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Guias e Dicas
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Clareamento Dentes Não Vital: Etiologia, Materiais, Técnicas, Riscos e Prevenção, Notas de estudo de Materiais

Este documento aborda a clareação de dentes não vital, apresentando a etiologia das alterações de cor, indicadores e contraindicações, materiais e técnicas utilizados, e os riscos, especialmente a reabsorção cervical. O texto discute os materiais e técnicas de clareamento químico e fotoquímico, e os riscos associados, como reabsorção radicular externa e a forma de minimizá-los.

O que você vai aprender

  • Quais são as indicações e contraindicações para clareamento de dentes desvitalizados?
  • Como se pode minimizar o risco de reabsorção radicular externa durante o clareamento de dentes desvitalizados?
  • Qual é a etiologia das alterações de cor em dentes não vital?
  • Quais são os riscos do clareamento em dentes desvitalizados, especialmente a reabsorção radicular externa?
  • Quais materiais e técnicas são utilizadas no clareamento de dentes desvitalizados?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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usuário desconhecido 🇧🇷

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
CURSO
DE ESPECIALIZAÇÃO EM DENTiSTICA RESTAURADORA
CLAREAMENTO
EM DENTES NM)
VITAIS
Miriam I. Zorzo
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DENTiSTICA RESTAURADORA

CLAREAMENTO EM DENTES NM) VITAIS

Miriam I. Zorzo

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o

Florianópolis, SC

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DENTiSTICA RESTAURADORA

CLAREAMENTO EM DENTES NÃO VITAIS

Miriam I. Zorzo

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de

EspecializaçãoFederal de Santa Catarina, como requisito para em Dentistica^ da Universidade

obtenção do titulo de Especialista em^ Dentistica

Restauradora.

Orientador: Prof. Dr. Mauro Amaral Caldeira

de Andrada

Florianópolis, SC

S UMÁRIO

RESUMO iv

  • 1 INTRODUÇÃO ABSTRACT
    • 1.1 JUSTIFICATIVA
    • 1.2 OBJETIVOS
    • 1.2.1 Objetivo geral
  • 1.2.2 Objetivos específicos
  • 1.3 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO
  • 2 GENERALIDADES
  • 2.1 ETIOLOGIA DAS ALTERAÇÕES DE COR
  • 2.1.1 Hemorragia pulpar causada por traumatismo
  • 2.1.2 Hemorragia após a remoção pulpar
  • 2.1.3 Abertura coronária insuficiente
  • 2.1.4 Decomposição da polpa
  • 2.1.5 Medicamentos e substâncias utilizadas na endodontia
  • 2.1.6 Materiais restauradores
  • 2.2 INDICAÇÕES, CONTRA-INDICAÇÕES E RISCOS DO CLAREAMENTO
  • 2.2.1 Indicações e contra-indicações
  • 2.2.2 Riscos do clareamento
  • 2.2.2.1 Reabsorção cervical externa
  • 2.2.2.2 Outros riscos
  • 3 MATERIAIS E TÉCNICAS
  • 3.1 MATERIAIS CLAREADORES
  • 3.1.1 Peróxido de hidrogênio
  • 3.1.2 Perborato de sódio
  • 3.1.3 Per6xido de carbamida
  • 3.2 MECANISMO DE AÇÃO DOS CLAREADORES
  • 3.3 TÉCNICAS DE CLAREAMENTO
  • 3.3.1 Técnica mediata
  • 3.3.3.1 Primeira sessão
  • 3.3.3.2 Segunda sessão
  • 3.3.3.3 Terceira sessão
  • 3.3.2 Técnica imediata
  • 3.3.3 Técnica associada ou mista
  • 3.3.4 Clareamento de dente não vital com moldeira
  • 3.4 CUIDADOS PARA EVITAR A REABSORÇÃO CERVICAL EXTERNA
    • 3.4.1 Selamento biomecânico
    • 3.4.2 Uso do hidróxido de cálcio
  • 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
    • REFERÊNCIAS

