


































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
330 ao 518, era formada pelos hinos traduzidos para o português acrescidos por algumas composições realizadas por membros da CCB. Em 1934 já havia um hinário ...
Tipologia: Notas de aula
Compartilhado em 07/11/2022
4.5
(77)184 documentos
1 / 42
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Este artigo analisa a trajetória da Congregação Cristã no Brasil, uma Igreja brasileira que representa o marco inicial do pentecostalismo nesse país e que tem sido pouco pesquisada. Ao longo desses cem anos, apresentou um crescimento contínuo tanto dentro como fora do País, adquirindo características de dimensão transnacional 1. Sua expansão baseia-se unicamente na ação individual dos fiéis dentro da premissa do sacerdócio universal. Representa um fenômeno de grande interesse dentro do campo religioso, pois ao longo de todo esse período manteve sempre a coesão interna, não apresentou rupturas ou dissidências, não sofreu influências do neopentecostalismo e manteve-se fiel aos princípios que a norteiam desde início do século XX. Palavras-chave: Congregação Cristã no Brasil; Pentecostalismo; Dimensão transna- cional.
The present paper analyses the trajectory of the Christian Congregation of Brazil, a landmark of Pentecostalism in this country that has been little researched. Over the last one hundred years, the Church has shown continued growth both inside and outside the country and has gained a transnational dimension. Its expansion is based solely on the believers’ individual action according to the premise of the universal priesthood.
Congregação Cristã no Brasil 123
This is a phenomenon of great interest within the religious field, since throughout this period the Church has kept its internal cohesion, has shown no divisions or dissidence, has not suffered the influence of neo-pentecostalism, and has been faithful to the principles that have guided it since the beginning of the 20 th^ century. Keywords: Christian Congregation of Brazil; Pentecostalism; Transnational dimension.
Este artículo analiza la trayectoria de la Congregación Cristiana en Brasil, una iglesia brasileña, que representa el marco inicial del pentecostalismo en ese país y que ha sido poco investigada. A lo largo de esos cien años presentó un crecimiento continuo tanto dentro como fuera del país, adquiriendo características de dimensión transnacional. Su expansión se basa únicamente en la acción individual de los fieles dentro de la premisa del sacerdocio universal. Representa un fenómeno de gran interés dentro del campo religioso, pues a lo largo de todo ese período siempre mantuvo cohesión interna, no presentó rupturas o disidencias; ni sufrió influencias del neo-pentecostalismo, mantenié- ndose fiel a los principios que la nortean desde inicio del siglo XX. Palabras clave: Congregación Cristiana en Brasil; Pentecostalismo; Dimensión transnacional.
O pentecostalismo no Brasil começou com a fundação da Congregação Cristã no Brasil (CCB) em junho de 1910, que desde o início esteve desvin- culada de qualquer ligação ou ajuda financeira de Igrejas ou projetos missio- nários de outros países, constituindo-se, portanto, num modelo tipicamente nacional. Essa denominação teve seu início no sul do País e se propagou nos primeiros anos, principalmente entre imigrantes italianos, e aos poucos foi se expandindo também entre os nacionais. Muito embora a CCB oficialmente não se reconheça como pentecostal, do ponto de vista sociológico ela se enquadra como tal, em especial se ado- tarmos a definição de pentecostalismo como um movimento de cristãos que dão ênfase às experiências de recebimento dos dons do Espírito, evidenciado pelo “falar em línguas” 2. A análise de seu crescimento constitui um interessante objeto de estu- do, pois ocorreu de forma ininterrupta, manteve sua unidade e não se tem registro da existência de fragmentação ou dissidência. Nos primeiros anos o movimento se concentrou nos estados de São Paulo e Paraná, mas em pouco tempo foi levado para outros estados e igrejas foram construídas em
(^2) A classificação de fenômenos sociais pode ser realizada segundo diferentes categorias que, em última análise, correspondem aos diversos tipos de arranjos institucionais. Sobre o assunto ver BOURDIEU, 1982.
Congregação Cristã no Brasil 125
Nossa fonte principal de pesquisa foram os relatórios oficiais da CCB^6. Após coleta de dados, elaboramos quadros, gráficos e tabelas que subsidiaram a análise histórica. Para efetuar uma análise mais detalhada, optamos pela re- alização de um recorte do crescimento dos últimos dez anos.
