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Guias e Dicas
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CENTRO CIRURGICO UFMT, Manuais, Projetos, Pesquisas de Enfermagem

MANUAL DE ENFERMAGEM DE NORMAS E ROTINAS EM CENTRO OBSTÉTRICA.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2019

Compartilhado em 31/07/2019

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UFMT/HUJM
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
Hospital Universitário Júlio Müller
GERÊNCIA DE ENFERMAGEM cuidado
humanizado
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
MANUAL DO
PROCESSO DE ENFERMAGEM
E sua aplicação no
CENTRO CIRÚRGICO E
CENTRO OBSTÉTRICO
CUIABÁ- MT / OUTUBRO DE 2006
Manual do Processo de Enfermagem para o CC/CO. 1ª edição. Outubro/2006.
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UFMT/HUJM

Hospital Universitário Júlio Müller

GERÊNCIA DE ENFERMAGEM

cuidado

humanizado


MANUAL DO

PROCESSO DE ENFERMAGEM

E sua aplicação no

CENTRO CIRÚRGICO E

CENTRO OBSTÉTRICO

CUIABÁ- MT / OUTUBRO DE 2006

Manual do Processo de Enfermagem para o CC/CO. 1ª edição. Outubro/2006.

UFMT/HUJM

Hospital Universitário Júlio Müller

GERÊNCIA DE ENFERMAGEM

cuidado

humanizado


REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

Prof. Dr. Paulo Speller

SUPERINTENDENTE DO HOSPITAL

Prof. Dr. José Carlos Amaral Filho

DIRETOR CLINICO

Prof. Dr. Alan de Azevedo Ferreira

DIRETOR ADMINISTRATIVO

Adm.Jonas da Cruz Borges Assumpção

DIRETOR INSTRUMENTAÇÃO E INFORMÁTICA

Pedagoga Maria Lúcia Paim

GERENTE DE ENFERMAGEM

Profª Drª. Aldenan Lima Ribeiro Corrê Costa

FACULDADE DE ENFERMAGEM

Prof. Drª Edir Leite Mandú

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

Prof. Drª. Annelita Oliveira Reinners

COORDENAÇÃO DE ENSINO ENFERMAGEM

Profª Drª. Neuci Cunha

AUTORIZAMOS A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU

ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

FICHA CATALOGRÁFICA

Bottosso, Rosa Maria et al.

Manual do processo de enfermagem e sua aplicação no Centro Cirúrgico

e Centro Obstétrico. Rosa Maria Bottosso, Beatriz do Prado Alves, Davi

Lúcio de Almeida, João Vaz de Lima. Universidade Federal de Mato

Grosso. Hospital Universitário Júlio Müller. Cuiabá, Mato Grosso, 2006.

(Coleções Assistência de Enfermagem Hospitalar)

1.Enfermagem 2.Assistência 3.Teoria 4. Metodologia

Manual do Processo de Enfermagem para o CC/CO. 1ª edição. Outubro/2006.

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GERÊNCIA DE ENFERMAGEM

cuidado

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO................................................................................................................................................

I – PRIMEIRA PARTE: ASPECTOS GERAIS

1. HISTÓRIA DO PROCESO DE ENFERMAGEM NO HOSPITAL.....................................................................

2. DIRETRIZES PARA A POLÍTICA DE GESTÃO EM ENFERMAGEM............................................................

2.1. Política .da Sistematização da Assistência...............................................................................................

2.2. Política de Qualidade na Assistência de Enfermagem.............................................................................

2.3. Política de Humanização da assistência...................................................................................................

2.4. Política da Integração Ensino-Serviço.......................................................................................................

2.5. Política de Recursos Materiais..................................................................................................................

2.6. Política de Educação Permanente em Enfermagem.................................................................................

3. BASES TEORICA DO PROCESSO DE ENFERMAGEM

3.1 Marco Conceitual da assistência de enfermagem no hospital....................................................................

3.2 Modelo Bifocal da prática............................................................................................................................

3.3. As etapas da metodologia da assistência de enfermagem.......................................................................

3.3.1. Etapa da investigação...........................................................................................................................

3.3.2. Etapa do diagnóstico.............................................................................................................................

3.3.3. Etapa do planejamento..........................................................................................................................

3.3.4. Etapa da implementação.......................................................................................................................

