ser realizado em qualquer lugar e não mais em uma estação física local, a surface^1 hoje tem um volume gigante de acesso e utilização. Dados de um relatório anual feito pela empresa Facebook que possui uma inciativa chamada “internet.org” que tem o (^1) Surface – Outra nomenclatura criada por Bergman (2001) para referir-se a web.
6 Fig. 02 – Ilustração dos resultados da pesquisa. Fonte: Internet.org^3. Questões de ordem social e política que implicam na acessibilidade, atualmente ganharam espaço e têm sido discutidas tanto na esfera politica quanto acadêmica, no trabalho “Internet no Brasil: o acesso a todos é possível?” Afonso (2000) levanta questões sobre os projetos do governo para avanço da tecnologia da informação e discute as possibilidades e impactos na vida dos brasileiros. (^3) Disponível em: https://tecnoblog.net/192063/internet-brasil-mundo-facebook/
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3. Compreendendo fóruns conversacionais Fóruns conversacionais são amplamente difundidos e conhecidos mundialmente na internet, têm como base criar um espaço de debate onde seus participantes não precisam estar presentes fisicamente tornando a discussão de assuntos mais democrática. Empresas, comércios, grupos de jogos online, etc.; utilizam esse espaço para tirar dúvidas de consumidores, sobre produtos, responder perguntas frequentes ou apenas interagir e trocar opiniões. A definição mais propagada é de que seja um conjunto de páginas da internet, destinada a promover debates, por meio de mensagens publicadas abordando uma mesma questão ou tópicos que envolvam uma questão maior. É importante ressaltar que a internet é um meio, uma ferramenta, e não é ela em si mesmo que promove uma “revitalização da democracia”, pois essa sendo desassociada da prática politica, em nada altera a vida pública (MAIA, 2001,pág 2), além de contar com a premissa que para participar de um fórum na internet é necessário ter acesso a mesma, sendo exclusiva a um grupo de pessoas. Contam comumente com “Moderadores”, pessoas designadas a manter uma “ordem” nos debates, para que ofensas e a propagação de conteúdo impróprio, não sejam disseminadas entre os participantes. Um dos fóruns mais populares no Brasil é o Clube do Hardware, voltado a oferecer dicas e discussões sobre computadores. O clube possui um grande acervo de publicações, comentários e acessos. Algumas características dos fóruns são importantes para o entendimento do funcionamento. Fig. 03 – Clube do Hardware^4. Fonte: Clube do Hardware^5 Tópicos – São portfólios criados pelo dono da página ou moderador para discussão de um tema específico. (^4) Hardware - No âmbito eletrônico, o termo "hardware" é bastante utilizado, principalmente na área de computação, e se aplica à unidade central de processamento, à memória e aos dispositivos de entrada e saída. (^5) Disponível em:< http://forum.clubedohardware.com.br/ >
9 Fig. 06 – Exemplo de postagens. Fonte: Clube do Hardware Regras – Uma tendência muito comum é encontrar um conjunto de regras de comportamento, normalmente quando algum usuário fere as normas, um moderador pode adverti-lo e em alguns casos até banir a conta do ofensor. Fig. 07 – Regras do CH. Fonte: Clube do Hardware
10 Controle de acesso – Os números referentes à movimentação quase sempre são encontrados na parte inferior da página principal, contém a quantidade total de tópicos, de posts, de membros e o recorde do maior número de participantes online simultaneamente. Fig. 08 – Controle de acesso CH. Fonte Clube do Hardware Moderadores – Normalmente é estabelecido um conjunto de pré-requisitos para se tornar um moderador, atrelado a participação e tempo no fórum. O exercício da função é voluntário, não é remunerado, pelo menos não no fórum em questão. Fig.09 – Premissas para ser moderador. Fonte: Clube do Hardware