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Cidadania é o conjunto de direitos e devere, Notas de estudo de Direito

conceito de cidadania

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 05/09/2012

felipe-silva-ywi
felipe-silva-ywi 🇧🇷

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Cidadania é o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em -
relação à sociedade em que vive. O conceito de cidadania sempre esteve fortemente
"ligado" à noção de direitos, especialmente os direitos políticos, que permitem ao
indivíduo intervir na direção dos negócios públicos do Estado, participando de modo
direto ou indireto na formação do governo e na sua administração.
A cidadania é distinguida em três modos: direitos civis, políticos e sociais. Podemos
definir os direitos civis como a proteção e os privilégios de poder pessoal dados a todos
os cidadãos por lei, direitos que são estabelecidos pelo Estado aos seus cidadãos.
Direitos civis incluem situações reconhecidas juridicamente sem as quais o homem é
incapaz de alcançar sua própria realização e desenvolvimento, consistindo o resultado
da luta dos homens por um direito ideal, justo e humano. Os direitos de participação
política, tais como a igualdade do voto, o direito de voto e de elegibilidade. Os direitos
de participação política, os direitos sociais, que abrangem os direitos de natureza
econômica, como por exemplo, o direito ao trabalho, de assistência à saúde e à
educação. Os direitos chamados de quarta geração, por exemplo, o direito à preservação
do meio ambiente e à qualidade de vida. O direito à privacidade, o direito ao protesto
pacífico, o direito à investigação e julgamento justos em caso de suspeição de crime e
direitos constitucionais mais generalistas, como o direito ao voto, o direito à liberdade
pessoal, o direito à liberdade de ir e vir e o direito à proteção igualitária.
Com a reconfiguração do Estado a partir de 1822, vários conceitos políticos passaram
por um processo de Mudança; cidadão e cidadania entram no vocabulário dos discursos
políticos, assim como os termos Brasil, brasileiros, em oposição a brasílicos.
A partir disso, o termo cidadania pode ser compreendido racionalmente pelas lutas,
conquistas e derrotas do cidadão brasileiro ao longo da história nacional, a começar da
história republicana. No entanto, este o divisor (monarquia-república) não significa no
Brasil uma nova ordem onde a cidadania tem um papel na construção de sociedade justa
e igualitária. Este aspecto é bem pronunciado na cidadania brasileira: estas garantias
individuais jamais foram concedidas, conquistadas e/ou exercidas plena e
simultaneamente em circunstâncias democráticas, de estado de direito político ou de
bem-estar social.
O escritor José Murilo de Carvalho refere-se a isto: uma cidadania no papel e outra
cidadania cotidiana. É o caso da cidadania dos brasileiros negros: que é um
prolongamento da luta pela cidadania dos "homens de cor", cujo marco histórico formal
é a Lei Áurea de 1888; ou seja, um século para garantir, através de uma lei, a cidadania
civil de metade da população brasileira. Outra forma de uma cidadania no papel e outra
cidadania cotidiana, é a Lei Maria da Penha, que criou mecanismos "para coibir e
prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher". Ou seja, garantir sua
liberdade civil, seu direito de ir e vir sem ser agredida ou maltratada.
Neste contexto, a lei torna-se o último recurso da cidadania, aquela cidadania desejada,
praticada no cotidiano, não é difícil encontrar nas manchetes e notícias dos jornais
diários brasileiros práticas que contradizem as leis e subvertem o estado do direito, não
apenas contra negros e mulheres, mas também contra trabalhadores assalariados,
agricultores sem-terra, indígenas, deficientes físicos, deficientes mentais, homossexuais,
crianças, adolescentes, idosos, aposentados, etc.
Embora existam leis que visam reparar injustiças, existe também uma longa história de
lutas cotidianas para conquistar estes direitos: o direito à liberdade de expressão, o
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Cidadania é o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em - relação à sociedade em que vive. O conceito de cidadania sempre esteve fortemente "ligado" à noção de direitos, especialmente os direitos políticos, que permitem ao indivíduo intervir na direção dos negócios públicos do Estado, participando de modo direto ou indireto na formação do governo e na sua administração.