3.3.5. Etapa da avaliação................................................................................................................................

II - SEGUNDA PARTE – SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO CC E CO

1. ESTRUTRA E RECURSOS PARA O ATENDIMENTO AO CLIENTE CIRURGICO E OBSTÉTRICO..........

2. FLUXOGRAMA DO ATENDIMENTO CIRÚRGICO.........................................................................................

3. FLUXOGRAMA DO ATENDIMENTO MULHER CENTRO OBSTÉTRICO.....................................................

4. O PRONTUÁRIO E AS REGRAS PARA OPERACIONALIZAÇÃO DA SAE..................................................

Manual do Processo de Enfermagem para o CC/CO. 1ª edição. Outubro/2006.

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4.1. Regras gerais para anotações de enfermagem no prontuário...................................................................

4.2. Histórico de Enfermagem............................................................................................................................

4.3. Mapa dos Problemas de Enfermagem..........................................................................................................

4.4. Plano de Cuidados de Enfermagem..............................................................................................................

4.5.Evolução de Enfermagem...............................................................................................................................

4.6. Anotações de Cuidados de Enfermagem.....................................................................................................

4.7. Balanço Hídrico.............................................................................................................................................

4.8. Admissão......................................................................................................................................................

4.9. Alta................................................................................................................................................................

4.11. Transferências externa ....................... ......................................................................................................

4.12. Encaminhamento para o centro cirúrgico e centro obstétrico......................................................................

4.13. Óbito............................................................................................................................................................

4.14. Norma referente a participação dos alunos de enfermagem na assistência..............................................

4.15. Uso de abreviaturas, siglas e sinais...........................................................................................................

III – TERCERIA PARTE: AS INTERFACES DA ASSISTÊNCIA COM A ADMINSITRAÇÃO

1. PASSAGEM DE PLANTÃO PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM.....................................................................

2. INDICADORES ASSISTÊNCIAIS DE ENFERMAGEM....................................................................................

3. SERVIÇOS REFERÊNCIA NO AMBULATÓRIO DO HUJM............................................................................

4. SERVIÇOS REFERÊNCIA NO SUS................................................................................................................

IV – QUARTA PARTE: PADRÔES DE CUIDADOS ASSISTÊNCIAIS

1. PADROES PARA CUIDADOS DE ROTINA .....................................................................................................

1.1. Admissão de gestantes na sala de parto......................................................................................................

1.2. Admissão de cliente para cirurgia................................................................................................................

1.3. Recuperação pós-anestésica......................................................................................................................

Manual do Processo de Enfermagem para o CC/CO. 1ª edição. Outubro/2006.

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GERÊNCIA DE ENFERMAGEM

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APRESENTAÇÃO

Este MANUAL é produto do trabalho iniciado em agosto de 2005 pela enfermagem do Hospital Universitário

Júlio Müller que, assumindo a responsabilidade de reestruturar o seu modelo do processo de enfermagem, constituiu o

Comitê Fênix da Assistência de Enfermagem com a finalidade de construir, de modo participativo, uma proposta que

se adequasse aos requisitos técnicos, científicos e ético-legais do trabalho de enfermagem, bem como às

necessidades, demandas e condições humanas para a sua realização no campo prático.

Como terceira versão apresentada à equipe de enfermagem do hospital desde o início dos trabalhos do

Comitê, este material representa a documentação da proposta que está sendo implantada como pré-teste nos setores

até fevereiro de 2007, antes de ser encaminhado para editoração e publicação.

Portanto, esperamos que todos LEIAM, PRATIQUEM e documentem, no verso das folhas, os pontos

favoráveis, os desfavoráveis e as sugestões para o Comitê efetivar a participação de todos e para que o nosso

Processo de Enfermagem se aproxime do ideal. Sugerimos que documentem as contribuições nominalmente, pois as

pessoas serão mencionadas como “colaboradores” na publicação.

Comitê Fênix da Assistência de Enfermagem

Cuiabá, 25 de outubro de 2006

Manual do Processo de Enfermagem para o CC/CO. 1ª edição. Outubro/2006.