ABSTRACT

This work examines, by means of a bibliographic review, the bleaching of non-vital teeth. Theetiology of color alterations in non-vital teeth is presented, as well as the indications and

contraindications for the bleaching of devitalized teeth, materials and techniques. The risks ofbleaching devitalized teeth are also discussed — especially external cervical root resorption —

and the forms of minimizing them. The causes for dental discoloration include pulphemorrhage arising from traumatism or pulpectomy, insufficient coronary opening,

decomposition following pulp necrosis, medicines and restoring materials used in

endodontics.small destruction. Contraindications for bleaching include cracks in enamel and teeth with Bleaching is particularly indicated for teeth with little time of discoloration and

inadequate endodontic treatment. The most serious risks of bleaching are external root

resorption and increased fracture chances. The risk of cervical root resorption is controlledwith appropriate cervical sealing and the use of calcium hydroxide. Fractures are avoided by

choosing for bleaching those teeth with small or moderate destruction, and by adjustingocclusion during the treatment, in order to avoid masticatory stresses. Bleaching agents in

current use based on hydrogen peroxide, sodiumtechniques for bleaching are walking bleaching, thermocatalytic, perborate, and and mixed. All are efficient, carbamide^ peroxide. The

and involve some degree of risk. Conclusions of the work include the need of careful study ofeach case, evaluation of treatment possibilities, and use of adequate techniques directed to risk

reduction. The study also indicates that bleaching is a good alternative, even to achieve better

results in cases in which a prosthetic solution is adopted.

1 INTRODUÇÃO

Vivemos uma época de extrema valorização da boa aparência, que é associada à saúde e ao sucesso. E os^ padrões^ de beleza que hoje imperam obrigam a uma boa estética dental. Portanto, alterações intensas na coloração dos dentes podem provocar profundo sofrimento psicológico e até influenciar^ o sucesso profissional.^ Dai^ a^ popularização,^ na odontologia restauradora, de tratamentos destinados a obter dentes com cor adequada e de aparência natural. Os dentes freqüentemente sofrem^ mudanças^ em sua^ coloração,^ devido a uma ampla gama de fatores: processo natural de envelhecimento, consumo de alimentos com corantes, uso de medicamentos, tratamento endodósntico, restaurações, traumatismos^ etc. Basicamente, três meios são^ usados^ —^ isoladamente ou combinados entre si^ —^ para restituir aos dentes características de cor apropriadas: a^ microabrasão,^ a^ restauração^ com^ aplicação^ de facetas ou coroas e o clareamento químico. 0 primeiro método tem sua aplicação^ limitada aos casos de pigmentação superficial do esmalte, causada pelo cigarro, pelo consumo de alimentos com corantes, como o café, por batons e outras tinturas, como os evidenciadores^ de placa bacteriana (IORIO, 2001, p. 166). As restaurações e o^ clareamento^ químico aplicam-se aos manchamentos mais profundos, no nível da^ dentina.^ Destes meios, é preferencialmente usado o clareamento, por ser mais^ econômico^ que^ próteses,^ por ter^ aplicabilidade^ mais generalizada e, especialmente, por ser um tratamento mais conservador da^ estrutura dental. De acordo com Barreiros et al. (2002, p. 141),

Nem todos os dentes manchados podem ser clareados quimicamente. Existem algumas situações em que o clareamento traz riscos ao paciente e outras em que o prognóstico é bastante ruim, como no caso de dentes escurecidos há muitos anos. Nessas situações, é mais adequada as restauragdes com coroas ou facetas, que pode ser combinada com clareamento químico para que se obtenham melhores resultados. Somente com um conhecimento detalhado da etiologia do escurecimento, associado a um cuidadoso exame da situação^ geral do dente — presença de restaurações extensas, calcificação^ do canal^ radicular^ etc.^ —, poderá o cirurgião-dentista optar por clarear quimicamente o^ dente, aplicar-lhe^ facetas^ ou coroas, ou combinar os dois tratamentos.

1.1 JUSTIFICATIVA

Dada a variedade de materiais e técnicas para^ clareamento químico, é necessário^ que^ o profissional adquira conhecimentos a respeito das indicações^ e contra-indicações^ de cada possibilidade de clareamento dental. Também^ é^ preciso que saiba avaliar os riscos do clareamento químico,^ bem como as formas de^ minimizá-los.^ No caso do^ clareamento^ de dentes não vitais, foco deste trabalho,^ é^ especialmente importante que^ o cirurgião-dentista conheça os riscos da reabsorção^ cervical bem como as formas de^ reduzi-los.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral Este trabalho monográfico^ visa examinar, em^ revisão^ de literatura,^ o clareamento^ de dentes desvitalizados.

