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define a etnia, povo, e cultura
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Instituto Superior de Estudos de Defesa “Tenente-General Armando Emílio Guebuza” Licenciatura em Psicologia Escolar Cadeira : Etno Psicologia
4º Ano, I Semestre, Turma A Discentes: Docente: Prof.Dr. João Domingos Aleixo Rodrigues Orlando Comé Machava
Instituto Superior de Estudos de Defesa “Tenente-General Armando Emílio Guebuza” Licenciatura em Psicologia Escolar Rodrigues Orlando Comé
Este é Um Trabalho de Pesquisa do curso de Psicologia Escolar, da Cadeira de Etno Psicologia, a ser entregue como requisito de avaliação! Docente: Prof.Dr. João Domingos Aleixo Machava
O presente trabalho aborda os conceitos de cultura, etnia, estado, povo e nação, essenciais para entender dinâmicas sociais e políticas. Cultura é o conjunto de hábitos e conhecimentos adquiridos socialmente. Etnia refere-se a um grupo identificado por laços culturais ou ancestrais comuns. O estado é a organização política com soberania sobre um território e população. Povo é o conjunto de indivíduos sob a autoridade de um estado. A nação é uma comunidade política imaginada, unida por identidade, história e cultura compartilhadas, frequentemente ligada a um território. As características da nação incluem: identidade compartilhada, território, cultura comum, história compartilhada, vontade de viver junto e símbolos nacionais. O trabalho visa detalhar esses conceitos e suas interconexões. 1.1 Objectivos 1.1.1 Geral: Analisar e diferenciar os conceitos de cultura, etnia, estado, povo e nação. 1.1.2 Específicos: Conceituar cultura, etnia, estado, povo e nação; Descrever principais características que definem o conceito de nação.
De acordo com Demo (1987), a metodologia é uma preocupação instrumental, que trata do caminho para a ciência tratar a realidade teórica e prática e centra-se, geralmente, no esforço de transmitir uma iniciação aos procedimentos lógicos voltados para questões da causalidade, dos princípios formais da identidade, da dedução e da indução, da objectividade, etc. Para elaboração deste trabalho usou – se a pesquisa qualitativa. Segundo Creswell (2013), "a pesquisa qualitativa é ideal para explorar fenômenos complexos e obter uma compreensão rica e profunda". Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa teve um carácter de pesquisa Bibliográfica e documental. Segundo Vergara (2000), a pesquisa bibliográfica foi desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído, principalmente de livros e artigos científicos e é importante para o levantamento de informações básicas sobre os aspectos, directa e indirectamente ligados à temática. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no facto de fornecer ao investigador um instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa. Para Gil (1999) este tipo de pesquisa é importante quando o problema requer muitos dados. Porém, deve-se ter atenção à qualidade das fontes utilizadas, pois a utilização de dados equivocados reproduz ou, mesmo, amplia seus erros. A pesquisa documental é bastante utilizada em pesquisas puramente teóricas e naquelas em que o delineamento principal é o estudo de caso, pois aquelas com esse tipo de delineamento exigem, em boa parte dos casos, a colecta de documentos para análise (Marconi &Lakatos, 1996).
Anthony Giddens, em sua perspectiva sociológica, define etnia como "diferenças culturais entre grupos de pessoas" (Giddens, 1989). Para Giddens, a etnicidade está frequentemente associada a um senso compartilhado de ancestralidade, real ou imaginada, e pode ser uma fonte importante de identidade social. 3.3 Conceito de Estado O conceito de Estado é central para a ciência política e tem sido definido de diversas maneiras por diferentes autores. Uma das definições mais clássicas e influentes é a de Max Weber, que em sua obra "Economia e Sociedade" (1922) define o Estado como "uma associação política de dominação cujas ordens são cumpridas dentro de um determinado território por um quadro administrativo que também tende a monopolizar o uso legítimo da violência física" (Weber, 1999). Nesta definição, Weber enfatiza três elementos chave do Estado moderno: O monopólio da violência legítima; O território delimitado; e A existência de uma burocracia administrativa. Outro autor fundamental na discussão sobre o Estado é Thomas Hobbes, que em sua obra "Leviatã" (1651) descreve o Estado como uma instituição soberana criada para garantir a segurança e a ordem em uma sociedade onde, sem um poder central, haveria uma "guerra de todos contra todos" (Hobbes, 2003). Para Hobbes, o Estado é essencial para a manutenção da paz e da lei. Norbert Elias, em "O Processo Civilizador" (1939), oferece uma perspectiva sociológica sobre a formação do Estado moderno, argumentando que ele surgiu através de um longo processo de monopolização da violência e da tributação por um poder central (Elias, 1994). Elias destaca como a crescente interdependência social e a competição por recursos levaram à concentração do poder nas mãos do Estado. De uma perspectiva mais contemporânea, Anthony Giddens define o Estado como "um aparato político de governo – instituições que incluem o governo, a legislatura e o sistema judiciário – além de um aparato administrativo, normalmente compreendendo serviços civis e militares" (Giddens, 1989). Giddens enfatiza a estrutura institucional do Estado e seu papel na administração e no controle da sociedade.