A Congregação Cristã no Brasil pode ser considerada uma Igreja brasi- leira. Sua fundação não resultou de ação missionária e ela nunca foi susten- tada por instituição do exterior. Seu surgimento deve-se a Luis Francescon 7 , um italiano emigrado para os Estados Unidos e que teve papel fundamental na criação dessa denominação em diferentes países. Durante toda a sua trajetória nunca teve ajuda econômica externa e nem sofreu influências de institutos bíblicos, boards missionários ou literatura de qualquer espécie. Seu modelo organizacional foi sendo criado a partir das próprias especificidades do movimento e tem sido implantado em todas as regiões aonde a CCB tem chegado. Não possui educação teológica formal; para a constituição de seu corpo sacerdotal as condições acadêmicas não são relevantes e, sim, a trajetória de fé. O aparecimento, estruturação e crescimento da CCB estão inseridos em uma conjuntura histórica mais ampla que se confunde com o campo religioso brasileiro.
Ao se analisar o campo religioso no Brasil, pode-se verificar que não há homogeneidade com relação aos conceitos adotados e/ou procedimentos que resultem na elaboração de agrupamentos, classificação ou sistematização. Podem-se encontrar variações que, muitas vezes, estão vinculadas à área do saber e até mesmo à ótica de cada pesquisador. Num rápido retrospecto histórico, vemos que o Brasil foi marcado pela colonização portuguesa, que trouxe para o novo território uma cultura ibérica marcada pelo catolicismo tridentino. Durante quatro séculos a religião católica foi a única religião per- mitida no País, situação que perdurou até o início o século XIX, quando a liberdade religiosa foi permitida em virtude de interesses políticos 8. A partir da segunda metade do século XIX tem-se a chegada do chamado protes- tantismo histórico, com os primeiros missionários protestantes e, com eles,
(^6) De acordo com a legislação brasileira, toda a instituição tem que apresentar anualmente re- latório e balanço patrimonial que devem ser, obrigatoriamente, publicados em jornal local. (^7) Por existirem diferentes grafias, Luigi, Luiz, Louis, adotaremos a versão portuguesa de Luis. (^8) A liberdade religiosa no Brasil não resultou de lutas ou reivindicações locais, mas ocorreu por exigência da Inglaterra quando, por ocasião da invasão francesa em Portugal, a corte lusitana se refugiou no Brasil sob a proteção da armada britânica. Nessa ocasião, diversos acordos foram firmados entre aquele país e Portugal e dentre eles constava a liberdade de culto.
126 Yara Nogueira Monteiro
o protestantismo de missão , que compreende as Igrejas Congregacional, Pres- biteriana, Metodista, Batista, Episcopal e Luterana – sínodo de Missouri^9. No final desse século, juntamente com as levas imigratórias, chegaram as Igrejas protestantes ligadas às colônias estrangeiras que aqui se instalaram e que configuram o chamado protestantismo de imigração. São elas: Anglicana, Luterana e Reformada. Os primeiros movimentos pentecostais ocorreram no início do século XX e podem ser divididos em três grandes momentos^10. O primeiro tem como marco inicial o ano de 1910, com o surgimento da Congregação Cristã no Brasil nos estados de São Paulo e Paraná 11 ; e em 1911 com a Assembleia de Deus que se instala no norte do País, na cidade de Belém do Pará. O segundo movimento ocorreu nos anos 1950, época marcada pela industrialização, urba- nização e formação de uma sociedade de massas, com a Igreja do Evangelho Quadrangular em1951 12 , Igreja Brasil para Cristo em 1956 13 , e Deus é Amor em 1962. Essas Igrejas constituem o chamado “pentecostalismo clássico” ou tradicional. São igrejas bem estruturadas e hierarquizadas, com doutrinas, prá- ticas cúlticas e costumes definidos. O pentecostalismo tradicional herdou do protestantismo seu puritanismo e pietismo, com ênfase no falar em línguas que, segundo Mendonça (1997), representaria “sinal do batismo e como dom de Deus ao fiel; interpreta o comportamento como sinal externo da salvação”^14. Durante quase meio século houve pouco diálogo entre pentecostais e Igrejas protestantes históricas, tanto as de missão como as de imigração. O relacio- namento, quando existia, era marcado por desprezo e desconfiança e só a partir da década de 1960, com o expressivo crescimento dos pentecostais, é que tanto protestantes como católicos começaram dar mais atenção a essas Igrejas e a perceber que, apesar da aparente pobreza do discurso teológico dos pentecostais, sua atuação junto ao povo era significativa. O terceiro movimento é constituído pelo neopentecostalismo. Ocorreu no final dos anos 1970 e, marcadamente, na década de 1980, época em que
9 Por Protestantismo de Missão entendem-se as Igrejas fundadas a partir da chamada “ex- pansão protestante”, que ocorreu de 1814 a 1914. Sobre o assunto, ver REILY (1993). (^10) A essa divisão tipológica Paul Freston denomina “ondas”. Sobre o assunto, ver Freston (2000). (^11) De acordo com depoimento de Natanael Agrello, um dos antigos anciães , quando Fran- cescon foi para o Paraná deixou um grupo organizado de fiéis em São Paulo com um responsável pelo atendimento dos cultos. (^12) Harold Williams fundou a primeira congregação da Igreja do Evangelho Quadrangular na cidade de São João da Boa Vista, no estado de São Paulo, em 1951. (^13) Um dos evangelistas da “Cruzada”, Manoel de Mello, que anteriormente havia sido da Assembleia de Deus, separou-se da Igreja Quadrangular e fundou a Igreja Evangélica Pentecostal “O Brasil para Cristo”. (^14) Ver Mendonça (1997), p. 257 e 258.
