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Neste documento, analisamos as modificações que ricardo fez na teoria do valor em comparação com smith. Ricardo procurou estabelecer uma medida de valor invariante, independente da relação com outros bens. O documento aborda a produção de bens raros, a importância do investimento de capital na produção, a distribuição da renda entre classes sociais e a lei dos salários. Além disso, discutimos a produção extensiva e intensiva, a competição entre capitalistas e a distribuição da renda da terra.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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Escola : clássica Principais Obras : Essays on the Influence of a Low Price of Corn on the Profits of Stock; Essays on Profit; Princípios de Economia Política e Tributação. Vida : filho de uma numerosa família de imigrantes judeus de origem portuguesa, Ricardo interrompeu cedo os estudos e foi trabalhar com o seu pai no mercado financeiro. Por se casar com uma quaker, foi deserdado, iniciando seus próprios negócios. Especulando com títulos públicos, tornou-se um dos economistas mais rico da história. Dedicou-se mais tarde à teoria econômica e a questões políticas, chegando a assumir uma cadeira no parlamento inglês. Principais Idéias : o problema principal tratado por Ricardo é a investigação de como a distribuição do produto nacional entre as classes sociais influencia o crescimento econômico de um país. Ao contrário de Smith, que vislumbrava um futuro de progresso e cooperação entre as pessoas, Ricardo imaginava em sua teoria um mundo estagnado, no qual uma classe se expande às custas das demais. Iremos inicialmente listar as peças individuais da teoria de Ricardo, que serão unidos depois na exposição do seu sistema teórico encontrado na sua obra principal, os Princípios de Economia Política e Tributação. Quanto a teoria do valor, Ricardo efetua algumas modificações em relação a Smith. O valor não pode ser medido pelo trabalho comandado pelas mercadorias: Se os bens A e B custam 1 hora de trabalho cada e o segundo passa a custar metade do tempo, devido, digamos, melhores condições climáticas, o trabalho comandado pelo bem A pode dobrar. No entanto, o número de horas gastas na sua produção permanece a mesma. Ricardo procurava uma medida de valor invariante, que dependesse apenas do bem analisado e não da sua relação com os demais. O autor prefere então relacionar valor com o número de horas de trabalho empregado na produção do bem. Embora utilizando na prática essa teoria, Ricardo reconhece algumas complicações que são mencionadas e em seguida ignoradas. Em primeiro lugar, o valor de bens raros, como obras de arte famosas e vinhos não dependem da quantidade de trabalho empregada na sua produção. Em segundo lugar, o capital pode alterar o valor dos bens de duas maneiras. O valor do capital empregado em conjunção com o trabalho, como ferramentas, deve ser contado como trabalho incorporado no valor do bem produzido. Se um produto requer uma hora de trabalho e outra hora para fazer uma ferramenta, o valor do produto de uma hora de trabalho em conjunto com a ferramenta é equivalente a duas horas de trabalho. Além disso, o investimento de capital na produção da ferramenta antes do trabalho deve ser recompensado com lucro (ou juros) e deve fazer parte do cálculo dos custos de produção. Além do trabalho, o valor dos bens deveria incluir esses juros. Disso conclui-se que uma maior proporção de capital fixo em relação ao capital circulante na produção de um bem aumenta o seu valor, já que se pagam mais juros. A durabilidade do capital, pelo mesmo motivo, influenciaria o valor. Parte dessas dificuldades serão contornadas com a prática ricardiana de assumir hipóteses simplificadoras, como a existência de uma firma representativa igual a média das firmas existentes, ou postular uma economia de um único produto ( cereal ) produzido com trabalho e capital (semente de cereal), empregados em proporções fixas na produção^1. Ricardo, como os demais economistas clássicos, divide a sociedade em classes, que exercem atividades econômicas bem definidas. Os capitalistas poupam, investem e conduzem a produção nas terras alugadas (cujo pagamento denomina-se renda) dos proprietários de terra e empregam trabalhadores na produção dos bens da economia. A magnitude dos salários, rendas e lucros determinam a distribuição do produto entre as classes. Vejamos como se dá a distribuição segundo a teoria de Ricardo. (^1) Sobre essa prática, ver o “vicio ricardiano”, mais adiante.