1.2.1 Objetivos específicos

Sao objetivos específicos:

a) Apresentar a etiologia das alterações de cor em dentes não vitais;

b) Apresentar as indicações e contra-indicações do clareamento de dentes

desvitalizados;

c) Apresentar os materiais e técnicas usados ;

d) Discutir os riscos do clareamento em dentes desvitalizados, especialmente a

reabsorção radicular externa, e as formas de minimizá-los.

1.3 ORGANIZAÇA0 DO ESTUDO

Neste capitulo introdutório, definiu-se o tema do trabalho, sua justificativa e objetivos.

No capitulo 2, Generalidades, apresenta-se a etiologia das alterações de cor, bem como as

indicações, contra-indicações e riscos do clareamento em dentes desvitalizados. No capitulo

3, Materiais e Técnicas, são apresentadas as substâncias usadas em clareamento de dentes

desvitalizados, bem como as técnicas para sua realização. No capitulo 4, Considerações

Finais, discutem-se os principais tópicos do trabalho.

6 que podem gerar descoloração dental. Exames clínicos e radiográficos também podem lançar luzes sobre a causa de descolorações localizadas. 0 exame da coloração é de grande importância para o diagnóstico da etiologia do manchamento. Certas cores estão relacionadas a alguns fatores de escurecimento específicos. Abaixo, apresentam-se as causas mais freqüentes de descolorações que requerem clareamento e possíveis opções de tratamento.

2.1.1 Hemorragia pulpar causada por traumatismo

Traumatismos, especialmente em dentes em desenvolvimento, podem provocar manchamento, devido ao extravasamento de sangue para o interior dos canais dentindrios. Falleiros Jr. e Aun (1990, p. 217) descrevem^ o^ processo de escurecimento dental após a hemorragia:

0 sangue proveniente das hemorragias polpares, quando estagnado nacâmara polpar, sofre decomposição. A hemoglobina, quando degradada, libera ferro, que dá origem a um composto negro, o sulfeto de ferro. Este pigmento, como também os vários produtos da penetram nos canaliculos dentindrios escurecendo a estrutura dentária.degradação de^ proteínas^ provenientes da decomposição polpar compostos permanecem na câmara polpar. CI escurecimento tende a0 grau de alteração da cor^ é^ proporcional ao tempo que estes intensificar-se com o^ passar do tempo. Pode ocorrer de o dente que sofreu traumatismo continuar com vitalidade, mas também existe a possibilidade de completa calcificação do conduto radicular. No primeiro caso, o tratamento clareador deverá^ ser realizado externamente. No segundo caso, se não houver também calcificação da câmara pulpar, poderá^ ser realizado clareamento interno unicamente ou combinado com clareamento externo. Se também houver calcificação da câmara, só o^ clareamento extracorondrio^ será possível^ (BARAT1ERI^ et al., 2004, p. 82).

2.1.2 Hemorragia após a remoção pulpar

Segundo Berger (1981, P. 12), após a remoção de polpa vital, pode ocorrer uma grande hemorragia pulpar. 0 sangue dessa hemorragia, penetrando nos canaliculos dentindrios, 1 á permanece e se decompõe, gerando escurecimento. Portanto,^ é^ fundamental que a hemorragia decorrente da remoção da polpa seja cuidadosamente controlada para evitar a^ penetração^ de sangue nos canais dentindrios. Andrade et al. (2003, p. 2) recomendam controle apurado da hemorragia nas pulpectomias como forma de evitar posterior escurecimento dentário. Em dentes cuja polpa já foi removida, é^ indicado^ o clareamento intracorondrio,^ isolado ou associado a clareamento externo. Entretanto, certas^ condições^ podem impedir essa modalidade de clareamento, como se verá^ no item^ 2.2.1.

