Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Combustão de Madeira em Indústrias de Cerâmica: Reações, Fatores e Controle de Poluição, Esquemas de Combustíveis Fósseis

Este documento aborda a geração de calor para processos de queima e secagem em cerâmicas vermelhas, utilizando-se de hidrocarbonetos, principalmente madeira. O texto explica as reações de oxidação dos componentes da madeira, sua composição química elementar, e os mecanismos específicos de oxidação de carbono e hidrogênio. Além disso, discute-se sobre a importância da disponibilidade e custo da madeira, a análise da composição química dos gases de combustão, e as medidas diretas de controle de poluição do ar. O documento também menciona os diferentes tipos de equipamentos utilizados para neutralizar ou reter os poluentes produzidos.

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 06/02/2024

vinicius-teles-4
vinicius-teles-4 🇧🇷

1 documento

1 / 6

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
Combustão de madeira e controle
de poluição em cerâmicas
En genh eiro Mecâni co Haral d B lase lbauer
A geração de calor para os processos de queima e secagem em cerâmicas vermelhas, realizada pela
combustão de hidrocarbonetos, é em síntese, a oxidação de carbono e hidrogênio com oxigênio, produzindo como
resultado a liberação calor e a produção de gases de combustão, vapor de água e material particulado.
Os hidrocarbonetos apresentam composição predominante de compostos
à
base de hidrogênio e carbono,
abundantes na natureza. A maioria das cerâmicas vermelhas utiliza como fontes de energia térmica madeira de
eucalipto, pinus, bagaço de cana, bambu, capim elefante e raramente gás natural ou óleo BPF (combustíveis de
origem fóssil).
A predominância das empresas deste segmento opta pela utilização de madeira de eucalipto ou pinus sob a
forma de toras (lenha), cepilhos, cavacos ou pó, em função dos seguintes fatores:
Disponibilidade;
Custo;
Renovável e auto-sustentável.
É importante conhecer as reações de oxidação que ocorrem na combustão e suas conseqüências,
observando que cada componente químico do combustível apresenta mecanismos específicos de oxidação.
1. COMPOSIÇÃO DA MADEIRA:
A análise da composição química elementar da madeira, proveniente de diversas espécies, obteve a seguinte
composição média na base seca:
CARBONO - C - 49 a 50
%
(combustível)
HIDROGÊNIO - H - 6
%
(combustível)
OXIGÊNIO - O - 44
%
NITROGÊNIO - H - 0,1 A 1 %
CINZAS: 0,2 % produzidos por substâncias incombustíveis.
Encontram-se outros elementos químicos em pequenas quantidades tais como: cálcio, potássio, sódio e
magnésio.
Relacionamos abaixo os mecanismos de oxidação dos componentes da madeira:
1.1 CARBONO:
REAÇÃO N. 1: C
+
02
=
C02
+
8.050 Kcal /kg de C
A reação completa de oxidação do carbono ocorre quando há disponibilidade de oxigênio suficiente.
Observamos que nesta reação ocorre a maior liberação de calor por Kg de C. Portanto, ao oxidar um átomo de
carbono será inevitavelmente produzida uma molécula de gás carbônico ou dióxido de carbono.
No entanto quando não há oxigênio em quantidade suficiente ocorre a combustão incompleta do carbono
que libera uma quantidade reduzida de calor, como podemos observar na reação abaixo:
REAÇÃO N. 2: 2C + 02
=
2C0 + 2.380 Kcal/kg de C
Comparando a reação n. 2 com a n.1, observamos as seguintes diferenças:
pf3
pf4
pf5

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Combustão de Madeira em Indústrias de Cerâmica: Reações, Fatores e Controle de Poluição e outras Esquemas em PDF para Combustíveis Fósseis, somente na Docsity!

Combustão de madeira e controle

de poluição em cerâmicas

Engenheiro Mecânico Harald Blaselbauer

A geração de calor para os processos de queima e secagem em cerâmicas vermelhas, realizada pela combustão de hidrocarbonetos, é em síntese, a oxidação de carbono e hidrogênio com oxigênio, produzindo como resultado a liberação calor e a produção de gases de combustão, vapor de água e material particulado.

Os hidrocarbonetos apresentam composição predominante de compostos à base de hidrogênio e carbono, abundantes na natureza. A maioria das cerâmicas vermelhas utiliza como fontes de energia térmica madeira de eucalipto, pinus, bagaço de cana, bambu, capim elefante e raramente gás natural ou óleo BPF (combustíveis de origem fóssil).