128 Yara Nogueira Monteiro
base da formação e divulgação mundial do moderno movimento pentecostal. Figurou como uma espécie de força centrípeta, atraindo pessoas de diversas partes dos Estados Unidos e de outros países. Dali saíram missionários para vários países (CESAR; SHAULL, 1999, p. 20) 16. William H. Durham, pastor de uma Igreja Batista de Chicago, participou das reuniões na Azuza Street, levando esse movimento para Chicago. Durham foi de grande a importância no pentecostalismo brasileiro, pois foi em sua Igreja, na W. North Avenue, 943, que Francescon teve contato com o movimento. Daniel Berg foi também membro da Igreja de Durham e de lá saiu como missionário para o Brasil, onde fundou a Assembleia de Deus. Ao se estudar dados sobre a biografia de Francescon e sua trajetória durante a primeira década do século XX, nota-se a existência uma notável coincidência entre o balizamento das datas mais conhecidas na trajetória do pentecostalismo norte-americano e sua experiência religiosa. Ele nasceu em 29 de março de 1866 em Cavasso Nuovo, província de Udine, Itália 17. Embora tenha sido criado dentro de uma cultura católica, sua pertença era, segundo depoimento de sua irmã, apenas nominal 18. Nessa época a Itália ainda sofria com os reflexos de um extenso período de guerras e instabilidades que mar- caram a Unificação Italiana. Em decorrência disso, verifica-se o aumento da imigração de pessoas de diferentes partes da península em busca de melhores oportunidades de vida fora dela. Esse quadro pode ser observado na trajetória de Francescon, que aos 15 anos foi para a Hungria em busca de trabalho, voltou para a Itália, cumpriu serviço militar e com quase 24 anos de idade emigrou para os Estados Unidos; ali chegou a 3 de março de 1890 e foi morar em Chicago, cidade com numerosa colônia italiana. Naquele mesmo ano, converteu-se ao protestantismo e, em 1892, participou da criação da Igreja Presbiteriana Italiana de Chicago. Informações sobre sua conversão ao protestantismo foram fornecidas pelo próprio Francescon:
No mesmo ano (1890), ouvi o Evangelho por meio da pregação do irmão Miguel Nardi. Em dezembro de 1891 tive do Senhor a compreensão do novo nascimento. Em março de 1892, com o grupo evangelizado pelo irmão M. Nardi e algumas famílias da fé “Valdense” foi criada nesta cidade a primeira
(^16) Ver Cesar, W.; Shaull, R. (1999, p. 20). (^17) Francescon era um operário especializado em mosaicos, técnica grandemente difundida em sua região natal, o Vêneto, famosa por seus artífices e operários especializados nessa técnica que desenvolviam elaborados trabalhos com mármore colorido tanto no chão como nas paredes. (^18) Em entrevista concedida por sua irmã Helen Carrieri a Key Yuasa, esta informou que Francescon era apenas “a nominal Catholic neither believing nor practicing”, segundo Yuasa (2001, p. 37).
Congregação Cristã no Brasil 129
Igreja Presbiteriana Italiana, sendo o Sr. Filippo Grilli, pastor. Eu fui eleito um dos três diáconos, e após alguns anos, ancião 19.
