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Nathaniel branden discute a importância da auto-estima na vida humana e apresenta estratégias práticas para fortalecer a auto-estima. O livro detalha exercícios e comportamentos específicos que melhoram a auto-estima, sendo relevante tanto para pessoas quanto para profissionais.
Tipologia: Provas
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“Para mim, estar apaixonado ou amar são coisas muito difíceis porque, no fundo, não me sinto digno do amor”, diz um advo- gado. Uma professora universitária, mãe de três filhos, comenta: “Por mais que me empenhe, há uma voz dentro de mim repe- tindo o tempo todo ‘Não é o bastante. Não sou boa o suficiente’. Não há alegria no que realizo. Por estar sempre tentando provar meu valor, me sinto cada vez mais exausta.” Um adolescente infeliz pergunta: “De que adianta tentar conquistar alguma coisa? Parece que todos sabem algo que não sei e nunca serei capaz de saber. É como se eu não tivesse uma qualidade que o mundo inteiro tem.” “A felicidade me assusta”, revela um homem que sofre de alcoolismo. “Tenho a sensação de que, se estiver feliz, algo terrí- vel acontecerá. Se as coisas estão indo bem, eu tomo um gole, e depois outro, e logo estrago tudo, mas pelo menos não fico tão assustado. É como se recuperasse o controle. Sei o que esperar, não fico aguardando o raio cair.” “Sei que durmo com muitos homens”, diz uma mulher duas vezes divorciada. “Por alguns minutos, quando estou sendo abra- çada, sinto que sou importante para alguém, que tenho algum valor. Mas isso é se enganar, eu sei. Depois experimento uma solidão ainda maior e me desprezo mais do que antes, e isso me
Entretanto, como o livro é orientado à ação, pois detalha exercícios e comportamentos específicos que melhoram a auto- estima, ele se dirige igualmente a profissionais. Os psicoterapeu- tas sabem como nossa área carece de procedimentos específicos que possam ser aplicados para modificar um autoconceito ne- gativo. Espero que eles decidam experimentar em seus próprios consultórios as ferramentas oferecidas nestas páginas.
A importância da auto-estima
A forma como nos vemos influencia todos os aspectos da nos- sa experiência, desde a maneira como agimos no trabalho, no amor e no sexo, passando pelo modo como atuamos como pais, e até onde provavelmente subiremos na vida. Nossas reações aos acontecimentos do cotidiano são determinadas por quem e pelo que pensamos que somos. Os dramas da nossa vida são reflexo das visões mais íntimas que temos de nós mesmos. Assim, a auto- estima é a chave para o sucesso ou para o fracasso. E também para entendermos a nós mesmos e aos outros. Não consigo pensar num único transtorno psicológico – a não ser os que têm origem em algum problema biológico – que não esteja relacionado à baixa auto-estima: ansiedade, depressão, medo da intimidade ou do sucesso, abuso de álcool ou drogas, deficiências na escola ou no trabalho, espancamento de compa- nheiros e filhos, disfunções sexuais, imaturidade emocional, sui- cídio, crimes violentos... De todos os julgamentos que fazemos, nenhum é tão importante quanto o que fazemos de nós mesmos. Uma auto-estima positiva é requisito fundamental para uma vida satisfatória. Vamos entender o que é auto-estima. Ela tem dois compo- nentes: o sentimento de competência pessoal e o sentimento de valor pessoal. Em outras palavras, a auto-estima é a soma da au- toconfiança com o auto-respeito. Ela reflete o julgamento implí-