2.1.3 Abertura coronária insuficiente Nos tratamentos de canal, o^ acesso^ endodõntieo^ deve ser suficientemente^ amplo^ para envolver a remoção de todo o teto da câmara pulpar e^ dos^ cornos pulpares.^ Isso^ permitirá^ que os agentes químicos utilizados no preparo^ biomecânico^ tenham acesso a toda essa^ região. Segundo Baratieri et al. (2004, p. 8), a realização de uma abertura endodõntica criteriosa, removendo todo^ o teto da necróticos câmara pulpar podem levar ao^ é^ fundamental, na medida em que restosmanchamento do dente. Isto é decorrente da químicos (por proteólise enzimática ex., ferro), gerando uma^ que leva à deposiçãodecomposição local de pigmentos.^ em elementos

Como no caso anterior, a remoção^ da polpa faculta a^ adoção^ de^ clareamento interno, sozinho ou juntamente com clareamento extracorondrio.

2.1.6 Materiais restauradores

Certos materiais restauradores, como o amálgama de prata e o óxido de zinco, podem

provocar manchamentos irreversíveis nos dentes. Mesmo quando usado na face palatina, o

amálgama pode provocar manchamento visível por vestibular.

Nos dentes manchados por materiais restauradores, é necessário primeiro uma

cuidadosa remoção desses materiais e sua substituição (no caso de restaurações permanentes)

por resina. Dentes manchados por prata e^ outros metais não têm um bom prognóstico de

clareamento químico^ (ANDRADE et al., 2003, p. 3).

2.2 INDICAÇÕES, CONTRA-INDICAÇÕES E^ RISCOS DO CLAREAMENTO

O clareamento dental interno não pode ser usado em qualquer caso de escurecimento

de dentes não vitais. Há casos em que se contra-indica tal modalidade de tratamento, quer

pelas reduzidas chances de sucesso, quer pela magnitude dos riscos. Baratieri et al. (2004,

p. 66) dizem:

Antes da realização do clareamento em um dente desvitalizado, é

preciso constatar se este tratamento preciso selecionar o caso de forma criteriosa. 0 simples fato de um é o^ mais indicado, ou seja,^ é

dente estar escurecidodato ao clareamento intracorondrio. E preciso saber por que ocorreu a e tratado endodonticamente não^ o^ torna candi-

descoloração e corrigir as falhas, quando^ possível,^ para que se possa

iniciartratamento intracorondrio, deve-se tentar o clareamento dental. De preferência, antes de se optar pelo o clareamento dental externo.

Portanto, havendo possibilidade de escolha, opta-se pelo tratamento mais econômico,

mais conservador e que oferece menos risco, que^ é o^ clareamento externo.

2.2.1 Indicações e contra-indicações

0 tratamento clareador de dentes desvitalizados é indicado para dentes com pouco tempo de escurecimento. Segundo Berger (1981, P. 13), "os casos de alterações de cor de longo tempo não têm um prognóstico favorável e devem ser evitados seus tratamentos -. Baratieri et al. (2004, p. 66), a esse respeito, ressaltam:

Pacientes com dente não vital escurecido por muitos anos (...), com descoloração severa, devem ser informados que a probabilidade de fato de que quanto mais recente for asucesso,^ após^ o^ clareamento,^ é muito difícil. Isso descoloração^ está^ relacionado ao dental, mais facilmente ela será removida, ou seja, maior a possibilidade desucesso do clareamento dental.

E brio (2001, p. 188) diz que "dentes escurecidos há mais de 5 anos têm pouca chance de um adequado clareamento". Entretanto, Assis e Albuquerque (1999)^ apresentam caso que se contrapõe a isso: Uma paciente de^24 anos apresentava dente bastante escurecido desde a infância, como resultado de tratamento^ endodõntico^ mal executado^ —^ havia até restos de algodão na câmara pulpar. Mesmo com tanto tempo de escurecimento,^ o resultado obtido foi classificado como ótimo pelos autores. Dentes com histórico de clareamento mal-sucedido também^ não^ apresentam bom prognóstico de tratamento. Verificado que o^ procedimento^ clareador^ anterior foi adequadamente executado e, ainda assim, não^ houve resposta favorável, é melhor optar pela aplicação de facetas ou coroas. O clareamento interno é indicado apenas para dentes com^ destruição^ leve. Dentes cuja estrutura remanescente seja pouca podem sofrer fratura ao receber tratamento clareador intracorondrio. Até meados dos anos^ 90,^ acreditava-se que isso poderia ocorrer devido a alterações na estrutura dental. Baratieri^ et al.^ (1996),^ por exemplo, dizem que em dentes amplamente restaurados, poderia haver queda da resistência:

