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Os resultados de uma pesquisa que utilizou as escalas de beck bdi-ii e bhs para avaliar a prevalência de depressão e desesperança entre pastores adventistas. Além disso, discute as implicações do ministério sobre a saúde mental, família, igreja, relações sociais e trabalho de pastores. Os resultados mostraram que a prevalência de depressão e desesperança entre pastores foi de 16,6% e 15%, respectivamente. Alguns fatores preditivos para esses transtornos mentais foram identificados, como não desistir do ministério, não inclinação em trocar o pastorado por outra atividade profissional com maior remuneração, casamento, reconhecimento pelo trabalho desenvolvido e não apresentar quadro depressivo antes de se tornar pastor.
O que você vai aprender
Tipologia: Resumos
Compartilhado em 07/11/2022
4.5
(77)184 documentos
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Dissertação apresentada como requisito para a obtenção do título de Mestre em Promoção da Saúde, junto ao Programa de Mestrado Profissional em Promoção da Saúde do Centro Universitário Adventista de São Paulo, sob orientação da Profa. Dra. Elisabete Agrela de Andrade. SÃO PAULO 2020
É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a identificação do autor, título, instituição e ano da dissertação.
Agradeço a Deus primeiramente pela sua misericórdia em permitir que homens falhos, débeis e errantes tivessem a gloriosa oportunidade de participar como coobreiros no pastorado de Sua Igreja. Novamente agradeço ao Eterno por ter me dado a maior benção de todas na vida, minha filha Aysha, uma “morena jambo” linda de 1,33m de altura que no momento tem 6 anos e olhinhos escuros de jabuticaba que me constrangem pela inocência e me desafiam diariamente a lutar em ser uma pessoa melhor, e um pai mais amoroso. Agradeço também a minha orientadora Profa. Dra. Elisabete Agrela que em seu compromisso de educadora, sabedora de minhas limitações, empenhou tempo para orientação deste trabalho, não poupando conhecimento e paciência. Também é necessário aqui reconhecer de maneira mui alegre a participação de tantas pessoas que seriam inomináveis pois através das conversas, críticas, sugestões fizeram possíveis estre trabalho, não esquecendo daqueles que tive contato apenas pelos textos, artigos e conhecimento que embasaram minha pesquisa. Por fim, cabe um agradecimento a cada participante, pastores, que aceitaram revelar sua condição emocional, mesmo que através de um questionário, sei que foi um árduo exercício do qual muitas vezes nos desviamos. A todo esse grupo ficam minhas orações para que Deus os fortaleça em seus chamados. Sei que TANTO mais há para agradecer...
Os transtornos mentais são cada vez mais comuns na sociedade. A prevalência de depressão e outros transtornos mentais entre indivíduos que desempenham o ministério pastoral é uma realidade pouco discutida. O objetivo do estudo foi verificar os níveis de depressão e desesperança entre 78 pastores de uma denominação atuantes na região metropolitana de São Paulo e averiguar a relação destes indicies com o tempo de ministério. Utilizando as escalas de Beck BDI-II ( Beck Depression Inventory ) para indicies de depressão e BHS ( Beck Hopelessness Scale) para desesperança e um questionário sociodemográfico os resultados foram estatisticamente analisados e posteriormente cruzados com ferramentas de data mining para extração de conhecimento nas correlações das respostas, fazendo parte da discussão, o debate a partir da visão do pastor das implicações do ministério sobre sua saúde mental, família, igreja, relações sociais, trabalho e perspectiva de futuro. Os resultados mostraram que a prevalência de depressão entre pastores adventistas foi de 16,6% e desesperança 15%, foram achados da pesquisa elementos de predição para esses dois quadros de transtornos mentais como: não pensar em deixar o ministério, não inclinação em trocar o pastorado por outra atividade profissional com maior remuneração, ser casado, ser reconhecido pelo trabalho desenvolvido e não apresentar quadro depressivo antes de se tornar pastor. Palavras chave: clero; pastores, estresse psicológico; depressão; desesperança, promoção da saúde
Mental disorders are increasingly common in society. The prevalence of depression and other mental disorders among individuals who carry out pastoral ministry is a little discussed reality. The objective of the study was to verify the levels of depression and hopelessness among 78 pastors of a denomination working in the metropolitan region of São Paulo and to investigate the relationship of these indicies with the time of ministry. Using the Beck BDI-II ( Beck Depression Inventory ) scales for indications of depression and BHS ( Beck Hopelessness Scale) for hopelessness and a sociodemographic questionnaire, the results were statistically analyzed and then crossed with data mining tools to extract knowledge in the correlations of the answers, being part of the discussion, the debate a from the pastor's view of the ministry's implications for his mental health, family, church, social relationships, work and future outlook. The results showed that the prevalence of depression among Adventist pastors was 16.6% and hopelessness 15%, elements of prediction for these two pictures of mental disorders were found in the research, such as not thinking about leaving the ministry, not inclination to change the pastorate. for higher remuneration, being married, being recognized for the work done and not having a depressive condition before becoming a pastor. Keywords : Clergy; Mental Health; Pastor; Depression; Adjustment Disorders; Health Promotion.