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I – PRIMEIRA PARTE: ASPECTOS GERAIS

1. HISTÓRIA DO PROCESSO DE ENFERMAGEM NO HOSPITAL

Quando de sua inauguração, em agosto de 1984, o Hospital Universitário Júlio Müller contava com 40 leitos e

o serviço de enfermagem adotava as bases teóricas propostas por Wanda Horta para o seu modelo de processo de

enfermagem. A equipe de trabalho organizava a assistência de forma que os enfermeiros escalados no período diurno,

dividiam entre si as responsabilidades de fazer o Histórico de Enfermagem , a Evolução e a Prescrição de Enfermagem

a todos os clientes internados, restando ao enfermeiro do noturno, fazer a supervisão das unidades de internação.

Técnicos, auxiliares e atendentes de enfermagem participavam dividindo as tarefas por função.

A assistência de enfermagem era documentada no prontuário, em impressos de uso multidisciplinar (médicos,

enfermeiros, nutricionistas) para os registros referentes à prescrição e evolução , sendo que para o histórico de

enfermagem e balanço hídrico havia um específico para a sua equipe. Com o passar do tempo, foram criados os

carimbos para facilitar o registro de sinais vitais, glicosúria, curva térmica e volume urinário, culminando, mais tarde, na

elaboração do impresso para as Anotações de Enfermagem.

Hoje, após vinte e dois anos da sua fundação, o hospital apresenta-se com capacidade planejada de 126 leitos

com duas Unidades de Terapia Intensiva (adulto e neonatal) e previsão para expansão de leitos para 243 leitos, além

da construção do serviço de hemodiálise. O atendimento ambulatorial cresceu em relação às especialidades, inclusive

na enfermagem, exigindo uma reformulação criteriosa do modelo de processo de enfermagem.

Diante deste cenário, foi criado o Comitê Fênix, composto por enfermeiros representantes das unidades de

internação, as chefias de serviços e docentes da Faculdade de Enfermagem (FAEN/UFMT) para estudarem e

apresentarem um nova proposta de processo de enfermagem.

A escolha do nome Fênix foi sugestão de uma técnica de enfermagem, trazendo ao processo o significado da

vida nova por meio do mito da ave Fênix, símbolo da alma e da imortalidade e que, segundo a crença dos antigos, vivia

muitos séculos e por fim se queimava para depois renascer das suas próprias cinzas (Aurélio, 2005).

O trabalho para a reestruturação foi realizado em quatro fases: a primeira destinada ao estudo por parte dos

membros do Comitê em relação aos conceitos-chaves sobre processo de enfermagem, sistematização da assistência,

metodologia assistencial, teorias de enfermagem, marco conceitual e as diferentes linguagens propostas na Taxonomia

da NANDA (Associação Norte Americana dos Diagnósticos em Enfermagem), versão beta do CIPESC (Classificação

Internacional das Práticas Enfermagem em Saúde Coletiva), Taxonomias das intervenções da NIC (Classificação das

Intervenções em Enfermagem) e da Taxonomia da NOC (Classificação dos Resultados em Enfermagem). A segunda

aconteceu com a formatação da primeira versão deste manual que foi entregue para a equipe de enfermagem das

unidades de internação e ambulatórios para leitura e registro de suas sugestões. A terceira fase ocorreu, novamente,

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2. DIRETRIZES PARA A POLÍTICA DE GESTÃO EM ENFERMAGEM

Política representa um sistema de regras; conjunto de objetivos, de ações, destinados a influir nas decisões e

execuções de um programa (Aurélio, 2005). Política são planos reduzidos a declarações ou instruções que direcional

as organizações em sua tomada de decisão (Marquis; Huston, 1999, p.84). Nesse sentido, a equipe de enfermagem

adotou um conjunto de regras com o objetivo de direcionar as ações do grupo de trabalho assistencial e administrativo

para o processo de liderança, gestão e prestação da assistencial nas unidades de atendimento hospitalar. Resgatar os

princípios preconizados na missão, visão, valores da instituição e da enfermagem constituem elementos essenciais

para nortear a equipe na reflexão cotidiana sobre o seu trabalho bem como contribuir para o alcance da qualidade da

assistência.

MISSÃO DO HUJM

Assistir, ensinar e preservar a saúde.