Em Janeiro de 1895, então com 28 anos, casou-se com Rosina Balzano, também membro da mesma Igreja Presbiteriana. Desde o início Francescon já se posicionava a favor do batismo por imersão, afirmando ter recebido ordenamento de Deus para que a prática fosse realizada conforme as Escrituras, recebendo forte oposição dos mem- bros da Igreja, acostumados à prática da aspersão. No início de setembro 1903, indo realizar um trabalho na cidade de Elgin, a 64 km de Chicago, encontrou-se com um membro de sua igreja 20 , que havia sido batizado por imersão na Church of Brethren 21 , conforme ele mesmo atestou: “[…] fez-se batizar mesmo em Elgin, por um irmão americano pertencente à Igreja dos Irmãos (Church of the Brethren). Na ocasião lhe disse: ‘irmão Beretta, agora que sois batizado, na próxima segunda-feira, dia 7, que é o Dia do Trabalho, batizar-me-ás também’” (FRANCESCON, 1942,p.36 ). Francescon anunciou a decisão de ser rebatizado durante o culto do domingo que antecedeu ao batismo, ocasião em que convidou a todos para assistirem à cerimônia. “Após nove anos que o Senhor me falou em obedecer ao Seu mandamento, amanhã com a ajuda de Deus, terei a oportunidade de obedecê-lo e se algum de vós quiser assistir, venham ao Lake-front, de Chica- go” (FRANCESCON, 1942, p 36. ). Dos que aceitaram o convite, 18 foram batizados. Sua postura sobre o batismo por imersão acabou ocasionando o rompimento com a Igreja Presbiteriana, de onde saiu em 1903, juntamente com um grupo. Durante os anos seguintes, o grupo passaria a se reunir em casas par- ticulares até 1907, quando Francescon teve contato com a Igreja Batista do pastor Durham e por meio dele estabeleceu contato com os movimentos que
(^19) Relato de Luis Francescon sobre o “Histórico da obra de Deus revelada pelo Espírito Santo no Século passado”. (^20) Segundo Francescon, Guiseppe Beretta havia sido membro da Igreja Metodista Livre, tendo se incorporado à Igreja Presbiteriana Italiana de Chicago. (^21) A Igreja dos Irmãos teve sua origem na Alemanha e foi para os Estados Unidos em 1723, onde também ficou conhecida como Igreja Batista Alemã Brethren, tendo sua sede em Elgin, Illinois. O estudo da história dessa denominação revela alguns pontos em comum com a CCB, tais como: a) batismo – realizado por imersão, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e só permitido aos que já fossem capazes de entender e aceitar o Evangelho; portanto, era vedado aos menores de 13 anos. Antigamente os fiéis provenientes de outras denominações eram rebatizados; b) organização – simples, hierarquizada e os ministros não recebiam salário. O sustento era proveniente de seu trabalho no mundo laico; c) unção - administrada com uma pequena gota de óleo na testa, com imposição de mãos e oração. Sobre o assunto, ver: http://en.wikipedia.org/wiki/Church_of_the_Brethren.
Congregação Cristã no Brasil 131
Aires, onde iniciou um grupo de fiéis entre imigrantes italianos radicados na Argentina, conforme relata Francescon em carta endereçada a Ricardo Rebuffo, datada de 1º de julho de 1943, na qual aborda os primeiros tempos da Igreja naquele país.
Ahora aquello que le puedo decir de la Argentina es que desembarqué en esa República el 9 de octubre de 1909 con el Hermano Giácomo Lombardi y la Hermana Lucia Menna. Ella siguió para Tres Arroyos (Provincia de Buenos Aires) donde vivía su Padre, dos Hermanos y vecina una Hermana y la familia del Hermano de su Marido Michelangelo Menna […] Nosotros nos quedamos en la Ciudad de Buenos Aires dando testimonio a todos aquellos que podía- mos; entre ellos al Tigre por medio de la familia Petrini que tienen parientes en Chicago. (Jornal El Cristiano, 1943, p 2)
Conforme se pode verificar pelo texto acima, a atuação missionária ocor- ria entre grupos de italianos ligados por laços de parentesco, e a partir destes para vizinhos e conhecidos. Desta forma, assim como ocorreu no Brasil, a propagação do Evangelho, bem como os cultos, era feita em italiano:
El Señor claramente guio a los Hermanos Italianos a abrir un local, donde el Evangelio era predicado en su propia lengua entre su misma gente. Desde el primer dia Dios era con ellos. El Espírito Santo había transformado al Hermano Louis Francescon y a otros poderosos siervos de Cristo. La Obra creció en su Congregación de una manera maravillosa. (FRODSHAM, 1943, p. 53-54).
Depois de deixar um grupo estruturado, Francescon partiu, em 9 de março de 1910, de Buenos Aires para São Paulo, Brasil.
