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Guias e Dicas
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Catálogo de cultivares de café arábica, Resumos de Agronomia

Um catálogo detalhado de diversas cultivares de café arábica desenvolvidas no brasil, principalmente pelo instituto agronômico de campinas (iac) e outras instituições de pesquisa. O catálogo inclui informações sobre a origem, características e desempenho agronômico de cada cultivar, como porte da planta, tamanho do grão, vigor vegetativo, resistência a doenças, entre outras. Esse conhecimento é fundamental para a seleção de cultivares adequadas às diferentes regiões e sistemas de produção cafeeira, visando maximizar a produtividade e a qualidade do café produzido no país.

Tipologia: Resumos

2024

Compartilhado em 29/08/2024

Maria_Eduarda745
Maria_Eduarda745 🇧🇷

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Catálogo de cultivares de café arábica
ISSN 1678-1694
Agosto / 2022
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Catálogo de cultivares de café arábica

ISSN 1678- Agosto / 2022

DOCUMENTOS

Catálogo de cultivares de café arábica

Carlos Henrique Siqueira de Carvalho Lucas Bartelega Gustavo Hiroshi Sera José Braz Matiello Saulo Roque de Almeida Felipe Santinato Aline Lenzi Hotz

DOCUMENTOS 16

ISSN 1678- Agosto / 2022

Embrapa Café Brasília,DF 2022

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Café Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Autores

Carlos Henrique Siqueira de Carvalho

Engenheiro-agrônomo, doutor em Genética e Melhoramento,

pesquisador da Embrapa Café/Fundação Procafé, Varginha, MG

Lucas Bartelega

Engenheiro-agrônomo, mestre em Ciência do Solo, pesquisa-

dor da Fundação Procafé, Varginha, MG

Gustavo Hiroshi Sera

Engenheiro-agrônomo, doutor em Genética e Melhoramento,

pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná,

Londrina, PR

José Braz Matiello

Engenheiro-agrônomo, pesquisador da Fundação Procafé,

Varginha, MG

Saulo Roque de Almeida

Engenheiro-agrônomo, mestre em Fitotecnia, pesquisador da

Fundação Procafé, Varginha, MG

Felipe Santinato

Engenheiro-agrônomo, doutor em Produção Vegetal, pesquisa-

dor da Santinato & Santinato Cafés Ltda, Rio Paranaíba, MG

Aline Lenzi Hotz

Engenheira-agrônoma, bolsista do Consórcio Pesquisa Café

junto a Embrapa Café/Fundação Procafé, Varginha, MG

Apresentação

O melhoramento genético está entre as tecnologias utilizadas pela pesquisa e inovação que mais impactam positivamente a agricultura, tendo em vista que a adoção de uma cultivar melhorada pode reduzir o custo de produção, aumentar a rentabilidade da lavoura, além de contribuir para a sustentabilidade econômica, social e ambiental da atividade.

No caso do café, particularmente, o melhoramento genético tem colaborado de forma significativa para o avanço e consolidação da hegemonia da cafeicultura brasileira em nível internacional, devido ao desenvolvimento de novas cultivares com uma gama de características capazes de atender às necessidades dos produtores de café nas diferentes regiões produtoras do País, e, também, das exigências dos consumidores nos mais distintos mercados no mundo.

O Brasil dispõe, até junho de 2021, de 176 cultivares de café cadastradas no Registro Nacional de Cultivares (RNC), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), das quais 135 são de Coffea arabica e 42 de Coffea canephora. Essas cultivares possuem várias características importantes, tais como: alto potencial produtivo, ampla adaptabilidade, época de maturação bem definida, resistência a pragas, doenças e nematoides, boa resposta à poda, tolerância a estresses abióticos, grãos mais graúdos, bebida com qualidade diferenciada, entre outros atributos positivos.