MISSÃO DA ENFERMAGEM

Prestar assistência de enfermagem de qualidade, promovendo a saúde e

a vida dos clientes/usuários e seus familiares

VISÃO DO HUJM

Ser referencia regional na assistência e

na construção de conhecimentos

VISÃO DA ENFERMAGEM

Ser referência na assistência e na construção de

conhecimentos

VALORES DO HUJM

A vida é uma dádiva e em face de isto,

tudo o que fazemos e desenvolvemos no

HUJM é norteado pelo conhecimento,

qualidade e ética.

VALORES DA ENFERMAGEM

A vida do nosso cliente e família deve ser respeitada em todas

as suas dimensões.

Portanto, as ações de enfermagem são planejadas e

desenvolvidas com base em saberes técnico, científicos,

sustentados em princípios éticos e legais da profissão com

vistas à promoção da humanização e

qualidade do cuidado

NEGÓCIO DO HUJM

Assistência integrada ao ensino e a

pesquisa em saúde.

NEGÓCIO DA ENFERMAGEM

Prestar assistência de enfermagem

integrada ao ensino e pesquisa com qualidade

No planejamento, a missão (motivo, razão) da existência do hospital e da enfermagem devem servir de bases para

a construção de objetivos, metas, políticas, procedimentos e normas na organização (Marquis; Huston, 1999).

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2.1. POLÍTICA DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

É a política que explica os princípios e as práticas adotadas pela equipe de enfermagem para o

desenvolvimento do cuidado ao cliente e família em todas as unidades assistenciais do hospital. Ela serve para

direcionar o grupo na definição das bases teórico-conceitual; na divisão do trabalho, na padronização de métodos e

instrumentos de registros; no estabelecimento de regras e normas para a sistematização da assistência.

No CENTRO CIRÚRGICO E OBSTÉTRICO a sistematização está estruturada para atender, RN, crianças,

mulheres gestantes, adulto, idoso e família.

Objetivo : organizar e direcionar os trabalhos da equipe de enfermagem para o desenvolvimento do cuidado

terapêutico com qualidade aos clientes com a participação do acompanhante / família.

Princípios que orientam as ações da equipe na assistência ao adulto e idoso.

✔ A sistematização faz parte do processo de enfermagem pois ela serve para determinar a forma como as ações

devem acontecer para a realização do cuidado ao cliente e família.

✔ Todo modelo de sistematização da assistência é construído com base em princípios teórico-conceitual que

serve para explicar e direcionar as ações do grupo no desenvolvimento do cuidado.

✔ O cliente e seu familiar, constituem o foco principal das ações assistenciais da equipe de enfermagem na

clinica médica e semi-intensivo.

Ações para efetivar a sistematização da assistência as clientes e família

✔ Definir recursos humanos e materiais; bases conceitual; os métodos e instrumentos; as normas e rotinas para

a organização do trabalho na clínica médica e semi-intensivo.

✔ Preparar a equipe para desenvolver a sistematização com competência e qualidade.

✔ Dar continuidade aos cuidados planejados pela equipe das unidades aos clientes com proposta cirúrgica

✔ Oferecer condições para o atendimento da mulher gestante e o acompanhante dentro dos parâmetros

preconizados pela política de parto humanizado.

✔ Aplicar e avaliar, sistematicamente os resultados da assistência prestada, por meio de auditoria.

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2.3. POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO DA ASSISTENCIA

A política de humanização especifica ações globais a serem realizadas pela equipe de enfermagem para

promover a humanização do processo assistencial aos clientes e familiar.

No CENTRO CIRÚRGICO E OBSTÉTRICO está voltada para o cliente, a família, o profissional, o ambiente e

para a gestão dos serviços.

Objetivos:

✔ Tornar o ambiente cirúrgico e obstétrico agradável, acolhedor e seguro para o cliente, família e profissional.

✔ Adotar tecnologias que promovam a realização de procedimentos de forma segura e de qualidade.

Princípios que orientam:

✔ O cliente e familiar são focos principais no planejamento das ações voltadas para humanização da assistência.

✔ O respeito as pessoas e à ética nas relações são fundamentais para humanização do trabalho

✔ A estrutura para o atendimento (física, equipamentos, mobiliários, iluminação, ventilação e outros) devem

atender as necessidades da clientela e dos trabalhadores da enfermagem e da saúde, oferecendo condições

para a prática com base em conhecimentos.