Quanto aos rendimentos dos trabalhadores, a peça utilizada no sistema ricardiano é a lei dos salários, que afirma que o salário real dos trabalhadores no longo prazo se limita ao nível de subsistência. Se o salário aumenta, os trabalhadores entregam-se às “delícias da sociedade matrimonial” e se reproduzem. O aumento da população exerce pressão malthusiana sobre a quantidade limitada de recursos, o que gera fome, redução da população (freio positivo, nos termos de Malthus) e a volta ao consumo de subsistência. Dessa forma, o salário real dos trabalhadores na teoria de Ricardo é constante ao nível de subsistência. Os proprietários de terra recebem dos empresários renda pelo aluguel de suas terras, renda essa definida por Ricardo como “o pagamento recebido pelo uso dos poderes originais indestrutíveis do solo.” Vejamos de que maneira é determinado o montante pago como renda da terra. No gráfico ao lado cada barra vertical representa a produção que se obtém do cultivo de porções específicas de terra, identificadas por letras, com o auxílio do trabalho e do capital, empregados em proporções fixas. Cada faixa de terra é mais fértil do que a seguinte. Inicialmente, com a população pequena, cultiva-se apenas as terras mais férteis, em A. Com o crescimento populacional, o cultivo avança para as terras localizadas em B, C e D, na direção extensiva, ou, o que gera o mesmo resultado, intensifica-se o cultivo nas mesmas porções de terra já utilizadas, porém com rendimentos menores. Em qualquer caso, temos que a produtividade decresce, como se nota pelo tamanho das barras. O salário, constante ao nível de subsistência, é representado por w. Assim, a princípio a lucratividade do cultivo em um terreno seria dada pela diferença entre o valor do produto (a altura da barra) e o salário w. Percebe-se que as terras mais produtivas gerariam um lucro mais elevado. No entanto, sob competição, o lucro dos investimentos em diversos tipos de terra devem se igualar. A competição pelas terras mais férteis aumentaria o valor pago como renda aos proprietários que alugam essas terras. Dessa maneira, o excedente sobre o salário (lucro) é corroído pela competição dos capitalistas e é absorvido pelo proprietário de terra, que monopoliza suas terras produtivas escassas. A faixa de terra menos produtiva que é cultivada, digamos, C, não tem nenhum motivo para auferir renda, já que não oferece produtividade superior a outras terras agricultáveis. O lucro do capital é então dado pela diferença entre o produto total e os salários nessa faixa de terra. Nas outras faixas de terra, a renda é dada pela diferença do produto e as parcelas de lucro e salários. Quando expandimos a produção para terras menos férteis, D, as propriedades em C passam a auferir renda, enquanto que esta não ocorrem em D. Podemos concluir que a renda total da terra aumenta e portanto o lucro, que é o resíduo do valor do produto depois que se extraírem salários e renda, tende a diminuir e eventualmente a desaparecer. Isto é representado pelo deslocamento para baixo da reta pontilhada no gráfico, de para ´. Fica assim estabelecida a maneira como se distribui a produção anual entre as classes sociais: a renda da terra cresce, os lucros (ou juros) diminuem e os salários ficam constantes. Dada essa dinâmica distributiva, Ricardo tira suas conclusões pessimistas sobre o futuro da economia. Já que o crescimento econômico depende do aumento do estoque de capital (ou seja, do investimento), e que este depende de seu retorno, podemos concluir que no cenário descrito por Ricardo, já que o lucro se aproxima de zero, o investimento cessa, e com ele o crescimento econômico. O autor reconhece que o progresso em relação às técnicas de cultivo podem alterar as suas conclusões; mas nesse caso, acredita o autor, os novos investimentos aumentariam os salários no