A cidadania é distinguida em três modos: direitos civis, políticos e sociais. Podemos definir os direitos civis como a proteção e os privilégios de poder pessoal dados a todos os cidadãos por lei, direitos que são estabelecidos pelo Estado aos seus cidadãos. Direitos civis incluem situações reconhecidas juridicamente sem as quais o homem é incapaz de alcançar sua própria realização e desenvolvimento, consistindo o resultado da luta dos homens por um direito ideal, justo e humano. Os direitos de participação política, tais como a igualdade do voto, o direito de voto e de elegibilidade. Os direitos de participação política, os direitos sociais, que abrangem os direitos de natureza econômica, como por exemplo, o direito ao trabalho, de assistência à saúde e à educação. Os direitos chamados de quarta geração, por exemplo, o direito à preservação do meio ambiente e à qualidade de vida. O direito à privacidade, o direito ao protesto pacífico, o direito à investigação e julgamento justos em caso de suspeição de crime e direitos constitucionais mais generalistas, como o direito ao voto, o direito à liberdade pessoal, o direito à liberdade de ir e vir e o direito à proteção igualitária.

Com a reconfiguração do Estado a partir de 1822, vários conceitos políticos passaram por um processo de Mudança; cidadão e cidadania entram no vocabulário dos discursos políticos, assim como os termos Brasil, brasileiros, em oposição a brasílicos. A partir disso, o termo cidadania pode ser compreendido racionalmente pelas lutas, conquistas e derrotas do cidadão brasileiro ao longo da história nacional, a começar da história republicana. No entanto, este o divisor (monarquia-república) não significa no Brasil uma nova ordem onde a cidadania tem um papel na construção de sociedade justa e igualitária. Este aspecto é bem pronunciado na cidadania brasileira: estas garantias individuais jamais foram concedidas, conquistadas e/ou exercidas plena e simultaneamente em circunstâncias democráticas, de estado de direito político ou de bem-estar social.

O escritor José Murilo de Carvalho refere-se a isto: uma cidadania no papel e outra cidadania cotidiana. É o caso da cidadania dos brasileiros negros: que é um prolongamento da luta pela cidadania dos "homens de cor", cujo marco histórico formal é a Lei Áurea de 1888; ou seja, um século para garantir, através de uma lei, a cidadania civil de metade da população brasileira. Outra forma de uma cidadania no papel e outra cidadania cotidiana, é a Lei Maria da Penha, que criou mecanismos "para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher". Ou seja, garantir sua liberdade civil, seu direito de ir e vir sem ser agredida ou maltratada.

Neste contexto, a lei torna-se o último recurso da cidadania, aquela cidadania desejada, praticada no cotidiano, não é difícil encontrar nas manchetes e notícias dos jornais diários brasileiros práticas que contradizem as leis e subvertem o estado do direito, não apenas contra negros e mulheres, mas também contra trabalhadores assalariados, agricultores sem-terra, indígenas, deficientes físicos, deficientes mentais, homossexuais, crianças, adolescentes, idosos, aposentados, etc.

Embora existam leis que visam reparar injustiças, existe também uma longa história de lutas cotidianas para conquistar estes direitos: o direito à liberdade de expressão, o

direito de organizar e participar de associações comunitárias, sindicatos trabalhistas e partidos políticos, o direito a um salário justo, a uma renda mínima e a condições para sobreviver, o direito a um pedaço de terra para plantar e colher, o direito de votar e ser votado - talvez o mais elementar da democracia moderna, negado a sociedade, na já longa história da cidadania brasileira. É esta luta cotidiana por direitos elementares que define a cidadania brasileira e não os apelos ao pertencimento, ao nacionalismo, a democracia e ao patriotismo do cidadão-comum.

Pode-se entender, portanto, que a cidadania brasileira é a soma de conquistas cotidianas, na forma da lei, de reparações a injustiças sociais, civis e políticas, no percurso de sua história e, em contrapartida, a prática efetiva e consciente, o exercício diário destas conquistas com o objetivo exemplar de ampliar estes direitos na sociedade. Neste sentido, para exercer a cidadania brasileira em sua plenitude torna-se absolutamente necessário a percepção da dimensão histórica destas conquistas no percurso entre passado, presente e futuro da nação. Este é o caminho longo e cheio de incertezas, que ainda está longe de se ter uma cidadania completa.