A predominância das empresas deste segmento opta pela utilização de madeira de eucalipto ou pinus sob a forma de toras (lenha), cepilhos, cavacos ou pó, em função dos seguintes fatores:

  • Disponibilidade;
  • Custo;
  • Renovável e auto-sustentável. É importante conhecer as reações de oxidação que ocorrem na combustão e suas conseqüências, observando que cada componente químico do combustível apresenta mecanismos específicos de oxidação. 1. COMPOSIÇÃO DA MADEIRA: A análise da composição química elementar da madeira, proveniente de diversas espécies, obteve a seguinte composição média na base seca:

CARBONO - C - 49 a 50 % (combustível) HIDROGÊNIO - H - 6 % (combustível) OXIGÊNIO - O - 44 % NITROGÊNIO - H - 0,1 A 1 % CINZAS: 0,2 % produzidos por substâncias incombustíveis. Encontram-se outros elementos químicos em pequenas quantidades tais como: cálcio, potássio, sódio e magnésio.

Relacionamos abaixo os mecanismos de oxidação dos componentes da madeira:

1.1 CARBONO:

REAÇÃO N. 1: C + 02 = C02 + 8.050 Kcal /kg de C A reação completa de oxidação do carbono ocorre quando há disponibilidade de oxigênio suficiente. Observamos que nesta reação ocorre a maior liberação de calor por Kg de C. Portanto, ao oxidar um átomo de carbono será inevitavelmente produzida uma molécula de gás carbônico ou dióxido de carbono.

No entanto quando não há oxigênio em quantidade suficiente ocorre a combustão incompleta do carbono que libera uma quantidade reduzida de calor, como podemos observar na reação abaixo:

REAÇÃO N. 2: 2C + 02 = 2C0 + 2.380 Kcal/kg de C Comparando a reação n. 2 com a n.1, observamos as seguintes diferenças:

  • Disponibilização de apenas 29,6% do calor liberado em relação à reação n. 1, aumentando o consumo de combustível;
  • O monóxido de carbono é inflamável, portanto passível de uma nova combustão, conforme a reação n. 3 (a seguir);
  • O monóxido de carbono CO é um gás insípido, inodoro, incolor. Daí se conclui que é impossível detectar sua presença em um ambiente sem a utilização de analisadores eletrônicos de gases. Além de elevar o consumo para gerar o calor necessário ao processo, o monóxido de carbono é extremamente tóxico. Ao ser inalado tem o poder de impedir a troca de gases pelo sangue, provocando a intoxicação. A exposição de um indivíduo a uma concentração de 2.000 PPM por uma hora provoca desmaio e perda de consciência, se este período for prolongado causará a morte.

1.2 HIDROGÊNIO:

A queima de hidrogênio libera alta carga de calor e resulta em vapor de água. REAÇÃO N. 3: 2H2 + 02 = 2H20 + 29.060 Kcal/kg de H

1.3 UMIDADE:

A umidade é um fator muito importante na combustão de madeira. Após o corte, a madeira contém em média 50 a 60 % de umidade. Estocada em local coberto após seis a oito meses sofre uma redução para 15 a 20 %. Para observar a importância da umidade no poder calorífico do cavaco picado de madeira tomamos como base a geração de 1.000.000 Kcal, comparando o consumo de madeira nas diversas faixas de umidade.

% UMIDADE PODER CALORÍFICO POR Kg DE CAVACO

CONSUMO EM KG PARA GERAR 1.000.000 KCAL

AUMENTO NO CONSUMO EM RELAÇÃO AO CAVACO COM 10% DE UMIDADE 10 3930 254, 15 3675 272,11 6,94% 20 3425 291,97 14,74% 25 3175 314,96 23,78% 30 2925 341,88 34,36% 35 2675 373,83 46,92% 40 2425 412,37 62,06% 45 2175 459,77 80,69% 50 1920 520,83 104,69% 55 1670 598,80 135,33% 60 1420 704,23 176,76% 65 1170 854,70 235,90% Em algumas cerâmicas de São Paulo os cavacos são acondicionados e protegidos contra intempéries em galpões especialmente construídos para este fim com capacidade de armazenamento de até 8.000 m3.

Pás carregadeiras remexem as pilhas de cavacos de cinco a seis vezes ao dia, proporcionando contato do produto com o ar e sua secagem natural, reduzindo a umidade de 40% para patamares que variam de 10 a 20 %, gerando reduções no consumo de madeira e melhorando o processo de queima pela queda da quantidade de vapor de água no interior dos fornos.

Observaremos que a utilização de uma quantidade menor de combustível implica de forma direta a redução de elementos na atmosfera.

padrões de qualidade do ar definem as concentrações máximas legalmente estabelecidas para um poluente na atmosfera, garantindo a proteção da saúde e do meio ambiente. Os padrões de qualidade do ar são baseados em estudos científicos dos efeitos produzidos por determinados poluentes e são fixados em níveis que possam propiciar uma margem de segurança adequada.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, instituído pela Lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto 99.274/90. Uma vez produzido o CO2 é liberado para a atmosfera e não há nenhuma forma de transformá-lo, a não ser por reações fotossintéticas realizadas por plantas e algas.