Na época da chegada de Francescon, o Brasil era um país essencialmen- te rural e a base de sua economia assentava-se na lavoura cafeeira. Embora possuísse grandes cidades e uma indústria nascente, o estado de São Paulo era o principal produtor de café e se constituía na região mais rica do País; a expansão constante das lavouras demandava mão-de-obra numerosa e novas cidades iam surgindo, acompanhando a expansão agrícola rumo ao oeste. Essa época coincide com a chamada “grande imigração” em que levas de europeus deixavam seus países à procura de melhores condições de vida. Mais de três milhões e meio de imigrantes deram entrada no Brasil, dirigindo-se aos estados do Sudeste e do Sul. A análise dos dados imigratórios revela
132 Yara Nogueira Monteiro
que cerca de 60% dos imigrantes eram provenientes da Itália 25. Grande par- te desses imigrantes se radicou no estado de São Paulo. O fato de muitos deles serem de origem urbana fez com que procurassem sair das plantações e se estabelecessem nas cidades, onde se tornaram artífices, pequenos co- merciantes e operários, contribuindo, inclusive, para o desenvolvimento da industrialização. Luiz Francescon chegou ao Brasil em 12 março de 1910. Desembarcou no porto de Santos e se dirigiu à cidade de São Paulo, onde permaneceu por dez dias. Em seu segundo dia, estando no Jardim da Luz, conheceu um ita- liano, Vicenzo Pievani, a quem deu testemunho. Este havia se declarado ateu e morava em uma cidade distante, Santo Antonio da Platina. Durante os dias em que permaneceu em São Paulo ocorreram as primeiras conversões. Um grupo de fiéis foi estruturado e as reuniões começaram a ocorrer em casas particulares nas cercanias da Estação da Luz. Segundo relato de Francescon, ele sentiu-se ordenado por Deus para ir a Santo Antonio da Platina, porém não sabia onde ficava e nem como ir até lá. “Para ir ao lugar onde o Senhor me ordenara, eu não tinha nenhum endereço, a não ser o seguinte: V. Pievani, Santo Antonio da Platina” (FRANCESCON, 1943, p. 44). As dificuldades para efetuar aquela viagem eram enormes, pois além da distância havia a dificuldade de transporte, sem falar do fato de ele não falar português e de encontrar-se com problemas de saúde. “Havia só uma estrada de ferro que levava ao sul daquele estado, porém Santo Antonio da Platina achava-se ao norte e distante mais de 200 quilômetros da estação mais próxima. (FRANCESCON, 1943, p. 45). Francescon foi à estação de trens, consultou um mapa e resolveu comprar uma passagem por via férrea, Estrada de Ferro Sorocabana, que o deixaria num local mais próximo, Salto Grande.
Parti de São Paulo às 5:30 horas com uma terrível dor lombar que me impediu de tomar alimento durante todo o dia. Cheguei a Salto Grande às 23 horas e nesse lugar o Senhor me disse ter preparado tudo para mim, a fim de cumprir minha missão; e assim aconteceu, porém, faltavam fazer cerca de 70 quilôme- tros a cavalo atravessando matas virgens infestada de jaguaras e outras feras existentes no lugar. Pela Graça de Deus, fiz esse resto de viagem com um guia indígena, chegando a Santo Antonio da Platina em 20 de abril. (FRANCES- CON, 1943, p. 44).
(^25) A situação na Europa, em especial na Itália, que havia passado pelas guerras de Unificação, fez com que grandes levas de imigrantes fossem atraídas pelo sonho de uma vida melhor na América. Os países mais procurados nesse período foram Estados Unidos, Argentina e Brasil.
134 Yara Nogueira Monteiro
primeiros tempos, Francescon ressalta a diversidade da origem religiosa dos membros e a presença do dom de línguas entre eles.
Apenas chegando àquela capital, o Senhor permitiu abrir uma porta resultando que cerca de 20 almas aceitaram a fé e quase todas provaram a divina virtude. Uma parte eram presbiterianos, outra, batistas e metodistas e alguns católicos romanos. Alguns foram curados e outros selados com o bendito dom do Es- pírito Santo (FRANCESCON, 1942 p. 46).
A primeira igreja fundada foi a do Brás, e ali também foi comprada a primeira propriedade no Brasil, localizada na Rua Uruguaiana. Até então não havia um nome oficial que definisse esse novo movimento, entretanto, para que se pudesse realizar o registro de venda e compra da propriedade, era necessária a formalização de uma figura jurídica e o nome Congregação Cristã do Brasil foi oficialmente escolhido. Depois da igreja do Brás outras foram sendo fundadas na capital, havendo uma coincidência entre a localização das novas igrejas e os bairros com grande concentração italiana. Em apenas quatro anos já haviam surgido três templos na capital: Brás, Água Branca e Vila Prudente, e um no interior no estado, na cidade de São João da Boa Vista. O estudo da localização das novas igrejas na Capital permite verificar o movimento de conversão e de expansão dos primeiros anos, revelando ter havido forte coincidência entre o fenômeno de conversão, formação de grupos de fiéis e localização de novos templos com os bairros de concentração de massas operárias: Brás, Bom Retiro, Água Branca, Lapa, Ipiranga e São Caetano. Desde o início São Paulo se constituiu num pólo difusor da nova doutrina, que seguiu, a princípio, pelos estados da região Sudeste, Rio de Janeiro e Minas, indo posteriormente para o Nordeste, no estado da Bahia. A igreja do Brás teve papel de importância na história da CCB, isto por ter sido marco inicial, por ter se constituído na sede nacional e por ocupar um lugar de liderança até os dias de hoje.