curto prazo e com eles a população se expande, o que nos traz de volta ao cenário de estagnação rumo ao “estado estacionário” de lucro zero. Deve-se notar que as conclusões de Ricardo dependem fundamentalmente das hipóteses simplificadoras adotadas, como postular que a terra não tem uso alternativo (custo de oportunidade) ou a desconsideração do progresso técnico. O leitor atento provavelmente indagaria o porquê do uso de terras menos produtivas que inicia a explicação acima. Não se poderia importar alimentos provenientes de terras mais férteis? Na época, D C B $ A terra w ´
Os amigos Malthus e Ricardo, embora partilhassem o mesmo referencial teórico clássico, discordavam sobre muitos pontos, como podemos notar pelos inúmeros debates entre eles. Examinaremos três desses debates. Debate sobre o Método : Malthus se opunha ao método excessivamente teórico e abstrato de Ricardo, que utiliza hipóteses extremamente simplificadoras. Malthus, por outro lado, defendia que a teoria econômica deveria levar em conta os vários aspectos existentes na realidade. Na análise do valor, por exemplo, Malthus defendia a consideração dos fatores que influenciam tanto de demanda quanto de oferta, enquanto Ricardo se limitava a teoria do valor baseada nos custos de produção de longo prazo. Embora não desenvolvesse de forma mais acabada a teoria do valor, a opinião de Malthus sobre este assunto é mais afinada com os desenvolvimentos modernos. Já em relação ao método das simplificações teóricas drásticas, a economia moderna sem dúvida segue os passos de Ricardo^3. Debate sobre a Lei dos Cereais : o comércio internacional inglês na época dos autores foi drasticamente reduzido pelo bloqueio naval de Napoleão. Os ingleses tiveram que expandir sua produção de grãos nas fazendas existentes e utilizando terras cada vez menos produtivas, o que, segundo a teoria de Ricardo, elevou os preços dos cereais e a renda da terra, reduzindo os lucros. Como estes são a fonte de poupança dos empresários, a queda dos lucros diminuiria os investimentos e portanto o crescimento econômico. Com o fim da guerra, seria mais vantajoso a importação de grão mais barato, o que feriria os interesses dos produtores ingleses. Desta forma, estes buscaram proteção contra a competição externa por meio da Lei dos Cereais, que proibia a importação do produto estrangeiro. O argumento de Ricardo não foi suficiente para repelir a lei, embora mais tarde a sua teoria das vantagens comparativas tenha auxiliado nessa tarefa, que foi realizada algum tempo depois, com os esforços de Richard Cobden^4 e a Liga Anti- Lei dos Cereais. Malthus, no entanto, defendia a manutenção da lei, argumentando que o preço elevado do cereal na Inglaterra manteria o nível de salários dos trabalhadores. Depois de ler mais adiante sobre Bastiat, fica como exercício para o aluno avaliar o argumento de Malthus. Debate sobre a possibilidade de superprodução : Ricardo e Malthus discordavam também sobre a causa da diminuição dos lucros na economia. Enquanto para o primeiro os lucros diminuíam devido ao aumento da renda da terra, o segundo defendia a tese subconsumista de que os lucros cairiam devido a falta de demanda pelos bens produzidos. Os bens produzidos geram renda, renda esta que em princípio é gasta na aquisição de outros bens^5. Enquanto isso seria válido para os bens necessários, Malthus argumenta que parte da renda dos proprietários poderia ser guardada em vez de gasta, não gerando demanda por bens de luxo. Tais bens ficariam então estocados, sem encontrar demanda efetiva. Nesse ponto, a tese de Malthus se assemelha ao argumento de Keynes que analisaremos mais tarde. (^3) Leia na próxima ficha (^) sobre essa tendência, denominada “vicio ricardiano”. (^4) Ver ficha mais adiante sobre a Liga (^5) Esta proposição é conhecida como “lei de Say”. Ver ficha sobre Say.