Entretanto, a auto-estima constitui sempre uma questão de grau. Não conheço ninguém que seja totalmente carente de auto- estima positiva, nem que seja incapaz de elevá-la. Desenvolver a auto-estima é trabalhar a convicção de que so- mos capazes de viver e somos merecedores da felicidade, e, por- tanto, aptos a enfrentar a vida com mais confiança, boa vontade e otimismo, o que nos ajuda a atingir nossas metas e a nos sen- tirmos realizados. Desenvolver a auto-estima é expandir nossa capacidade de ser feliz. Se entendermos isso, poderemos compreender o fato de que melhorar a auto-estima é vantajoso para todos. Não é necessário que nos odiemos antes de aprender a nos amarmos mais; não é preciso nos sentirmos inferiores para querermos ser confiantes; não temos de nos sentir infelizes para querermos expandir nossa disposição para a alegria. Quanto maior a nossa auto-estima, mais bem equipados es- taremos para lidar com as adversidades da vida. Quanto mais flexíveis formos, melhor resistiremos à pressão de sucumbir ao desespero ou à derrota. Quanto maior a nossa auto-estima, maior a probabilidade de sermos criativos no trabalho, ou seja, de obtermos sucesso. Quanto maior a nossa auto-estima, mais ambiciosos sere- mos, não necessariamente na carreira ou no âmbito financeiro, mas em termos das experiências que esperamos vivenciar de ma- neira emocional, criativa ou espiritual. Quanto maior a nossa auto-estima, maiores serão as nossas chances de mantermos relacionamentos saudáveis, pois, assim como o amor atrai o amor, a saúde atrai a saúde – e a vitalidade e a sociabilidade são muito mais atraentes do que o vazio e o oportunismo. Quanto maior a nossa auto-estima, mais inclinados estare- mos a tratar os outros com respeito, benevolência e boa vontade,
pois não os veremos como ameaça ou como estranhos, uma vez que o auto-respeito é a base do respeito pelos outros. Quanto maior a nossa auto-estima, mais alegria encontrare- mos no simples fato de existir, de despertar pela manhã, de viver dentro de nosso corpo. São essas as recompensas que a autoconfiança e o auto- respeito nos oferecem. O primeiro passo para expandir nossas possibilidades posi- tivas e a partir daí transformar a qualidade da nossa existência é fortalecer a auto-estima. Vamos nos aprofundar um pouco mais no significado do conceito de auto-estima. Auto-estima é uma experiência pessoal, reside no íntimo do nosso ser. É o que eu penso e sinto sobre mim mesmo, não o que o outro pensa e sente sobre mim. Quando crianças, nossa autoconfiança e nosso auto-respeito foram fortalecidos ou destruídos pelos adultos, conforme tenha- mos sido respeitados, amados, valorizados e encorajados a con- fiar em nós mesmos. Entretanto, mesmo nos primeiros anos de vida, nossas escolhas e decisões foram muito importantes para o desenvolvimento futuro da auto-estima. Estamos longe de ser me- ros receptáculos da visão que as outras pessoas têm de nós. E, de qualquer forma, independentemente de nossa criação, quando nos tornamos adultos a responsabilidade passa a ser apenas nossa. Ninguém pode respirar por nós, ninguém pode pensar por nós, ninguém pode nos dar autoconfiança e amor-próprio. Posso ser amado por minha família, por meu companheiro ou companheira e por meus amigos e, mesmo assim, não amar a mim mesmo. Posso ser admirado por meus colegas de trabalho mas me ver como um inútil. Posso projetar uma imagem de se- gurança e equilíbrio que ilude todos à minha volta e ainda assim tremer por dentro ao sentir minha inadequação.
Se ter auto-estima é me julgar merecedor da vida, se é reco- nhecer que tenho competência e valor, se é a auto-afirmação da consciência, de uma mente que confia em si mesma, ninguém pode gerar essa experiência a não ser eu mesmo. Quando avaliamos a verdadeira natureza da auto-estima, ve- mos que ela não é competitiva nem comparativa. A verdadeira auto-estima não é expressada pela autoglorifi- cação obtida à custa dos outros, nem pela intenção de se tornar superior aos demais, diminuindo alguém para poder se elevar. A arrogância, o orgulho e a superestima de nossas capacidades refletem uma auto-estima inadequada, e não, como imaginam alguns, excesso de auto-estima. Uma das características mais significativas da auto-estima saudável é que ela é o estado da pessoa que não está em guerra consigo mesma nem com os outros. A importância de uma auto-estima saudável reside no fato de que ela forma a base de nossa capacidade de reagir ativa e posi- tivamente às oportunidades da vida – seja no trabalho, no amor ou no lazer. Além disso, ela é a responsável pela serenidade de espírito que nos possibilita desfrutar a existência.