Especificamente, nesta publicação intitulada “Catálogo de cultivares de café arábica”, são destacadas as principais características de 90 cultivares de Coffea arabica, as quais foram fruto do trabalho colaborativo de programas de pesquisa de instituições fundadoras e parceiras do Consórcio Brasileiro de

Prefácio

É notório que a cafeicultura brasileira, dia pós dia, vem se deparando com inúmeros obstáculos, dentre os quais, merecem destaque: as condições adversas de clima, a elevação do custo dos fatores de produção, a escassez de mão de obra e uma competitividade mais intensa de outras origens produtoras, sobretudo, no quesito qualidade. Além disso, a evolução do consumo de café no mundo, tanto sob o aspecto quantitativo como sob o aspecto relacionado à maior exigência dos consumidores em relação à qualidade e sustentabilidade, segue exigindo cada vez mais eficácia e melhor desempenho dos cafeicultores brasileiros.

Desta forma, diante um horizonte de inestimáveis desafios no cenário cafeeiro mundial, um aperfeiçoamento ininterrupto torna-se crucial para a sobrevivência dos cafeicultores brasileiros, que contam com o incessante esforço do setor de apoio, pesquisa e desenvolvimento para que, por meio do emprego das tecnologias cafeeiras, possam seguir produzindo cafés de alta qualidade, com altos níveis de produtividade, a custos de produção economicamente satisfatórios e cumprindo com os preceitos que envolvem a sustentabilidade da atividade.

O presente trabalho, fruto da reunião de esforços entre a Fundação Procafé e a Embrapa Café, além de outras renomadas entidades que, por meio do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, muito vêm contribuindo para o progresso do setor, tem como objetivo difundir importantes resultados de trabalhos de uma das mais relevantes áreas da pesquisa cafeeira do País: o melhoramento genético, um dos setores que, certamente, teve e seguirá tendo um papel fundamental para que o Brasil permaneça como o maior destaque global no que tange à produção de café. Por meio desta respeitável atualização, tanto cafeicultores como demais interessados pela cultura do café terão acesso a importantes aspectos no tocante às cultivares de café, desde as primeiras adotadas no Brasil até as mais atuais, permitindo que o leitor identifique a mais adequada com base em suas características e condições em que será cultivada.