3.4 Conceito de Povo O povo se refere ao conjunto de indivíduos que possuem a cidadania de um determinado Estado e estão sujeitos à sua jurisdição. Nesse sentido, Hans Kelsen, em sua obra "Teoria Pura do Direito" (1934), considera o povo como um dos elementos constitutivos do Estado, juntamente com o território e o poder soberano (Kelsen, 2000). Para Kelsen, o povo é a dimensão pessoal do Estado, sendo o conjunto de indivíduos ligados à ordem jurídica estatal pelo vínculo da cidadania. Nessa perspectiva, Benedict Anderson, em sua obra "Comunidades Imaginadas" (1983), discute como o sentimento de pertencimento a um povo, ou nação, é construído socialmente através de elementos como a língua, a literatura e os rituais coletivos (Anderson, 1991). Para Anderson, o povo, nesse sentido, é uma comunidade imaginada, cujos membros podem nunca se conhecer pessoalmente, mas compartilham um senso de identidade comum. Anthony Giddens também aborda o conceito de povo, relacionando-o à ideia de identidade nacional. Para Giddens, o povo, nesse contexto, é um grupo que se vê como tendo uma identidade distinta e compartilhada, frequentemente ligada a um território específico e a uma história comum (Giddens, 1989). 3.5 Conceito de Nação Para Benedict Anderson, em sua influente obra "Comunidades Imaginadas" (1983), a nação é definida como "uma comunidade política imaginada – e imaginada como inerentemente limitada e soberana" (Anderson, 1991). Anderson enfatiza que a nação é uma construção social, onde os membros, mesmo sem se conhecerem, compartilham um senso de pertencimento e identidade comum, imaginando-se parte de um mesmo coletivo. A ideia de limitação refere-se à existência de fronteiras, ainda que porosas, que distinguem a nação de outras. A soberania está ligada à aspiração de autonomia política. Ernest Gellner, em "Nações e Nacionalismo" (1983), oferece uma perspectiva mais focada no papel do nacionalismo. Para Gellner, "nação não é senão o produto da crença e da lealdade nacionalista" (Gellner, 1983, p. 49).
Em derradeiro esforço analítico, o presente trabalho logrou êxito em deslindar as intrincadas definições de cultura, etnia, estado e povo, conforme preconizava o primeiro objetivo específico. Através da exploração de diversas perspectivas teóricas, foi possível não apenas conceituar detalhadamente cada um desses constructos sociais e políticos, mas também estabelecer as sutis demarcações que os distinguem uns dos outros, evidenciando a teia de relações complexas que os interconectam no tecido social. A análise empreendida permitiu, assim, uma compreensão mais aprofundada da natureza multifacetada desses conceitos basilares para as ciências sociais. No que concerne ao segundo objectivo específico, a investigação detidamente se debruçou sobre a elucidação das características primordiais que conformam o conceito de nação. A análise, permeada por referenciais teóricos de autores seminais, como Anderson e Gellner, permitiu descrever e analisar as facetas objectivas, a exemplo do território e dos símbolos nacionais, e subjectivas, como a identidade compartilhada e a vontade de viver junto, que conjuntamente contribuem para a gênese e a perpetuação da entidade nacional. Desta forma, a complexidade inerente à noção de nação foi minuciosamente explorada, revelando a intrínseca ligação entre elementos tangíveis e intangíveis na sua constituição.
Anderson, B. (1991). Imagined communities: Reflections on the origin and spread of nationalism. Verso. (Original publicado em 1983) Barth, F. (Ed.). (1969). Ethnic groups and boundaries: The social organization of culture difference. Universitetsforlaget. Boas, F. (1920). The methods of ethnology. American Anthropologist, 22(4), 311-321. Brasil Escola. (s.d.). Etnia: o que é, tipos, no Brasil, no mundo, resumo. Recuperado de https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/etnia.htm Elias, N. (1994). O processo civilizador: Uma história dos costumes (Vol. 1). Jorge Zahar Editor. (Original publicado em 1939) Geertz, C. (1973). The interpretation of cultures: Selected essays. Basic Books. Giddens, A. (1989). Sociology. Polity Press. Hobbes, T. (2003). Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Martins Fontes. Kelsen, H. (2000). Teoria pura do direito. Martins Fontes. (Original publicado em 1934) Munanga, K. (2003). Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. In Seminário Nacional Relações Raciais e Educação (pp. 1-14). Tylor, E. B. (1871). Primitive culture: researches into the development of mythology, philosophy, religion, art, and custom (Vol. 1). J. Murray. Weber, M. (1999). Economia e sociedade: Fundamentos da sociologia compreensiva (Vol. 1). Editora UnB.