A obra de Ricardo é um marco metodológico na Economia, inspirando vários economistas desde então. É visto como o primeiro tratado formal, como uma obra geométrica, com proposições seguidas de teoremas que deles se derivam logicamente. A elegância e rigor da teoria, no entanto, é obtida às custas do realismo. A isso Schumpeter denominou de “vício ricardiano”, ou o uso de hipóteses extremamente simplificadoras e irrealistas, em conjunto com outras patentemente falsas, com o objetivo de se obter a conclusão teórica desejável. A simplificação exagerada, embora permita construir teorias simples e elegantes, tende a descolar estas teorias de qualquer relação com o mundo real, perdendo dessa forma a sua relevância. De fato, Ricardo torna mecânico o processo produtivo, os capitalistas investem um único produto como autômatos, sem espaço para a busca de soluções criativas. Assim, não resta espaço para crescimento tecnológico. O mesmo vale para os trabalhadores, que se reproduzem conforme uma regra simples e imutável. A conclusões do modelo seguem logicamente da teoria, embora as hipóteses do mesmo não sejam relevantes na prática. A teoria moderna, em especial a macroeconomia, seguiu os mesmos passos. Apela-se para modelos de produto único, o capital é homogêneo, cada unidade perfeitamente substituível por outra, o investimento tem portanto sempre produto marginal decrescente, como se a economia fosse uma única grande fábrica. Só se considera as relações entre quantidade total de moeda e o nível geral de preços, excluindo os efeitos distorsivos da moeda na estrutura do capital ou nos preços relativos em termos microeconômicos, como estudou por exemplo, Cantillon. A microeconomia moderna, por outro lado, parte de modelos de competição com produtos homogêneos, conhecimento perfeito e comportamento tomador de preços, sem espaço para o que se entende por competição no mundo real. Conforme as simplificações vão tornando as teorias mais tratáveis em termos matemáticos, perde-se progressivamente o contato entre essas teorias e os fenômenos econômicos reais. No entanto, a reação ao formalismo da teoria econômica assume outra forma extrema, a do historicismo. Ao apontar, com razão, a necessidade de se levar em conta na análise econômica as instituições modernas, como sistema legal e político, os críticos caem freqüentemente no historicismo, que nega a possibilidade de relações teóricas válidas, defendendo uma descrição puramente histórica dos fenômenos econômicos. Na prática, esse grupo tende a defender, na verdade, idéias econômicas mercantilistas, anteriores a Smith. Assim, a Economia freqüentemente oscila entre dois males: Sila do formalismo e Caribdis do historicismo^6. De um lado, os historicistas ignoram todo o legado teórico dos economistas, realizando análises econômicas muito pobres. De outro lado os teóricos continuam ignorando a história e se dedicando a uma modelagem largamente irrelevante. Estes últimos, ao responder ao argumento historicista, observam com ironia que o melhor mapa seria aquele com escala 1:1. A simplificação é necessária. No entanto, a crítica relevante a esse grupo não se refere a existência, mas ao tipo de simplificação: Todo pensamento analítico requer abstração, mas quanto mais inclinados estamos a conceder esta necessidade, mais apto nos tornamos a esquecer que aquilo que foi deixado de lado possa se tornar importante, se não no presente, talvez em um estágio posterior da nossa pesquisa. Ludwig Lachmann Na verdade, o melhor antídoto para evitar os dois males é o conhecimento das teorias rivais e as críticas que os defensores destas fazem à nossa própria teoria, a fim de tornar claro quando hipóteses simplificadoras podem ou não se justificar. Nisto o estudo de HPE recente é bastante útil. Por fim, deve- se notar que os grandes economistas, que passaram para a história da disciplina, conseguiram se esquivar dos dois males. (^6) Ulisses, em algum ponto de suas viagens, teve que passar em um estreito ladeado por dois perigos. A monstra Sila, com 7 cabeças, cada uma com várias fileiras de dentes, que devorava 7 marujos ao mesmo tempo, e Caribdis, um redemoinho que tragava toda embarcação que se aproximasse.