✔ O direito a informação deve ser assegurado aos clientes e família

✔ O modelo de gestão dos serviços deve favorecer à participação da equipe, a escuta, o envolvimento e co-

reponsabilização de todos pelo processo.

✔ O nível de resolutividade das ações é forte indicador de qualidade no processo de humanização do trabalho.

Ações propostas para alcançar a humanização:

✔ Divulgar e tornar acessível o código de ética profissional e dos direitos do paciente

✔ Estimular e participar de inciativas de humanização do processo assistencial desencadeados ou coordenados

pela Comissão de Humanização do Hospital.

✔ Receber o cliente no centro cirúrgico e obstétrico com qualidade.

✔ Conhecer, buscar recursos e aplicar no campo prático, os princípios preconizados pela política de

humanização do parto.

✔ Buscar recursos e preparar a equipe para receber a família que desejar acompanhar o cliente nos ambientes

de pré-parto, sala de parto e de cesaria, sala cirúrgica e sala de recuperação pós anestésica.

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2.4. POLÍTICA DA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO DE ENFERMAGEM

A política de integração ensino-serviço tem suas bases nas diretrizes da integração docente-assistencial

idealizada na reforma universitária de 1968, que considerava elemento importante para a qualificação do profissional a

ser formado e também, para a melhoria da qualidade da assistência prestada. No hospital, ela se efetiva através de

ações globais realizadas pelos professores e estudantes de enfermagem juntamente com a equipe de enfermagem.

No CENTRO CIRÚRGICO E OBSTÉTRICO ela esta dirigida a equipe de enfermagem, aos professores e

alunos que, em determinado momento, desenvolvem ações conjuntas voltadas para a promoção do cuidado terapêutico

ao cliente e familiar.

Objetivos:

✔ Definir papéis entre a equipe de enfermagem, docentes e alunos visando tornar o trabalho agradável e

acolhedor para o adulto, idoso e familiar.

✔ Proporcionar à equipe de enfermagem, docentes e alunos, oportunidades para refletirem sobre a qualidade da

assistência prestada.

✔ Favorecer o desenvolvimento do ensino de enfermagem (pós-graduação, graduação e nível médio)

proporcionando aos alunos, condições de refletirem sobre a aplicação do conhecimento no campo prático, com

a participação da equipe de enfermagem.

Princípios que orientam a integração ensino-serviço:

✔ O cuidado de enfermagem ao RN, criança, mulher gestante, adulto e idoso precisa ser constantemente

avaliado e as ações de integração ensino-serviço contribuem para a qualificação dos profissionais no contexto

da prática.

✔ As ações de integração ensino-serviço possibilitam a efetivação no campo da prática a Missão “Prestar

assistência de enfermagem articulada ao ensino, de qualidade, promovendo a saúde e a vida dos clientes/usuários e seus

familiares” e Visão “ser referência na assistência e na construção de conhecimentos”.

Ações propostas para a integração ensino-serviço:

✔ Definir normas e rotinas relacionadas a integração ensino-serviço.

✔ Instituir reuniões de estudo clínico envolvendo a enfermagem, alunos e professores

✔ Desenvolver ações integradas ensino-serviço visando melhorias na qualidade da assistência prestada ao

cliente e familiar.

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2.6. POLITICA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM ENFERMAGEM

A política de educação permanente em enfermagem no HUJM apóia-se na proposta de Educação Permanente

em Saúde do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004). Ela visa capacitar os trabalhadores de enfermagem para alcançar

melhor desempenho e qualidade na assistência de enfermagem.

No CENTRO CIRÚRGICO E OBSTETRICO ela deve atender às necessidades da equipe para o atendimento

ao cliente e família.

Objetivos :

✔ Estimular a equipe a pensar sua prática, oferecendo meios para estudo e reflexão, visando transformá-la.

✔ Instrumentalizar os profissionais de enfermagem para atuar em conformidade aos princípios (universalidade,

integralidade, eqüidade) e diretrizes (descentralização e municipalização) do Sistema único de Saúde.

✔ Compartilhar práticas e saberes de modo a permitir, a equipe, o embasamento, autonomia e a segurança no

desempenho de seu trabalho

✔ Promover a integração de programas, ações, condutas e protocolos a serem desenvolvidos pelos

trabalhadores de enfermagem do hospital com a rede de atendimento á saúde;

✔ Favorecer a integração ensino e serviço;

✔ Melhorar a qualidade do cuidado de enfermagem prestado ao cliente e família.