José Edgard Pinto Paiva Diretor-Presidente da Fundação Procafé

  • Introdução
  • Brasil............................................................................................................. Breve histórico sobre o desenvolvimento de cultivares de café arábica no
  • Fichas técnicas das cultivares
    • Porte (altura da planta)............................................................................
    • Diâmetro da copa
    • Cor das folhas jovens (cor do broto)
    • Cor do fruto maduro
    • Tamanho da semente
    • Época de maturação (época de colheita)................................................
    • Resistência à ferrugem
    • Resistência a nematoides
    • Resistência a outras doenças
    • Tolerância a déficit hídrico
    • Vigor vegetativo
    • Qualidade da bebida
    • Produtividade
  • Fichas técnicas das cultivares
    • ‘ACAIÁ IAC 474-19’
    • ‘ACAIÁ CERRADO MG 1474’
    • ‘ACAUÃ’...................................................................................................
  • ‘ACAUÃMA’
  • ‘ACAUÃNOVO’
  • ‘ARAÇARI’
  • ‘ARAPONGA MG1’
  • ‘ARARA’
  • ‘ARARAÇU’
  • ‘ASABRANCA’
  • ‘ASABRANCA AMARELO’.......................................................................
  • ‘AZULÃO’.................................................................................................
  • ‘BEIJA FLOR’...........................................................................................
  • ‘BEM-TE-VI’.............................................................................................
  • ‘BOURBON AMARELO IAC J10’.............................................................
  • ‘BOURBON VERMELHO IAC 662’..........................................................
  • ‘CANÁRIO’...............................................................................................
  • ‘CATIGUÁ MG1’
  • ‘CATIGUÁ MG2’
  • ‘CATUAÍ AMARELO IAC 32’....................................................................
  • ‘CATUAÍ AMARELO IAC 62’....................................................................
  • ‘CATUAÍ VERMELHO IAC 44’
  • ‘CATUAÍ VERMELHO IAC 99’
  • ‘CATUAÍ VERMELHO IAC 144’
  • ‘CATUCAÍ 785-15’
  • ‘CATUCAIAM 2015479’
  • ‘CATUCAIAM 24137’
  • ‘CATUCAIAM 78515’
  • ‘CATUCAÍ AMARELO 2SL’
  • ‘CATUCAÍ AMARELO 3/5’
  • ‘CATURRA AMARELO IAC 476’..............................................................
  • ‘CATURRA VERMELHO IAC 477’
  • ‘GEISHA’..................................................................................................
  • ‘GRAÚNA’
  • ‘GUARÁ’
  • ‘IAC 125 RN’............................................................................................
  • ‘IAC CATUAÍ SH3’
  • ‘IAC OBATÃ 4739’
  • ‘IAC OURO AMARELO’...........................................................................
  • ‘IAC OURO VERDE’................................................................................
    • ‘IAPAR 59’
  • ‘IBAIRI IAC 4761’.....................................................................................
  • ‘IBC-PALMA-1’.........................................................................................
  • ‘IBC-PALMA-2’.........................................................................................
  • ‘IBC-PALMA-3’.........................................................................................
  • ‘ICATU AMARELO IAC 2944’
  • ‘ICATU PRECOCE IAC 3282’..................................................................
  • ‘ICATU VERMELHO IAC 4045’
  • ‘IPR ALVORADA’
  • ‘IPR PÉROLA’..........................................................................................
  • ‘IPR 98’
  • ‘IPR 99’
  • ‘IPR 100’
  • ‘IPR 102’
  • ‘IPR 103’
  • ‘IPR 105’
  • ‘IPR 106’
  • ‘‘IPR 107’
  • ‘IPR 108’
  • ‘JAPY’
  • ‘JAPYAM’
  • ‘KATIPÓ’
  • ‘LAURINA IAC 870’..................................................................................
  • ‘MARACATIÁ’
  • ‘MARAGOGIPE AMARELO’
  • ‘MARAGOGIPE VERMELHO’
  • ‘MGS AMETISTA’.....................................................................................
  • ‘MGS ARANÃS’
  • ‘MGS CATIGUÁ 3’
  • ‘MGS CATUCAÍ PIONEIRA’
  • ‘MGS EPAMIG 1194’
  • ‘MGS PARAÍSO 2’
  • ‘MGS TRAVESSIA’
  • ‘MUNDO NOVO IAC 376-4’.....................................................................
  • ‘MUNDO NOVO IAC 379-19’...................................................................
  • ‘OBATÃ IAC 1669-20’
  • ‘OEIRAS MG 6851’................................................................................
  • ‘PARAÍSO MG H 419-1’.........................................................................
  • ‘PAU BRASIL MG1’
  • ‘ROUXINOL’
  • ‘RUBI – MG 1192’
  • ‘SABIÁ TARDIO’
  • ‘SACRAMENTO MG1’
  • ‘SAÍRA’
  • ‘SARCHIMOR MG8840’
  • ‘SIRIEMA 842’
  • ‘SIRIEMA AS 1’......................................................................................
  • ‘SIRIEMA VC 4’
  • ‘TOPÁZIO MG 1190’..............................................................................
  • ‘TUPI IAC 1669-33’................................................................................
  • ‘TUPI AMARELO IAC 5162’

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Breve histórico sobre o desenvolvimento

de cultivares de café arábica no Brasil

A primeira cultivar de café arábica plantada no Brasil foi a Typica, introduzida no país em 1727 e cultivada por mais de 1 século por produtores brasileiros com os nomes de café nacional, arábica e crioulo. Em 1859, foi importada da ilha Bourbon, atualmente ilha Reunião, a cultivar Bourbon Vermelho e, em 1896, foi trazida da Indonésia a ‘Sumatra’, uma seleção de ‘Typica’.