O debate bulionista se intensifica a partir da crise de 1809. O primeiro livro de Ricardo, High Price of Bullion: a Proof of the Depreciation of Bank Notes , como o próprio título indica, liga o prêmio pago pelo ouro com a depreciação da moeda, estabelecendo uma relação rígida entre expansão monetária e inflação. O livro de Ricardo influenciou Francis Horner, que chefiou uma comissão no parlamento dedicada ao estudo da questão bulionista. O relatório final – o Bullion Report de 1810, favorece a tese bulionista. Em 1821, depois do fim da guerra, a convertibilidade é restabelecida. A volta ao padrão ouro, porém, não pôs fim as crises. Houve crises em 1825,1837, 1839 e 1847. As controvérsias monetárias, dessa maneira, continuaram. As duas posições assumiriam agora outros nomes: a Escola Monetária ( currency school ) continuaria o bulionismo, enquanto a Escola Bancária ( banking school ) daria seqüência ao anti-bulionismo. A primeira percebera que não bastava o padrão ouro para parar a inflação, havendo necessidade de limitar a expansão do crédito de outra forma. Autores como James Pennington (1777-1862), Robert Torrens, Henry Drummond (1786-1860), John Ramsey McCulloch e Mountifort Longfield defendiam o princípio que o Banco da Inglaterra deveria ser dividido em dois departamentos, um de emissão e outro com as demais atividades bancárias. O primeiro departamento teria um limite a expansão das notas bancárias. A partir de um teto, só seriam permitidas emissões que acompanhasse o aumento do estoque de ouro. Os depósitos a vista, no entanto, não seriam regulados. O controle da emissão seria centralizado no Banco da Inglaterra. A centralização atuaria no sentido de reforçar a possibilidade de controle. A segunda escola, por outro lado, continuava apontar elementos reais, tais como safras ruins e comércio externo como as causas da inflação e crises. Entre os pertencentes a escola bancária, podemos citar Thomas Tooke (1774-1858) , J.S. Mill, John Fullarton, James William Gilbart (1794-1863) e James Wilson (1805-1860). Estes afirmavam, por exemplo, que se as notas bancárias novas fossem emprestadas para empresários que investissem em bens reais, as notas voltariam ao sistema bancário e não influenciariam assim os preços. Mill culpava a “especulação”, ou ondas de otimismo e pessimismo, pelas crises econômicas. Acreditava também que o sistema bancário segue as “necessidades do comércio”, enquanto que os fatores monetários apenas respondem as causas reais responsáveis pelas crises. Took, por exemplo, afirma que: os preços dos bens não dependem da quantidade de moeda dada pela quantidade de notas bancárias, nem da quantidade total do meio circulante: mas, ao contrário, a quantidade do meio circulante é conseqüência dos preços. Apud Rothbard, pág. 243. Em 1844, o parlamento, sob a liderança do primeiro ministro Sir Robert Peel , aprovou uma lei – Peel´s Act – que estabelecia o princípio da escola monetária, dividindo o Banco da Inglaterra em dois departamentos e limitando a expansão das notas bancárias. A vitória política da escola monetária, no entanto, redundou em fracasso, pois o objetivo de conter a expansão monetária fracassou: a partir daí, e até o presente, os bancos centrais passaram a expandir a oferta por meio dos elementos que regulam a quantidade de depósitos à vista, o que não era proibido. Embora Pennington e outros incluírem em sua análise os depósitos na oferta total, o desenvolvimento da escola monetária passou a negligenciar o seu papel, centrando sua atenção apenas no controle das notas bancárias. Os ciclos de expansão e crise, dessa forma, continuaram depois do Peel´s Act. Somente mais tarde, o último quarto do século XIX e das primeiras décadas do século XX teorias monetárias do ciclo econômico levariam em conta os diversos canais de expansão da moeda. A controvérsia bulionista hoje : observe nos livros de história econômica a alternância das explicações monetárias e não monetárias para os problemas inflacionários e de balança de pagamentos. Trace os paralelos entre os autores bulionistas e o moderno monetarismo de Friedman. Identifique o pensamento anti-bulionista nos livros de economia brasileira, em especial o papel exercido por explicações como “quebras de safras” ou “termos de troca desfavoráveis.