2.1 MEDIDAS INDIRETAS NO CONTROLE DE POLUIÇÃO DO AR:

  • Impedir a geração de poluente com proibição da realização de queimadas;
  • Diminuir a quantidade gerada pela racionalização da utilização de combustível.

2.2 - MEDIDAS DIRETAS NO CONTROLE DE POLUIÇÃO DO AR:

Dependendo da aplicação e do tipo de poluente produzido pelo processo podem ser dimensionados vários equipamentos, desde lavadores de gases com coluna vertical ou horizontal, lavadores tipo Venturi, ciclones ou multiclones, precipitadores eletrostáticos, filtros de mangas, entre outros. O que definirá o tipo de equipamento mais adequado para cada aplicação será:

  • o tipo de poluente com relação a sua constituição: sólido, liquido ou gasoso;
  • a quantidade em massa (t/hora) de cada componente produzido pela combustão;
  • a forma para neutralização ou retenção dos poluentes produzidos;
  • a eficiência é definida pela relação entre a quantidade de poluente na saída e entrada da chaminé, onde cada componente deverá ser limitado ao máximo permitido por lei;
  • a presença de gases inflamáveis, explosivos, corrosivos ou alcalinos e suas respectivas concentrações. No caso de material particulado, devem ser definidas:
  1. Concentração de material produzido pela fonte poluidora em g/Nm3;
  2. Densidade específica aparente do material particulado (t/m3) (sem compactação);
  3. Faixa granulométrica dos poluentes produzidos (microns);
  4. Faixa de umidade;
  5. Temperatura dos gases na chaminé. Na prática as cerâmicas devem realizar o controle das emissões de materiais particulados e dos níveis de CO (monóxido de carbono) dentro dos limites exigidos. Quando se utiliza o óleo BPF ou carvão mineral com concentrações expressivas de enxofre, devem ser monitorados os limites máximos, exigindo a instalação de equipamentos para neutralização destes compostos. A escolha do melhor método de controle deve ser precedida da análise dos poluentes e suas respectivas concentrações.

A- LAVADORES DE GASES:

Os lavadores de gases são colunas horizontais ou verticais, dotados de circuitos hidráulicos compostos por: bomba, rede hidráulica, bicos pulverizadores e tanque para armazenamento da água ou solução recirculante, lavagem dos contaminantes com água ou soluções.

São utilizados de forma mais freqüente em instalações para neutralização de gases corrosivos com baixas concentrações de materiais particulados e faixas granulométricas superiores a 250 microns.

Utilizados para a retenção de gases com baixas concentrações de materiais particulados, apresentam algumas desvantagens operacionais importantes:

  • Baixa eficiência de coleta para particulados com frações finas, o que não garante a obtenção dos níveis de emissões máximas exigidos pelos órgãos ambientais;
  • Elevado consumo de água pela evaporação provocada pelo contato dos gases quentes com o fluido recirculante;
  • Elevado índice de manutenção com paradas programadas e não programadas, para remoção do material acumulado no fundo do tanque e limpeza do circuito hidráulico e seus componentes.

B - CICLONES E MULTICLONES

Os ciclones e multiclones são coletores inerciais que impõem uma força centrífuga no interior de cilindro com entrada tangencial, projetando as partículas do fluxo de ar contra suas paredes, removendo-as do fluxo de gases. São equipamentos utilizados para material particulado com frações grossas entre 80 a 200 microns. Apresentam as seguintes desvantagens:

  • Baixa eficiência de coleta para particulados com frações finas;
  • A eficiência de ciclones e multiclones está diretamente relacionada à sua geometria e a velocidade tangencial produzida no interior do cilindro principal, diretamente relacionado à eficiência de coleta.

C - FILTROS DE MANGAS TIPO JATO-PULSANTE

A utilização de elementos filtrantes têxteis é a mais recomendada para a retenção de materiais particulados presentes em fluxos gasosos, com predominância granulométrica entre 3 a 50 microns. Os elementos filtrantes são fabricados em tecidos técnicos, costurados em formatos cilíndricos, denominados comercialmente como "mangas filtrantes". A principal variável que determinará o tamanho de um filtro de mangas é a relação definida entre a vazão volumétrica e a área filtrante total disponível, também chamada de taxa ou velocidade de filtragem, definida em m3/m2/min.

A velocidade de filtragem é definida mediante o fornecimento das seguintes variáveis:

  • Vazão volumétrica de gases a serem filtrados (m3/h):
  • Concentração de material particulado presente no fluxo de gases;
  • Tipo de contaminantes e a determinação de suas características físico químicas;
  • Faixa granulométrica do material particulado;
  • Densidade específica aparente;
  • Temperatura dos fluxos de gases;
  • Quantidade residual máxima de material particulado na descarga do filtro;
  • Capacidade de fluidização;