Princípio básico que orienta a política de educação permanente em enfermagem:

✔ O desenvolvimento de pessoas deve considerar o seu potencial e a sua capacitação para atuar como sujeitos

multiplicadores de ações impactantes nos contextos da assistência de enfermagem, induzindo os

trabalhadores de enfermagem a recriarem e reorganizarem os processos de trabalho para a institucionalização

de novas práticas de cuidado.

Ações propostas para efetivar a política de educação permanente em enfermagem :

✔ Identificar necessidades de capacitação da equipe de enfermagem;

✔ Criar mecanismos para o desenvolvimento de ações educativas por meio de práticas pedagógicas que

possibilitem ao trabalhador recriar e reorganizar o trabalho de forma efetiva.

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3. BASES TEORICA-CONCEITUAL DO PROCESSO DE ENFERMAGEM

3.1 MARCO CONCEITUAL DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO HOSPITAL

Marco Conceitual constitui numa construção teórica que sustenta a prática de enfermagem e as decisões no

processo de assistir o ser humano, servindo de base para a construção do modelo de metodologia de assistência de

enfermagem (CARRARO, 2001, p.33). A teoria representa uma forma sistematizada de olhar para o mundo para

descrevê-lo, explicá-lo, prevê-lo ou controlá-lo. Elas se compõem de conceitos, definições, modelos e proposições. Os

conceitos e definições são essenciais à compreensão de uma teoria (GEORGES, 1993, p.16).

Na construção de um modelos de processo de enfermagem, pode-se optar tanto pela escolha de uma ou mais

teorias ou por um marco conceitual (CARRARO, 2001). Diante destas possibilidades, o Comitê Fênix, juntamente com a

equipe de enfermagem, definiram pelos conceitos de cliente, família, saúde-doença, enfermagem, cuidado de

enfermagem, equipe de enfermagem e ambiente hospitalar , como suporte para reflexão das ações desenvolvidas pela

enfermagem no hospital:

➢ A equipe de enfermagem do hospital considera cliente - o ser humano - ser individual com características sociais,

econômicas, culturais, políticas e religiosas próprias do contexto de onde ele se insere; cidadão dotado de direitos

e deveres que devem ser consideradas no processo de cuidar.

➢ Nosso cliente, usuário do serviço, saudável ou doente que em um determinado período de sua vida e por diversos

fatores, necessita de cuidado de enfermagem. Ele por ser pertencente a uma família – representada pelos

membros ligados ou não por laços sangüíneos e/ou afetivos com importantes papel terapêutico, portanto, foco das

ações de enfermagem durante a internação e/ou no atendimento ambulatorial.

➢ A saúde e a doença vistas como estado resultante de um processo, uma expressão do relacionamento do ser

humano com o meio em que vive. O estado de saúde do cliente e família são influenciados pelo ambiente, pela

cultura, pelo contexto sócial, econômico, político e religioso.

➢ A enfermagem é uma profissão construída por diversos saberes que visam auxiliar cliente e família no processo de

promoção, recuperação, manutenção e reabilitação da saúde e até mesmo a morte digna.

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3.2. O MODELO BIFOCAL DA PRÁTICA CLÍNICA

O modelo bifocal de práticas clínicas está organizado de forma em que a enfermeira identifica duas situações

clínicas nas quais a enfermagem intervém, ou seja os diagnósticos de enfermagem e nos problemas colaborativos.

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM é um julgamento crítico sobre as respostas do indivíduo, família ou da

comunidade aso problemas de saúde/processo de vida, reais ou potenciais. Eles fornecem a base para a seleção das

intervenções de enfermagem, visando à obtenção de resultados pelos quais a enfermeira é responsável (NANDA,

PROBLEMAS COLABORATIVOS ou Complicação Pontencial representa certas complicações fisiológicas que

as enfermeiras monitoram para detectar o estabelecimento ou a modificação subseqüente em seu estado. Estas

complicações fisiológicas são, geralmente, relacionadas com a doença, o traumatismo, os tratamentos, os

medicamentos ou os estudos diagnósticos (Carpenito, 1999, p.27). Ex: hemorragia é uma complicação potencial que

pode ocorrer no período pós-operatório.