Ao chegar ao Brasil, Francescon não falava português e as pregações eram realizadas em italiano. Esse fato não representou obstáculo ao cresci- mento do grupo, visto que os primeiros convertidos falavam ou compreen- diam a língua. Conforme visto, pelo fato de a cidade de São Paulo na época ter sido um grande pólo de atração de imigrantes, especialmente italianos, foi entre eles que ocorreram as primeiras conversões e a maior difusão durante os primeiros anos.
Congregação Cristã no Brasil 135
Tal como ocorreu nas igrejas do protestantismo de imigração, os cultos, os hinos e a pregação não eram realizados na língua nacional. Aos poucos começaram a ocorrer conversões de diversos outros grupos: brasileiros, es- panhóis e portugueses. Estudos sobre a época demonstram ter havido ampla convivência entre as nacionalidades, sendo frequente ocorrer casamentos entre os diferentes grupos de imigrantes e destes com os naturais da terra, fator que facilitou formas de interculturação e aprendizagem da língua. Aos poucos, mesmo os que não eram descendentes de italianos foram se transformando em bilíngues, conforme podemos observar pelos hinários utilizados. Até 1932, o hinário em uso era o Nuovo Libro di Inni e Salmi Spi- rituali , com 329 hinos todos em italiano. Em 1932 tem-se a edição de um novo hinário já bilíngue: Nuovo Libro di Inni e Salmi Spiriatuali e Novo Livro de Hymnos e Psalmos Espirituais ,
Como é de conhecimento de quase todos, nas nossas egrejas até fins de Mar- ço de 1932, só eram usados hymnos em idioma Italiano. Entretanto com o continuo desenvolvimento dessa obra neste paiz, mórmente no interior do nosso estado, já prevíamos a necessidade de serem usados também entre nós hymnos no nosso idioma. Para sanar essa lacuna, durante longo tempo, alguns dos nossos membros collaboraram efficazmente na traducção e compilação de uma quantidade de hymnos em idioma portuguez. (CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, 1933, p. 8).
O novo hinário compunha-se de duas partes: a primeira era formada pelos 329 hinos em italiano e a segunda, que ia do n. 330 ao 518, era formada pelos hinos traduzidos para o português acrescidos por algumas composições realizadas por membros da CCB. Em 1934 já havia um hinário inteiramente em português, e de acordo com registros do Relatório oficial da CCB de 1935, no período de 1934 e 1935 foram vendidos 2.425 hinários bilíngues, enquanto que no mesmo pe- ríodo foram vendidos apenas 1.677 hinários em português, ou seja, a versão em português representou apenas 40% das vendas, o que é indicador da predileção dos fiéis pela continuidade da versão anterior. Na década de 1930, por determinação do governo brasileiro, todas as igrejas tiveram de adotar a língua portuguesa. Esse fato se prende à situação da época, com o início da Segunda Guerra Mundial e o Brasil posicionando- se ao lado dos Aliados (França, Inglaterra e EUA). Durante o governo do presidente Getúlio Vargas (1937-45), foi proibida a utilização de línguas es- trangeiras, em especial as das potências ligadas ao Eixo (Itália, Alemanha e Japão). Com isso as pregações em língua estrangeira passaram a ser proibidas
Congregação Cristã no Brasil 137
As viagens de Francescon ao Brasil demonstram sua dedicação ao cres- cimento da CCB. (Ao analisarmos o quadro acima podemos dividi-lo em duas grandes partes: 1ª)1910 a 1924 –contendo sete visitas e correspondendo à fundação, implantação e estruturação do movimento. Neste período Fran- cescon esteve mais presente e suas ausências nunca excederam a 24 meses. A segunda fase abrange o período de 1925 até 1948, data de sua última visita. Nesse período há apenas três visitas, cujo espaçamento pode ser explicado por diferentes razões, dentre elas a própria conjuntura externa. Entre a sétima e a oitava viagens tem-se um período de seis anos que coincide com o pós- guerra e a grande recessão americana. Nesse período ocorreu sua viagem para a Itália e problemas na Congregação Cristã nos Estados Unidos exigiram a presença de Francescon. O período que se estende entre a nona e a décima viagens corresponde ao da Segunda Guerra Mundial e pode ser explicado pelas dificuldades de viagem, além do fato de ele já ter mais de 80 anos. Durante suas visitas ao Brasil, Francescon passava grande parte do tem- po no estado de São Paulo. Sob sua direção e convívio formou-se um sólido grupo de fiéis que participou da estruturação e implantação da Igreja. Nos intervalos de suas viagens, em especial depois de 1948, a liderança da CCB e também os fiéis, mantiveram ativa correspondência com Francescon, e esta é guardada com reverência por aqueles que a receberam. As cartas abordam diferentes assuntos e sempre foram recebidas e aceitas como orientação pastoral tanto para o corpo sacerdotal e administradores como para os fiéis como um todo, a ponto de serem definidas como “verdadeiras epístolas”^32. Anciães brasileiros faziam visitas frequentes aos Estados Unidos, especialmente a partir da década de 1950, garantindo a continuidade do contato. Nessas viagens, Miguel Spina e João Finotti tiveram papel prepon- derante 33. Tanto os conselhos recebidos como as orientações eram anotados e constituíam-se como uma espécie de marco norteador a ser seguido con- forme textualmente explicado: “Estamos certos de que o conjunto de novos ensinamentos recebidos continue a permitir que a Igreja do Brasil se sinta mais fortalecida e unida neste elo de submissão e temor de Deus para que assim possa continuar a caminhar segundo a necessidade que se apresente” (CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, 1995, p. 4).