Gráfico 1 : Linha histórica do crescimento dos membros adventistas x pastores na IASD. 24 Gráfico 2: Resultados BDI - II por categoria, São Paulo 2019. 52 Gráfico 3: Resultados BHS por categoria, São Paulo 2019. 91
Figura 1 - Classificação de perfil prevalente Resultado BDI - II por idade. São Paulo, 2019.
Figura 2 - Atributos de decisão resultado BDI - II Grave/Moderado com recorte de idade 30-49 anos de idade. São Paulo, 2019.
Figura 3 - Representação gráfica do modelo qui-quadrado da variável Resultado BDI - II eixo X e Tempo de Trabalho eixo Y São Paulo,2019.
Figura 4 - Representação gráfica do modelo da variável Idade eixo: X e Tempo de Trabalho Y distinção de cores para categorias resultados BDI II. Leve: azul, Mínimo: verde, Moderado: amarelo, Grave: vermelho. São Paulo, 2019.
Figura 5 - Esquema de árvore de decisão com atributo de Estado Civil. São Paulo, 2019.
Figura 6 - Esquema de árvore de decisão com atributo de Estado Civil Casado entre participantes deprimidos e não deprimidos. São Paulo, 2019.
Figura 7 - Esquema de árvore de decisão com atributo de Estado Civil Casado entre participantes deprimidos e não deprimidos associativo a instância frequência com que é possível se expressar com sinceridade. São Paulo,
Figura 8 - Representação gráfica do modelo da variável Número de Filhos eixo: X e Penso em deixar o ministério Y distinção de cores para categorias não depressivo – vermelho, depressivos azul. São Paulo, 2019.
Figura 9 - Esquema de árvore de decisão para classificação nível de sobrecarga de trabalho (nunca, às vezes, sempre) com atributos do questionário sociodemográfico. São Paulo, 2019.
Figura 10 - Representação gráfica do modelo da variável Horas de trabalho semanal eixo: X e Sinto – me sobrecarregado pelo trabalho: Y distinção de cores para categorias não depressivo – vermelho, depressivos azul. São Paulo, 2020.
Figura 11 - Esquema de árvore de decisão para classificação de resposta para frequência de reconhecimento pelo trabalho realizado (nunca, às vezes, sempre) com atributos do questionário sociodemográfico e BDI. São Paulo,
Figura 20 - Representação gráfica do modelo de espaço na escala das variáveis: sentir – se reconhecido no ministério : X ter apoiado pelos colegas: Y distinção de cores para resultados BHS categorizados em desesperança: vermelho e não desesperança: azul. São Paulo, 2019.
Figura 21 Representação gráfica do modelo de espaço na escala das variáveis: Penso em deixar o ministério X e quero desistir pois não há nada que eu possa fazer Y distinção de cores para resultados BHS categorizados em desesperança: vermelho e não desesperança: azul. São Paulo, 2019.
Figura 22 Representação gráfica do modelo de espaço na escala das variáveis: Penso em deixar o ministério X e quero desistir pois não há nada que eu possa fazer Y distinção de cores para resultados BHS categorizados em desesperança: vermelho e não desesperança: azul. São Paulo, 2019
1PE – 1 Pedro AP - Apocalipse AT - Atos BDI-II – Beck Depression Inventory , Inventário de Beck – Depressão BHS – Beck Hopelessness Scale , Escala de Beck – Desesperança HB - Hebreus IASD – Igreja Adventista do Sétimo Dia IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística JL - Joel LC - Lucas MC – Marcos MT – Mateus OMS – Organização Mundial da Saúde RM - Romanos RMSP – Região Metropolitana de São Paulo
Desde os tempos mais remotos da história da humanidade, como relatados em textos bíblicos, os líderes religiosos ocupam uma posição de destaque e influência, começando pelos patriarcas da nação judaica, passando pelos profetas. Toda essa importância da tradição veterotestamentaria de certa forma foi incorporada na igreja Cristã na figura do Pastor. Historicamente, o pastorado cristão também teve seu papel na construção da governabilidade do estado moderno, essa ascendência do pastorado sobre a sociedade e por extensão a vida particular, embasou a influência do pastoral a liderança comunitária (RONDON, 2011). Apesar de carregar consigo a posição de destaque e exercer influência, o pastor não está imune, assim como as figuras do Antigo Testamento também não estavam, a críticas de seus liderados, julgamentos, sobrecarga de trabalho, isolamento, esgotamento emocional, entre outros sofrimentos psicoemocionais. Esta realidade já se apresentava no início do pastorado, ainda com os apóstolos nos tempos do Novo Testamento, algum desses elementos negativos de angústia pelo cuidado dos pastores com a igreja já eram motivo de sofrimento para a liderança da recém-formada igreja. O Apostolo Paulo, relata em sua autobiografia como missionário, atuando como pastor, uma