3.3. AS ETAPAS DA METODOLOGIA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Método representa o modo de agir e dirigir a ação da enfermagem, sendo que ele faz parte do processo de

enfermagem. Pode ser definido como um método para sistematizar a assistência de enfermagem, tanto no nível

hospitalar, como no ambulatório e no de saúde pública. Ele não pode ser considerado uma modificação apenas no

estilo da assistência, mas, principalmente, na forma de se conhecer ou se conceber a enfermagem nos aspectos de

ordem legal e técnico-administrativa (CAMPEDELLI et al., 1988, p.17).

Neste contexto, é importante que o profissional desenvolva competências para lidar com o objeto de trabalho

ao qual se propõe atuar, a fim de transformá-lo através do saber e do fazer. As cinco etapas (métodos assistenciais)

para a operacionalização do processo de enfermagem são: a investigação, o diagnóstico, o planejamento, a

implementação e avaliação (ALFARO-LeFEVRE, 2000; IYER et al,1995; CARPENITO, 2003)

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3.3.1. ETAPA DA INVESTIGAÇÃO

Investigação ou coleta de dados representa o primeiro passo que ocorre na relação entre o profissional e o

cliente e família para a determinação e avaliação da situação de saúde.Ele compreende cinco atividades-chave:

Atividades-chave Habilidades para desenvolver o pensamento crítico

  1. coleta dos dados

subjetivos e objetivos

Entrevista, exame físico e conhecimentos de exames diagnósticos

  1. validação dos dados Verificar se a informação é verdadeira, completa.
  2. organização (agrupamento)

Agrupar com base em uma lógica. Os instrumentos de investigação auxiliam. Existem

modelos holísticos para agrupamento dos dados que podem ser usados conforme

preferência. Por exemplo: Necessidades Humanas (Maslow), Padrões Funcionais de

Saúde (Gordon) e Padrões de resposta Humana.

  1. identificação padrões/testes das

primeiras impressões

Determinar o que é relevante e irrelevante e o que os dados podem sugerir para

direcionar a investigação visando entender a informação colhida.

  1. comunicação e registro dos dados

prontuário

Envolve decisão, objetividade, relevância e cuidados éticos e técnico-científico. A

padronização de registros e siglas favorece a esta etapa.

Fonte: Baseado em Alfaro Le-Fevre, 2003

Quando nos reportamos à investigação ou coleta de dados sobre a situação, as condições de vida e saúde do

cliente (atuais e do passado) e família, estamos nos referindo ao Histórico de Enfermagem levantado através da

entrevista. O Exame Físico também representa uma parte da investigação e pode ser realizado na admissão, no

cotidiano da internação e na consulta de enfermagem. O método céfalo-caudal ou por sistemas podem ser aplicados

como direcionador do o exame físico, contudo, em qualquer um deles, faz-se necessário habilidades para realizar as

técnicas da inspeção, ausculta, palpação, percussão. A entrevista e o exame físico se complementam e esclarecem

uma ao outro (ALFARO-leFEVRE, 2000, p.65).

A investigação ou coleta de dados focalizada são representado pelas informações (subjetivas e objetivas) colhidas para fins

de investigar uma determinada situação como, por exemplo, investigar uma queixa de dor.

Dados subjetivos Dados objetivos

São dados afirmados pelo cliente/família – o que a pessoa

afirma ter/estar sentido: hábitos de alimentação, eliminação,

sono, sexualidade, exercício, lazer e outros referidos pelo

cliente durante a anamnese.

São dados observados pelo profissional enfermagem – sinais vitais,

peso, resultados exames, lesões na pele e mucosa, deambulação,

movimentação, alimentação observada, eliminação verificada e

outros. As técnicas do exame físico – inspeção, ausculta, palpação e

percussão contribui para esta coleta.

Ex: “sinto meu coração disparado hoje” EX: pulso radial 150 bpm, regular e forte.

Nessa etapa, utilizamos os instrumentos padronizados para coleta de dados do “Histórico de Enfermagem e

Evolução”. O impresso da “Anotações de Enfermagem” também representa um banco de dados objetivos e subjetivos,

fundamental para a avaliação do plano terapêutico.

Manual do Processo de Enfermagem para o CC/CO. 1ª edição. Outubro/2006.