(^32) Entrevista concedida por João Finotti a Key Yuasa (YUASA, 2001, p. 195). (^33) Miguel Spina foi um industrial paulista cuja fortuna lhe permitiu custear suas viagens e a dedicação pessoal quase integral à CCB. Sua família fez parte do primeiro grupo que se converteu no bairro do Brás. Ele se transformou em uma das mais importantes lideran- ças da CCB. Foi ordenado ancião em 1938 e presidiu o Conselho de Anciães por várias décadas, até sua morte, em maio de 1993.
138 Yara Nogueira Monteiro
Tanto a liderança da CCB como os fiéis ansiavam sempre pelas notícias, orientações e conselhos dele provenientes. Francescon morreu em Oak Park, nos Estados Unidos, em 7 de setembro de 1964 aos 98 anos.
A organização da CCB é simples, contendo uma hierarquia mínima que se divide em duas grandes partes: espiritual e secular. A primeira é formada pelo corpo ministerial, composto por anciães, cooperadores do ofício ministerial e diáconos, cujas funções são explicitadas no capítulo III do Estatuto da Igreja 34. A segunda é representada pela a dministração, não havendo remuneração para nenhum dos cargos ou funções. É uma organização religiosa apolítica , crendo na separação total entre Estado e religião. Não tem qualquer vínculo com partidos políticos. A CCB recomenda aos membros o cumprimento dos deveres cívicos de cidadãos, orientando que os fiéis votem de acordo com suas consciências e também que orem pelas autoridades. É vedado aos membros integrantes do Ministério e das Administrações utilizarem-se do nome da Congregação Cristã para fins políticos, eleitorais ou ideológicos.
Os anciães são os responsáveis pela realização de batismos, santas ceias, ordenação de novos anciães e diáconos, eleição de cooperadores do ofício minis- terial. Cabe a eles conferir ensinamentos e cuidar dos interesses espirituais e do bem-estar da Igreja, entre outras funções. São como bispos, por serem responsáveis por um determinado número de igrejas. São pessoas que domi- nam ensinamentos eclesiásticos. O conjunto de anciães forma o “Conselho de Anciães” que se constitui no órgão máximo da CCB. Nas reuniões, todas as decisões são partilhadas e decididas por todos em (oração e) votação. Os cooperadores do ofício ministerial podem presidir os cultos oficiais bem como o de jovens e crianças de uma determinada localidade. Cooperam nos ensinamentos e em diversas outras atividades da igreja. Exercem apenas uma função auxiliar e não podem realizar batismos ou presidir as cerimônias da santa ceia. Aos diáconos compete o atendimento das obras pias, denominadas “Obra da Piedade”. Esta procura suprir as necessidades materiais dos fiéis, tais como: alimentação, vestuário, mobiliário e auxílio pecuniário. Cada diácono
(^34) Estatuto da Congregação Cristã no Brasil , registrado sob nº de ordem 18.282, no livro A de Registro de Pessoas Jurídicas, em 28 de abril de 1995 no 1 º Cartório de Títulos e Documentos da Capital.
140 Yara Nogueira Monteiro
Sempre que necessário poderão ser criados departamentos de construção, engenharia, compra de materiais e outros, todos sendo sempre submetidos à aprovação do Conselho de Anciães. Para outros serviços burocráticos das igrejas, como portaria, limpeza, som etc., as pessoas são também escolhidas dentre os fiéis locais e atuam de forma voluntária. Os administradores são eleitos a cada três anos e o Conselho Fiscal, anualmente. A eleição ocorre durante a Assembleia Geral Ordinária. É permitida a recondução ao cargo. Em nenhum dos cargos ou funções existe recebimento de salário ou ajuda de custo e todos, inclusive o corpo ministerial, se sustentam com o trabalho realizado no mundo secular. É vedada qualquer retribuição pelo exercício de funções ou por ministrar sacramentos.