Trabalhos in situ (^) sobre microdureza do esmalte após clareamento caseiro, em que o processo da pesquisa acontece no ambiente oral sob ação da saliva humana (simulando as mesmas condições sofridaspelos dentes dentro da boca) têm demonstrado que não há alteração clinicamente significante da microdureza do esmalte dental. Na verdade, dentes com amplas restaurações não devem sofrer clareamento

intracorondrio porque ficam fragilizados durante o tratamento e não após ele. A mera retirada

da restauração para aplicação do clareador é que provoca queda na resistência mecânica do elemento dental. Como lembram Loguercio et al. (2002, p. 134):

Durante o clareamentocom um material que não devolve a resistência ao elemento dental, de desvitalizados, a câmara pulpar^ é vedada sendo isso agravado quando já houve envolvimento das arestas marginais, que são consideradas regiões de reforço em dentesanteriores. Portanto, o procedimento deve ser realizado com o maior número de cuidados para evitar danos ao remanescente coronário. A resistência proporcionada pelo material restaurador será recuperada depois da restauração definitiva, quando concluído o clareamento interno. Entretanto, durante o período de restauração provisória, é de grande importância um controle cuidadoso da oclusão, para evitar sobrecargas no dente. Não podem ser submetidos a clareamento interno dentes sem adequada endodontia. preciso que o canal radicular esteja completamente obturado, para que os agentes clareadores não possam penetrar nos tecidos periapicais. Da ocorrência dessa eventualidade poderão resultar efeitos graves, inclusive perda dental. Como aponta Pereira (1989),

o primeiro requisito para realização do branqueamentoesteja com o canal tratado adequadamente. Para isso, é^ necessário umé que o dente exame radiográfico inicial, sem o qual não é aconselhável iniciar qualquer tratamento. Dentes cuja endodontia não esteja a contento devem ser retratados antes de se tentar o clareamento. Baratieri et al. (2004, p. 66) dizem que, nesse caso, pode ser mais conveniente

esperar o tempo de cura do cimento obturador, em torno de 48 horas. Deve ser realizado um

selamento cervical cuidadoso, conforme será descrito adiante, em 3.4.

preciso também que o peridpice e o periodonto dos dentes tratados estejam

perfeitamente saudáveis. Dentes com evidência de inflamação e/ou sensibilidade à percussão não devem sofrer clareamento interno. Não deve ser realizado clareamento interno em dentes com trincas e/ou restaurações

deficientes, visto que isso poderá^ permitir a infiltração de agentes oxidantes para^ o

periodonto, que podem provocar reabsorção radicular (v. 2.2.2). Nesse caso, o^ selamento das

trincas e a substituição das restaurações devem ser feitos antes de se tentar^ o^ clareamento

interno. O clareamento intracoronal fica inviabilizado no caso de dentes desvitalizados cuja câmara pulpar foi bloqueada com restauração adesiva (BARA11ERI et al., 2004, p. 82). Nesse

tipo de situação, somente o^ clareamento externo pode ser tentado (v. 3.3.4).

Por fim, é preciso ressaltar que clareamento e^ restauração protética com facetas ou

coroas não constituem tratamentos mutuamente excludentes. Mesmo que o cirurgião-dentista

saiba de antemão, tendo em vista a gravidade^ e^ a etiologia do escurecimento^ e o^ estado geral

do dente, que será^ necessário aplicar facetas ou coroa,^ o^ clareamento interno e/ou externo

pode ser usado para melhor resultado estético. Um dente clareado permitirá o^ uso de facetas

ou coroas mais translúcidas, de aspecto mais natural e^ com menor risco de que transpareça

uma dentina subjacente escurecida. Segundo brio (2001, p. 188), dentes severamente escurecidos, nos quais não atuam com eficiência

os produtos clareadores e, semateriais estéticos, devem, inicialmente, ser clareados (mesmo que o planejamento é^ recobri-los^ com

parcialmente) e, após, esteticamente recompostos com facetas com resina composta ou com laminados de porcelana. Ainda que não haja intenção inicial do profissional de utilizar uma solução protética,

se o clareamento se mostrar insuficiente, coroa ou facetas podem ser usadas. Não perdem