lista com ao menos 24 tipos diferentes de sofrimentos físicos e psicossociais que suportou no desempenho do ministério pastoral, “além das coisas exteriores” outras tantas que o apostolo não listou em seu relato, mas a ênfase da angústia e sofrimento maior que sentiu, ele define em I Coríntios 11:23-28 como: “me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas” (ALMEIDA REVISTA E ATUALIZADA, 1993). Não só pastores estão sujeitos a manifestação aguda de sofrimentos de ordem emocional. Segundo relatório da OMS (2017), 322 milhões de pessoas no mundo sofrem algum tipo de transtorno depressivo, isso corresponde a 4.4% da população mundial. No Brasil, aproximadamente 5.8%, segundo o mesmo estudo, da população enfrentam os mesmos problemas. Pesquisa demonstram que pastores possuem 16% mais transtornos mentais que o restante da população, entre os motivadores dessa triste realidade estão a longa
este no texto bíblico, tornando assim, mais desafiador o entendimento dos transtornos mentais na vida pastoral. Não obstante, é necessário lembrar das palavras proferidas por Jesus Cristo sobre o seu ministério pastoral no evangelho de João 10:11 “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (ALMEIDA REVISTA E ATUALIZADA, 1993). Relutantes em não entregar menos que o modelo de pastoral descrito por Cristo, o que dá a vida pelas ovelhas, ou sendo cobrados não menos que a entrega do modelo pastoral cristocêntrico, faz-se necessário uma observação mais detalhada da saúde mental do pastor, pois este tem consigo o padrão do chamado divino na auto avaliação de seu ministério, e também, é cobrado pelo padrão perfeito de pastor por aqueles que são arrebanhados. Está dupla tensão entre os dois lados terem um modelo único para compararem o trabalho humano do pastor é um desafio a ser considerado na saúde mental do pastor. Diante do crescimento global de transtornos mentais, este trabalho objetivou analisar os níveis de depressão e desesperança de um grupo específico de pessoas. Se trará de uma pesquisa de natureza quantitativa com 78 pastores que trabalham na região metropolitana da cidade de São Paulo (RMSP), os resultados foram utilizados para compor um cenário de índices de depressão e desesperança em pastores da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Este estudo, tem por objetivo geral refletir sobre a saúde mental do líder religioso desta denominação, o que acontece com o porta voz natural da esperança para os que sofrem, quando este, acaba por ser vivenciado da desesperança, depressão e outros problemas relacionados a saúde mental. Por extensão buscou-se contribuir para a um entendimento mais ampliado dos fatores que negativamente ou positivamente compõem a saúde mental desses pastores. Desta forma, o presente estudo propõe o diálogo entre diferentes áreas do conhecimento que envolvem esse complexo cenário da vida pastoral e a relação deste com diversos níveis de sofrimento mental. Esta interlocução dialoga com a psicologia, religião e por fim a Promoção de Saúde onde está dedicado a maior parte deste estudo.
1.1.1 O Pastor O pastorado evangélico contemporâneo, tem seu renascimento na figura neotestametária do apostolado – pós ascensão. Renascimento, pois, não se excluí aqui a figura pastoral como influenciador na sociedade e líder religioso veterotestamentária contida nos patriarcas e profetas judaicos (ALISSON, 2017). No texto do Novo Testamento o pastorado está listado não como ente máximo da liderança na comunidade de crentes, mas como parte de uma pluralidade de “dons” constituídos e distribuídos por Deus para o aperfeiçoamento da igreja: E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. Efésios 4:11-13 (ALMEIDA REVISTA E ATUALIZADA, 199 7 , p. 1187 ). Considerando o tema do presente estudo, não cabe aqui a discussão, sendo extensa na literatura, das diversas figuras religiosas, bem como as atuações e aplicações na igreja primitiva, no momento nos concentraremos no debate entorno da figural pastoral. Aqui o texto bíblico enseja a perspectiva que o pastorado é aceito em um segundo momento pelo individuo, mas primeiramente, o pastorado é inciativa da vontade divina. Não é fruto natural da voluntariedade do homem que apto se apresenta ao ministério, pois deseja se tornar pastor, mas, resposta ao chamado divino de um Deus que visa o aperfeiçoamento da Sua igreja, aperfeiçoando em amor o homem que se torna pastor. Este processo de chamado e aprimoramento é refletido nas palavras de Cristo ao primeiro pastor, o discípulo Pedro no reencontro após a negação publica da fé em Jesus feita por Pedro relatada no evangelho de João.