Nos primeiros tempos não havia orquestras nas congregações; apenas algumas delas possuíam órgão. Em maio de 1932, Francescon presidiu uma reunião com a finalidade de implantar um conjunto de instrumentos que acompanhassem o canto dos hinos. A partir de então deu-se início a grupos de estudo de música e aos poucos foram sendo formadas orquestras. Com o tempo foi sendo estruturada a parte musical com os encarregados de orquestra regionais 38. Estes têm como função coordenar o ensino musical e organizar ensaios musicais. Periodicamente são realizados exames para admissão de novos músicos, com provas teóricas e práticas. Há uma ampla aceitação da música pelos fiéis. A formação musical básica se faz por meio do ensino musical gratuito ministrado dentro das próprias igrejas. Mesmo nos locais mais pobres e distantes das capitais sempre é pos- sível encontrar grupos de músicos e orquestras capazes de executar todos os 450 hinos de forma adequada. No início desse século, a CCB já contava com aproximadamente 250 mil músicos. É interessante verificar que, por meio desse movimento, o gosto musical tem sido despertado mesmo entre os estratos mais desfavorecidos da população e muitos jovens procuram dar continuidade a seus estudos em conservatórios musicais.
Não existe cobrança de dízimo e as receitas existentes resultam de ofer- tas voluntárias e anônimas, denominadas “coletas”, sendo vedado qualquer caráter de obrigatoriedade, de prestação ou vínculo com a integração ou permanência de membros. Não existe venda de nenhum tipo de bem ou de
(^38) A princípio havia um encarregado geral que centralizava a responsabilidade pela parte musical, que foi o ancião João Finotti, que exerceu o cargo até sua morte, em 1º de outubro de 1966. Depois disso, e em virtude do grande crescimento, surgiram os encarregados regionais.
Congregação Cristã no Brasil 141
“objetos sagrados”, como óleos ou águas especiais. Os únicos itens à dispo- sição dos fiéis para venda são as bíblias, hinários e véus, que são vendidos a preço de custo. O dinheiro arrecadado por meio das coletas é direcionado para três finalidades distintas: construção e manutenção de templos, obras de caridade (denominadas “obra da piedade”) e viagens missionárias. A CCB administra os recursos recebidos, mas não decide sobre sua finalidade. Essa decisão cabe ao fiel no momento da realização de sua oferta e os valores são aplicados integralmente nas finalidades para as quais foram oferecidas. Pelo fato de a CCB possuir templos tanto em locais que atendem seg- mentos populacionais economicamente mais favorecidos como em locais de extrema pobreza, as coletas são centralizadas regionalmente e os recursos, direcionados às igrejas mais necessitadas 39. Esse procedimento tem gerado uma cultura institucional diferenciada, na qual os fiéis se sentem responsá- veis uns pelos outros, sabendo que suas doações serão direcionadas aos que delas mais necessitam. Como resultado tem-se uma espécie de padronização dos templos quanto ao modelo, materiais de acabamento e mobiliário. Desta forma têm-se variações de tamanho e adequação ao tipo de terreno, porém não apresentam diferenciação entre bairros ricos ou pobres. Para a construção de templos , por vezes é utilizada mão-de-obra de voluntários, mobilizados em esquema de mutirão. O mesmo procedimento é adotado para a obra da piedade, cujos re- cursos são regionalizados. As doações, tanto em dinheiro como em espécie, são centralizadas, classificadas e rapidamente distribuídas. Mensalmente são realizadas reuniões com a participação dos diáconos e irmãs da piedade, de forma que toda a região seja representada. Nessas reuniões são tomadas as decisões necessárias para o provimento das igrejas locais. A forma de fun- cionamento adotada acabou por compor uma extensa rede de comunicação e solidariedade que faz com que as notícias rapidamente circulem e que as necessidades de pessoas e/ou grupos sejam atendidas pelos fiéis de dife- rentes formas, como mutirão de construção e atendimento das diferentes necessidades do cotidiano. Entende-se por viagens missionárias apenas aquelas para a realização de batismos, santas ceias e também viagens essenciais para manutenção da estrutura espiritual e administrativa da instituição, como é o caso da organi- zação e direção de assembleias regionais no País. Como os sacramentos só podem ser ministrados por anciães, estes têm de prover o atendimento de locais onde ainda não exista a figura do ancião, o que pode ocorrer tanto no
(^39) As únicas coletas locais são aquelas destinadas à manutenção da própria igreja e à compra de produtos de limpeza.