Em 1932, iniciou-se no Instituto Agronômico (IAC) o programa de melhora- mento genético do cafeeiro. Nessa década, foram identificadas plantas de porte baixo em uma lavoura de ‘Bourbon Vermelho’ localizada na Serra do Caparaó, na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, dando origem a cultivar Caturra. Em meados dos anos 1940, foi criada pelo IAC a ‘Bourbon Amarelo’, provavelmente originária de mutação da ‘Bourbon Vermelho’ ou como produto do cruzamento espontâneo entre ‘Amarelo de Botucatu’ (derivada de ‘Typica’) e ‘Bourbon Vermelho’ e, ao final da década de 1940, foi iniciado, também pelo IAC, o desenvolvimento da cultivar Mundo Novo, disponibilizada para cultivo comercial em 1952. Do cruzamento entre ‘Mundo Novo’ e ‘Caturra’, realizado em 1949, foi criada a ‘Catuaí’, com o lan- çamento pelo IAC de várias cultivares de frutos amarelos ou vermelhos a par- tir de 1972. Durante a década de 1950, foi desenvolvida a ‘Icatu’, um híbrido entre as espécies Coffea arabica e C. canephora com resistência à ferrugem, o qual foi retrocruzado com cultivares de C. arabica , como a Mundo Novo e a Catuaí, dando origem a várias cultivares, sendo as mais conhecidas: Icatu IAC 4045, Icatu IAC 2944 e Icatu Precoce IAC 3282.

Após a disseminação da ferrugem do cafeeiro no Brasil, no início dos anos 1970, várias instituições de pesquisa e ensino iniciaram programas de melhora- mento genético, visando desenvolver cultivares resistentes à ferrugem. Houve então o desenvolvimento de dezenas de novas cultivares, cuja resistência à ferrugem é oriunda, principalmente, de plantas do germoplasma Híbrido de Timor, de hibridação espontânea entre as espécies C. arabica e C. canephora, encontrado no Timor Leste, com prováveis retrocruzamentos espontâneos com C. arabica. Uma planta do Híbrido de Timor denominada de CIFC 832/1, foi cru- zada no Centro de Investigação das Ferrugens do Cafeeiro (CIFC), localizado em Oeiras, Portugal, com a cultivar Caturra e outra planta, a CIFC 832/2, com

Catálogo de cultivares de café arábica 19

a ‘Villa Sarchi’. As plantas desenvolvidas a partir do cruzamento com ‘Caturra’ são denominadas genericamente de Catimor e as derivadas do cruzamento com ‘Villa Sarchi’, de Sarchimor. Outras plantas do Híbrido de Timor foram cru- zadas com ‘Catuaí’ e as progênies usadas para a criação de novas cultivares. Cultivares com resistência à ferrugem foram também desenvolvidas a partir do aproveitamento de um cruzamento natural entre ‘Icatu’ e ‘Catuaí’ e, mais recen- temente, a partir de cruzamentos com o germoplasma BA10, que é resultado do cruzamento entre C. arabica e C. liberica , obtido da Índia.

É comum referir-se a uma cultivar como sendo pertencente a um determinado grupo. O grupo é formado por cultivares que possuem a mesma origem genética, ou seja, o primeiro cruzamento usado para o desenvolvimento da cultivar. Por exemplo, o grupo Catuaí é formado pelas cultivares oriundas do cruzamento entre ‘Mundo Novo’ e ‘Caturra’. A Tabela 1 apresenta os grupos mais comuns.

Tabela 1. Grupos mais comuns de cultivares de café.

Grupo Origem genética Exemplos de cultivares

Catuaí Mundo Novo x Caturra

Catuaí Amarelo IAC 62 Catuaí Vermelho IAC 144 Topázio MG 1190

Catucaí Icatu x Catuaí (provável genitormasculino)

Catucaiam 24137 Catucaí Amarelo 2SL Azulão

Icatu (^) com retrocruzamentos com Mundo NovoBourbon Vermelho x Coffea canephora

Icatu Vermelho IAC 4045 Icatu Amarelo IAC 2944 Icatu Vermelho IAC 2945

Mundo Novo Sumatra x Bourbon Vermelho

Mundo Novo 376- Mundo Novo 379- Acaiá IAC 474-

Sarchimor Villa Sarchi x Híbrido de Timor CIFC832/

Arara Obatã Vermelho IAC 1669- Iapar 59

Catimor Caturra x Híbrido de Timor CIFC 832/

Oeiras MG 6851 Sabiá Tardio Canário